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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

ESPECIAL — O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINA?

"Ó DEUS, não estejas em silêncio; não te cales, nem te aquietes, ó Deus, Porque eis que teus inimigos fazem tumulto, e os que te odeiam levantaram a cabeça. 
Tomaram astuto conselho contra o teu povo, e consultaram contra os teus escondidos. Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel" (Salmo 83:1-4).
O conflito entre Israel e Palestina se intensifica ao longo dos anos e existem inúmeros motivos que fomentam o acúmulo de rivalidade e ressentimentos históricos entre os países do Oriente Médio.

Gerações acompanham os tristes capítulos dos conflitos entre os israelenses e os palestinos. A guerra entre as duas nações perdura mais de 70 anos e já destruiu muitas vidas. O conflito, inclusive, vem se intensificando nos últimos dias e volta a estar em destaque na imprensa mundial.

Desde a escalada dos conflitos entre israelenses e palestinos, espalharam-se pelas redes sociais brasileiras interpretações religiosas para a guerra, algumas inclusive associando os atentados do Hamas e os ataques de Israel a Gaza a profecias apocalípticas.

Em meio a tanta informação, algumas delas, absurdamente utópicas, faz-se necessário que entendamos ao certo como originaram-se os conflitos entre palestinos e israelitas, fazendo uma apuração não apenas bíblica, mas geopolítica.

No final do século XX, quando foi declarada a criação do Estado de Israel, as disputas sobre a posse de territórios se tornou centro dos mais diversos debates políticos e diplomáticos ao redor do mundo.

Palestinos e israelitas, muçulmanos e judeus, coexistindo no mesmo espaço com diversas incompatibilidades religiosas, mas ambos — pela fé, consideram Jerusalém como Terra Santa ou Terra Prometida, o que faz do lugar uma região sagrada e desejada por todos.

A origem dos conflitos entre as nações


O surgimento dos povos israelenses e palestinos está ligado à história de Abraão, que recebeu, segundo os textos religiosos, a missão de migrar para a "terra prometida", em Canaã, antiga terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel. 
"Nesta época, a Palestina, que originalmente era chamada de Filistina, era terra dos filisteus e de vários outros povos como, por exemplo, os arameus"
explica o professor de história Pedro Botelho.

Na Bíblia, Abraão teve dois filhos: Ismael e Isaque. O primeiro nasceu de sua relação com Agar, serva de sua esposa Sara; já o segundo, concebido pela sua própria cônjuge, nasceu com a fama de ser o "filho da promessa". 

Em passagens bíblicas, Deus prometeu que ambos os filhos iriam prosperar e estariam ligados a grandes nações. 
"Esse é um ponto importante porque é o nascimento religioso da distinção entre os hebreus e os muçulmanos (árabes), tanto que essa relação de ambos remonta a Abraão"
esclarece o também historiador Marlyo Ferreira.

As terras palestinas já eram uma região de muita disputada e foram divididas em 12 tribos, as chamadas tribos de Israel, que se encontravam em conflito contra os filisteus. 
"Isso marca uma disputa pela terra, mesmo quando se cria o Reino de Judá e o Reino de Israel", diz Botelho. 
O povo assírio acabou conquistando o Reino de Israel, restando apenas o Reino de Judá, que, segundo o educador Pedro Botelho, por causa desse nome, chamamos os hebreus de judeus até hoje. 
"Depois vai ter o cativeiro da Babilônia, com Nabucodonosor, que está presente na bíblia também; o domínio grego e o domínio dos romanos"
elenca o educador.

A região da Palestina está localizada no Oriente Médio ao lado da costa oriental do Mediterrâneo. O território, de origem hebraica, foi ocupado por muitos cristãos a partir do Século IV, porém, foi invadida pelos árabes muçulmanos, que dominaram a área até o Século XX. 
"Essa região vive disputas entre cristãos, muçulmanos e judeus há séculos, pois é considerada sagrada para as três religiões (as três de origem abraâmicas). Os judeus, por exemplo, consideram Jerusalém sagrada porque foi a capital do Reino de Davi. 
Os cristãos, por conta da trajetória de Cristo naquela região. Já para os muçulmanos, Jerusalém foi o local de peregrinação de Maomé depois de passar por Meca e Medina. A Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, é o terceiro local mais sagrado do Islã", 
ensina o professor Arthur Lira.

Contexto escatológico


A profecia mais mencionada está no capítulo 38 do Livro de Ezequiel, provavelmente escrito no século 6 a.C. Um dos trechos diz: 
"...não é acaso naquele dia, quando o meu povo de Israel habitar sua terra com toda a segurança, que tu te meterás em agitação? Virás de tua terra […], seguido de teu poderoso exército, tua horda imensa de cavaleiros. Atacarás o meu povo de Israel como uma nuvem de tempestade que vem cobrir a terra" (14-16).
A leitura se torna ainda mais complexa porque há uma referência a esse trecho no capítulo 20 do livro do Apocalipse, fundamentando o que seria, dentro da ideia de fim dos tempos, o ataque final à terra de Israel.

Mas estas profecias não são o único aspecto religioso que busca explicar o conflito que já deixou milhares de mortos e feridos dos dois lados, entre eles, crianças, idosos e mulheres.
Sobre a visão de que a guerra seria o descrito no livro de Ezequiel, o teólogo e historiador Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, diz que é preciso cautela com a noção de que trechos da Bíblia possam ter antecipado eventos atuais. 
"Quando há o elemento da profecia, é preciso entender que elas têm uma dimensão para atender a uma necessidade imediata [do tempo em que foram feitas]", 
diz
"Como elas trazem o arcabouço de uma narrativa mais universal, elas acabam persistindo no tempo."
Por isso, profecias bíblicas muitas vezes soam como se funcionassem para expectativas futuras. 
"Então, as profecias não morrem, ficam existindo no tempo. Cumpriram uma função em um presente imediato, mas, devido à sua estrutura, podem ser ressignificadas, requentadas e trazidas novamente para qualquer outro momento da história." 
"Deixemos claro que, na tradição hebraica, textos proféticos não versam sobre o futuro"
afirma o teólogo e cientista da religião Andrey Mendonça, professor na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). 
"Os profetas eram pessoas enviadas por Deus para chamar a atenção aos desvios dos mandamentos da Torá, ao arrependimento e ao retorno ao caminho da justiça."

"Não há ligação teológica, com base na tradição, seja judaica, seja cristã, entre textos sagrados da tradição hebraica e a eventos futuros, numa visão apocalíptica de 'fim dos tempos'"
diz.

Abrindo a Bíblia

Afora as afirmações utópicas e estapafúrdias, é fato inquestionável que toda guerra que envolva a Nação de Israel é de cunho bíblico e profético. 
Portanto, é preciso além de uma leitura histórica uma leitura bíblica, correta, para um melhor entendimento do conflito atual entre Hamas e Israel.
Como vimos acima, de acordo com a Bíblia, o conflito entre Israel e Palestina tem uma origem ainda mais antiga e ancestral. Por volta de 1812 a.C e 1637 a.C, Abraão migra da Mesopotâmia para Canaã, estabelecendo ali seu novo lar.

Além disso, Abraão e Sara (sua esposa) receberam de Deus boas novas. Sara daria à luz a um filho — Isaque, prometido por Deus com o intuito de cumprir o plano quanto à descendência daquele povo.
"Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência" (Gênesis 17:19)."
Os judeus descendem do filho da promessa, Isaque. Já os palestinos são descendentes de Ismael, filho de Abraão com Agar, serva egípcia de Sara.

Por enfrentar conflitos com Agar e seu filho, Sara exigiu que Abraão expulsasse ambos. Essa atitude não era costumeira na época, mas Deus tranquiliza e direciona Abraão:
"Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência. Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente" (21:12-13).
Acima de tudo, há a bênção de Deus para ambos os povos, sejam palestinos ou hebreus, todos tem a origem em Abraão, assim como lemos em Gênesis 17: 18,20: 
"Disse Abraão a Deus: 'Tomara que viva Ismael diante de ti.' Quanto a Ismael, eu te ouvi: 'abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação'".

E de onde vem o conflito que vemos hoje?


O Conflito entre Israel e Palestina, segundo a Bíblia, originou-se quando Agar e Ismael foram mandados embora da casa de Abraão. Relatos históricos apontam que mãe e filho se dirigiram para a região que hoje conhecemos como Faixa de Gaza e lá se estabeleceram, dando origem ao povo árabe.

Hoje, tanto os israelitas (descendentes de Isaque) quanto os palestinos (descendentes de Ismael) se sentem no direito de posse das terras, isso tem sido fonte de tantas lutas, mortes e sofrimento para todo o Oriente Médio e, também, para nós que somos capazes de sentir a dor do outro por meio da empatia.

A Guerra do Hamas contra Israel tem implicações políticas e interesses religiosos, mas é, em última análise, um conflito escatológico. O que é uma guerra ou conflito escatológico? 

É todo conflito ou guerra que faz referência à terra ou a povos bíblicos, especialmente a Israel —  terras bíblicas, povos bíblicos e problemas bíblicos é na Bíblia que se resolve.

Conclusão


Impreterivelmente, Isaque e Ismael, assim como seus descendentes, são filhos legítimos do pai da fé e têm a bênção de Deus. A Palestina e Arábia Saudita produzem petróleo, Israel é um excelente produtor de alimentos e exportador de diamantes, mas é como utilizam de suas vantagens econômicas que os fazem prosperar ou fracassar.

A profecia bíblica está centralizada em povo (judeu) e uma cidade (Jerusalém), conforme Daniel 9:24: 
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo"
baseado nisso podemos dizer que Israel é o relógio profético de Deus!

Contudo, o que realmente já está preocupando Israel não é a expectativa da próxima guerra iniciada pela Hamas e sim a ascensão de influência política do Hamas entre a minoria de palestinos radicais na Cisjordânia e também entre os jovens árabes israelenses nas cidades mistas de judeus e árabes.

As manifestações radicais de árabes israelenses contra os civis judeus de Israel têm preocupado tanto a população, quanto o governo do Estado de Israel. Acendendo uma luz vermelha, em que a população judaica começa a olhar para a população de árabes israelenses como um provável inimigo interno mais perigoso que os palestinos radicais da Faixa de Gaza. 

O que nos últimos dias tem preocupado não só o governo israelense com uma ameaça de guerra civil, quanto a própria liderança da Autoridade Palestina na Cisjordânia.
O que apredemos com tudo isso? Deus não erra! São nossas escolhas diante do que nos foi concedido que mudam todo o rumo de uma história!
[Fonte: Leia Já, por Ruan Reis — com a participação dos professores de história Arthur Lira, Marlyo Ferreira e Pedro Botelho (matéria original: https://m.leiaja.com/carreiras/2021/05/19/israel-x-palestina-entenda-historia-dos-conflitos/); BBC News Brasil, por Edison Veiga (matéria original: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn03l1exe5zo); Conhecimentos do Pai (texto original: https://conhecimentosdopai.com.br/conflito-entre-israel-e-palestina-o-que-a-biblia-diz-sobre-isso.html); Gospel Prime, por Alexandre Dutra Pastor Batista, Diretor dos Amigos de Sião, Mestre em Letras - Estudos Judaicos pela USP (matéria original: https://conhecimentosdopai.com.br/conflito-entre-israel-e-palestina-o-que-a-biblia-diz-sobre-isso.html)]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.

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