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domingo, 21 de abril de 2019

OS VINTE ANOS DO MASSACRE DE COLUMBINE/EUA

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20 de abril de 1999 - coincidentemente o 110º aniversário de Hitler -, era um dia comum para a maioria dos estudantes, funcionários e professores da Columbine High School, em Colorado, mas não para Eric Harris e Dylan Klebold. Os dois estudantes, fortemente armados, abriram fogo contra alunos e professores de uma escola norte-americana, deixando como um rastro de sangue de 15 pessoas mortas e 23 feridas antes de colocarem fim às próprias vidas. Eis o caso que ficou conhecido como "O massacre de Columbine" e que deixou o mundo perplexo.

Roteiro do terror



Foto dos alunos de Columbine em 1999

Faltavam apenas 17 dias para o fim do ano letivo. Com 1.965 alunos, Columbine é uma instituição de ensino altamente qualificada, tanto que muitas famílias se mudam para Littleton, perto de Denver, com o objetivo de matricular os filhos na escola. Em torno de 82% de seus alunos são aceitos em universidades (nos Estados Unidos não há vestibular, o que conta é o desempenho do aluno no segundo grau). Columbine também se orgulhava de não registrar casos de violência. O policial de plantão se limitava a multar alunos que estacionavam os carros nas vagas destinadas a professores. Columbine era famosa por ser conservadora e privilegiar os jogadores dos times de futebol americano, basebol e basquete.

Eric Harris e Dylan Klebold ingressaram na Columbine High School, situada na cidade de Littleton, no estado americano do Colorado, e após cometerem o massacre (matando 12 colegas e um professor) cometeram suicídio. A tragédia ganhou a atenção do mundo por ter sido transmitida, em grande parte, ao vivo, pelas redes de televisão dos Estados Unidos.

As investigações deram conta de que influências neonazistas e vingança pessoal foram os motivos que impulsionaram os jovens a cometerem esses graves atos criminosos. Ambos não eram populares e preferiam a interação virtual à interação real, encontrando amparo e acolhimento em um grupo chamado Máfia da Capa Preta.

Depois de planejarem a execução do massacre, deram início aos fatos por volta das 11h20min do dia 20 de abril de 1999, ocasião em que os jovens, vestidos com roupas escuras, ingressaram no colégio com bombas artesanais e armas letais.

Os primeiros alunos alvejados estavam na cantina da escola, local onde se iniciou o massacre. Posteriormente, alunos e professores encerraram-se na biblioteca onde ficaram orando por suas vidas, enquanto os dois jovens prosseguiam em sua jornada sanguinária.

O desespero e o terror dos estudantes e funcionários da escola perdurou por aproximadamente 40 minutos, quando, por volta das 12h08min, os assassinos se suicidaram, colocando um ponto final ao macabro episódio que tornou a Columbine High School mundialmente famosa.

O mapa do massacre



O plano macabro havia sido meticulosamente planejado há meses. 
"Hoje é o dia em que o mundo acaba"
Eric disse a Dylan.

A dupla invadiu a escola e abriu fogo contra outros estudantes, professores e funcionários. O pânico se instalou e a ação chamou atenção da mídia. O mundo inteiro acompanhou, estarrecido, imagens de jovens saindo aos prantos ou ensaguentados do colégio, enquanto pais desesperados, agentes da lei e ambulâncias os aguardavam do lado de fora. Mesmo após a morte dos carrascos, ainda havia estudantes escondidos nos armários da escola. Eles estavam paralisados de pavor.

No infográfico acima, cada cruz indica uma das vítimas. Os números ordenam o avanço dos assassinos e correspondem às legendas abaixo:
  • 1) 11h14 - A dupla coloca bombas na cafeteria e vai para o estacionamento. O plano é esperar a explosão e, na sequência, atirar nos estudantes e funcionários que fugissem correndo pela porta.
  • 2) 11h19 - Previstas para serem detonadas às 11h17, as bombas falharam. Os dois decidem voltar para a cafeteria. No caminho, atiram aleatoriamente em pessoas que estavam do lado de fora.
  • 3) 11h24 - Com Eric no comando, os atiradores entram na escola e ficam zanzando pelos corredores. Um professor é atingido e se arrasta para uma sala de ciências, onde morre.   
                    
  • 4) 11h29 - Os assassinos chegam à biblioteca. Enquanto os alunos tentam se esconder embaixo das mesas, eles atiram várias vezes em cada vítima. Dez das 13 mortes acontecem aqui.
  • 5) 11h36 - Eric e Dylan voltam à cafeteria e tentam, desta vez com sucesso, detonar uma das bombas. Enquanto isso, tomam água, apoiam as armas em uma mesa e conversam calmamente.
  • 6) 12h08 - Enquanto a polícia começa a cercar o edifício, os atiradores voltam para dentro da biblioteca. A partir da janela, lançam uma descarga de balas na direção de agentes da SWAT e paramédicos que estavam do lado de fora. Por fim, acuados, Eric e Dylan colocam a arma dentro da boca e atiram, tombando um ao lado do outro. A escola só é declarada totalmente segura às 16h30.

Os assassinos


Ambos os adolescentes, Eric Harris e Dylan Klebold, cursavam o 3º ano do Ensino Médio e teriam planejado o atentado com antecedência. Há informações de que os adolescentes eram introvertidos e não gozavam de prestígio entre os mais populares. Ainda, constam indicativos de que os atiradores tiveram como alvo principal estudantes hispânicos e negros.
  • Eric David Harris: Diagnosticado depois do incidente como um típico psicopata e como o teria liderado o massacre, nasceu em Wichita, Kansas, filho de um piloto da Força Aérea americana. Sociável, cuidava do visual e não perdia uma festa.
  • Dylan Bennet Klebold: Educado por uma família luterana de Lakewood, Colorado, era um estudante tímido, mas participativo, que ajudava a fazer manutenção no servidor dos computadores da escola.

O desfecho do massacre


O tiroteio já havia terminado, quando forças especiais fortemente armadas invadiram a escola. Os jovens desequilibrados mataram 12 estudantes e deixaram 25 gravemente feridos. O 13ª morto foi um professor da escola.

Quando as balas pararam de soar, uma pergunta soou, ensurdecedora: por quê? De particular importância para os investigadores foi toda uma série de vídeos próprios, com os quais os assassinos quiseram controlar como a posteridade deveria perceber tanto a eles quanto seus motivos.

A maioria desses vídeos foi gravada no porão da casa dos pais de Harris, por isso as imagens ficaram conhecidas como "basement tapes" ou "fitas do porão". Como as autoridades não queriam arriscar que servissem de inspiração para imitadores, as fitas foram destruídas após uma avaliação completa.

Anteriormente, os repórteres da revista Time puderam ver trechos delas. Em sua reportagem, escreveram que a primeira fita era "quase insuportável de assistir". Citando uma declaração de Harris do vídeo, a revista resumiu a mensagem central: 
"Não pense que estávamos tentando imitar alguém". 
Eles diziam ter se inspirado em outros assassinos em escolas, e que seu plano seria melhor,
"não como aqueles idiotas de Kentucky [...] que só tentaram ser aceitos pelos outros".

O dia após o crime


O massacre teve uma repercussão tão grande que no dia seguinte o Presidente dos Estados Unidos à época, Bill Clinton, afirmou, em entrevista, que o país estava em choque. O colégio ficou fechado por um grande período até o momento em que apurou que o prédio não havia mais bombas escondidas.

Crimes semelhantes


Em nenhum outro país há mais chacinas escolares do que nos EUA. Mas em 1999 o tiroteio de Columbine estabeleceu novos parâmetros de horror. Também ficou gravado na memória o horror de Sandy Hook 13 anos depois, em 2012, quando um homem matou 20 alunos do ensino fundamental e sete adultos. Ou na faculdade técnica Virginia Tech, onde um atirador assassinou 32 pessoas em 2007. 

Ainda em 2012, um atirador mascarado matou 12 pessoas e feriu diversas outras que estavam inocentemente assistindo a estreia do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", em uma sala de cinema da cidade de Denver.

Passadas duas décadas, ainda há diversas questões em aberto. Só em 2019 já morreram 112 em massacres no país. Embora Columbine tenha sido um massacre escolar especialmente terrível, não foi o primeiro e nem de longe, o último.

Conclusão


As vitimas fatais do massacre em Columbine
Em muitos casos de ataques cometidos a escolas por alunos, ou ex-alunos, os agressores são, ou foram, alunos que sofriam algum tipo de perseguição por parte de outros alunos. Em muitos casos esses jovens possuíam dificuldades de se relacionar com os colegas, pelo menos esse é o estereótipo que criamos para esse tipo de maníaco que resolve fazer chover chumbo em uma escola. 

Porém esse é um cenário que não se encaixa para Columbine. Os jovens responsáveis pela matança em Columbine, Eric  e Dylan, não eram o tipo de jovens que acabavam sendo intimidados pelos colegas fortões, tampouco eram o tipo de jovens que se fecham no seu próprio mundo, bem pelo contrário, eram alunos que costumam perseguir os mais fracos, sendo que ambos se gabavam de serem sujeitos intimidantes.

Num dos vídeos, Harris citou "A tempestade", de Shakespeare:
"Good wombs hath borne bad sons" ("Bons ventres geraram filhos maus"). 
O cineasta Michael Moore abordou o massacre no documentário "Tiros em Columbine", pelo qual recebeu um Oscar em 2003.

Apesar do caso ter sido uma macabra inspiração para acontecimentos semelhantes aqui mesmo no Brasil (como os dos massacres em Realengo/RJ em 07 de abril de 2011 e Suzano/SP em 13 de março de 2019) a "geração Columbine", dos estudantes nascidos após o massacre de 1999, mostrou que não quer mais tolerar o perigo de estar constantemente sujeita à violência armada em suas escolas. 


[Fonte: Superinteressante - Filme Tiros em Columbine, de Michael Moore, 2002, e livro Columbine, de Dave Cullen, 2010; Jus Brasil - Canal Ciências Criminais, por Cezar de Lima e Felipe Faoro Bertoni]

A Deus, o Pai, toda glória! 
E nem 1% religioso.

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