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domingo, 27 de janeiro de 2019

"A BONDADE DE DEUS" - MENSAGEM MINISTRADA NO CULTO DOMINICAL EM 27/01/19

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O texto deste artigo é baseado na palavra ministrada por mim no Culto Dominical, realizado em 27 de janeiro de 2019, na igreja onde congrego. Na ministração, evoquei a atenção dos irmãos para um dos mais importantes traços presente no caráter de Deus: sua bondade. Toda a humanidade, quer seja justos ou injustos, crentes ou incrédulos são e estão em todo tempo dependentes da e submissos à constante e ininterrupta manifestação da bondade de Deus. No texto do artigo, assim como fiz na ministração, exporei o quão inefável e infalível é a bondade de Deus.

Salmos 117; 118:1; 136

A Bondade de Deus 


Ao jovem rico Jesus perguntou:

"Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Marcos 10: 18). 
Somente Deus é essencialmente bom e perfeito. Esta grande declaração nos mostra a futilidade das obras de justiça. Ninguém é naturalmente bom. O que poderíamos fazer para impressionar a Deus? Aqueles que tentam fazer isso gostariam que Deus estivesse em débito com eles. Os homens estão sempre prontos para transformar a fé em obras meritórias, negando assim a declaração feita por Cristo. Até a nossa fé não tem origem em nós mesmos, mas é um dom de Deus. Ele é a fonte de tudo o que é bom.

A noção de bondade é inseparável da noção de Deus. Ele não pode ser Deus se não for bom.
"VERDADEIRAMENTE bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração" (Salmo 73:1). 
"O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade"(Êxodo 34:6).

I. O QUE ESTA BONDADE É


Não estou me referindo à perfeição essencial de Deus ou a santidade, ou mesmo à Sua própria bem-aventurança ou plenitude. Não estou nem mesmo me referindo à Sua misericórdia, pois a bondade se estende além da misericórdia. A misericórdia pressupõe um objeto miserável, mas a bondade não necessita de forma alguma de um objeto. Por exemplo: a criação foi um ato de bondade e não de misericórdia.

Antes, estou me referindo à magnificência de Deus, Sua liberalidade e doação na administração de todas as coisas. Deus é benevolente com todas as Suas criaturas como criaturas. Esta é a mais prazerosa das perfeições da natureza de Deus, que faz com que Ele seja amado e desejado por nós. A bondade de Deus alcança todos os Seus atributos. 

Quando Deus revelou-Se a si mesmo a Moisés, de maneira que um ser humano fosse capaz de suportar, Ele disse:
"Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti"(Êxodo 33:19), 
como se a bondade fosse a fonte de todos os afluentes de Sua glória. Este é o atributo capitão que conduz o restante a agir.

II. A NATUREZA DA BONDADE DE DEUS


Deus é bom por Sua própria essência. Ele é mais do que bom em Sua própria essência, pois tudo o que Ele criou é bom neste sentido. Mas Ele é bom em Sua própria essência pelo fato ninguém ser a causa desta bondade. A bondade não é uma qualidade de Deus, mas a Sua própria natureza. Não é um hábito acrescentado à Sua essência, mas a Sua própria essência. A Sua bondade é infinita, ilimitada, eterna, e abundante.

Deus é a primeira e principal causa da bondade. Toda bondade na criatura deriva dEle, 
"Tu és o meu Senhor, a minha bondade não chega à tua presença" (Salmo 16:2). 
Nossa bondade é mutável, mas Deus é imutável. Ele é o padrão da bondade, nada é realmente bom a não ser que se assemelhe a Ele. Não há uma partícula sequer do mal em Deus. Ele é todo e perfeitamente bom.

A bondade de Deus é comunicativa. Faz parte da própria natureza da bondade ser difusiva, distribuir. Deus não é invejoso de Sua bondade ou mesquinho com ela. Ele é mais propenso a comunicar a Sua bondade do que o sol espalhar os seis raios e calor.

Deus é necessariamente bom. Ele é bom por natureza e não somente por vontade. Não existe a mínima possibilidade de Deus ter escolhido ou escolher ser mau. Ele é bom em si mesmo, e não pode agir contra a Sua própria natureza. Ele não foi obrigado a criar o mundo, mas escolheu fazê-lo. E por isso Ele fez o mundo bom.

Entretanto, Deus é livremente bom. A necessidade de Sua bondade não impede a liberdade de Suas ações. Ele é totalmente livre nas comunicações de Sua bondade. Ele voluntariamente exerce a Sua bondade naquilo em que escolhe qual o bem, ou o grau de bem que fará. Ele não pode ser constrangido com respeito à Sua bondade.

Deus se deleita em comunicar Sua bondade. O Seu prazer em demonstrá-la é maior do que o nosso prazer em recebê-la. Ele não esconde os Seus tesouros como se tivesse inveja deles. Antes, Ele se regozija em compartilhar Suas riquezas. Ele se deleita no clamor dos homens por Sua bondade, mostrando-se desejoso em conceder as coisas que lhe pedem.

A demonstração da bondade foi o motivo e o fim de todas as obras de criação e providência de Deus. A Sua motivação e fim residem nEle mesmo, pois nada é maior do que Ele. Portanto, esta perfeição mais amável reivindica os seus melhores direitos de ser primeiramente demonstrada. Ao criar, Deus não aumentou a Sua excelência, mas manifestou-a. Se Deus não tivesse criado o mundo, Ele permaneceria desconhecido a todos, exceto para si mesmo, mas Ele produziu criaturas a fim de se tornar conhecido.

O reconhecimento de Sua bondade deve ser o motivo maior e o fim de todas as Suas obras

Deus é bom!


Quanto melhor uma pessoa for, maior será a sua caridade. Deus é o melhor e mais bondoso ser, pois não há ninguém acima dEle. Desde que toda a criatura de Deus é boa (1 Timóteo 4:4), e a bondade das criaturas procede do seu criador, Ele tem que ser o melhor, o supremo bem. Como a causa é mais rica do que o efeito, Ele é infinito em bondade. A fim de que ninguém duvide da bondade de Deus, vamos defender isso de pelo menos dois ataques.

Primeiro, a bondade de Deus não pode ser comprometida por Ele ter permitido a entrada do pecado no mundo. Deus em Sua bondade criou o homem com a capacidade de ser feliz. Mas, será que poderíamos chamá-la de "bondade" se Deus tivesse forçado o homem a ser feliz contra a sua vontade? 

Deus em Sua bondade não somente deu a Adão o poder de decisão, como também, pela mesma bondade, o deixou livre para usá-lo. Somente com a liberdade de escolha é que a obediência poderia ser considerada realmente como obediência. A bondade de Deus não é menos bondade porque o homem fez mau uso dela. Foi o homem, e não Deus, que caiu. Além disso, Deus em Sua bondade permitiu a queda do homem, para demonstrar a ele as riquezas ainda maiores da Sua glória, na obra da redenção.

Segundo, a bondade de Deus não pode ser comprometida por discriminar quem será o objeto da mesma. Quando Deus aflige os Seus santos não está violando a Sua bondade. As aflições do justo são para o seu bem, para o seu crescimento na graça. Podemos acusar a Deus de maldade quando as aflições que Ele envia para a Sua igreja servem para remover as impurezas, curar os seus descuidos, aumentar os seus membros, fortalecê-la na graça, e provar o seu amor para com o Seu Salvador? 

As epístolas de Paulo, escritas na prisão, aparentemente possuem uma força maior do que aquelas que foram escritas em liberdade (cito aqui como exemplo a surpreendente declaração em 2 Coríntios 4:16-18). Te desafio a estudar a vida do apóstolo Paulo para descobrir o que ele chama de "leve e momentânea tribulação". Não seria uma falta de bondade, ou melhor, uma crueldade da parte de um pai deixar o seu filho sem disciplina alguma?! É um ato de grande bondade que nos torna mais útil aqui ao invés de envergonhados no futuro.

A obra de Deus na criação foi um ato da Sua bondade, mas a obra da redenção nos mostra muito mais bondade ainda. Na redenção, a bondade superou a justiça. A criação custou apenas algum fôlego da parte de Deus, mas a redenção custou o sangue do Seu Filho encarnado. Na redenção, Deus venceu a rebelião e a indignidade do homem, sendo que nenhuma das quais foram obstáculos na criação.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que aquela demonstrada aos anjos. O estado de santidade dos anjos eleitos não se fez por intermédio da obra da cruz, mas foi divinamente determinado por Deus. Foi para os homens que Cristo morreu. Quanto aos anjos caídos, eles foram deixados para sempre em seus próprios pecados. Mas ao homem, a bondade Divina estendeu Suas mãos ensanguentadas a fim de resgatá-lo.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que a bondade que eventualmente foi manifestada ao próprio Jesus por algum tempo. Na bem conhecida passagem de João 3:16, a ênfase recai sobre a palavra tal, isto é: sobre a qualidade do amor de Deus para com os pecadores. Ele amou o mundo de tal maneira, que parece não ter amado o Seu próprio Filho em um determinado momento. Ele preferiu nos poupar ao invés de poupar Seu próprio Filho. Ele preferiu ouvir seus gemidos aos nossos. Ele preferiu que Seu Filho morresse ao invés de nós. Tamanha manifestação de amor poderia ser concebida por algum de nós?

Agora vou frisar algumas maneiras particulares pelas quais a bondade de Deus aparece na redenção

  • 1. Ela aparece na determinação de Deus em salvar o homem.
  • 2. A bondade de Deus na redenção aparece no dom de Cristo.
  • 3. A bondade de Deus na redenção aparece quando consideramos o estado pecaminoso em que o homem se encontra.
  • 4. A bondade de Deus na redenção aparece na posição de exaltação na qual Ele nos coloca.
  • 5. A bondade de Deus na redenção aparece no concerto da graça, a qual nos libertou do concerto das obras.
  • 6. A bondade de Deus na redenção aparece em Seus tratos com todo homem que abraça este concerto.
  • 7. A bondade de Deus na redenção aparece nas ordenanças que Ele instituiu no novo concerto, especialmente a Ceia do Senhor. A festa com Deus é grande, mas a festa em Deus é maior.
Vemos a bondade de Deus manifestada em sua providência. Qualquer homem se alegra em preservar aquilo que criou, quanto mais o grande Deus, que fez todas as coisas boas! Com a mesma bondade com que criou, Deus continua operando na criação com providencial cuidado. 


Vamos observar algumas maneiras como a bondade de Deus fica bem evidenciada na providência


  • 1. Ela é evidente no cuidado que Deus com todas as Suas criaturas. Ele não cuida apenas das criaturas maiores ou mais nobres, mas também das inferiores. O Salmista proclama: "cheia está a terra das tuas riquezas" (Salmo 104:24). Nenhum canto e recanto fica excluído da bondade de Deus. Ele preserva homens e animais (36:6). Vemos isso nas palavras de Paulo em Listra: "E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações" (At 14:17).
  • 2. A bondade de Deus na providência fica evidente na preservação da sociedade humana.
  • 3. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle encorajar qualquer atitude de bondade moral na terra.
  • 4. A bondade de Deus na providência fica evidente na disposição de Suas Santas Escrituras. A Bíblia que temos em nossas mãos é a Sua Palavra inspirada, nos servindo de regra de fé e prática. Ele não nos deixou sem uma revelação escrita da Sua mente e vontade. Ele nos forneceu o mapa da nossa jornada. Ele a tem preservado e traduzido em vários idiomas, a despeito dos esforços que os homens maus fizeram e fazem para destruí-la. Alguns homens, muito mais ferozes do que muitas bestas, acabaram sendo domados por ela.
  • 5. A bondade de Deus na providência fica evidente na conversão dos pecadores. Aqui o Seu poder e bondade se unem. Ele quebranta os corações mais endurecidos, convencendo-os do pecado; revelando a excelência de Cristo, e levando-os a provar da doçura do Seu sangue.
  • 6. A bondade de Deus na providência fica evidente nas orações atendidas. A eficácia da oração não é resultado da maneira como pedimos, nem do temperamento da nossa alma, mas da bondade dAquele à quem nós oramos (Mateus 7:11).
  • 7. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle suportar as enfermidades do Seu povo e aceitar a nossa obediência imperfeita. A onisciência de Deus conhece muito bem os seus pecados, mas a Sua bondade aceita a pessoa deles, em Cristo.
  • 8. A bondade de Deus na providência fica evidente nas perseguições e aflições (Sl 119:71).
  • 9. A bondade de Deus na providência fica evidente nas tentações. Ele se faz presente desde o início até ao final de cada uma (1 Co 10:13).

Conclusão


A Bondade de Deus o torna amável e maravilhoso (Zacarias 9:17). A bondade de Deus o torna digno da nossa fé e confiança. Sua bondade é o alicerce de toda a nossa confiança nEle (Sl 34:8). A bondade de Deus o torna digno da nossa confiança e honra. O entendimento correto da bondade de Deus deveria nos conduzir a uma obediência voluntária e feliz (119:68). 

Vamos desejar a Deus ardentemente. Nada mais é digno da nossa ardente sede. Seria totalmente irracional não desejá-lo. A vontade do homem só sai em busca daquilo que é bom. Por isso, satanás tenta disfarçar o pecado como algo bom. Somente em Deus é que podemos encontrar a verdadeira e pura bondade, digna dos nossos mais profundos desejos. 

Não devemos ficar satisfeitos com alguns traços derivados da bondade das criaturas, mas desejarmos ansiosamente mergulhar em sua fonte. Vamos meditar constantemente neste atributo. Em que outra atividade nós poderíamos ocupar melhor as nossas mentes? Que nos tornemos verdadeiramente agradecidos. Se não pensarmos mais profundamente na bondade de Deus, nosso louvor se tornará frio, um mero ritual. Isso nos leva a próxima exortação.

Sejamos agradecidos por esse atributo. 
"Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios" (Sl 103:2). 
Deus merece o nosso constante louvor por planejar a nossa recuperação enquanto estávamos mergulhados em nossa ruína. O Salmo 148 conclama a natureza inanimada a louvar a Deus, ou seja, o sol e a lua, os céus e águas, o fogo, a neve, o vento, as montanhas, e as árvores. Não deveriam todos os homens remidos adorar a Deus com muito maior gratidão em seus corações?! Não devemos colocar o nosso louvor sobre qualquer instrumento que Deus faça uso, e sim no próprio Deus!

E por fim, vamos imitar este atributo de Deus (Mt 5:44,45). Assim como Deus não seria perfeito sem este atributo de bondade, assim também nenhum Cristão é perfeito sem a bondade e a caridade. Que sejamos bons mordomos dos dons de Deus, e não servos negligentes. Que aprendamos que realmente é melhor dar do que receber (At 20:35). Deus se deleita tanto quando o imitamos nisso, que nos promete abençoar por um copo de água que venhamos a dar com o objetivo de glorificá-Lo (Mt 10:42).

A Deus, o Pai, toda glória. 
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