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sábado, 3 de outubro de 2015

O JEJUM SEGUNDO AS ESCRITURAS

Jejum é a abstenção de alimentos para finalidades espirituais, por um período definido e propósito especifico. Tem sido praticado pela humanidade em praticamente todas as épocas, nações, culturas e religiões.

O Senhor Jesus Cristo ensina que a salvação não pode ser alcançada por obras religiosas e boas intenções. Na passagem registrada em Lucas 18:9-14, o auto-elogiado fariseu deixou o templo numa condição não salva diante de Deus. O publicano arrependido foi salvo por se humilhar e buscar a misericórdia de Deus. Cristo não está trazendo luz aqui sobre a importância de jejuar, mais do que Ele traz luz sobre a importância de dizimar. Mas nem jejuar, nem dizimar, nem outro dever religioso podem justificar um homem diante de um Deus santo.

A igreja de hoje vive dividida entre dois extremos: aqueles que não dão valor algum ao jejum e aqueles que se excedem em sua ênfase sobre ele. Para resolver este dilema, nada melhor do que buscar o equilíbrio da Palavra.

A Bíblia ordena o jejum?


O jejum não é uma doutrina. Embora não hajam regras fixas sobre o jejum, quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar, pois isto é algo pessoal, trata-se de uma recomendação bíblica e traz consigo alguns princípios que devem ser entendidos e seguidos.

No Velho Testamento, na Lei, havia um único dia de jejum instituído: O dia da expiação (Levíticos 23:27) conhecido dia do jejum, Paulo se referiu a ele em Atos 27:9. A Bíblia está cheia de menções ao jejum, apesar de não haver um imperativo - ou seja, não um mandamento ou uma ordenança - acerca desta prática, Jesus esperava que jejuássemos - Mateus 6:16-18, Lucas 5:33-35. 

O próprio Jesus jejuou, e lemos em Atos dos Apóstolos que os líderes da igreja, e os discípulos, também o fizeram. Jesus deu ordem para guardarem seus ensinamentos Mt 28:20 inclusive o modo correto de jejuar. 

O propósito do jejum


"O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você."

O jejum deixará nosso espirito atento pois mortifica a carne. O propósito primário do jejum é mortificar a carne, o que nos fará suscetíveis ao Espirito Santo. Há outros benefícios que decorrerão disto mas esta é a essência do jejum.

O jejum ajuda a liberar a fé - Mt 17:19-20. O que nos dá vitória sobre o inimigo, é o que Cristo fez na cruz, e é a autoridade de Seu nome. O jejum em si não me faz vencer, mas libera a fé para o combate e nos fortalece. 

Apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da carne vemos vários outros motivos para tal prática: 

Consagração - Nm 6:3-4; arrependimento de pecados - 2 Samuel 7:6; aflições - 2Sm 12:16-23; enfermidade - Sl 35:13); intercessão - Daniel 9:3; preparação espiritual - Mt 17:21; estar com o Senhor - Lc 2:37; enviar missionários - At 13:3; ordenações de ministros - At 14:23; crise nacional - Ester 4:16.

Entretanto, há que se analisar todo o contexto das passagens sugeridas, para o entendimento de cada jejum. 

O jejum não garante que a oração será atendida - Em 2Sm 12 temos o registro de como Davi jejuou e orou procurando que Deus preservasse a vida do filho que ele concebeu do relacionamento adúltero com Betseba. Deus não respondeu à oração nem honrou o jejum de Davi naquele caso específico. Isso nos lembra que jejuar, enquanto uma prática importante na guerra espiritual, não é uma garantia de que obteremos o que desejamos de Deus. 

A oração fervorosa junto com o jejum muitas vezes resulta na resposta que se busca de Deus, mas não é garantia absoluta. Deus é sempre soberano para responder à oração e devemos sempre nos submeter à Sua vontade.

Jejuar é um assunto pessoal - Jejuar é importante e útil na vida e no serviço cristão, mas não é algo que possa ser ordenado ou induzido por outra pessoa e não é algo pelo qual devemos julgar a condição espiritual de outros. O voto nazireu é uma ilustração disto. Deus não exigiu que o povo fizesse voto nazireu (exceto em poucos casos incomuns, como o de Sansão, Samuel e João Batista). Era um voto de livre arbítrio que um indivíduo fazia a Deus, além dos deveres requeridos pela Lei. O jejum tem essa natureza.

Três tipos de jejum


1) Parcial - Dn 10:2-3 Daniel se absteve de alimentos, porém não totalmente. Dedicou-se por três semanas obteve uma revelação tremenda. Poder do jejum no momento de guerra espiritual. Muito embora, há que se entender que Daniel não jejuou com este propósito. As revelações vieram como consequência da intimidade que ele tinha com Deus. Muitas igrejas dão o nome de "jejum de Daniel", ao período de 21 de abstinência parcial tanto de alimentos, quanto de outras práticas.

2) Normal (típico) - É a abstinência de alimento mas com ingestão de água. Ex: Jesus no deserto (Mt 4:2). Prática mais propícia nos jejuns mais longos.

3) Total - É a abstinência de tudo inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções dentro de um limite: no máximo três dias (Et 4:16), Paulo (At 9:9). A medicina adverte contra um período maior que três dias sem água, como sendo nocivo, podendo, inclusive, ser fatal.

A duração do jejum


Quanto tempo deve durar o jejum? A Bíblia não determina, portanto cada um é livre para escolher como, quando e quanto jejua. Exemplos de jejuns de duração diferentes:

  • 1 dia - dia da expiação; 
  • 3 dias - Ester e Paulo; 
  • 7 dias - jejum por luto morte de Saul; 
  • 14 dias - jejum involuntário de Paulo e os tripulantes do navio (At 27:33); 
  • 21 dias - Daniel; 
  • 40 dias - Jesus no deserto 

Obs: A Bíblia cita Moisés (Êxodo 34:28) e Elias (1 Rs 19:8) jejuando 40 dias. Porém vale ressaltar que estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus. Não beberam, inclusive, água o que é humanamente impossível. Há algo especial num jejum prolongado. Mas deve ser feito sob a orientação de Deus.

As bênçãos do jejum - Há bênçãos em todos os níveis: espiritual, físico, mental, financeiro, etc. Sabedoria obtida: Dn 1:12; avivamento: Js 58-6; proteção e livramento: 2Cr 20:3; cura: Sl 35:13.

Quando o jejum é inútil


Feito com coração contencioso e irado - Js 58:3-4; 
A vida de quem jejua está em pecado - Jeremias 14:10-12; 
Quando coração não está quebrantado - Zacarias 7:3-6; 
Coração soberbo e hipócrita - Lc 18:9-14; 
Quando espera reconhecimento e admiração - Mt 6:16-18.

Podemos falar quando estamos jejuando?


Jesus não proibiu de se comentar sobre o jejum. Alguns a semelhança dos fariseus tocam trombeta, Ele condena o exibicionismo dos fariseus querendo parecer contristados aos homens para mostrar sua espiritualidade.

Conclusão


O jejum está relacionado de perto com a oração e com a meditação na Palavra. Jejum sem oração e sem Bíblia não é jejum. É indispensável estar em espirito (estar com a mente voltada para o céu). 

Haverá períodos em que o Espirito Santo vai nos levar mais ao jejum devido a alguma necessidade, porém que possamos também, colocar em prática essa estratégia espiritual sem que haja urgências, que ela faça parte sempre da nossa vida e com certeza descobriremos que o poder dessa estratégia não se pode medir somente em palavras.

O corpo continuamente deseja seguir seu próprio caminho. Seus apetites clamam por preenchimento e o processo de jejum é em si uma subjugação dos apetites corporais. O apóstolo Paulo sabia que grandes batalhas são vencidas através da vitória sobre pequenos conflitos e as guerras são vencidas em batalhas individuais. 

Daniel tinha primeiro que conquistar os pequenos conflitos de seus próprios apetites corporais como um jovem antes de poder conquistar a batalha maior de se recusar a obedecer à solene lei do rei sobre a oração, como um ancião. A vitória tinha que ser ganha sobre o alimento antes da vitória sobre os leões.

Esta é uma razão porque tão poucos membros comparecem às reuniões de oração. Muito freqüentemente não tivemos vitória de oração em nossas vidas diárias. Muito frequentemente não temos o hábito regular de subjugar a carne para servir ao Espírito. A Bíblia diz que Eli, o sacerdote, era gordo (1Sm 4:18). Ele não subjugava seu desejo corporal ao alimento rico. A temida verdade era que sua falta de cuidado na área dos alimentos se disseminava para cada área de sua vida e ministério. 

Ele permitiu que sua necessidade física de sono lhe impedisse de manter a lâmpada do tabernáculo acesa durante a noite. A lâmpada se apagava a cada noite embora devesse permanecer acesa. Sua falha em subjugar seu próprio corpo era semelhante e ligada à sua falha em disciplinar seus filhos. Deus disse que Eli amava as ofertas de gordura tanto quanto seus filhos fracos (1Sm 2:29). Eli não estava cometendo imoralidade com as mulheres à porta do tabernáculo como seus filhos estavam, mas seu amor insubmisso por alimento e facilidade foi pernicioso ao seu ministério. Eli devia estar jejuando e trabalhando ao invés de festejar e se sentar.

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