Uma triste constatação que temos ao fazer uma análise do cenário da Igreja Cristão Contemporânea e o fraco - praticamente insignificante - investimento no ministério infantil. Infelizmente muitas igrejas continuam tratando as crianças como se elas fossem um bando de imbecis e o máximo que conseguem fazer é envolvê-las em coreografias medonhas para serem expostas ao ridículo, fazendo-as "pagar mico" nas famigeradas apresentações em datas especiais, como dia das mães, dos pais e, tadinhas, no dia delas também.
Quando ignoramos as crianças nos tornamos responsáveis pelas consequências ruins que as cercam. A fome do diabo pelas crianças é insaciável. Ele sabe o potencial dos pequeninos, por isso tenta impedi-las de conhecerem a Jesus. A Bíblia nos mostra muito claramente como Jesus as ama e se importa com elas e nos desperta para este chamado. Chega de desprezá-las! As crianças são membros do corpo de Cristo. Não é apenas a igreja do futuro. É a igreja hoje! É tempo de investir no ministério infantil, em obediência a palavra de Deus: “Ide, por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Toda criatura, inclui as crianças.
Sabemos que a base da personalidade das crianças é formada logo nos primeiros anos de vida. Assim como elas estão abertas para conhecer a Jesus, também estão para o mal. “Até a criança mostra o que é por suas ações; o seu procedimento revelará se ela é pura e justa.” (Provérbio 20:11). As crianças sempre foram alvos do diabo, pois ele sabe a importância de investir nesta fase da vida do ser humano. Podemos ver isso no livro de 2 Reis que conta histórias de Reis que começaram a reinar ainda crianças. Eles governaram de acordo com a influencia que receberam. Vale conferir a história de Manassés, um menino de apenas 12 anos, que influenciado pelas mentiras de Satanás, praticou o mal mais do que qualquer outro rei antes dele (2 Reis 21:1). A História de Josias foi diferente, ele começou a reinar com oito anos e fez o que era reto diante do Senhor, escolhendo andar nos caminhos de Davi (2 Reis 22:1).
Nossas crianças estão precoces, parece que a inocência está acabando mais cedo. A mídia é fortemente explorada pelo inimigo, sendo uma forte aliada para destruir a infância. Não é fácil! As pressões sempre foram e serão grandes, mas “maior é o que está em vós, do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4). Diante disso e muito mais entendo que o evangelismo deve ser prioridade nas igrejas. Todos precisam de Cristo, começando pelas crianças. De acordo com pesquisas o resultado efetivo de um trabalho realizado com crianças é de 90%. Mas infelizmente é investido apenas 10%. Desperta Igreja! As crianças precisam de nós. Somos responsáveis por elas. Somos responsáveis pelo crescimento da pedofilia, do abuso sexual desenfreado, pela violência, pelas torturas, pelo trabalho infantil que as escraviza. Quando somos omissos, não amamos de uma forma que elas entendam, quando não somos compromissados com elas e com a Palavra, quando como Igreja as ignoramos e as relegamos “às salinhas” para não atrapalhar os pais, quando não desenvolvemos um trabalho focado e adaptado à linguagem, nos tornamos responsáveis pelas consequências ruins que acabam acontecendo.
Acorda! É tempo de valorizar os líderes de crianças, de darmos suporte a eles. É tempo de sustentarmos e cuidarmos dos missionários espalhados pelo mundo, que dão suas vidas para evangelizarem as crianças, obedecendo ao chamado de Deus. Peçamos perdão a Deus por termos impedido que as crianças se achegassem a Jesus. Pelo tempo em que as abandonamos. Pelo tempo em que a educação ficou por conta da TV. Por termos permitido que os amigos delas fossem os virtuais. Pelo descaso com o ministério infantil. Por termos permitido que o mundo investisse tanto nelas através de jogos, brinquedos, livros, filmes etc.
"Os Samuéis e Salomões da igreja se tornam sábios em sua juventude. Os Davis e Josias são maleáveis de coração quando têm pouca idade. Leia acerca da vida da maioria dos ministros eminentes e você com freqüência descobrirá que sua história como cristãos começou bem cedo.” - Charles Spurgeon
Não há argumentos que vençam os fatos
As estatísticas relacionadas à experiência e à vida espiritual das crianças são por demais alarmantes. Considerando a tendência de sua condição espiritual aos 13 anos de idade ser uma previsão de seu perfil espiritual na idade adulta, parece claro que uma vida espiritual sadia e profunda exige cuidados espirituais estratégicos e calculados durante a infância e a adolescência. Considere os fatos. As pessoas são muito mais propensas a aceitar a Cristo como seu Salvador na juventude. Em geral, a absorção de informações e princípios bíblicos atinge seu ponto máximo durante a pré-adolescência. É no início da vida que o indivíduo aprende a valorizar o fato de participar na igreja.
Os hábitos relacionados à prática da fé desenvolvem-se em tenra idade e, curiosamente, poucos mudam ao longo do tempo. Apesar de, em linhas gerais, gastarmos 68 vezes mais dinheiro cuidando de um criminoso preso, que ministrando às crianças espiritualmente famintas; e despendermos muito mais dinheiro na construção e manutenção de igrejas, que criando campeões entre nossos filhos, não acredito que o problema principal seja a administração financeira. Acima de tudo, trata-se de compreender a enorme importância de se desenvolver bases espirituais sólidas nos primeiros anos de vida, reforçando essas bases conforme a criança amadurece.
Com o fácil acesso à internet, milhões de pessoas passaram a investir em ações, títulos e outros papéis financeiros. A expectativa do investidor amador é ficar rico ao conseguir um grande retorno de investimento. Se pudéssemos ver o mundo através dos olhos de Deus, de imediato reconheceríamos que o único retorno de investimento que tem importância são vidas transformadas, que amam a Ele mais profundamente e obedecem-Lhe com maior perfeição. Ao refletir sobre como investir todos os seus recursos pessoais – tempo, dinheiro, experiência, capacidades, talentos, qualificações e assim por diante – tenha em mente que não há investimento melhor que educar nossos juventude para termos um retorno eterno.
A pesquisa reforça repetidamente uma simples verdade, porém profunda: se você deseja deixar o legado de sua influência sobre o mundo, deve investir nas vidas das pessoas. E se quiser superestimar esse investimento, invista nas pessoas enquanto ainda são crianças. A pesquisa apenas consolida lições que podemos observar ao longo da história e em nossas experiências pessoais. Em outras palavras, se você passar a tratar com as crianças hoje, ensinando-as princípios e bases bíblicas, desde o início, de forma eficaz, verá os frutos de seus esforços florescendo por décadas. Quanto mais diligentes formos nesses esforços, maior será nossa colheita. De outro lado, quanto mais descuidados formos na criação de nossos filhos como campeões, menos saudável será tanto para a Igreja quanto para a sociedade do futuro.
A escolha é sua.
Sugestão de leitura
A maioria das pessoas que confiam em Jesus como seu Salvador, o aceitam antes dos 15 anos de idade. Movido por essa realidade, George Barna convida-nos para a maior colheita de todos os tempos - as crianças. Em 'Transformando Crianças em Campeões' (Editora Naos Ltda., 192 páginas), o autor, com fé e ousadia, conclama as igrejas a aproveitarem a oportunidade de atingir suas comunidades - a começar pelas crianças. É tempo de incentivar os pais a ajudarem seus filhos a serem maduros espiritualmente para a igreja de amanhã, literalmente transformando-os em campeões!
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