Neste artigo quero tratar sobre um assunto que ainda é um tabu em muitos círculos evangélicos, o que, consequentemente, levanta uma série de especulações e a nenhuma conclusão com um mínimo de coerência: a masturbação. Muitos jovens (rapazes e moças) cristãos sinceros, questionam-se frequentemente sobre os aspectos relativos à sua sexualidade. Na idade dos 10 anos em diante, com a chegada da fase chamada “puberdade”, a expressão sexual torna-se florescente, e o menino experimenta sensações até então desconhecidas para si.
Com vergonha de si próprio e por falta de esclarecimento,muitos jovens, a partir desta data, temem estar desagradando a Deus, e não sabem o que devem fazer, sentindo-se culpados por seus sentimentos íntimos. O objetivo deste artigo é auxiliar o jovem cristão, a encarar suas tendências sexuais, especificamente no que se refere à prática da masturbação.
O que diz a Bíblia?
A palavra “masturbação” não é encontrada na Bíblia Sagrada. De modo que esta prática terá que ser analisada por várias passagens bíblicas, que tratam da questão da sexualidade em si. Na passagem Bíblica de Levítico 15:16, vemos que no Velho Testamento, a ejaculação tornava o homem impuro para as cerimônias religiosas dos judeus. Tanto fazia se a origem da ejaculação era do relacionamento sexual, masturbação ou “polução noturna” (quando o pênis fica ereto durante a noite, no sono, e elimina o sêmen). Não está explícito se a masturbação era pecado ou não, apenas que a ejaculação tornava o homem impuro até a tarde para fins de participação cerimonial (lembrando que este conceito já não é mais válido para nós, cristãos, haja visto que as leis e cerimônias judaicas foram revogadas por Cristo, conforme podemos ver em Hebreus 9:10).
De todas as práticas ilícitas vedadas aos judeus, em Levítico do 17:17 ao 22, dentre outras passagens não existem menções de práticas da masturbação.
Onã se masturbava?
“Era, porém, o primogênito de Judá, era perverso perante o SENHOR, pelo que o SENHOR o fez morrer. Então, disse a Judá a Onã: Possui a mulher de teu irmão, cumpre o levirato e suscita descendência a teu irmão. Sabia, porém, Onã que o filho não seria tido por seu; e todas as vezes que possuía a mulher de seu irmão deixava o sêmen cair na terra, para não dar descendência a seu irmão. Isso, porém, que fazia, era mau perante o SENHOR, pelo que também a este fez morrer”
Gênesis 38:7, 8, 9, 10.
Analisando esta passagem sobre Onã, no qual muitos atribuem como condenação da prática masturbatória. Se você verificar com maior cautela todo o contexto desta passagem citada acima, bem como conhecendo os costumes e tradições da época (Onã teria que cumprir o levirato – palavra derivada de "levir", que significa cunhado, em latim – uma obrigação sócio-familiar dos hebreus. Ele deveria semear a cunhada viúva para garantir a fecundidade da família, mas Onã interrompia os coitos e ejaculava na terra), chegamos ás seguintes conclusões:
1) O pecado de Onã era que não desejava dar descendência ao seu irmão, por isso ejaculava na terra;
2) Sua satisfação sexual não está em condenação aqui, mas o fato de não cumprir seu papel de paternidade;
3) A satisfação sexual que levava Onã a ejacular provinha de contato físico direto com a viúva do seu irmão, portanto, não há de se falar em masturbação, mas sim de relacionamento sexual, com a diferença que, antes de ejacular, Onã retirava seu pênis, virava-se para o chão, e soltava o sêmen na terra. Essa, inclusive, é uma das maneiras de contraceptivas orientada por muitos especialistas aos casais que não querem ser pais. É o chamado coito interrompido.
4) Onã então teve relação sexual, e não praticou masturbação, porém não cumpriu a sua responsabilidade de gerar o herdeiro – talvez porque esperasse gananciosamente tomar a terra de seu irmão para si mesmo e espoliar sua cunhada de seus direitos de acordo com a tradição da época. De qualquer modo Deus desgostoso com o seu procedimento o fez morrer.
Conclui-se, portanto, que não há nenhuma condenação direta ou indireta sobre a masturbação, no Velho Testamento. Isto é fato e nem adianta apelar.
Jesus e a masturbação
Já no Novo Testamento, temos versículos esclarecedores sobre o assunto. Vejamos as passagens:
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5:28). Nesta passagem, Jesus Cristo condena claramente o desejo sexual secreto, oriundo de pensamentos e cobiça sobre a mulher, comparando-o como adultério. Concluímos por esta passagem, ser pecado a observação de produtos pornográficos, ou espiar pessoas despidas (voyerismo), ou comentários maldosos e maliciosos sobre sexo, ou ainda piadas imaginativas. Claro que todas estas atitudes levam um rapaz à excitação sexual, causando desejos intensos, como vontade de masturbar-se. Verifica-se que o pecado está no pensamento, não no ato em si. Ao completar a masturbação, o rapaz já pecou antes, devido aos pensamentos cobiçosos, condenados por Jesus nesta passagem. Enfatizar aqui os rapazes não quer dizer que as moças não se masturbem. Se masturbam sim, mas essa prática é de longe mais comum na sexualidade masculina, pois o homem já se estimula só com o que veem, ao contrário das mulheres que são mais sensíveis ao que ouvem.
Paulo e a masturbação
“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:9). Nesta passagem, Paulo afirma que o corpo é o templo do Espírito Santo. O contexto desta passagem fala de união com prostitutas, algo pecaminoso pelos padrões bíblicos. Não se trata, diretamente, da masturbação. Como a mente faz parte do corpo, claro que a passagem de Mateus 5:28 está relacionada aqui, fazendo com que toda impureza de pensamentos, a respeito do sexo, seja um pecado contra o Espírito Santo, mas, não é preciso forçar texto algum simples para condenar por condenar a prática da masturbação. Paulo não falou absolutamente nada especificamente sobre a masturbação em nenhuma de suas epístolas.
Conclusão
Há masturbação de dois tipos, sendo um claramente pecaminoso e errado, por violar princípios bíblicos da pureza mental:
1) A masturbação “intencional”, decorrente de pensamentos fantasiosos em relação sexual com outra pessoa, no caso, se a pessoa for casada, isso se torna uma espécie de um "adultério mental". Quem está nesta prática, recomenda-se um arrependimento imediato, e confissão, para perdão dos seus pecados. É preciso que a pessoa se livre de qualquer tipo de material ilícito (produtos pornográficos e seus congêneres). Este tipo de prática de masturbação é mais comum entre os rapazes, e é uma prática super perigosa, porque leva ao descontrole do corpo e da mente, e em muitos casos por excesso pode causar ejaculação precoce.
2) A masturbação “exploratória”: principalmente no início da puberdade (em alguns rapazes a partir dos 10 anos), há uma curiosidade perfeitamente natural a respeito do sexo. É feito por curiosidade, e claro, por satisfação própria, atendendo uma pressão sexual natural. Não encontra-se pecado aqui. Trata-se de simples exploração de um desenvolvimento físico normal a todos rapazes e moças, que de vez em quando, repete a experiência, sem com isso violar qualquer lei de pureza. Seria até anormal, um rapaz desconhecer seus próprios mecanismos sexuais (excitação, ereção, ejaculação). A pessoa que está nesta prática, precisa saber que homens e mulheres normais já passaram por isso, e não há motivo para sentimentos de culpa ou auto-condenação. O que está errado é a intenção de fazê-la oriunda de pensamentos pornográficos, claramente condenada, conforme já exposto anteriormente.
A prática excessiva de masturbação causa uma doença chamada “Ejaculação Precoce”, e isso tem feito com que muitos relacionamentos sejam destruídos. A Ejaculação Precoce é definida como a incapacidade de controlar ou adiar suficientemente a ejaculação, para que os parceiros achem prazer nas relações sexuais, é um problema que aflige grande parte dos homens, principalmente os adolescentes. Quanto mais cedo for procurada ajuda mais fácil o tratamento. As mensagens do centro cerebral tornam-se irregulares e aleatórias, e podem deflagrar uma ejaculação precipitada. Podemos pois afirmar que, quando a ejaculação precoce aparece desde os primeiros encontros sexuais, esta deriva de experiências condicionantes adversas na infância, resíduos de culpas adquiridas durante a masturbação na adolescência e na juventude, ou das primeiras vivências sexuais, onde predominaram uma grande expectativa, elevada excitação sexual, alta ansiedade e pouca habilidade, gerando alguns "desastres", em resposta ejaculatória, pois nesse caso a incontinência pode ser indicativa de doença séria e em muitas vezes tratável. Embora tais casos sejam extremamente raros, essa condição pode ser causada por enfermidade local da uretra posterior ou, como ocorre com a perda súbita do controle urinário, a incontinência ejaculatória secundária pode ser sintomática de patologia ao longo do trajeto do nervo, que serve aos mecanismos do reflexo que controlam o orgasmo (medula espinhal, nervos periféricos ou centros nervosos superiores). Isto pode ocorrer na esclerose múltipla ou em outros distúrbios neurológicos degenerativos.
Devido à dificuldade em definir e identificar a causa da ejaculação precoce, existe também uma dificuldade em propor o tratamento médico mais adequado e que solucione o problema a curto prazo. Apesar da angústia e sofrimento do paciente com o problema, é necessária a contínua obtenção de dados e informações. Entre estes se destacam o perfil médico e o perfil sexual da pessoa.
Um líder cristão, deve sempre auxiliar jovens e casais a compreensões adulteras e ilícitas. Lembre-se que a Bíblia condena o pensamento malicioso, adúltero ou pornográfico, e não a sexualidade natural humana. É isso.
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