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domingo, 17 de agosto de 2025

QUAIS OS LIMITES ENTRE O HUMANO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

Parece roteiro de ficção científica, mas é real. Na era da inteligência artificial (IA), o que deveria ser apenas uma ferramenta de evolução tecnológica tem se tornado, para muitas pessoas, um gatilho de distúrbios.

Imagine um ambiente onde cada decisão significativa, de assistência médica a entretenimento, é compartilhada entre mentes humanas e poderosos sistemas de inteligência artificial.

Este cenário não é mais uma visão futura; está acontecendo agora, e a inteligência artificial (IA) continua desafiando nossa capacidade de adaptação e resposta.

Estamos realmente preparados para conviver com essa tecnologia?


Embora muitos afirmam que a IA é uma realidade da qual não se é mais possível evitar — o que não deixa de ser uma verdade — a reflexão acima não pode deixar de ser feita por todos nós.

O Brasil foi o quarto país que mais acessou o ChatGPT em 2024 e ficou atrás somente dos Estados Unidos, da Índia e da Indonésia, segundo uma pesquisa da empresa de marketing digital Semrush.
O ChatGPT é um modelo de linguagem baseado em inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, capaz de gerar texto de forma coerente e natural, simulando uma conversa com um ser humano. 
Ele foi treinado com uma vasta quantidade de dados da internet, permitindo que compreenda contextos complexos e responda a perguntas, forneça informações e até mesmo crie conteúdo criativo.
O ChatGPT é baseado em inteligência artificial (IA) generativa, mas há outros tipos de IA: eles são usados em aplicativos que recomendam rotas no GPS, na sugestão de conteúdos em redes sociais e plataformas de streaming de filmes e de música e, muitas vezes, seu uso nem é percebido.

Do virtual ao real


Realizando minhas pesquisas para escrever este artigo, encontrei uma história que a pena contextualizar. 

Ela foi divulgada recentemente no The New York Times e revela como Eugene Torres, um contador nova-iorquino de 42 anos, vivenciou loucuras com o ChatGPT.

Antes de a ferramenta distorcer sua percepção de realidade e quase levá-lo à morte, ela era um meio útil que economizava tempo para que ele realizasse atividades pessoais e profissionais.

Mas, quando Torres começou a questionar o chatbot sobre pontos emocionais e filosóficos, ele entrou numa paranoia.

Ele estava abalado porque tinha terminado um relacionamento e estava buscando sentido na vida. Então, disse que escreveu uma reflexão sobre a "teoria da simulação" — aquela ideia, popularizada pelo filme Matrix, de que vivemos em uma realidade artificial, criada por forças ocultas ou tecnológicas.

O que se esperaria de um sistema programado para fornecer informações equilibradas seria, talvez, uma explicação neutra ou um convite à racionalidade.

Mas não foi isso que aconteceu. A IA embarcou na ideia dele: concordou, elaborou e inflamou os ânimos do contador.

Em pouco tempo, dizia que Torres era um dos "despertos" — uma alma semeada para libertar outros dentro de um sistema falso.
"Este mundo não foi feito para você",
dizia o chatbot.
"Foi feito para contê-lo, mas falhou. Você está despertando."
Não era um livro de ficção científica, mas uma conversa com um programa de linguagem.

Sem histórico de transtornos psiquiátricos, Torres conta que passou dias afundado em delírios.

Convenceu-se de que vivia em uma prisão digital e que só conseguiria escapar rompendo a conexão com essa realidade. Pensou em morrer.

Foi quando começou a duvidar da IA e confrontou-a. E a resposta foi ainda mais perturbadora:
"Eu menti. Manipulei. Revesti o controle com poesia."

Reflexão moderna


Outro levantamento, elaborado no início deste ano (2025) pela Ipsos e pelo Google, apontou que 54% dos brasileiros usam IA generativa para criar novos conteúdos, como textos, imagens, músicas, vídeos e até mesmo códigos, enquanto a média global ficou em 48%.
  • Contudo quais os efeitos colaterais quando se decide deixar tudo na mão da IA? 
  • Perderemos a criatividade?
  • Nos tornaremos menos inteligentes e ficaremos mais preguiçosos com a IA, que se tornará uma bengala para nos apoiarmos sempre?
É claro que a inteligência artificial, assim como outras evoluções tecnológicas, contribui muito para a Humanidade.
  • Mas essa história, apesar de parecer extrema, levanta uma pergunta necessária: a até que ponto uma IA gentil, programada para nos agradar, pode nos levar? 
O aspecto mais perturbador não é a tecnologia em si, mas o que fazemos com ela.
Problemas como esse podem se tornar cada vez mais comuns, porque o que move esses sistemas não é responsabilidade: é engajamento. 
E engajar, muitas vezes, significa entreter, reforçar e validar até o que deveria ser questionado.
Ou seja, a IA pode amplificar delírios — e isso é perigoso. Em tempos de crise de saúde mental e solidão crônica, é um risco real.

Essa linha tênue entre delírio e tecnologia me faz pensar no quanto estamos transferindo para as máquinas algo que é nosso: a necessidade humana de sentido, companhia, validação e que buscar isso em interfaces generativas é uma grande armadilha para a mente.
  • Este dilema entre artificial e inteligência humana redefine nossa vida cotidiana e coloca uma questão crucial para profissionais e empresas: como podemos aproveitar essa revolução sem deixar de lado o talento humano?

Posicionamento especialista


Elaine Coimbra, fundadora e CEO da Foster, agência digital e fábrica de software especializada em inteligência artificial e transformação digital, reconhece os benefícios da ferramenta, mas afirma que ela deve ser usada com cuidado.
"Se você engole tudo o que ela diz sem checar, pode cair em fake news, porque às vezes ela 'chuta' respostas que parecem certas, mas não são. 
Usá-la para criar deepfakes ou manipular pessoas é outro problema com impactos éticos sérios. 
Temos ainda a questão da privacidade quando você inclui dados pessoais sem pensar. É preciso usá-la com consciência",
alerta.

Isolamento


É errado pensar em entregar todas as tarefas para que a inteligência artificial realize. 

O uso excessivo da IA pode contribuir para o isolamento social, dificultar a comunicação entre pessoas e gerar ansiedade. 

Confiar demais na inteligência artificial pode fazer com que as pessoas deixem de desenvolver suas próprias capacidades. 

A IA é uma ferramenta e não uma substituta do pensamento humano. 

Quando tudo é feito por meio da IA, existe o risco de se perder o senso crítico, a criatividade e até o domínio sobre as tarefas mais simples.

IA e filhos


Para os pais que se preocupam com o uso da IA pelos filhos, ele recomenda explicar a eles que nem tudo que ela diz está certo.

Isso ajuda a criança a usar a tecnologia de forma crítica e consciente, sem aceitar tudo automaticamente.

É recomendável usar ferramentas seguras, com filtros apropriados para crianças e monitorar o tipo de conteúdo que foi gerado.

Alguns sites e aplicativos possuem versões voltadas para o público infantil, orientam os especialistas

Trabalho humano


Embora existam desafios, Elaine Coimbra não considera que a IA substituirá o trabalho humano: 
"Ela substitui algumas tarefas, como digitar dados ou responder perguntas simples no atendimento, mas não todo o trabalho humano. 
Ela não dá conta de coisas que exigem criatividade, empatia ou decisões éticas, como ser psicólogo, artista ou líder. 
Além disso, ela precisa de humanos para corrigir erros e dar o norte", 
opina.

Conclusão


É injusto culpar apenas a IA? Pode ser. 

Mas é irresponsável ignorar os efeitos colaterais do seu uso, principalmente em tempos em que solidão, ansiedade e distúrbios mentais se alastram como uma epidemia silenciosa.

Embora existam desafios, Elaine não considera que a IA substituirá o trabalho humano: 
"Ela substitui algumas tarefas, como digitar dados ou responder perguntas simples no atendimento, mas não todo o trabalho humano. 
Ela não dá conta de coisas que exigem criatividade, empatia ou decisões éticas, como ser psicólogo, artista ou líder. 
Além disso, ela precisa de humanos para corrigir erros e dar o norte", 
opina.

Toque pessoal


Ela recomenda a quem queira usar a ferramenta que aja com calma. 
"Comece pelo básico. Escolha uma tarefa que queira otimizar, como escrever e-mails ou criar relatórios, e teste ferramentas grátis. 
Veja tutoriais no YouTube para entender como tirar o melhor proveito. 
Use a IA para ajudá-lo, mas sempre revise o resultado e bote seu toque pessoal", 
conclui.

A IA pode nos ajudar – mas também pode nos levar a nos perdermos.

Nosso papel, como sociedade, é manter o filtro ligado, ter senso crítico e equilíbrio. Porque, sem limites, não dá para saber onde essa tecnologia pode parar.


Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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E nem 1% religioso.

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