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sábado, 3 de maio de 2025

DIRETO AO PONTO — O QUE HÁ POR TRÁS DA SUPEREXPOSIÇÃO EM REDES SOCIAIS?

Os smartphones foram popularizados há menos de 20 anos e já se tornaram objetos quase onipresentes na vida de todos. 

No entanto, a tecnologia evoluiu mais rápido do que a nossa capacidade de adaptação. Fato é que diversas pesquisas sugerem o impacto na saúde mental causado pelo excesso de telas, principalmente na infância e juventude.

Nos últimos anos, temos observado um preocupante crescimento dos casos de transtornos mentais e de suicídio entre crianças e adolescentes. Alguns estudos também demonstram redução da capacidade cognitiva deste público, com o resultado de recentes pesquisas:
  • 82% das crianças brasileiras têm acesso à internet (10 a 13 anos de idade);
  • 55% já possui celular (idade entre 10 e 13 anos);
  • 95% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de todo o país acessam a Internet, principalmente redes sociais como o Instagram (66%) e o TikTok (63%);
Nos Estados Unidos, pesquisa aponta que adolescentes entre 13 e 18 anos gastam mais de 6 horas por dia na internet, sem contar acessos por demandas escolares. Entre crianças de 8 a 12 anos a média do uso diário de telas é de 4.6 horas.

Parte integrante e quase que vital da nova geração, muitas pessoas não se controlam e cedem à vontade da internet. 

Gradativamente, isso corrobora com os dados de que estamos cada vez mais expostos na internet e de propósito. 

No texto deste artigo, mais um capítulo da minha série especial Direto ao Ponto, veja o que leva alguém à superexposição nas redes sociais e como isso impacta nossas vidas.

Vale tudo para aparecer?



A superexposição em redes sociais, vista sob a lente da psicanálise, pode revelar uma busca inconsciente por validação externa e uma tentativa de lidar com a sensação de desamparo estrutural, buscando na aprovação online uma forma de compensar a falta de reconhecimento na vida real. 

A constante exposição, muitas vezes exagerada, pode ser entendida como uma estratégia para lidar com a ansiedade, a baixa autoestima e a necessidade de se sentir visto e aprovado, buscando a validação do "Outro" virtual.

Consequências da superexposição virtual

  • Narcisismo exacerbado — A busca incessante por curtidas, comentários e compartilhamentos pode intensificar traços narcisistas, com indivíduos baseando seu valor próprio no feedback das redes sociais.
  • Ansiedade e depressão — A comparação constante com a "vida perfeita" de outros, frequentemente retratada nas redes, pode gerar sentimentos de inadequação, levando à ansiedade e à depressão.
  • Isolamento social — Apesar de serem ferramentas de conexão, o uso excessivo pode resultar em isolamento na vida real, substituindo interações significativas por interações virtuais.
  • Busca por aprovação — A superexposição pode ser interpretada como uma tentativa de obter validação e reconhecimento, buscando na aprovação online uma forma de lidar com a falta de reconhecimento na vida real.
  • Lidar com o desamparo estrutural — A psicanálise sugere que as redes sociais podem ser utilizadas como um "refúgio" para lidar com a sensação de desamparo estrutural, buscando na aprovação do "Outro" uma forma de se sentir compreendido e aceito.
  • Distorção da realidade — A exposição constante a uma versão idealizada da vida de outros pode levar a uma distorção da realidade e à dificuldade de se reconhecer e aceitar a própria vida.
  • Aperfeiçoamento e exibição — A necessidade de mostrar uma imagem perfeita e bem-sucedida nas redes sociais pode ser vista como uma forma de lidar com a insegurança e a busca por validação, buscando a aprovação do "Outro".
  • Dependência e vício — Assim como qualquer vício, a dependência das redes sociais pode interferir na vida diária, afetando a saúde mental e as relações sociais.

O que nos leva à superexposição virtual?


Estudiosos afirmam que o ser humano tem uma necessidade natural em se conectar com o outro. 

A ideia é permitir a transmissão de suas percepções, de modo a imortalizá-las e perpetuá-las nos demais. 

Em cada tempo isso aconteceu de forma única e hoje vem por meio da internet, ferramenta de fácil uso e acesso.

Entretanto, essa ansiedade em compartilhar pode nos levar à superexposição nas redes sociais. 
Mesmo os mais experientes não estão prontos para lidar com as consequências de suas postagens virtuais.
Assim, quando imaginamos a nós mesmos nessa situação, pouco entendemos os perigos aos quais nos submetemos.

Ademais, cabe ressaltar que isso também advém de uma necessidade constante em receber atenção, mesmo que desconhecidos, e também pela pressão exercida pelo tal do pertencimento.
A internet dá a falsa sensação de que somos importantes para alguém por conta das visualizações que recebemos nas postagens.
Essa má interpretação nos leva a publicar cada vez mais dados pessoais.

Exposição infantil

Crianças em perigo


Um erro bastante comum das pessoas quanto à superexposição nas redes sociais é divulgar a imagem de seus filhos. Ainda que a conta disposta e a criança sejam desse indivíduo, isso não significa que ele está seguro. 

Além de expor a si mesmo em um momento pessoal, acaba por arrastar a criança nessa espiral de insegurança. Isso porque, em relação às crianças, existem criminosos específicos em fazer a captação dessas imagens

Tratam-se de pedófilos, abusadores e predadores sexuais que reúnem arquivos para fins obscenos e têm acesso ilimitado a um conteúdo gratuito.
Mesmo que pareça tentador divulgar a vida maravilhosa de mãe ou pai, é preciso pensar no bem-estar e segurança da criança.
Caso seja mãe ou pai, pense duas, três ou quantas vezes forem precisas se a situação é realmente necessária. 

Ainda que acredite na inocência da situação, pense em como é desagradável ter seu filho entregue aos abusos virtuais alheios. A melhor lugar para guardar os bons momentos com os pequenos fica na sua mente e seu coração.

Perigos gerais e reais online


Fica evidente que a superexposição nas redes sociais traz complicações bastantes evidentes ao usuário. 

A cada post feito em sequência, o mesmo acaba quebrando uma barreira de segurança colocada pelo sigilo do anonimato. Isso acaba por fazê-lo vítima de:
  • Criminosos — Publicando em tantas redes sociais simultaneamente, é possível traçar o perfil preciso de um indivíduo. É justamente o que os criminosos fazem, se valendo de algumas técnicas para benefício próprio. Por exemplo, é possível que alguém descubra seus dados pessoais e consiga fazer a aplicação de um golpe. Isso resultaria na perda de bens valiosos.
  • Fake news — Muitas pessoas conseguem fazer ataques a determinados indivíduos manipulando algumas informações. Isso fica evidente no caso de uma mulher paulistana que fora acusada de sequestrar crianças. Acontece que usaram a foto dela e manipularam para encaixá-la como uma criminosa. A vítima acabou linchada até a morte por outros moradores.
  • Falta de privacidade — Com tantas postagens pessoais circulando, fica fácil com que alguém as partilhe de modo perverso. Com isso, a intimidade de alguém pode ser rapidamente violada nas mãos erradas. Pessoas que costumam entregar imagens íntimas a desconhecidos não fazem ideia de quem está do outro lado da tela. Assim, podem ser vítimas de alguma chantagem.

Conclusão


Mesmo que tenha total liberdade na internet, a mesma carrega um custo alto demais para ser pago. Sendo assim, é preciso se precaver quando se pensa na superexposição nas redes sociais, a fim de garantir sua segurança. O que está em jogo é mais que as curtidas, mas sua própria vida. Comece por:
  • Configurar sua privacidade — Todas as redes sociais têm mecanismos que inibem o acesso de qualquer pessoa ao seu perfil. Isso pode limitar que apenas pessoas de sua confiança tenham acesso às suas fotos e outras postagens. Dessa forma, configure o quanto antes e limite o que cada indivíduo pode ter acesso.
  • Pense no que quer que os outros vejam — Assim que publicamos uma informação pessoal na internet, deixamos de ter controle absoluto sobre ela. Qualquer pessoa, sem a proteção do tópico anterior, pode fazer o que tiver vontade com ela. Pensando nisso, reflita bem onde cada post seu pode chegar. Caso seja algo que possa te atingir futuramente, aconselhamos não postar.
  • Evite links suspeitos — Já que podem traçar o nosso perfil, criminosos também podem nos empurrar a caminhos tentadores. Por exemplo, quem nunca recebeu uma propaganda ou link de algo que necessitava bastante? O pior é quando o preço do serviço está bem abaixo do mercado. Assim, evite acessar qualquer link suspeito e que possa te comprometer.
  • O Networking inverso — Ainda que a internet tenha sido criada também para facilitar a comunicação, evite se abrir com qualquer pessoa que encontra. A superexposição nas redes sociais iniciam um ciclo de vulnerabilidade estratégica aos criminosos. Com isso, evite fazer Networking de forma descontrolada e sem motivo, procurando se resguardar.
Se possível, faça justamente o oposto, mantendo a sua bolha virtual com os indivíduos que conhece pessoalmente. 

Apenas agregue aqueles cujo manteve um mínimo de contato social. Pode parecer extremismo, mas tudo serve para garantir que tenha mais autonomia quanto ao que pode postar virtualmente.

Comentários finais sobre a superexposição nas redes sociais


Para muitos, pode ser quase que impossível resistir à superexposição nas redes sociais. A internet proporciona proximidade como nunca pensamos que teríamos, dando até certa liberdade. Contudo, da mesma forma que pensa assim, milhares de pessoas também pensam de forma semelhante.

O problema é que nem todos seguem regras, sejam sociais ou virtuais. Já que nem todos possuem boa índole, se prevenir é o melhor remédio a tudo. Sempre que quiser postar alguma coisa, pense na propagação desse conteúdo virtualmente. Certamente, não quer se torna vítima de sua própria entrega, certo?

Busque ajuda


Desta forma, com os impactos emocionais na vida das pessoas que utilizam as redes sociais, vale salientar a importância da psicologia. Visto que a saúde mental é um importante fator que possibilita muito ajustes, e que são necessários para a compreensão e de uma forma lidar com as emoções existentes. 

O papel da psicanálise, cada vez mais vem sendo fundamental em vários âmbitos, confirma-se a necessidade da busca por profissionais da área terapêutica. Com isso, a terapia é a adequada, conduzida por um(a) psicanalista, com objetivo de tratar questões psíquicas, comportamentais e emocionais. 

Durante o processo, o profissional ajudará a pessoa na reflexão sobre suas questões, incômodos e perturbações. 
Buscar auxílio, não é sinal de fraqueza, é um autorreconhecimento, em acreditar que precisa de ajuda e que trará muitos benefícios para que busque mais qualidade de vida.
[Fonte: Instituto Ame Sua Mente; Psicanálise Clínica, original via redação. Pesquisas: Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Censo Demográfico 2022 / Pesquisa TIC Kids Online Brasi / Rideout, 2015]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.

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E nem 1% religioso.

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