- Sim, eu sei que já abordei este tema aqui em várias outras ocasiões, mas, dada à sua relevância, se faz plausível sua predominância.
A invenção da internet revolucionou a comunicação, acelerando e modificando o processo de transmissão e recepção de informações. Seu nascimento deu-se no século XX por volta de 1969, e desde então ela vem passando por modificações.
Devido ao seu espaço interativo, houve um encurtamento na distância entre os indivíduos, no entanto, os diferentes suportes de mídias, acarretados através das redes sociais, desenvolveram uma viabilização de novos meios de negócios.
Dessa maneira, o mercado do consumo, especialmente os meios publicitários, atentos a essa realidade, buscam utilizar técnicas que sejam atrativas e capazes de aliciar desejo nos usuários. Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto!
Influenciadores digitais, nem sempre úteis, porém, indiscutivelmente necessários
Sim, eis aí um enorme paradoxo. Na atualidade é comum notar o grande número de influenciadores digitais. Isso se tornou uma forte tendência na internet, tendo em vista que grande parte dos consumidores estão presentes nos meios digitais.
Afinal, os influenciadores digitais têm o papel de recomendar um determinado produto e/ou serviços na internet, logo, os consumidores conseguem ter acesso a essas informações nas redes sociais, sendo possível, inclusive, saber a opinião sobre o estabelecimento e serviços. Portanto, os tais influencers possuem um grande poder nos dias de hoje.
A inclinação por esse tema motivou-se pelo grande crescimento do que acredita-se ser a "nova profissão" ou a "profissão do século XXI"
— inclusive, são muitos jovens que estão abandonando as carreiras acadêmicas tradiocionais e se aventurando no mundo da influência digital —,
os digital influencers, que vêm adquirindo grande peso na sociedade atual, em razão do estreitamento interpessoal, os influencers tornaram-se uma grande ponte entre marcas e produtos para com o seu público-alvo, uma vez que no ciberespaço5 o usuário estabelece o que vai consumir, buscando conteúdos e interagindo, não sendo mais o sujeito passivo que recebia os programas impostos pelos veículos tradicionais de comunicação.
Além disso, vale ressaltar que os indivíduos da sociedade contemporânea tendem a preocupar-se com o ter, fugindo de sua realidade social, buscando práticas que mais se assemelham as classes dominantes, na sociedade de consumo, as pessoas são bombardeadas por signos e ideologias propagadas pelo marketing das corporações privadas.
As pessoas procuram algo que lhes representem enquanto indivíduos e os influenciadores oferecem, de certo modo, o que esse público necessita, em virtude da "falsa aproximação" transmitida a partir do seu veículo de comunicação que, no caso mais específico, são as redes sociais Instagram e Tik Tok.
Estudos comprovam o quão poderosos são os influencers, sobre seus seguidores
Pesquisas recentes apontam que cerca de 90,8% dos usuários de internet no Brasil são usuários das redes sociais. Os estudo foram feitos com 1,1 mil pessoas com 15 anos ou mais, de todos os gêneros, estratos sociais e regiões do País. Estes levantamentos consideraram usuários que acessam no mínimo duas mídias sociais e que seguem digital influencers.
Interessantíssimas, essas pesquisas confirmam algumas impressões, mas também demoliram "verdades absolutas". O primeiro dogma a cair por terra foi um suposto sentimento de desconfiança relativo à natureza do trabalho dos influenciadores.
Sim, os seguidores, de fato, os veem como produtores e disseminadores de conteúdos relevantes, orgânicos ou patrocinados. Tanto faz. É que, por receio em não ter engajamento — ou até mesmo perder seguidores, era comum entre os creators não sinalizar entre as postagens quais eram patrocinadas. Medo bobo. Segundo os entrevistados nas pesquisas, basta somente, no post, informar que se trata de um publi. Reforça a transparência. E os seguidores adoram isso.
Quem são, onde estão?
Diferentemente de artistas de TV ou cinema, os chamados digital influencers não estão em grandes canais tradicionais, não têm contrato ou são a cara de um canal de TV. Em vídeos e textos produzidos, editados e publicados por eles mesmos, eles são o símbolo máximo de uma nova forma de produzir e consumir conteúdo.
Pablo Marçal (13 milhões de seguidores) e Deolane Bezerra (21 milhões) são fenômenos digitais que desafiam políticos e policiais sobre como tratar esse tipo de comportamento nas redes sociais de acordo com o ordenamento jurídico, embora isso já tenha sido objeto de cientistas de dados que entenderam o mecanismo.
Mas como tratá-los? Marçal, na política, e Doelane, na Polícia, são capazes de reverter a acusação formal de modo a que a audiência mude de lado.
Então, como os políticos ou as instituições devem tratar Marçal? Um novo outsider na corrida eleitoral. E como a Polícia de tratar Doelane? Uma senhora que declara um patrimônio aparentemente incompatível com sua renda oficial, que ela afirma sustentá-lo.
O cientista chefe do CESAR Centro de Estudos Avançados do Recife, centro de pesquisas e inovação, sem fins lucrativos, situado em Recife, Silvio Meira, responde com uma velha pergunta do mundo da computação.
"Quem paga o que, para quem, por que e como, para quem fazer o que, para quem, onde, quando, por que e como?"
para responder com uma advertência básica:
Plataformas, diz ele, são o principal esteio de sustentação de modelos de negócios digitais ou intensivos em efeitos ou performances digitais.
E como há quase tantas definições de modelos de negócios quanto modelos de negócios propriamente ditos, podemos definir que um modelo de negócios responde à pergunta: Negócios.
Segundo Meira, isso não é um fenômeno causal decorrente do uso das redes sociais. Há raízes estruturais, complexas e difíceis de tratar. Um número cada vez maior de estudos mostra que o comportamento humano em redes sociais acontece como ativismo coordenado, cascatas de informação, bandos de assédio.
Ele é muito similar ao comportamento emergente de grandes grupos de pássaros, peixes, formigas. Eles agem como unidade coesa, sem líder ou direção hierárquica.
Nada acontece espontaneamente
Isso quer dizer, na prática, que o comportamento de grupos em rede é determinado pela estrutura da rede, que molda o comportamento da rede, que molda a estrutura e assim por diante. Não acontece espontaneamente.
Segundo o diretor executivo da consultoria de análise de dados Bytes, Manoel Fernandes, com tantas "verdades" disponíveis na Internet, as pessoas passaram a escolher as versões mais compatíveis com a sua visão de mundo.
"Marçal e Deolane são reflexos desse comportamento no qual o contexto é substituído pelo corte do vídeo."
Muitos dos seguidores que assistem os digital influencers o veem como referências de comportamentos, inspirações, verdadeiros exemplos.
E essa forma, quando um publipost6 é feito expondo tal produto, serviço ou marca específica, já se torna o suficiente para que os seguidores os busquem gerando assim a identidade do consumo nesses indivíduos.
Todavia, sabendo que os influenciadores digitais são formadores de opiniões, em suas contas no Instagram, eles expõem seus estilos de vida e geram interação entre seus seguidores. No entanto, grande parte destes não possuem a mesma classe social que o influencer. Portanto, o que motiva esses indivíduos continuarem seguindo-os e buscando comprar o que é publicado por esses atores?
Pessoas que são marcas
Um influencer é uma marca. Diferentemente de atores ou mesmo músicos, que interpretam personagens ou mudam com o tempo, o influencer coloca seu estilo de vida em jogo. Por este motivo, diferentemente de quando se contrata uma celebridade para ser o porta-voz da sua marca, ao trabalhar com o influencer se está lidando com uma via de mão dupla.
Por isso, ao pensar em um influencer é necessário pensar em um parceiro. A marca cresce com a audiência do escolhido. O canal cresce com a presença e o patrocínio da marca. Comprometer um influencer com incoerência de proposta é comprometer seu negócio e sua vida pessoal, uma vez que os dois se confundem.
Por outro lado, o público da sua marca vai levar muito a sério quem é a personalidade de internet financiada. Exatamente por passar uma personalidade verdadeira, os bloggers, youtubers e tik tokers são cobrados publicamente por seus posicionamentos em diversas questões. E isso pode afetar sua marca.
Conclusão
Em um mundo onde cada vez mais é necessário se expor para existir, as pessoas parecem não conseguir mais criar empatia com personagens em novelas, filmes ou programas de auditório.
Os influencers se apresentam como gente com a gente, com rotinas, problemas, fragilidades e opiniões. Parecem verdadeiros. Somando isso ao apelo desses personagens junto às novas gerações, eles vêm se tornando os garotos-propaganda de um mundo hiperconectado.
- Falei mais sobre este tema nos artigos abaixo:
[Fonte: JC-Jornal do Comércio/PE, texto original por Fernando Castilho, acessado em 28/09/2024]
Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.
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