Ano novo, nova série de artigos. Na verdade, não se trata especificamente de uma nova série, mas sim da continuidade de uma série com outra identidade. A série especial de artigos Filmes Que Eu Vi — que é uma das clássicas e mais acessadas aqui do blog —, agora passa a se chamar Contém Spoilers.
O conteúdo continua o mesmo, ou seja, eu farei resenhas, críticas e darei dicas sobre filmes que eu já assisti. Para abrir essa nova fase da série, vou falar sobre este filme, que, mesmo não sendo lá uma super produção, é sim bastante interessante.
Sobre o filme
O longa "Surviving Confession (aqui no Brasil também recebeu o título de 'O Confessionário')", que marca a estreia do americano Matthew Tibbenham na direção — ele que começou a construir sua boa reputação no cinema ao atuar como assistente de direção no thriller "A Entidade" (2012, Iguaterra/EUA), de Scott Derrickson —, chegou ao mercado de cinema streaming no dia 30 de julho de 2019.
O filme conta a história de um padre (Clayton Nemrow) descontente com as mentiras que escuta diariamente no confessionário da igreja. Aos poucos, ele começa a questionar as próprias crenças. "Surviving Confession" foi disponibilizado em mais de 60 países.
É interessante porque?
O longa é particularmente interessante porque toca em questões bem delicadas da Igreja Católica — e também da protestante — com bastante humor.
De início, não tive muito interesse em assisti-lo não (eu tenho essa mania mesmo...) Até que, enfim, um daqueles dias quando a gente se encontra sem muita opção de lazer, eu resolvi assistir.
Sério, eu estou escrevendo enquanto estou revendo o filme (pois, comentei sobre ele com um amigo…) e no final das contas… não é um filme de terror (conforme eu pensei logo quando vi o lançamento em uma plataforma de streaming), não é um filme de comédia… (embora tenha momentos cômicos e de ter sido classificado como comédia), é, na verdade, um filme de drama, porém com uma pegada mais leve, para tocar em temas pesados e bastante confrontadores (eu diria até também constrangedores...).
Spoiler, com moderação
O filme começa com o Padre Morris reclamando de ter que ouvir as confissões das pessoas… de como ele detesta ter que ouvir as confissões das pessoas.
Com o passar do filme você percebe que o padre está bastante descontente e desanimado com a sua posição de padre. Talvez ele esteja se questionando sobre a sua vocação… e isto acaba se refletindo no descontentamento que ele está sentindo ao executar as suas funções de pároco.
Então num dia em que ele está lá, extremamente entediado ouvindo as confissões das pessoas… uma adolescente pentelha e um padre veterano vão até o confessionário se confessar com ele, entre outras pessoas e ele começa a questionar sua própria vida, suas escolhas e o porque dele estar tão infeliz com a "profissão" que ele mesmo escolheu acreditando que era a sua vocação.
Considerações técnicas
O filme tem um ritmo bem lento, ele tem apenas um cenário que é dentro do confessionário e poucos personagens, e muitos e muitos diálogos — o que torna sua narrativa, um tanto cansativa e podendo parecer um pouco arrastada.
Aliás, essa característica do longa, exige que o expectador tenha bastante atenção, pois, a perda de uma sequência de diálogos, pode fazer com que ele não entenda a sua continuidade.
Aliás, essa característica do longa, exige que o expectador tenha bastante atenção, pois, a perda de uma sequência de diálogos, pode fazer com que ele não entenda a sua continuidade.
Por esse motivo, então já vou avisando que não é todo mundo que vai curtir o filme por conta deste ritmo lento. Mas o filme é para fazer a gente refletir sobre o fato de que a vida de todos nós é feitos de escolhas e que nem todas as escolhas que fazemos vão ter o resultado que esperávamos mas que também é nossa escolha continuarmos naquela situação ou fazermos algo para modificarmos as coisas. E refletir também sobre a natureza do ser humano.
Conclusão
No final das contas é um filme para fazer a gente pensar. E sempre é legal pensarmos um pouquinho não é mesmo?
Não… mentira… na verdade não é não… é chato pra caramba. E às vezes a gente só quer assistir um filme bem idiota que não nos obriga a usar nosso intelecto (tipo o tal "A Culpa é das Estrelas" — Josh Boone, EUA, 2014 —, amado e aclamado por muitos e detestado por mim).
Este infelizmente, ou felizmente não é um deles… e eu super o recomendo. "Surviving Confession" vai de um extremo ao outro, fazendo as pessoas rirem em voz alta e "se esquecerem" de seus próprios problemas, mas também se sintam incentivadas a considerar suas vidas, escolhas e erros afirma. Este filme é sobre o poder do perdão — aos outros e a si próprio —, já que todos nós desejamos (mas não é sempre que podemos e/ou devemos...) confessar nossos pecados a alguém.
Créditos
- Título no Brasil: "Surviving Confession" / "O Confessionário"
- Título Original: "Surviving Confession"
- Ano Lançamento 2019
- Gênero Drama
- País de Origem EUA
- Direção Matthew Tibbenham
- Elenco:
Jessica Lynn Parsons (Amber)Sarah Schreiber (Charlotte)Clayton Nemrow (Pd. Morris)Ken Gamble (Homem com câncer / Charlie)Jayne Marin (Mary)Kevin Ging (Rupert)Nathan Douglas (Alcóolatra / Frank)Ed Robinson (Sr. Anonymous)Jerry Bornstein (Pd. Whelan)
- Disponível nas plataformas de streamings: Amazon Prime Vídeo, iTunes, Netflix (e outras).
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.
Achei muito interessante, me surpreendeu, não senti tédio em momento algum. Dúvidas pertinentes, questões delicadas. Só não gostei de uma única cena, considerei, digamos assim, inconsequente, que foi a tentativa do beijo, acho que poderia ter ficado apenas no 'Eu te amo'. Talvez seja a minha vontade de resguardar a figura do padre e reconhecer o quão difícil é a sua missão.
ResponderExcluirRecomendo!
E sim, eu também detestei 'A culpa é das estrelas'.. =p