Francisco, conhecido como Zumbi dos Palmares (✰1655/✞1695 — escrevi artigo sobre ele ➫ aqui), é reverenciado como modelo de resistência negra pelo fato de, contra expedições militares, ter defendido o Quilombo dos Palmares, outrora localizado na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.
No dia 20 de novembro é comemorada sua morte e celebrado o "Dia da Consciência Negra". A data tenciona provocar reflexões sobre a influência do negro e da cultura afro em uma sociedade que durante quase quatro séculos se manteve sob o trabalho escravo.
No dia 20 de novembro é comemorada sua morte e celebrado o "Dia da Consciência Negra". A data tenciona provocar reflexões sobre a influência do negro e da cultura afro em uma sociedade que durante quase quatro séculos se manteve sob o trabalho escravo.
Em algumas capitais do Brasil e em mais de mil cidades, este dia é feriado. Foi escolhido o dia 20 de novembro por remeter ao assassinato de Zumbi, último líder negro do quilombo dos Palmares, no ano de 1695, cuja cabeça foi exposta no pátio da Igreja do Carmo em Recife até sua total decomposição.
"Liberdade, liberdade, abra as asas sobre mim..."
Bem sabemos que, são várias as classes que lutam por direitos na sociedade brasileira, como forma de enfrentar a desigualdade social e o preconceito. Nesta data, recordamos dos nossos irmãos negros, traficados nos navios negreiros, vendidos como coisa e explorados como animais de carga, sobretudo nas lavouras. Um triste, desumano e violento período de nossa história que durou mais de trezentos anos.
O dia 13 de maio de 1888, data da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel (✩1846/✞1921), é por muitos aclamado, por ser o símbolo do término do período da escravatura, porém, esta tão sonhada liberdade, foi fruto de muitas mortes e lutas, mas não foi a solução.
O negro "livre" continuou à margem da sociedade, sem casa, sem terra, sem educação para si e seus filhos, refém do trabalho com baixa remuneração e distante dos cargos públicos.
Os proprietários de terras, como o próprio governo da época favoreceram a colonização de imigrantes vindos sobretudo da europa, do leste europeu, do Líbano e do Japão como forma de ocupar as propriedades e até mesmo substituir os negros.
A Consciência Negra evidencia na atualidade o que ainda existe, a desigualdade, a violência, o preconceito e o racismo. Dentro de uma perspectiva cristã, somos todos iguais, filhos do mesmo Pai e único Deus, irmãos em nosso Senhor e único Salvador Jesus Cristo.
Seguem alguns versículos do Novo Testamento que fundamentam a igualdade entre os homens. O próprio Cristo nos ensinou:
"...Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os profetas" (Mateus 7:12).
Também o apóstoLO Paulo ensinou na Carta aos Gálatas:
"...porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (3:26-28).
Considero o Dia da Consciência Negra não apenas como uma plataforma para militância, ou como uma oportunidade para a vitimização, mas, sim um tempo oportuno para reflexão sobre os males sociais resultantes do pós 13 de maio de 1888, quando, em uma abolição que indenizou os senhores de escravos e deu apoio aos imigrantes europeus que substituíram o povo negro no trabalho, o Estado nada fez para dar aos ex-escravos condições de ascensão social, antes os abandonou à própria sorte. Estes são fatos históricos e que ainda se refletem na contemporaneidade.
No Brasil, atos de racismo são presentes no dia a dia de muitos negros e afro-brasileiros, todavia, sob os mantos do negacionismo e silencionismo, o assunto ainda é muito ausente das discussões cotidianas — principalmente e infelizmente, nos círculos eclesiásticos, onde sim, por mais antagônico que seja ao Evangelho de Jesus, a prática de qualquer tipo de preconceito, há manisfestações racistas, quer sejam sutis, quer sejam vergonhasamente escancaradas.
Aqui não vivemos conflitos segregacionistas abertos como os que ocorrem nos Estados Unidos, contudo, dados apresentados pelo IBGE apontam que três em cada quatro pessoas que estão na parcela dos 10% mais pobres do país são negras. Além de fulgurarem na ponta de tal estatística que revela a cor da pobreza nacional, pessoas negras também encabeçam estatísticas das vítimas de homicídios e envolmento em violências.
Aqui não vivemos conflitos segregacionistas abertos como os que ocorrem nos Estados Unidos, contudo, dados apresentados pelo IBGE apontam que três em cada quatro pessoas que estão na parcela dos 10% mais pobres do país são negras. Além de fulgurarem na ponta de tal estatística que revela a cor da pobreza nacional, pessoas negras também encabeçam estatísticas das vítimas de homicídios e envolmento em violências.
Conclusão
E a Igreja com isso?
Enquanto Igreja do Senhor, podemos combater o racismo por meio de ministérios e pastorais, provocando a reflexão em artigos (como estou fazendo aqui), sermões, estudos sobre a presença dos negros nas Escrituras.
No Brasil, por exemplo, na Igreja Metodista, em toda sua estrutura, são poucas as pessoas negras em postos decisórios, principalmente nas instituições de ensino, área na qual a denominação tem expressiva representatividade. A maior colaboração para o racismo está no silencionismo, no não falar abertamente sobre o assunto.
Buscando erguer o manto do silencionismo e negacionismo, na atualidade existem inúmeros movimentos e coletivos que buscam provocar discussões sobre o racismo cada vez mais crescente no Brasil. As redes sociais têm sido importantes aliadas e plataformas para essas discussões, ao passo que também são usadas para a disseminação do racismo, de discursos de discriminação e ódio.
Nessa arena virtual, retrato da vida real, o interesse pelo assunto e a militância aumentam, principalmente após celebridades do mundo da música, teledramaturgia e jornalismo terem sido vítimas de ataques racistas em redes sociais. O racismo pôs a cara na rede, embora sob anonimato, o que não impediu a Polícia Federal de prender os responsáveis.
Enfim, que Deus nos ilume para que tenhamos a consciência que não cabe num coração cristão, qualquer atitude ou pensamento intolerante, racista e preconceituoso. Não importa a aparência, importa o coração. Assim, não há raça pura, há coração puro, os dos que amam a Deus e ao próximo. O caminho é longo. Que Deus nos ajude a trilharmos por ele pautados no enfrentamento, justiça, confissão, perdão, cura e restauração.
Escrevi mais sobre essa tema:
A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia
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