Sem dúvida alguma, se tem uma área complicada sobre a qual tratar no contexto eclesiástico, é a financeira. Falar sobre dinheiro na igreja é um verdadeiro imbróglio. Tratar assuntos financeiros de púlpito é um dos grandes desafios para muitos pastores e/ou líderes. Muita confusão se faz nessa área. É como se manter uma igreja, fosse algo fácil e que não ensejasse investimentos financeiros. Como se para manter uma igreja funcionando minimamente, não requeresse uma receita financeira mensal.
Muito dessa confusão é devido aos enganos e abusos contidos na absolutamente nada bíblica e muito disseminada (eu a chamo de diabólica mesmo) doutrina da "teologia da prosperidade", que, de teologia mesmo, não tem absolutamente nada (escrevi sobre este assunto ➫ aqui). E, por causa das heresias extorsivas cometidas pelos propagadores e defensores dessa abjeta "teologia", homens e mulheres realmente comprometidos com a propagação do genuíno Evangelho de Jesus Cristo, acabam por sofrer os respingos do lamaçal onde chafurdam esses tais "apóstolos", "bispos", "pastores", "patriarcas"... "semideuses"! Os mesmo que hoje seriam chamados por Jesus de mercenários e por João Batista de raça de víboras.
O que diz a exegese e hermenêutica bíblica sobre o dinheiro e as riquezas?
Você já parou para pensar por que a Palavra de Deus diz que o amor ao dinheiro (não o dinheiro em si) é a raiz de todos os males? O dinheiro seria, nesse caso, algo ruim, que veio do diabo? Como entender isso, já que, para quase tudo, hoje em dia, usamos o dinheiro? Paulo diz essa frase em 1 Timóteo 6:10:
"Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com dores".
Observe que o verso começa com "porque"; isso significa que Paulo está explicando algo que falou antes e que precisamos analisar para compreendermos o real significado dessa mensagem. Vamos analisar detalhadamente esse versículo, em consonância com o contexto no qual ele está inserido.
O amor ao dinheiro e seus males
Estamos vivendo uma época em que as pessoas são convidadas a consumir, a comprar. Propagandas bem elaboradas, programas de crédito facilitado, novidades nas vitrines, etc, são um verdadeiro apelo a gastar.
A fonte de muitos problemas enfrentados pelas famílias está no mau uso do dinheiro e no abuso do crediário.
Meu é intuito aqui é desmistificar toda essa crença errônea que se tem sobre o dinheiro, mostrar os males do amor a ele, e os benefícios que ele pode proporcionar, se usado com sabedoria e moderação. Em resumo, mostrar que, para quem é abençoado o dinheiro é uma bênção e para que não é abençoado ele é uma enorme maldição. Ou seja, a bênção ou a maldição não está no dinheiro, mas sim em que o possui.
Se o dinheiro é uma maldição, por que, então, tantos fazem questão, não pouca, em tê-lo, não pouco?
Todos estamos cientes da importância do dinheiro para a sobrevivência da família. No entanto, o amor a ele é a raiz de todos os males. Jesus já falara do perigo do dinheiro tornar-se um deus na vida do homem:
"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Mateus 6:24).
Ele quis dizer que a busca das riquezas poderia exigir uma dedicação tão grande, quanto Deus exigia de seus servos. Seria, portanto, impossível servir aos dois, ao mesmo tempo.
Esse fato foi exemplificado por Jesus quando Ele encontrou-se com o jovem rico:
"E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: 'Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?' E Ele disse-lhe: 'Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.'Disse-lhe ele: 'Quais?' E Jesus disse: 'Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.'Disse-lhe o jovem: 'Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?' Disse-lhe Jesus: 'Se queres ser perfeito', vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.'E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades" (Mt 19:16-22, grifo acrescentado).
Não que a riqueza em si fosse de todo má, mas o coração pode estar tão preso por ela que isso se constitui num obstáculo para seguir a Jesus. Portanto, se faz necessário uma análise contextual do que o apóstolo Paulo está falando e quais são os ensinamentos que ele nos traz.
- 1) Paulo está falando aqui de falsos mestres e suas falsas doutrinas (1 Tm 6:3-5) — Além das más características desses falsos professores, Paulo destaca que Eles estavam usando a fé de forma exploratória, com manipulações e inverdades, para alcançar lucros para si mesmos. Paulo critica a atitude deles, principalmente por fazerem tudo com foco nas riquezas:
"Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição" (6:9).
- 2) E é nesse ponto que Paulo explica porque tal comportamento dessas pessoas é destrutivo (6:10) — Fazer a obra de Deus com foco em lucro financeiro equivale a amar o dinheiro acima de Deus, o que transforma o dinheiro em um "deus" para a pessoa. Essa verdade ecoa das palavras de Jesus em Mateus 6:24, já citadas anteriormente. É por isso que essa atitude se torna a raiz dos males, pois é dela que surgem diversos outros pecados, mas principalmente o abandono da fé no Deus verdadeiro.
- 3) Em um sentido mais amplo, o amor ao dinheiro, ainda hoje e em todas as épocas, faz pessoas agirem de forma contrária à vontade de Deus, tomando atitudes que Deus condena para conseguir o tão sonhado lucro. Um exemplo seria a corrupção, que faz pessoas roubarem, dissimularem, matarem e realizarem atos pecaminosos para aumentar sua quantidade de dinheiro e poder. O foco desse texto de Paulo é demonstrar o quão podre o ser humano pode ser quando torna o lucro o fim principal de sua vida
- 4) É importante frisar que não temos aqui um "amaldiçoamento" do dinheiro — Como já dito acima, mas sendo válido enfatizar, o dinheiro, em si, é neutro. O que se faz com ele e por ele é que indica o que ele representa para a pessoa, se será bênção ou maldição. A Bíblia aprova o bom uso dos ganhos honestos:
"Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus" (Eclesiastes 2:24).
- 5) Paulo, na sequência de sua fala, faz questão de aconselhar seu discípulo Timóteo sobre a atitude equilibrada que deveria ter (e que serve para todos nós), que é ficar longe desse comportamento destrutivo com relação ao dinheiro (6:11). Um servo de Deus que tem como base a retidão lidará com o dinheiro de forma equilibrada!
As finanças e a completa dependência de Deus
No Salmo de número 73, 3:12, está registrada a experiência de um homem chamado Asafe. Ele começou a observar que os ímpios eram prósperos, sadios e aparentemente felizes.
Enquanto que ele, que procurava servir a Deus, era afligido a cada manhã. Mas, chegou à conclusão de que o mais importante era estar junto de Deus
"Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor DEUS, para anunciar todas as tuas obras" (73:28).
Percebemos a importância de dependermos de Deus para o nosso equilíbrio financeiro
"SE o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.
Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.
Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade.
Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta" (Sl 127).
- É Deus quem nos dá o trabalho e provê os meios necessários para suprirmos nossas necessidades (Tiago 1:17). Os filhos precisam aprender a valorizar o trabalho e aquilo que é fruto dele.
- É melhor o pouco, no temor do Senhor (Provérbios 15:16). Há pais que, na intensão de ganhar mais, sacrificam sua união conjugal. E isso causa graves prejuízos ao seu lar. Idolatram o emprego e deixam de lado até mesmo o tempo que seria para enriquecer o convívio familiar.
- Há promessas de prosperidade àqueles que honram ao Senhor com suas finanças (3:9,10; Lucas 6:38). A nossa contribuição ao Senhor é uma expressão de gratidão e alegria de nossa parte.
- Devemos ter sabedoria para gastarmos os recursos que Deus nos dá (Isaías 55:2).
Conclusão
O dinheiro não deve ser encarado como um fim em si mesmo. É apenas um meio pelo qual se alcançam alguns valores da vida. Por outro lado, não podemos minimizar sua importância. É justo que se trabalhe, se esforce e que se poupe certa quantidade para momentos imprevisíveis e para outras necessidades da vida. Economizar visando a um futuro melhor para os filhos é um dever dos pais, e os filhos aprenderão a gastar construtivamente e a dar a devida importância ao dinheiro (escrevi mais sobre este assunto ➫ aqui).
Determinação de viver dentro dos rendimentos. Precauções devem ser tomadas para que as despesas do lar não ultrapassem ao que se ganha. Se há descontrole nas finanças, se os pais excedem nos gastos, é claro que no final do mês haverá dificuldades financeiras. Precisamos da orientação divina sobre como, onde e quando gastar o nosso dinheiro. Não podemos esbanjar as nossas finanças sem direção, aplicando-as em coisas desnecessárias. Assim, não incorreremos no erro de dar ao dinheiro uma importância superior a que ele merece, transformando-o em um "deus" que nos domine e, consequentemente, numa grande maldição que, também consequentemente, atrairá consigo outras maldições.
"E Jesus respondeu-lhe: 'O primeiro de todos os mandamentos é: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças"; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Não há outro mandamento maior do que estes.' [...] Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém" (Marcos 12:29-31; Romanos 11:36 — grifos acrescentados).
[Fonte: Portal News, por André Sanchez; Casa do Senhor]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.
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