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segunda-feira, 24 de maio de 2021

TODOS PRECISAMOS DE MILAGRES... MAS, ONDE ELES ESTÃO?

  • O texto desse artigo foi livremente inspirado pela palavra ministrada pelo pastor Revermar Oliveira, no culto realizado no domingo, 23/05/2021, no salão congregacional do Ministério Evangélico Gilgal.
Quando falamos em milagre pensamos logo em algo impossível aos olhos humanos como a cura de uma pessoa em estado terminal, acometida por uma doença como um câncer em estágio avançado ou até mesmo pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) que para a medicina não tem cura. Sim, em síntese, um milagre é realmente algo que a mente humana não consegue compreender e a ciência não é capaz de explicar.

Contudo, o conceito de "milagre" tem se tornado um tanto quanto genérico. Há pessoas que prometem o “milagre urgente” propagando-o nos diversos meios de comunicação social como se fosse um produto comercial. Até parece que essas pessoas são os proprietários da graça de Deus, e Deus o empregado manipulado que produz os milagres.

Conceituando o termo milagre


Segundo o dicionário Aurélio Milagre é 
"Fato sobrenatural oposto às leis da natureza. Portento, maravilha, prodígio". 
E de acordo com o dicionário Michaelis, dentre os significados de Milagre temos
"Fato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis da natureza".
Podemos associar com segurança a palavra Milagre à pessoa de Jesus, que enquanto Deus se fez em epifania e habitou entre nós "...se fez carne e habitou entre nós…" (João 1:14). E enquanto "Deus-Homem" operou sinais e maravilhas durante sua vida e até em sua morte. .

Nos evangelhos temos o registro de 35 milagres operados por Cristo, que segundo o entendimento teológico 
"revelam a extensão do domínio do poder de Jesus, mostrando sua autoridade sobre a morte e o inferno, sobre o diabo e seus agentes, sobre as enfermidades e a própria natureza".
Mas, será que Jesus se limitou a apenas 35 sinais e prodígios? A verdade é que Jesus realizou muito mais do que 35 milagres, é o que o apóstolo João nos diz no último versículo de seu evangelho 
"E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem" (Jo 21:25).

Entendendo o milagre de acordo com a Bíblia


Há diferentes interpretações sobre o significado do Milagre. Muitos analisam como sendo um fato prodigioso, descido do céu, uma intervenção divina nas situações humanas e nas leis da natureza.

Com base na reflexão bíblica cresce a compreensão para a função espiritual de sinal do milagre. No evangelho de João, aparece uma série de ações concretas que o autor considera como sinais: o relato de Caná (Jo 2:1-12), a cura do filho do oficial real (4:43-54) e a do paralitico no tanque de Betesda (5:1-9). Em geral todos esses fatos são também considerados como milagres.

Na visão cientifica milagre é o que não tem uma explicação natural e que é cientificamente insolúvel. O termo milagre provem de miraculum, isto é, algo de admirável, que causa admiração. Milagre é aquele fato ou realidade, admiráveis em que o homem percebe a presença de Deus que se revela. 

Na Bíblia milagres podem ser fatos comuns (por do sol, beleza da natureza...) ou fatos incomuns (curas, revivificação de um cadáver...). As palavras mais usadas na Bíblia para expressar aquilo que chamamos de milagre são: sinal, força, coisa admirável. 

As características de um milagre


A característica essencial é revelar a presença de Deus: uma força que atua provocando uma coisa admirável, por isto se torna um sinal de Deus. A reflexão bíblica considera o milagre como uma palavra que Deus fala ao homem a fim de comunicar algo. Nessa mesma perspectiva, a Bíblia vê os sinais de Deus na vida cotidiana, nas coisas comuns da existência e a história do passado.

Diante do milagre não é importante perguntar se é verdade, mas qual a mensagem que Deus quer transmitir. Os milagres realizados na Bíblia não são magia, superstição, pois também haviam deuses milagreiros entre os pagãos. Para ter fé não é preciso evidentemente de "milagrismos" e/ou de "milagreiros". 

A fé não corresponde com princípios de que são necessários milagres para crer. Não são os milagres que levam a fé, mas a fé que leva ao milagre. O caminho mais seguro para fé não são prodígios, mas um encontro pessoal com Jesus. 

As expressões usadas nos evangelhos para definir as obras realizadas por Jesus são: dynamis (ato de poder), ergom (obra) e semeiom (sinal). Os milagres de Jesus foram vistos pela comunidade primitiva como expressão do amor de Deus e não tanto para exaltar a sua pessoa. Jesus não faz por fazer, ou para satisfazer as curiosidades humanas, nem para se auto promover. Jesus nega a Herodes que desejava ver milagres (Lucas 23:8) e no deserto a pedido do demônio (4:3-12). 

A maioria da multidão que procurava e acompanhava Jesus desejava os milagres para crer, mas Jesus conhecendo seus corações não executa ações que levassem o povo a admirá-lo por causa dos fatos (fora de comum) realizados (Jo 6:26). Assim Jesus não faz nenhum milagre em Nazaré por causa da falta de fé. 

Jesus comunica através dos sinais a mensagem da presença amorosa de Deus no meio do povo. O critério evangélico é mudança de vida, criar uma intimidade com Deus que se revela em Jesus sendo um Pai amoroso. Cada um deve perceber em sua vida a presença de Deus de maneira pessoal. Contemplar a beleza da criação é um milagre. O ser humano tem um grande defeito de reclamar de tudo, de querer consertar as coisas do seu jeito, e se esquece de agradecer, de cuidar e amar a vida.

Os sinais não provêm de poder mágico e divino. Os milagres fazem parte de uma doação de amor livre e espontâneo de Deus ao homem. Nada melhor que a própria Sagrada Escritura para nos mostrar o verdadeiro sentido do milagre.

As motivações de Jesus para o milagre


Jesus revelou seu poder nitidamente. Desafiou a força da natureza, demonstrou que tem domínio diante das enfermidades, sobre as potestades das trevas, sobre a morte e o pecado, e também sobre o inferno, tudo isso para testificar o poder que como Deus possuía 
"E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: 'É-me dado todo o poder no céu e na terra'" (Mateus 28:18). 
Jesus, enquanto Deus, demonstrou seu poder para que cressem nele e fossem salvas. O apóstolo João registrou diversos sinais que seu Mestre realizou para com isso provar que Jesus é Deus, de acordo com o que falou em João 20:31 
"Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome".
No evangelho de João vemos uma série de testemunhos de que Jesus é o Cristo, podemos citar a mulher samaritana, o paralítico que morava na cidade de Betesda e a multidão que presenciou e se fartou diante da multiplicação dos pães.

Além de mostrar seu poder para que cressem que ele foi enviado por Deus, Jesus veio para fazer a vontade do Pai 
"Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6:38). 
 Em momento algum Jesus queria chamar a atenção para si ou somente atrair uma multidão com seus feitos milagrosos com o fim de obter fama e dinheiro, ele curava, saciava a fome das pessoas e ressuscitou mortos porque jamais deixou de socorrer os necessitados e aflitos, pois compadecia-se deles. 

O sofrimento e a dor das pessoas que o cercava chamava-lhe a atenção, e por isso ele sentia misericórdia e agia para os socorrer. 
"E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos" (Mt 14:14).
Outro episódio que mostra como Jesus se compadecia diante do sofrimento das pessoas foi quando seu amigo Lázaro morreu. Quando Jesus chegou a cidade de Betânia, onde seus amigos Marta, Maria e Lázaro moravam, encontrou a seguinte cena: corações sem esperança e muito tristes pela morte de seu ente querido. 

Marta foi ao encontro do mestre, enquanto Maria ficou em casa se lamentando, mas Jesus manda chamá-la, está vem rapidamente e ao chegar próximo a Jesus põe-se a chorar ao lembrar possibilidade da cura de seu irmão, se Jesus tivesse chegado uns dias antes. 

Vendo Jesus que Maria estava inconsolável e que os judeus que a acompanhava também choravam, moveu-se de grande compaixão e "Jesus chorou" (Jo 11: 35). Jesus não chorou de tristeza, mas sim de compaixão e misericórdia e também pela falta de fé que demonstravam. 

Diante dessa situação, chegando ao sepulcro pede que retirem a pedra que a selava. Ainda sem crer que Jesus podia fazer o impossível, Marta declara:
"Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias" (Jo 11:39) 
e Jesus responde: 
"Não lhe falei que, se você cresse, veria a glória de Deus?" (11:40). 
Obedecendo a voz do Mestre, retiram a pedra do sepulcro e puderam presenciar o poder de Jesus sobre a morte. Lázaro saiu para fora do sepulcro, à ordem de seu amigo, e este pôde ir para sua casa em companhia de suas irmãs.

Mas, devemos ressaltar que, fazer milagres não foi o motivo primordial de Jesus ao "esvaziar-se" de sua glória no céu e tornar-se servo, como diz Paulo em sua carta aos Filipenses, mas sim ser obediente ao Pai a ponto de entregar a sua própria vida em nosso favor: 
"Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:7,8).
Jesus veio a este mundo para salvar o pecador da morte eterna. Não teria proveito algum a vinda de Jesus se este curasse o corpo físico das pessoas e não salvasse a alma da condenação. Portanto, o maior milagre que Jesus opera é a salvação do pecador.

O primeiro milagre


Ressalta que Jesus aguardou até os 30 anos de idade para iniciar seu ministério. O autor apresenta dois motivos que o levou a cumprir este protocolo, sendo o primeiro o compromisso que tinha com sua família, pois segundo a tradição judaica se o pai falecesse o filho primogênito tinha o dever de cuidar da família até que cada irmão atingisse a maioridade. O segundo motivo é, que para ensinar na sinagoga e ser considerado um mestre esta era a idade permitida para tal.

Existem alguns grupos religiosos que vem disseminando um verdadeiro engodo a respeito de Cristo. Eles chagam ao extremo ao afirmar que Jesus realizou milagres em sua infância se baseando nos livros Apócrifos. Porém isso é contraposto por João 
"Este sinal miraculoso, em Caná da Galiléia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele" (Jo 2:11).
No capítulo 2 do evangelho segundo João, vemos que Jesus iniciou o seu ministério em um casamento e isso não foi por acaso, pois Jesus valoriza o matrimônio e a família, e foi isso que priorizou desde o início. Uma nova família estava surgindo, mas que já estava enfrentando um grande problema (leia o contexto em João 2:1-11). 

Após a intervenção sobrenatural de Jesus, a família estava feliz novamente pois poderia servir seus convidados e continuar a festa. O interessante é que Jesus foi convidado antes mesmo do casamento acontecer e já estava lá quando surgiu o problema, e não foi chamado de última hora para resolvê-lo.

A presença de Jesus no casamento e na família é fundamental, pois quando o vinho, ou, a alegria acabar, ele estará ali para encher os corações com a sua Palavra e transformar as tristezas em alegria.

As condicionantes de um milagre


Do meu ponto de vista, a realização de milagres em nossos dias está condicionada a quatro fatores: nossa fé, obediência a Deus, renúncia a si mesmo (entregar-se por inteiro à causa do evangelho), e os propósitos divinos.

O fato é que Deus sabe o que realmente precisa ser tratado no ser humano em cada lugar, em cada época, em cada cultura diferente, e cabe a nós, seus filhos, nos dispormos para o trabalho em Seu Reino (Marcos 16:15-18; Jo 4:32-36; 20:21).

Abaixo estão alguns motivos porque não vemos milagres hoje em dia como antigamente.
  • A incredulidade impede que milagres aconteçam! — E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles (Mt 13:5).
  • Não queremos pagar o preço da renúncia para sermos capazes de realizar milagres hoje em dia — Tudo que vemos ao nosso redor hoje em dia são os anseios do ser humano por uma vida de realizações, lazer, prosperidade, qualificação profissional e conquista de bens materiais. Enquanto Jesus neste mundo em nada se importou com isto, senão em realizar a obra de Deus (Jo 4: 32-34). 
"Assim, pois, qualquer de vós que não renunciar a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lc 14:33).
Milagres acontecem com a finalidade de gerar salvação — Deus não cura as pessoas, por exemplo, por meramente curar, mas além de cura Deus tem um propósito mais importante ainda: a salvação. No texto de Lucas 4: 23-30, Jesus afirma que haviam muitas viúvas em Israel nos tempos em que não havia chuva, enquanto uma fome grave estava assolando a terra, mas Elias, o profeta, só foi enviado a uma delas, pois esta acreditou no profeta para sua salvação.
  • A murmuração/contestação impede que milagres aconteçam — Seria um milagre para os israelitas vencerem em batalha as nações que estavam ocupando Canaã nos tempos de Moisés, pois os povos eram muito mais fortes do que eles e mais preparados para guerra, tinham cidades fortificadas e eram homens grandes e fortes. Mesmo nessas circunstâncias Deus lhes daria a vitória, mas por causa da murmuração e incredulidade/dureza de coração, uma geração inteira não pôde ver os milagres desta vitória acontecendo (Números 14: 26-30).
Este tópico 4 me lembra bastante as pessoas dos supostos ateus de nossa atualidade, que vivem arrumando pretextos para se queixar contra Deus, alimentando assim sua incredulidade e a razão de que fazem jus. 
  • Os milagres de Deus tem propósitos maiores, além do que nossa mente possa imaginar, e as vezes O questionamos julgando termos razão  O fato é, quem tem que ditar as regras, Deus ou nós?
"Ai daquele que contende com seu Criador! Deixe o caco contender com os cacos da terra. Dirá o barro para aquele que o modela: O que fazes tu? Ou tua obra: Ele não tem mãos?" (Isaías 45:9)
A arrogância do ser humano tem afastado Deus de si, julgando que Deus tem a obrigação de fazer o que ele julga ser o correto. Precisamos nos colocar no nosso lugar! Não podemos tirar nenhuma conclusão precipitada ou questionar a Deus porque não estamos vendo grandes milagres nos dias de hoje. Precisamos entender, compreender e aceitar que Deus é mais sábio do que nossa mente possa alcançar (Eclesiastes 11: 5).
  • Nossa sociedade atual é muito materialista! — Por este motivo muitos acabam, de certa forma, afastando Deus de si e não acreditam em curas e milagres nos dias de hoje. As pessoas só dão crédito ao que elas podem ver e tocar, ao que está dentro de sua realidade. Milagres são coisas que fogem às leis da natureza, por isso muitos nem esperam que estes aconteçam. Se não acreditarmos em um Deus Todo poderoso, que é Jesus, não poderemos ver seus milagres também.
  • A realização de milagres também está relacionada aos dons espirituais — Embora eu acredite que qualquer crente obediente à Palavra de Deus possa realizar milagres orando, nem todos possuem tal dom para fazer isto com certa frequência (1 Coríntios 12:10,11,29).
Embora alguns problemas listados acima impeçam a realização de milagres, principalmente por não acreditarmos, Jesus afirma em João 4:48 que certas pessoas não crerão enquanto não verem um milagre acontecer. Como Tomé, que só acreditou que Jesus havia ressuscitado após vê-lo pessoalmente e tocar no corpo que havia sido crucificado.

Conclusão


Meu objetivo com esse artigo foi de trazer mais informação sobre um tema, que consideramos muito importante, para o meio acadêmico e religioso, mesmo sendo discutido há mais de séculos, pois falar os milagres e ensino de Cristo é para muitos cristãos algo novo, e por isto a escolha do mesmo, que é desafiador e ao mesmo tempo muito edificante. Objetivei, com o meu artigo, levar outros a conhecerem mais sobre Jesus, pois há muito que se fala sobre este tema e poucas pessoas conhecem mais a fundo sobre os ensinos e milagres de Jesus.

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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