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quinta-feira, 20 de maio de 2021

O DESAFIO NOSSO DE CADA DIA: COMO LIDAR COM O ESTRESSE DURANTE A PANDEMIA?

"Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. [...] Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro" (2 Coríntios 4:16,17; 7:5).
Muitos dos que se dizem "cristãos", se consideram imunes e blindados dentro da bolha religiosa. 
"Estresse não é coisa de crente!
Ouvi certa feita um desses super-heróis da fé vociferando essa bravata do púlpito (o pior foi ouvir o "amém!" dos ouvintes).

Estes tais são aqueles que espiritualizam tudo, que demonizam tudo, para os quais você falar sobre a seriedade do estresse, é o mesmo que enfiar não a mão, mas a cabeça num vespeiro. Mesmo assim, eu vou arriscar cutucá-los com a Vara de Jessé e falar desse assunto que se tornou viral nesses tempos de pandemia.

Em síntese, o estresse é a reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações novas.

A forma que as pessoas levam a vida atualmente pode ser caracterizada como uma corrida. É uma verdadeira luta contra o relógio. As atividades profissionais se somam à vida, às necessidades pessoais e a inúmeros outros compromissos que surgem com o passar dos dias. E, em meio a tantas pressões e cobranças, o corpo reage com o estresse. Apesar de ser associado apenas ao nervosismo ou à irritabilidade, outras reações podem ocorrer.

Entendendo o conceito de estresse


De acordo com a psiquiatria, o estresse é um termo que veio da física. Vamos dizer que você pegue um material e o submeta a uma pressão até que ele seja deformado. 

Quando você tira essa pressão, a capacidade desse material de voltar ao normal significa resiliência e, quando ele tem uma capacidade mais limitada de resiliência, ele recebe a pressão e não consegue voltar ao normal, é quando acontece o estresse.

Ainda de acordo com a psiquiatria, grande parte das doenças físicas e mentais pode estar relacionada a essa condição do organismo. O estresse mexe com um eixo de hormônios que interferem no sistema imunológico, nos batimentos cardíacos, na pressão arterial e em todo o organismo. 

Doenças autoimunes, cânceres e alergias podem estar relacionadas às alterações imunológicas provocadas pelo estresse. Ele também pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como colesterol, e glicemia alta, diabetes, hipertensão, enfarto, derrame e trombose, diminuindo a sobrevida desse indivíduo.

É importante ressaltar que as mudanças também podem acontecer na mente da pessoa que sofre com o estresse constantemente. Ele aumenta o risco do início de doenças psiquiátricas ou de exacerbação de doenças pre-existentes. 

Então o estresse é um fator de desestabilização do ponto de vista psiquiátrico tanto para a depressão quanto para a ansiedade, para o uso de drogas e a esquizofrenia.

Como evitar?


Infelizmente não é possível impedir que situações ruins ou repentinas aconteçam no cotidiano, mas aprender a lidar com elas é fundamental para evitar que os problemas esternos afetem a pessoa internamente.

Uma boa alimentação e atividades físicas são fatores essenciais para melhorar a qualidade de vida e estimular a liberação de hormônios que coloquem o organismo em estado de equilíbrio.

Segundo estudos, como o realizado pelo Instituto Dante Pazzanese em 2013, a relação da pessoa com a fé pode influenciar positivamente no seu bem-estar psicológico, no aumento da sua satisfação com a vida e na melhoria da sua saúde física e mental.

Dessa forma, a fé também é uma aliada na luta contra estresse. A palavra de Deus, por exemplo, promove esperança àqueles que creem, substituindo os pensamentos pessimistas e de desânimo pela motivação de viver.

Quais os sintomas do estresse?


O sintomas do estresse podem ser manifestado de duas formas, por meio de sinais psicológicos ou por meio de sinais físicos, sendo os principais sintomas:

Sintomas psicológicos — O estresse normalmente leva ao aparecimento de sintomas psicológicos bem perceptíveis, como por exemplo:
  • Ansiedade, angústia, nervosismo ou preocupação em excesso;
  • Irritação e impaciência;
  • Tontura;
  • Problemas de concentração e de memória;
  • Sensação de perda do controle;
  • Dificuldade para dormir;
  • Dificuldade em tomar decisões (procrastinação).
Além disso, a pessoa que se encontra estressada normalmente não consegue se organizar e se concentrar em atividades, o que pode fazer com que fique cada vez mais estressada.

Sintomas físicos — O estresse também pode se manifestar por meio de sintomas físicos, como por exemplo a queda de cabelo em excesso, dor de cabeça ou enxaqueca, tensão muscular, alergias, facilidade em ficar doente e alterações gastrointestinais e do coração, como aumento dos batimentos cardíacos, por exemplo.

Além disso, mãos frias e suadas e problemas de pele, como acne, por exemplo, podem ser indicativos de estresse. Na sequência, vamos nos aprofundar mais na descrição desses sintomas.

Fase de alerta — Acontece quando a pessoa se depara com uma situação estressante. Nesta fase é comum que o distúrbio se manifeste no organismo por meio de alterações físicas como mãos e/ou pés frios, boca seca, dor de estômago, suor, tensão e dor muscular e na região dos ombros, aperto da mandíbula/ranger de dentes ou roer unhas/ponta da caneta, diarreia passageira, arritmia, respiração ofegante, aumento súbito e passageiro da pressão sanguínea e agitação.

Fase de resistência — O organismo tenta retomar o equilíbrio e pode se adaptar à nova situação ou eliminá-la. Entre os sintomas estão o aparecimento de prolongada, tontura e mal-estar generalizado. 

Também podem acontecer alterações cognitivas como problemas de memória, sensação de cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade excessiva, sensibilidade emocional exagerada e diminuição do desejo sexual.

Fase de exaustão — Nesta etapa é possível que os sinais do estresse evoluam para o desenvolvimento de outra enfermidade, o que afeta a saúde física, cognitiva e emocional. Alguns sinais que o indivíduo pode apresentar nesta fase são diarreias frequentes, dificuldades sexuais, insônia, hipertensão arterial, problemas de pele prolongados, mudança extrema de apetite, batimentos cardíacos acelerados, úlcera, impossibilidade de trabalhar, pesadelos, apatia, cansaço excessivo, irritabilidade, angústia e perda do senso de humor.

Quais são os tipos de estresse


Agudo — nesta modalidade o estresse deixa o organismo mais ativo. São liberados alguns hormônios, como a adrenalina, para aumentar o foco para a demanda que estamos recebendo. Um exemplo é quando se está diante de uma atividade que exige atenção. 

Neste caso, o estresse se manifesta para ativar o corpo, ou seja, o organismo entende que está precisando de mais energia no que está fazendo e são liberados alguns hormônios para que a atividade possa ser concluída. Apesar de intenso, o estresse tende a ser de curta duração.

Crônico — Este tipo de estresse ocorre quando o corpo não consegue sair do estado de alerta. Quando o organismo fica muito ativo, a tendência é que a ansiedade aumenta. 

A produtividade é reduzida e são produzidos outros hormônios, como o cortisol, que leva a outras consequências. Além de alertar o funcionamento do organismo, neste nível, o estresse influência também as relações interpessoais.

Prevenção e controle


Exercícios físicos — os especialistas são unânimes em afirmar que a adoção de hábitos de vida saudáveis é fundamental para ter uma rotina equilibrada. A atividade física é importante para lidar com o estresse, assim como fazer coisas agradáveis, ter um hobby, realizar passeios e ter um sono reparador. 

Tudo isso nos ajuda a lidar com as pressões externas e internas. Os exercícios são capazes de melhorar as funções cardiovasculares e respiratórias, além de estimular a produção de hormônios, como endorfina e serotonina, que se contrapõem ao do estresse.

Alimentação — A alimentação equilibrada é considerada um fator essencial par aliviar o estresse. Pensar corretamente nos alimentos é importante porque os nutrientes deles tornam possível a liberação de alguns transmissores que atuam no organismo de forma protetiva. 
O bom relacionamento com os familiares e uma rotina definida de trabalho, com intervalos para descanso, também são importantes para manter o equilíbrio.

Paz interior — Jesus se oferece a eles, com seu testemunho de esperança e reconciliação. Mateus menciona aquele convite: 
"Vinde a mim todos vós que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28). 
O Senhor manifesta que Deus está compartilhando nossa vida. Ele nos fala enviando seu Filho amado! 
"Deus não pode padecer, mas pode compadecer-se", 
afirmava Bernardo de Claraval (em francês: Bernard de Clairvaux; ✰ castelo de Fontaine-lès-Dijon, 1090 — ✞ Ville-sous-la-Ferté, 20 de agosto de 1153).

O apóstolo Paulo indicava como ideal a obtenção da paz interior, que contrastava com a confusão e o autoengano, favorecedores da ansiedade. Assim, para o Apóstolo, era claro que Deus deseja que as pessoas vivam em paz (1 Co 14:33).

Mas, como grande conhecedor do espírito humano, Paulo entendia muito bem suas contradições, razão pela qual insta os cristãos a trabalhar para obter a paz da alma, que está em sintonia com a salvação (Romanos 15:13).

Esta paz, fundada na abnegação, na virtude e na entrega generosa, contém a renúncia à discórdia. Nesse sentido, em concreto, a rejeição das controvérsias inúteis que ofuscam o coração e obscurecem a verdade (2 Timóteo 2:23). Ao contrário, Paulo favorece a escuta, a compaixão e a oração.

Conclusão

Com a palavra os especialistas


Não podemos esquecer que o estresse é um sintoma e, como todo sintoma emocional, é um alerta de que algo não vai bem. Sendo assim, se ouvir é a melhor maneira de saber que alguma coisa está fora do lugar.

Uma maneira de evitar doenças é cuidar do seu corpo, sua mente e sua alma. Olhar para dentro e se ouvir são formas de conquistar o equilíbrio. Além disso, se for preciso busque ajuda, não há vergonha alguma nisso.

Dependendo do grau e da intensidade do estresse, mudança de hábitos e uma prática diária de autorreflexão podem ser suficientes para diminuí-lo. Mas quando sintomas físicos associados ou psicológicos começam a surgir, é o momento de procurar ajuda.

Dessa maneira, um psicólogo pode avaliar os próximos passos, que variam caso a caso. Pode-se buscar ajuda espiritual também? Claro, não só pode, como deve, entretanto, a ajuda espiritual, sob nenhuma hipótese — ou um pseudo discurso de fé — substitui e/ou elimina a importância de procurar ajuda profissional. Não é uma questão de fé (ou de falta dela), é uma questão de bom senso.

[Fonte: Folha Universal, por Cíntia Cardoso; Ministério da Saúde e os médicos Eduardo Perin e Luis Orlandini Júnior; Tua Saúde]

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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