AO MESTRE, COM CARINHO! A IMPORTANTE FUNÇÃO DO EDUCADOR CRISTÃO

Dentro do ambiente escolar, mais precisamente no ensino público, as instituições devem ser imparciais em relação à religião, ou seja, não podem apoiar uma doutrina, ou desaprovar outra. Deve-se manter o respeito para com toda e qualquer orientação e escolha religiosa. Isso também se aplica a espaços que tenham influências do Estado, como os órgãos públicos.

Essa definição se deu desde a quinta Constituição Brasileira, de 1988, que diz

"é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias" (ênfase acrescentada).

O Estado não permitir que o ensino religioso seja passado em suas escolas, não impede que quem estuda e quem trabalha professe sua fé. Essa questão foi levantada no Plano Municipal de Educação (PME), documento que dita os caminhos da educação pública nos municípios brasileiros, para os próximos 10 anos. Independente de preceitos legais, esse também é o desafio do educador cristão. É a reflexão proposta no texto deste artigo especial em homenagem ao Dia do Professor.

Mestre em espírito e verdade

Ensinar a criança no caminho, de acordo com a Bíblia, é de responsabilidade dos pais. Na igreja o ministério de educação cristã deve dar suporte à família. Uma educação cristã relevante faz toda a diferença neste apoio. O papel do educador cristão na igreja é sem dúvida muito importante. Ele é responsável por construir junto aos estudantes um conhecimento que norteará toda sua vida. 

Ele também deve ser amigo, um mediador do conhecimento bíblico e acima de tudo um exemplo. A Palavra de Deus, resplandecendo sobre sua vida, o torna uma pessoa especial. Diante disto há uma grande responsabilidade, a de ensinar as verdades contidas na Bíblia e praticá-las.

Os desafios dos professores no cenário atual

Os mestres aprendendo com o Mestre

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, que causou um enorme impacto nos mais diversos setores da sociedade, o da Educação, além de ser um dos mais impactados, é também o que ainda não se chegou a um consenso sobre o retorno — em todo o Brasil, as instituições de educação foram as primeiras a parar e ainda hoje não se tem a certeza de quando será a volta, fato que tem feito com que os educadores se vejam obrigados a se virar para conseguir obter êxito com os alunos.

Mesmo com todas as incertezas, o fato é que mais um ano letivo se aproxima, novos desafios os esperam! Novas expectativas fortalecem o espírito. Neste novo ano letivo os professores iram precisar de perseverança, comprometimento e dedicação para que os objetivos almejados em seus projetos sejam alcançados com sucesso. 

O maior exemplo para alcançar as qualidades de um bom educador, encontramos no mestre Jesus, nEle é possível alcançar força e ânimo para que o exercício do sacerdócio  de educadores seja, de fato, prazeroso, exemplar e memorável para as pessoas com as quais eles convivem. Jesus demonstrou grandes exemplos no ensino, Seu olhar de amor e compaixão fazia-O ser amado e admirado por todos. 

Ele tirava tempo para ensinar grandes multidões, mas também ensinava em particular. Era sábio em ensinar tanto para os adultos, assim como para as crianças, não fazia acepção de pessoas e olhava com carinho a quem mais precisava de atenção. Sabia lidar com as diferenças culturais e sociais, era muito sábio para resolver assuntos polêmicos de sua época, era amado por todos aqueles que eram movidos pela Sua compaixão. 

Conforme Dornas (1998, p. 33) 

"o professor contemporâneo precisa nutrir pelo aluno um respeito muito grande."

Os alunos não podem ser vistos como seres que não sabem nada. Cada um trás para dentro da classe suas experiências, e isto deve ser respeitado. Conhecer este aluno é um grande desafio, pois para exercer o seu chamado, o professor cristão (ou não) precisa disponibilizar de tempo e dedicação.

Os desafios do ensino no âmbito eclesiástico 

Especificamente no âmbito do ensino cristão, uma grande dificuldade que tem atrapalhado o desenvolver da educação relevante, segundo Gagliardi é o fato de que na igreja, o grande problema é que essa sociedade ativista, no corre-corre pelo sustento, torna, frequentemente, os professores da Escola Bíblica em pessoas sem tempo, sem ideias, sem sonhos, apenas ativistas em suas funções (1997, p. 13).

O que impede então o professor de buscar um ensino diferente? Como Gagliardi (1997, p. 46) comenta 

"no ensino, é o amor que impede acomodação, o desleixo, a improvisação a preguiça."

Este amor é um dos princípios básicos que o professor deve ter em sua vida. Wilkinson (1998, p. 13) comenta que 

"o professor é o elo vivo entre o conteúdo e a classe, e a forma como realiza esta tarefa constitui o cerne do ensino."

Este elo deve permitir a construção do conhecimento em conjunto com os discentes.

Sim, professor também tem sonhos!

Todo professor tem sonhos. Conforme Demo (2004, 97) 

"a obra de arte do professor é um aluno que sabe pensar."

Encontrar a realização destes sonhos passa por vários desafios. Muitos são então os desafios do educador cristão. Segundo Demo o professor do futuro, 

"precisa entre outras qualidades ser um pesquisador, formulador de proposta própria, ou seja, precisa saber elaborar com autonomia, buscar uma trajetória prática para a reconstrução do conhecimento, atualização permanente, instrumentação eletrônica, interdisciplinaridade" (2004, p. 77-90).

Pensar nestas qualidades mostra que o professor cristão precisa de tempo de oração, estudo bíblico, ser perseverante, intercessor. Necessita também, de convicção para a chamada do que está realizando, convicção está que vem de uma intimidade com Deus. Com esta intimidade o professor conseguirá ter então uma visão correta da obra de Deus e todos os desafios da atualidade. Portanto, o desafio da atualização constante é pertinente ao professor que quer desenvolver um ensino relevante.

A vida de um bom professor é o resultado de muitas conquistas, experiências e da preparação profissional. Como educadores, eles devem buscar o conhecimento por meio do ensino superior para desempenhar um melhor papel na educação, preparar as aulas e aperfeiçoar saberes. 

No entanto, o professor cristão vai além daquilo que a formação acadêmica proporciona, ele busca seguir o exemplo de Cristo e mantém-se fiel a palavra de Deus, assim como o sábio conselho de Salomão: 

"Procure obter sabedoria e entendimento; não se esqueça das minhas palavras nem delas se afaste" (Provérbios 4:5).

Como educadores, o papel desses profissionais na educação não se resume apenas na alfabetização ou no ensino das linguagens, exatas, científica, natureza ou humanas, mas no ensino com sabedoria, com amor e com repreensão para a prática dos princípios éticos e dos bons valores que a humanidade tanto carece. 

Neste aspecto, o conselho bíblico para os professores encontra-se em Provérbios 13:14: 

"O ensino dos sábios é fonte de vida, e afasta o homem das armadilhas da morte."

Assim como a Bíblia tão sabiamente orienta para ser bons professores e para se cultivar relacionamentos construtivos, Paulo Freire (✰1921/✞1997) — considerado como o Patrono da Educação Brasileira 

• [Nomeado doutor honoris causa de 28 universidades de diversos países e teve suas obras traduzidas para mais de 20 idiomas. O educador, patrono da educação brasileira, também é o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas. Sua mais famosa obra, "Pedagogia do Oprimido", está entre os 100 livros mais pedidos em universidades de língua inglesa pelo mundo. Reunindo mais de 1 milhão de ementas de estudos universitários americanos, ingleses, australianos e neozelandeses, o livro de Freire foi o único brasileiro a entrar no top 100 da lista (e mesmo com este currículo, ele foi explicitamente rechaçado pelo presidente Jair Bolsonaro, sem partido)] 

também orienta sobre a função do educador e, assim, ele diz: 

"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção" (Paulo Freire, 2003). 

Conclusão

Os desafios do professor na pós-modernidade

Que os professores possam, por meio do aperfeiçoamento profissional, desempenhar o seu papel na educação, mas, especialmente, buscar com sabedoria e fidelidade seguir os princípios da palavra de Deus.  

De todos os profissionais que atuam na sociedade, o mais influente na formação do caráter social é o professor. O perfil de liderança visto no professor pode influenciar crianças, jovens, adolescentes (e até mesmo adultos) mais do que a influência dos próprios pais. Desse modo, o professor pode ser um agente influente não apenas em sala de aula ou no ambiente escolar, como o pátio, a sala dos professores, a sala da direção, mas também no bairro onde vive e na sociedade em geral. Porém, quando o professor é cristão, ele pode se identificar como um grande agente de difusão dos valores eternos em um contexto secular. 

Assim, eles são desafiados a se relacionar com professores e alunos que possuem diferenças sociais, culturais e religiosas, são os responsáveis pela formação de opiniões ou por mediar opiniões da era moderna. A função deles, como educadores, é atuar naquilo para o que são designados, a saber, para o ensino específico de cada área de atuação. 

No entanto, como cristãos eles devem prezar pelo desenvolvimento e pela formação de pessoas comprometidas com uma sociedade igualitária, séria, que busca fraternidade e relacionamentos saudáveis, mas, com sabedoria, mediar sempre e incentivar a vivência dos valores e dos princípios cristãos. 

Dessa forma, irão poder alcançar os objetivos esperados em parceria com o grupo docente, mas cada um de precisará atuar com sabedoria e com responsabilidade para o desenvolvimento do conhecimento intelectual e social dos educandos. Diante dos desafios da pós-modernidade devem zelar por aquilo que vem ao encontro da palavra de Deus, conforme o conselho bíblico de 2 João 1:9: 

"Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e também o Filho".

Assim sendo, farão transparecer em si a presença de Deus e estarão preparados para enfrentar e dialogar sobre as opiniões polêmicas, bem como zelar pelo amor e, com sabedoria, transmitir e mostrar o quanto Deus ama o ser humano. Diante da responsabilidade e privilégios que têm como educadores sejam profissionais responsáveis para a incumbência a qual foram chamados, sejam sábios para transmitir aquilo que é agradável, perfeito e bom para os seus alunos. 

Amados professores, pessoas mais que importantes, fundamentais na vida de todo o ser humano, busquem em Deus sabedoria para agir em cada situação e em cada oportunidade e sigam os conselhos bíblicos dados por meio do apóstolo Paulo na carta aos Romanos: 

"Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine" (Romanos 12:7).

É com esse amor pela educação que desejo a todos os professores um bom retorno às atividades. Oro por um ano letivo de 2021 cheio de realizações, conquistas e novos aprendizados. Que vocês possam cultivar relações de carinho e amizade com seus alunos, ser profissionais comprometidos com os valores sociais e com os princípios que agradam o coração de Deus. Meu desejo especial, é que sejam cheios da sabedoria divina e da presença de Deus para que possam, de fato, ser luz para este mundo, por onde quer que andarem (Mateus 5:13,14).

[Fonte: Fabapar — Faculdade Batista do Paraná; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS — BÍBLIA. Português, Bíblia Sagrada: nova versão internacional. São Paulo: SBI, 2000 DEMO, Pedro. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. Rio de janeiro: Vozes, 2004. DORNAS, Lécio. Vencendo os inimigos da escola dominical. São Paulo: Eclésia, 1998. GAGLIARDI, Ângelo. Educação religiosa relevante. Rio de Janeiro: Editora Vinde, 1995. WILKINSON, Bruce. As 7 leis do aprendizado: como ensinar quase tudo a praticamente qualquer pessoa. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1998.]

A Deus toda glória.

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E nem 1% religioso. 

O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.

Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.