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quarta-feira, 22 de abril de 2020

ADVOGANDO PARA O DIABO: ELE É INOCENTE DA ACUSAÇÃO DE ROUBO, MORTE E DESTRUIÇÃO! — 2

"Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: 'Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. 
Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. 
Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. 
O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância'" (João 10:7-10 — grifos meus).
O título deste artigo pode ter causado estranheza a alguns, mas fiz isso de propósito mesmo. E se você ler o texto com atenção até o final, irá ver que ele é bem relevante com o seu contexto. Devido a extensão do assunto, vou dividi-lo em três capítulos. Vamos ao segundo.

A parábola


"Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 
Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. 
E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos" (João 10:1-5).
A parábola é um recurso que estabelece um quadro vivo na mente de quem ouve e impede o ouvinte de esquecer a exposição, esse foi o meio previsto nas Escrituras que o Cristo utilizaria para ensinar.

E ainda, as parábolas contêm enigmas, e os enigmas dificultava, para o povo, a compreensão das parábolas, mas aos discípulos Jesus desvendava o enigma de modo que lhes era ensinado abertamente a palavra de Deus 
"Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; declararei o meu enigma na harpa" (Salmo 49:4); 
"Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem" ( Mateus 13:13).
Com os fariseus, Jesus só falava por meio de parábolas, como se lê: 
"E ele disse-lhes: 'A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas'" (Mc 4:11); 
"E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos" (4:34 ).
Aos fariseus Jesus diz:
  • Aquele que não entra no curral das ovelhas pela porta, mas que se utiliza de outros artifícios é ladrão, salteador; 
  • aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas; o porteiro abre a porta somente para o pastor; 
  • as ovelhas ouvem a voz do pastor e o segue para fora do curral, pois conhecem a voz do pastor, e;
  • as ovelhas de modo algum seguem o estranho, pois não conhecem a voz do estranho e fogem do estranho.
Quando Jesus contou a parábola com os elementos elencados acima, os fariseus não compreenderam. Apesar de terem questionado o Senhor Jesus por tê-los chamados de cegos, não perceberam que, pelo fato de não compreenderem o exposto por Cristo, verdadeiramente eram cegos, de modo que a profecia cumpria-se cabalmente neles 
"Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não entenderam o que era que lhes dizia" (Jo 10:6).
Apesar de lerem nos salmos que só Deus pode abrir os olhos aos cegos, desconsideram o milagre e não compreenderam a parábola de Jesus 
"O SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos" (Sl 146:8).
Diante da cegueira dos fariseus em não considerarem o milagre operado, Jesus explica a parábola desvendando o enigma.

Jesus disse estar dizendo a verdade em verdade e lhes expõe que era necessário entrar pela porta do curral das ovelhas para não ser um ladrão, um salteador. Sem a explicação de Jesus a parábola ficaria vaga, pois ela contém enigmas indecifráveis 
"Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade" (78:2).
Jesus dá o significado da enigmática parábola ao dizer: "Eu sou a porta das ovelhas" (v. 7), ou seja, Jesus identifica-se como a porta. Já o ladrão, o salteador são os que vieram antes de Cristo (v. 8).

Ora, o Bom pastor diz de Cristo, o Servo do Senhor, portanto, um homem. De igual modo, os que vieram antes de Cristo só podem ser homens e não o diabo. Ora, o diabo não é o ladrão, o salteador que a parábola apresenta diz dos líderes de Israel, homens que tinham a função de "cuidar das ovelhas do Pai", porém, prevaricaram nas suas atribuições — e, qualquer semelhança com muitos líderes religiosos da atualidade não é mera coincidência.

Jesus enfatiza que todos os que vieram antes d’Ele são ladrões, salteadores, mas as ovelhas não os ouviram (v. 8). Novamente Jesus identifica-se como a porta e faz um convite na condição de Bom Pastor: 
"Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (v. 9). 
Diversas vezes os fariseus leram acerca da porta que os justos deveriam entrar, mas diante da porta estavam como que cegos: 
"Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão" (Sl 118:20).
Por terem nascidos segundo a carne e o sangue de Abraão, consideram que já haviam entrado pela porta dos justos, porém, como não tinha a mesma fé que o crente Abraão que creu que no seu Descendente as famílias da terra seriam bem-aventuradas para ser justificado, ainda continuavam sendo filhos da ira e da desobediência, porque haviam entrado pela porta larga, que é Adão.

Por terem entrado pela porta larga, que é Adão, os fariseus haviam se desviado desde a madre, em iniquidade e em pecado foram formados, de modo que estavam em igual condição a todos os homens (Sl 51:5; 53:2,3; 58:3).

Quando Jesus se apresenta como a porta, apresentou-se na condição de último Adão, a porta dos justos. Os fariseus rejeitaram a pedra de esquina, a vítima, a luz, o bendito que veio em nome do Senhor (118:1-29).

Enquanto os que vieram antes de Cristo somente roubavam, matavam e destruíam, Jesus contrasta a sua missão com a deles 
"O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" (v. 10). 
Por que eles eram ladroes? Porque eles eram obreiros da iniquidade, que se alimentavam do povo como se fosse pão 
"Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocaram a Deus" (Sl 53:4).
A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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