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quinta-feira, 23 de abril de 2020

A SEGUIR CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO PARA O "FIM DO MUNDO"

"Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" (Atos 1:7).
"Extra, extra, extra, extra, o mundo acabará amanhã de manhã.."
Este é o refrão da canção gospel 'Extra', gravada pela banda de rock cristão Katsbarnea, originalmente em 1989, para o álbum "O Som Que Te Faz Girar", de autoria de Brother Simion, o ex-vocalista da primeira formação do grupo paulista. Mas, o fato é que tanto antes quanto depois da gravação dessa música que se tornou um dos clássicos na carreira da banda, esse amanhã de manhã, apesar de muito previsto e até mesmo "profetizado" ainda não chegou.

E, nestes tempos horríveis de pandemia do novo coronavírus não poderia ser diferente. Algumas seitas religiosas do segmento cristão não tardaram em fazer suas "previsões" sobre o arrebatamento, a volta de Cristo e o tão falado fim do mundo. Até data uma dessas seitas marcou: dia 8 de abril. Bom, se você está aqui agora lendo este artigo, das duas uma, ou a profecia deles furou, ou eles foram arrebatados e nós ficamos.

Mas não só as religiões que, digamos, entraram nessa paranoia sobre o iminente "fim do mundo". Foram muitas as culturas que, ao longo dos séculos, desenvolveram mitologias que construíram em uma crença sobre como se daria o fim do mundo. Além dos maias, sempre tão comentados, os gregos, os astecas, os iorubás e tantos outros não se silenciaram sobre o assunto. Vejamos, panoramicamente, no texto deste artigo, como culturas e religiões tão diversas têm enxergado e feito especulações acerca deste fenômeno.

The Day After The Next Day

O que diz a ciência


Desde que o mundo é mundo, vira e mexe ele acaba. Pior: o planeta tem mesmo "data para morrer". Aquecimento, instabilidade política, risco de guerra nuclear, desinformação... A humanidade está vivendo uma "tempestade perfeita". Mesmo que a humanidade evite guerra nuclear, aquecimento global ou o que for e sobreviva a pancadas com asteroides, novas eras glaciais ou invasões alienígenas, o fato é que já estamos perto do fim da linha – geologicamente falando, pelo menos. 

Se o planeta fosse uma pessoa com a expectativa de vida na casa dos 80 anos, neste momento ele seria um senhor de mais de 60. Mas, de acordo com estudos paleontólogos, a vida na Terra praticamente acabou 5 vezes. Isso só no último meio bilhão de anos. 

A mais conhecida dessas fases de extinção em massa aconteceu há quase 70 milhões de anos. As vítimas mais famosas você conhece bem: os dinossauros. Já a extinção mais severa foi há mais de 250 milhões de anos, matando 83% de todos os gêneros de espécies existentes então. De acordo com a ciência, as criaturas que hoje habitam a Terra são apenas uma pequena fração de todas que já existiram. 

E as razões para seu sumiço são as mais diversas. A maior probabilidade, então, é que o mundo vai acabar temporariamente diversas vezes nos próximos milhões de anos – e muito provavelmente levar a gente junto. Dependendo da causa, pode até mesmo acontecer em breve. 

Previsões Escatológicas

O que dizem as religiões


Não, eu não irei aqui me aventurar a entrar os meandros da Escatologia – doutrina teológica que trata do destino final da humanidade e do fim do mundo, que pode se apresentar em discurso profético ou em contexto apocalíptico –, pois, como já disse inúmeras vezes, essa não ser uma área da Teologia que me desperta o interesse. O que farei aqui é uma leitura do que já vimos por aí.

O mistério do fim do mundo é uma das maiores forças de inspiração das religiões. Na maioria dos casos, é só uma metáfora para a ideia de renovação, de começo de um novo ciclo – uma ideia parecida com a da ciência, diga-se.

Desde sempre, teólogos e "profetas" de todas as crenças têm debatido como o mundo vai terminar. Há uma certa obsessão com o tema. Afinal, uma história que não acaba fica sem um acerto de contas. 

Como então as autoridades lá de cima vão separar os bons e os maus, os justos dos canalhas, o joio do trigo? Para as religiões, o fim do mundo é uma peça importante do quebra-cabeça. A tradição judaica claramente se debruçou um bocado sobre esse problema, motivada sobretudo pelas circunstâncias.  Quando os persas (ou macedônios, ou romanos, ou… coloque aqui o opressor da vez) pagarão por seus crimes contra o povo de Israel? Dá-lhes Juízo Final.

O que diz a Bíblia


No Velho Testamento bíblico, o Livro de Daniel, escrito no século 2 a.C., dá o tom: ele prevê a vinda do Messias, destinado a libertar os judeus do jugo de seus opressores e iniciar uma era de paz interminável. O fim do mundo, aqui, é algo bom: um novo começo. 

O cristianismo é uma continuação direta da tradição judaica, com uma importante modificação: o Messias já deu uma passada pela Terra para formar um novo pacto entre Deus e os homens (basicamente zerar a conta da humanidade e redimi-la de seus pecados), mas deve voltar numa futura oportunidade para libertar os cristãos, derrotar o Anticristo – o antagonista que "rouba a cena" no roteiro escrito pela maioria dos "profetas apocalípticos"  e seus aliados e, por fim, iniciar uma era de paz interminável. 

É a mesma lógica: quando João escreveu seu Apocalipse – o livo bíblico, que com seu dragão, sua besta e sua batalha do Armagedom "inspira" o cenário do tema , anunciado por trombetas celestiais, no século 1, os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos pelos romanos. Assim como, quando o Livro de Daniel foi escrito, os judeus estavam sob o jugo dos macedônios.

O fim do mundo como condenação para os maus e redenção para os bons também acontece na religião muçulmana, nascida no mesmo caldo, no Oriente Médio. Mas nem judeus, nem muçulmanos, nem cristãos estavam sendo particularmente criativos. 

Além da Bíblia – Não está escrito


Zoroastro, por exemplo, já pregava a vinda de um profeta, Shaosyant, que ressuscitaria os mortos de sua cova e os levaria a um julgamento. No zoroastrismo, firmado em algum ponto entre os séculos 10 e 5 a.C., quando a hora chegar, um anjo de fogo derreterá as montanhas e o mundo será coberto por um oceano de lava. Os vivos e os mortos então terão de atravessá-lo descalços. Para os bons, será como caminhar sobre leite. Para os maus, não. 

Versões alternativas mesmo são mais comuns entre religiões mais antigas. Para o hinduísmo, por exemplo, que tem mais de 3 mil anos, a questão não é tanto o bem e o mal, mas a natureza do Universo. Ele seria cíclico, passando por fases de atividade e de repouso, e diversos deuses hindus parecem ter sua função específica na trama. Brahma, o maior deles, é o Criador. Cada dia na vida dele dura 4 bilhões de anos dos nossos – período que representa um ciclo na história do Universo, ou kalpa.

Os maias, badalados por causa de 2012, tinham essa mesma pegada cíclica. A data tão mencionada, 21/12/2012, marca o final de um ciclo num de seus calendários (eles usavam quatro calendários diferentes, dependendo da escala de tempo). Esse que ficou famoso começa em 11 de agosto de 3114 a.C. e termina depois de 1 milhão e 872 mil dias (5 125,37 anos). Ou seja, precisamente em 21/12/2012. Mas não existe uma ideia de "fim do mundo" ali. É só o fim de um ciclo mesmo, para o começo de outro. Neste ponto, os maias foram, digamos, mais sensatos.

O inusitado é que essa visão cíclica do mundo é a que mais aproxima a religião da ciência, já que a afirmação científica diz que o Universo, tal qual existe hoje, nasceu no Big Bang, há 13,7 bilhões de anos. Pelas contas dos cosmólogos, ao que parece, ele vai continuar se expandindo, até esfriar e terminar na mais absoluta sem-gracice. Contudo, de acordo com eles, existe a possibilidade de que, daqui a vários bilhões de anos (ninguém sabe quantos), o Cosmos troque a expansão pela contração. 

Isso levaria, em última análise, a um Big Crunch (o contrário de Big Bang), que provavelmente representaria um reset no Universo, para então começar tudo de novo, com uma nova expansão. Em suma, um novo ciclo. E uma coisa é certa: você estará lá. Provavelmente na forma de energia, aquilo que sobra depois que cada um dos átomos que forma o seu corpo for destruído. Mas que vai estar, vai. Então… até o próximo ciclo!

O fim do mundo na virada do ano 2000


É lógico que, antes de chegarmos ao ano 2000, muitos se levantaram apregoando o fim do mundo. No final do século 19 e início do século 20, por exemplo, surgiram muitos grupos com ênfase na escatologia, entre os quais se situam as testemunhas de Jeová, os mórmons e os adventistas do sétimo dia. Pensando detidamente sobre os últimos duzentos anos, resgatei aqui algumas previsões apocalípticas fracassadas. Várias delas multiplicadas em dezenas de sites na internet.
  • A previsão adventista — 1844 — Tudo começou com William Miller, que predisse que Cristo voltaria em 1843 (data que, depois, foi alterada para 22 de outubro de 1844). Miller admitiu seu erro. No entanto, a profetisa dos adventistas, Ellen G. White, que, repetidas vezes, endossara a profecia de Miller, insistiu em que Cristo havia retornado de fato, mas não à terra. Em vez disso, Jesus havia entrado no santo dos santos no céu, para fazer expiação por todos quantos se mostrassem merecedores dos seus benefícios.
  • A previsão jeovista — 1914 — Pela data, em pleno início da 1a Guerra Mundial, podemos imaginar o impacto de uma profecia apocalíptica nesse contexto. Russell, fundador das testemunhas de Jeová, pregou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, que o Senhor estava verdadeiramente presente, e que, em 1914, os fiéis (os 144 mil) seriam trasladados ao céu e os ímpios, destruídos. O armagedom, que começara em 1874, culminaria em 1914, com a derrubada geral dos governantes da terra e o fim do mundo. Nada disso aconteceu e o mundo ainda passaria, décadas à frente, por outra grande guerra. Segundo o discurso mais recente dos jeovistas, na revista Sentinela, setembro de 2011: 
"O armagedom destruirá apenas as pessoas más e incorrigíveis. Haverá 'uma grande multidão de sobreviventes'". 
Mas, nem sempre o discurso foi assim tão ameno. Em décadas passadas, o ingresso na religião era condição inegociável para sobreviver a esse período apocalíptico. A propósito, esse grupo fixou a data para o armagedom inúmeras vezes: 1873, 1874, 1889, 1914, 1918, 1925, 1941, 1975... Quanta decepção! 
  • A previsão mórmon — 1891 — Joseph Smith, fundador da religião mórmon, afirmou, em 1833, que o mundo enfrentaria uma série de desastres naturais que dizimariam os infiéis (não mórmons), deixando-os seguros em seu refúgio de Sião, em Missouri. Em vez disso, os mórmons emigraram para Utah. Depois, em 1835, Smith disse que Deus havia dito a ele que Jesus retornaria em 56 anos, o que também não ocorreu. 
  • A previsão de Heaven's Gate — 1997 — Quando o cometa Hale-Bopp apareceu, em 1997, surgiram rumores de que uma nave alienígena estava seguindo o cometa. Apesar da negação da existência de tal nave, os rumores foram divulgados amplamente e inspiraram a criação de uma seita chamada "Heaven's Gate" ("Portais do Céu"), que acreditava que o mundo acabaria logo. Infelizmente, no dia 26 de março de 1997, o mundo acabou para 39 membros do culto, que foram levados a um rancho no meio do deserto e cometeram suicídio, por acreditarem que suas almas seriam levadas pelos alienígenas.
  • A previsão de Nostradamus — 1999 — A escrita metafórica e obscura de Nostradamus intrigou estudiosos por mais de 400 anos. Seus escritos foram traduzidos e reescritos em inúmeras versões. Uma de suas frases mais famosas afirma: 
"No ano 1999, no sétimo mês, do céu virá o grande rei do terror". 
Muitos devotos das previsões de Nostradamus ficaram preocupados, já que ele tinha grande fama, e acreditavam que esta era a sua previsão do fim do mundo.
  • A previsão do Bug do milênio — 2000 — Segundo alguns especialistas, na virada do último milênio, muitos computadores não conseguiriam identificar a diferença entre o ano 2000 e o ano 1.900. Ninguém tinha certeza do que isso significaria, mas muitos sugeriam que problemas catastróficos poderiam ocorrer, desde blecautes enormes a um holocausto nuclear. A venda de armas cresceu muito e várias pessoas se prepararam para viver após a catástrofe. Mesmo com todos os problemas previstos, o ano novo começou normalmente, com alguns pequenos problemas em computadores isolados. Isso ocorreu há apenas 20 anos!
Pois é, apesar dessa previsões furadas,  essas seitas ainda hoje têm "suas discípulas", que pegam fragmentos de suas crenças, colocam no liquidificador e criam suas indigestas doutrinas. Mas, o pior de tudo é que tem quem saboreie com gosto, sem vomitar.

De volta para o futuro


Mas, saindo do campo religioso, no entanto, são vários os fatores que poderiam desencadear a destruição da civilização humana. Historicamente se temeu, fabulou e fantasiou em inumeráveis ocasiões o fim do mundo, ou da humanidade. Mas como são os riscos que pairam agora? Podem ser organizados de várias formas: naturais e de origem humana, involuntários e deliberados, que provocariam a extinção completa da humanidade ou que nos devolveriam às cavernas. Vejamos:
  • 1. Um belo de um asteroide — Há mais de mil deles perto da Terra, esperando a hora de cair. Sim os astrônomos estimam que existam mais ou menos 1.100 mil desses bólidos com 1 km de diâmetro mais passando rotineiramente pelas redondezas da Terra – todos com o potencial de causar uma catástrofe planetária. A estimativa dos cientistas sobre a frequência de impactos realmente catastróficos varia bem – os intervalos podem ser largos (a cada 1 bilhão de anos) ou nem tanto (a cada 100 milhões de anos). Mas o que passa o recado de forma ainda mais clara vem lá de cima: vira e mexe, os astrônomos encontram um asteroide que passou ou passará raspando pela Terra. E é como no futebol. O sujeito chuta uma bola na trave, duas, três… Uma hora sai o gol.
  • 2. Quebra-pau nuclear generalizado — Ah, mais isso é tão anos 50… Não a ameaça nuclear segue viva, e seguirá assim para sempre, já que não dá para desinventar as armas atômicas. Há 22 mil ogivas nucleares no mundo. Os donos dos maiores arsenais continuam sendo Estados Unidos e Rússia. Mas, como a Guerra Fria congelou faz tempo, o risco de uma catástrofe atômica acabou, certo? Errado. O problema é que neste momento vários países não exatamente amigáveis andam desenvolvendo suas próprias armas nucleares, caso do Irã. E ainda existe a hipótese de que algum grupo terrorista arranje suas próprias ogivas. Daí para uma guerra global suicida, pode ser um pulo.
  • 3. Supervulcões — Quando um vulcão no Chile ou na Islândia começa a soltar cinzas no ar, já é um transtorno. Mas tudo isso é fichinha perto do que podem fazer os supervulcões. Um supervulcão é tão grande que nem dá para ver. A boca dele fica no chão e está coberta de terra. E que boca: caberia uma cidade inteira dentro dela. 
  • 4. Sol assassino — Esse não tem erro. É o fim certo da Terra. O Sol, muito gradualmente, vai se tornando mais quente com o passar do tempo. No passado, era mais frio. No futuro, estará mais ativo. Em cerca de 1 bilhão de anos, a coisa vai ferver. Literalmente.
  • 5. Um hipervírus — Essa é bem atual. Imagine um vírus letal como o HIV, mas que se espalha fácil como o da gripe. Se a natureza não produzir um por conta própria, nós poderemos fazer por conta própria (né, China?). A possibilidade de combinar a engenharia genética ao arsenal de organizações terroristas é mais que especulação. A gripe espanhola acabou de uma só vez com dezenas de milhões de vidas, a varíola devastou até 75% dos astecas em algumas regiões, a peste negra matou entre 11% e 17% da população de todo o planeta. Em um mundo tão globalizado, uma grave epidemia desconhecida teria a capacidade de se tornar um problema planetário, como mostrou a penúltima crise de ebola. Com a tecnologia de hoje, dá para fabricar vírus terríveis usando o código genético deles. 
  • 6. Um aquecimento global de proporções venusianas — Você até já enjoou de ouvir falar em aquecimento global, o fato de que o mundo deve esquentar 4 ou 5 °C nos próximos 100 anos. Ok. Mas e se forem 400 °C? É o que o efeito estufa causou em Vênus, onde faz 480 °C. À noite… Isso pode acontecer aqui? A resposta mais confiável até agora: não sabemos.
  • 7. Uma espiral glacial — Resfriamento global. Nos anos 70, esse seria o responsável mais provável pelo fim do mundo. Agora, que só se fala em aquecimento global, o resfriamento saiu de moda. Mas como hipótese continua tão realista quanto antes. Ou mais. Pesquisas relativamente recentes mostram que podemos, sim, acabar congelados. E a Terra, toda coberta de neve, dos polos até a linha do Equador. Por quê? Porque isso já aconteceu antes.
  • 8. Envenenamento da atmosfera — Imagine que a evolução da vida na Terra acabe por produzir uma bactéria que emita uma substância altamente tóxica, letal a quase todas as formas de vida. Esse gás iria se acumulando na atmosfera e, em questão de tempo, envenenaria completamente o ar, levando a uma onda global de extinções – o fim da humanidade incluído. Fantasia? Pois saiba que já aconteceu, e nós só herdamos o planeta por causa disso, até.
  • 9. A lei da natureza"Somos a coisa mais fantástica que a Terra já produziu. Ninguém, nenhuma outra forma de vida, pode com a gente." Se entrevistássemos um tubarão, ele poderia muito bem declarar isso. Tubarões são o suprassumo da predação, o topo da cadeia alimentar. O que eles não sabem é que existe uma espécie surgida há apenas 200 mil anos e que nos últimos 100 agregou tecnologia o bastante para varrer todos os tubarões da face da Terra se assim julgar necessário. Por isso mesmo, somos tão vaidosos quanto os tubarões poderiam ser. Então achamos que pode acontecer qualquer coisa, menos sermos eliminados por um predador. Estamos errados. Mas, por ora, a despeito de todas as ameaças, dá para acreditar que o nosso mundo aguenta as pontas por um bom tempo.

Conclusão

Como aproveitar o "fim do mundo"?


Como vimos, o delírio é fenomenal, mas o único livro que tem autoridade para responder a essa pergunta com propriedade e inerrância é a Bíblia. Sinceramente, não consigo entender porquê tantos crentes têm medo do fim do mundo. Jesus, em seu sermão apocalíptico, em Mateus 24:1-51, muito falou sobre os sinais que precederiam os tempos do fim. Sobre isso, também deixou muito claro: 
"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" (24:36).
Ao comentar sobre a dissolução da terra, por meio do fogo, o que chamamos de conflagração, o apóstolo Pedro deixa claro como devemos viver neste mundo: 
"Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?" (2 Pe 3:11,12).
Não tenho condições de abordar, neste artigo, explicações sobre a conflagração mencionada por Pedro, até porque precisaria considerar aqui algumas possibilidades de interpretação, mas quero enfatizar, neste encerramento, como devemos, na condição de cristãos, "aproveitar" não exatamente o fim do mundo, mas os nossos dias neste mundo.
  • Devemos viver os nossos dias andando na luz, para não sermos apanhados pelas trevas (João 12:35).
  • Devemos viver os nossos dias andando em Espírito e não cumprindo a cobiça da carne (Efésios 5:16).
  • Devemos viver os nossos dias andando por fé e não por vista (2 Coríntios 5:7).
  • Devemos viver os nossos dias andando em temor durante todo o tempo de nossa peregrinação (1 Pe 1:17).
  • Devemos viver nossos dias sendo santos, porque é santo o Deus que nos chamou (1.15 ).
  • Devemos viver os nossos dias inconformados com este mundo (Rm 12:1).
  • Devemos viver nossos dias combatendo o bom combate e guardando a fé (2 Timóteo 4:7).
  • Devemos viver os nossos dias fitando os olhos no Autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12:2).
  • Devemos viver os nossos dias jamais nos esquecendo de que somos estrangeiros nesta terra (11:13).
Enfim, como Pedro escreve, devemos aproveitar os nossos dias vivendo em amor, como Deus nos amou, vivendo em santidade e piedade, aguardando ardentemente a vinda de Deus e não dando ouvidos ou importância às fábulas, ainda que estas sejam biblicamente engendradas (Tito 1:13, 14; 2 Tm 4:1-4).
'Apocalipse Now' (Brother Simion, Estevam Hernandes)  Katsbarnea, faixa do CD/DVD "Katsbarnea Acústico  A Revolução Está de Volta", Gospel Records, 2000

[Fonte: Superinteressante, por Salvador Nogueira; ICP - Instituto Cristão de Pesquisas, por Elvis Brassaroto Aleixo Bacharel em teologia pela FWM-ICP, licenciado em letras pelo UniAnchieta e mestre em crítica literária pela UNICAMP]

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