Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de abril de 2020

A SOLIDARIEDADE NÃO PODE NUNCA ENTRAR EM QUARENTENA

"[Respondeu Jesus:] 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'" (Mateus 22:37-39).
Nesses tempos de tantas separações, desordens e caos existenciais, precisamos, NECESSITAMOS buscar mais afabilidade, afeto, solidariedade e empatia uns com os outros. Estamos em um estopim de emoções conturbadas, neuroses de todas as ordens, desequilíbrios e inconstâncias que nos fazem perder o rumo e, muitas vezes, vagar nos mares revoltos das angustias interiores. 

Não nos respeitamos mais, não temos mais paciência com nada, nem com ninguém. A vida humana a cada dia, diante de toda evolução externa, se perde em seus valores morais, éticos, sentimentais, espirituais e diminui interiormente.

Sentimo-nos, quase sempre, inertes, descrentes, cansados, sufocados, agoniados, solitários, vazios, expectantes por algo que nos "salve" e nos acolha, nos preencha e nos guarde em um porto seguro, onde possamos ter paz, alegria, serenidade, tranquilidade, calma, paciência, fé, perseverança, coragem, determinação, ânimo e esperança que tudo vai melhorar, que nós vamos melhorar, que a vida vai e pode melhorar. 

Como é difícil lutar contra o dragão do medo interior, das sensações que nos apavoram e nos paralisam, muitas vezes, nos deixando tristes e desmotivados, sem perspectivas ou direções. Como é cansativo manter-se em equilíbrio, lutar contra os obstáculos externos e, mais ainda, os internos. Como é intenso perseverar e seguir, quando tudo tende a fazer você parar e desistir.

Por isso, é preciso proteger-se, "energizar-se" de afeto, companheirismo, harmonia, ânimo, fé, gana, pois só assim, e bem "munidos" com essas "armas" do bem, nós poderemos NOS AJUDAR e, consequentemente, AJUDAR o nosso PRÓXIMO e o mundo que habitamos! 

Solidariedade indispensável


7 iniciativas que incentivam a solidariedade
A solidariedade é hoje, um tema crescentemente lembrado seja por organismos internacionais, pela mídia e mesmo por governos. Muitos países já chegaram a incluí-la nas suas Cartas Constitucionais, entendendo-a como um princípio social relacionado com a construção de sociedades mais livres e justas. 

Alguns textos constitucionais, como o brasileiro, sugerem mudanças sociais a partir de formas solidárias de participação, com o Estado trabalhando em conjunto com a sociedade no objetivo de criar novos valores voltados aos próprios cidadãos e à cidadania. 

A construção de uma ética solidária pode partir de diferentes motivações para aquelas iniciativas de preferência públicas, mas também individuais e privadas, que tenham o real intuito de diminuir as diferenças e melhorar a qualidade de vida entre os diversos segmentos sociais, além de instrumentalizar os atores menos aquinhoados no sentido de sua emancipação cidadã. 

Nesse caso, é indispensável para sua interpretação adequada, que se tenha uma visão crítica diferencial entre a compaixão e o utilitarismo como comportamentos sociais distintos e ao mesmo tempo complementares, que fortalecem a luta pela emancipação das classes vulneráveis por meio de ações caritativas ou filantrópicas, mas que – igualmente – podem estar determinando a dominação dos mais favorecidos tendo a mesma solidariedade como estratégia.

Viver a solidariedade é indispensável para possibilitar que as práticas políticas recuperem a sua inteireza. É necessária uma limpeza nos mais variados mecanismos de funcionamento da política, e de forma urgente.

Solidariedade a flor da pele


Solidariedade: o que é, importância e dicas para desenvolver
A solidariedade, por ser um valor capaz de requalificar, permite reconstruir o esgarçado tecido da cidadania. Por isso, em todos os momentos, em diferentes sociedades, é indispensável fazer referência, propor iniciativas e refletir sobre a solidariedade. No coração da prática solidária está o princípio fundamental e inegociável da consideração para com o outro.

Origem e breve histórico da solidariedade 


Ao analisar a origem da palavra solidariedade, dois termos derivados do latim são encontrados, solidum (totalidade, segurança, total) e solidus (sólido, maciço, inteiro). Entre outras interpretações registradas sobre a solidariedade, podem ser citadas as seguintes: 
  • estado ou condição de duas ou mais pessoas que repartem entre si igualmente as responsabilidades de uma ação, empresa ou negócio, respondendo todas por uma e cada uma por todas; 
  • laço ou ligação mútua entre duas ou muitas coisas dependentes umas das outras; 
  • compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas pelas outras e cada uma delas por todas; 
  • condição grupal resultante da comunhão de atitudes e sentimentos, de modo a constituir uma unidade sólida de grupo capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face da oposição vinda de fora; 
  • dependência mútua entre as pessoas; sentimento que leva as pessoas a se auxiliarem mutuamente; relação mútua entre coisas dependentes; compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas pelas outras; 
  • termo de origem jurídica que, na linguagem comum e na filosófica, significa: 1º. inter-relação ou interdependência; 2º. assistência recíproca entre os membros de um mesmo grupo.

Solidariedade como princípio


Solidariedade – EscreverOnline
Uma visão mais diferenciada e crítica da solidariedade e que se aproxima às ideias defendidas mais adiante no presente artigo, no entanto, é defendida no Dicionário de Ética e Filosofia Moral: 
"A doutrina da solidariedade desenvolve uma formulação nova da velha reivindicação de uma melhor distribuição das riquezas; ela é incapaz, como tal, de fundar um direito. 
Para isso, efetivamente seria necessário que estivéssemos em condições de precisar o montante da dívida e do crédito de cada um." 
Todas essas classificações da solidariedade, portanto, apresentam-na a partir de ações mútuas que acontecem exclusivamente entre pessoas de um mesmo meio e que têm interesses compartidos; uma espécie de corporativismo social no qual todos os envolvidos têm relação de interdependência. 

Tais interpretações provavelmente derivam das palavras do filósofo grego Aristóteles que coloca os fundamentos da solidariedade em posição antagônica ao individualismo, embora usasse outros termos na sua época. 

De acordo com essa concepção, a solidariedade se refere ao conjunto para que a vida em grupo se torne melhor, enquanto no individualismo o indivíduo preza seu próprio eu, enxergando a sociedade com olhar diverso: as sociedades domésticas e os indivíduos não são senão as partes integrantes da cidade, todas subordinadas ao corpo inteiro, todas distintas por seus poderes e funções, e todas inúteis quando desarticuladas, semelhantes às mãos e aos pés que, uma vez separados do corpo, só conservam o nome e a aparência, sem a realidade, como uma mão de pedra. Esse é, inclusive, o contexto do ensinamento apostólico sobre a Igreja como sendo o corpo de Cristo (veja artigo sobre este assunto ➫ aqui).

O mesmo ocorre com os membros da cidade: nenhum pode bastar-se a si mesmo. Aquele que acredita não precisar dos outros, ou não pode resolver-se a ficar com eles, ou é um "deus", ou um bruto. Assim, a inclinação natural leva os homens a este gênero de sociedade.

O apóstolo Paulo faz essa recomendação, estabelecendo esse valor como fundamento da identidade daquele que tem fé. Explica o apóstolo: 
"Sabemos que é muito difícil que alguém se disponha a morrer por um justo; embora por uma pessoa que se dedique ao bem, talvez, alguém tenha a coragem de dispor sua vida. 
Porém, Deus comprova seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido em nosso benefício quando ainda andávamos no pecado" (Romanos 5:7,8 – grifo meu).
Assim, Deus antecipa-se no gesto de reconciliação com o ser humano, deixando a lição fundamental de que é preciso reconhecer a importância do outro. Esse "outro" é você, eu, cada um de nós. Esse princípio tem força de equilíbrio, pois conduz a civilização na direção humanística que permite superar crises.

Solidariedade, uma semente


Será que estou com a pessoa certa? | Conexão Coach
Embora, muitas vezes, reconheça-se o valor da solidariedade, sabe-se que não é tão simples plantar e fazer florescer essa convicção nos corações. Na política, por exemplo, em vez de se investir nos gestos solidários, prevalece a crença de que avanços diversos dependem de conchavos, ideologias partidárias ou simplesmente das promessas nunca cumpridas. Contenta-se assim com ensaios de lucidez, insuficientes para atender aos urgentes anseios do povo, principalmente de quem é mais pobre. Falta, pois, na sociedade brasileira, um tecido solidário de qualidade.

Quase sempre, o que se verifica no Brasil é um discurso de autoelogio sobre certas práticas dedicadas aos outros. Em "alto e bom som", há os que proclamam que a cultura latina e a brasilidade têm na solidariedade um valor inerente. Fazem referências desdenhosas a outras culturas marcadas pela objetividade, interpretando essa característica como "frieza". Mas, na prática, isso serve apenas para aliviar as consciências de pessoas que não se doam ou se contentam em fazer tímidas doações a projetos sociais.

Amar o outro como a si mesmo


Ora, isso é bem diferente do que ensina o princípio apresentado pelo apóstolo Paulo – considerar a importância do outro. O apóstolo adverte que a liberdade, quando se torna pretexto para buscar o que satisfaz, mas não convém, provoca desastres. Incapacita a competência humana e espiritual de amar ao outro como a si mesmo. O resultado é nefasto, diz o apóstolo: 
"Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles. É bom ser zeloso, mas sempre do bem e não somente quando estou presente convosco" (Gálatas 417,18).
Ao trilhar esse percurso e reconhecer o valor da solidariedade, colabora-se com a construção de uma cultura que contemple fortes sentidos de pertencimento, patriotismo e apurada sensibilidade humana, que se desdobra em gestos e ofertas mais generosas. Quem se faz servo apura a própria visão da realidade e consegue ouvir os clamores de quem necessita de ajuda.

Solidariedade em prática


Cultura da solidariedade
Por isso mesmo, urgente e prioritário, neste momento em que a sociedade brasileira precisa sair da crise, é reconhecer que a solidariedade é determinante nas dinâmicas sociais. Isso não é uma simples reflexão teórica, filosófica ou religiosa, mas indicação de uma exigência moral com força transformadora, pois possibilita o surgimento de atitudes que estão na contramão das violências que dizimam, das corrupções que sucateiam e da perda da percepção de que todos são destinatários, igualmente, de condições dignas.

A solidariedade é, pois, princípio social e virtude moral. Vivenciá-la é investir na edificação de um contexto novo e melhor. Sem esse princípio e virtude, não se conquistam os ordenamentos espirituais e sociais almejados. As relações pessoais continuarão comprometidas e em processo crescente de deterioração. E um perverso ciclo é alimentado, pois as pessoas se tornam cada vez mais distantes das estruturas dedicadas à solidariedade. Com isso, por ignorância, são perpetuadas regras e leis, que são inumanas e pesadas.

Praticar


Para além de um sentimento qualquer de compaixão vaga e superficial, a solidariedade tem o valor de despertar e criar o gosto imperecível pelo bem comum. E todo cidadão, para ser eterno aprendiz do valor da solidariedade, tem de praticá-la, diariamente, permanentemente.

Esse exercício exige considerar a importância do outro (Filipenses 2:3), abrir os olhos e os ouvidos para nunca ser indiferente às dores do mundo, lutar para sair das zonas de conforto e deixar-se incomodar pelos sofrimentos da humanidade. Uma postura que requer, inclusive, a disposição para tirar do próprio bolso quantias a serem destinadas a projetos sociais e ações solidárias. Pois, a sociedade estará na direção de superar seus descompassos e a cidadania se qualificará quando prevalecer o inestimável valor da solidariedade.

Conclusão


5 ações de solidariedade para praticar no final de ano | Pão de Açúcar
Hoje, principalmente nesses tempos de pandemia do novo coronavírus,  quando ligamos a TV, acessamos a internet ou mesmo quando abrimos um jornal e ligamos um rádio, temos 100% de chances de vermos, de lermos e/ou de ouvirmos alguma matéria ou algum comercial que venha nos falar de "solidário", palavra tão na moda ultimamente. Ouvimos falar de: esporte solidário, Estado solidário, professor solidário, aluno solidário..., são muito os "solidários platonistas" que vemos, lemos ou ouvimos na mídia.

Solidariedade, como podemos perceber acima, em síntese, é fazer o bem ao irmão. E isso não consiste apenas em dar alimento, roupas ou algo dentro deste contexto, mas, em fazer o bem, ajudar a criar vínculos. Podemos exercer a solidariedade através de alguém ou por meio de outros, mas o que não podemos é de deixar de fazer o bem que está ao nosso alcance.

Posso terminar dizendo que solidariedade é algo profundamente ligado ao cristianismo (e "cristianismo" aqui não é nada de conceito institucional, mas sim, sob entendimento do discipulado cristão), pois tem como princípio a caridade e o amor ao próximo, ou seja, a felicidade do irmão.

Portanto, eu peço a todos que não deixem de ser solidários, e continuem exercitando o cristianismo desta maneira concreta. Isto, não só vai fazer bem para você, como, principalmente, para aqueles que estão necessitando.
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tiago 4:17).
A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso bloghttps://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário