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quarta-feira, 15 de abril de 2020

A IMPORTÂNCIA DOS FUNDAMENTOS CRISTÃOS


"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te" (2 Timóteo 3:1-5  grifo meu).
A Igreja está inserida num contexto em que houve uma ruptura com a cultura de valores éticos, moral e espirituais. Isso revela a face perversa do mal que afeta a sociedade como um todo, e que acaba tentando afetar também a cultura da igreja do Senhor (Romanos 12:2). 

Análise da atuação da igreja no atual contexto social


Ainda é possível verificar que o atual contexto histórico de sociedade é evidenciado por uma geração sem referência, sem reverência e sem limites, relativista, narcisista, hedonista, céticos e ao mesmo tempo moralistas. Outro sim, o Apóstolo Paulo agora admoesta o seu discípulo Timóteo, um jovem pastor, escrevendo-lhe e reforça a tese dos desvios de comportamento típico dos tempos atrelados aos últimos dias.

Importante ressaltar, pois o texto supracitado faz referência a um cabedal de adjetivos típicos de homens caídos da graça. Não é de se admirar, pois os primeiros homens já agiram perversamente a ponto do Senhor tomar uma atitude de trazer juízo. Como descreve Gênesis 6:5
"E disse o Senhor: 'Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito'."
Para GILBERTO (2007, pág. 30) considera que: 
"...nos dias de Noé a situação era muito grave." 
É perceptível, que o resultado da ação do homem trará o mesmo efeito de juízo, pois a consequência da ação humana dependerá inteiramente de sua livre escolha (livre arbítrio).

Nesse viés, mostra-se com muita evidência, por analogia de interpretação intertextual que o Senhor fará novamente um acerto de contas com o homem, só que a arca de Noé aponta hoje para Cristo, o único caminho para está geração!

Diz CASTRO (2008, pág. 28): 
"A sociedade pós-moderna é corrupta, imoral, voltada à relativização da ética cristã e a contemporização dos fatos, sempre buscando minimizar o pecado e maximizar a misericórdia em detrimento da justiça de Deus". 

A Geração Pós-Moderna X Os princípios cristãos


A geração Pós-Moderna é uma geração sem conteúdo, sem profundidade, que preza pelo hedonismo, niilismo e o narcisismo. Esta nova sociedade é marcado pela ruptura dos valores absolutos e tem como pano de fundo a cultura hedonista, bem como, ao retorno da centralidade do homem. Observa-se que há um novo comportamento que paira sobre esta sociedade, até mesmo na igreja é possível identificar um distanciamento daquele sentimento de entrega total a Cristo como fora presente nos crentes da igreja primitiva.

No transcurso do tempo, entretanto, conforme a igreja aumentou em número e em popularidade, o batismo nas águas e a doutrinação tomaram o lugar da conversão. Considerando que os comportamentos da sociedade atual divergem daquela já apresentada no plano textual apontado nos fatos bíblicos consoante ao tema central em discurso. 

Pois, na medida em que se compreende a dimensão do fator do pensamento liberalizante, ou seja, e evidencia qual o grau de deturpação do comportamento humano corrompida pela cultura da licenciosidade moral, e deplorada de maneira insana pela devassidão do pecado.

Ademais que não são poucos os teóricos que discute a temática da pós-modernidade até porque se forja um pensamento abissalmente distante da moral da filosofia cristã que se fundamenta no plano histórico da teologia bíblica, bem como do pensamento da Igreja Primitiva, ou seja, o pensamento conservador da ética medieval judaico-cristão deveria ser apreciado, sobretudo os valores por essa geração. 

Reforça CASTRO (2008, pág. 33): 
"não pode, de forma alguma, o cristão evangélico trair seu principio doutrinário, pois se fosse assentida a traição ao principio doutrinário, estar-se-ia à beira da ruína de toda filosofia cristã, o que resultaria a inutilidade de persistir em busca do ideal cristão (transformação – santificação).".
Lopes apud Antônio Tadeu Ayres (1998, p. 6), em seu livro "Como Entender a Pós-Modernidade", nos adverte de que o momento que a Igreja de Cristo está inserida é marcado pelo rompimento das fronteiras sociais, desmantelamento dos sistemas, quebra de tabus, nova moralidade, novos critérios éticos e a destruição dos sistemas de valores presentes nas gerações passadas. 

Essa ruptura dos modelos de referencias revela uma face perversa do mundanismo em que se idealiza um comportamento social liberalizante, a relativização atua como película de suavização do erro, ademais o que importa é ser feliz (Ética hedonista).

Para BARTH (2007, pág. 04) o perfil do homem moderno 
"É frio, não acredita em quase nada, suas opiniões mudam rapidamente e deixou para trás os valores transcendentais." 
Corrobora SANTOS (2017) , quando diz: 
"A Igreja que ainda se preocupa com a ética, a moral e a formação de caráter, com a família tradicional como modelo e alicerce social." 
Sumariamente, é imprescindível ressaltar que o papel do cristianizado enquanto igreja do Senhor. 
"...Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte..." (Mateus 5:13-17)
Portanto, é fato conclusivo que todo cristão deve resplandecer a luz de Deus em meio a este mundo corrompido, e destituído da glória de Deus.

Fundamentos ou relatividades


Compreende-se, pois ser gratificante e compensador trilhar o caminho "estreito" e "apertado", pois afinal, nada adianta alimentar uma falsa sensação de posse, e nada ter (igreja de Laodicéia – Apocalipse 3:17). É exatamente a não conformidade com o mundo que combate a mornidão que era uma condição associada à igreja de Laodicéia, deve ser apontada como exemplo para o despertamento da igreja cristã atual (3:15)?

A diferença entre o "ser" e "estar"


Após a ressurreição Jesus deixou uma ordem a seus discípulos; 
"Vão e façam discípulos de todas as nações..." (Mt 28:19). 
Fazer parte de uma igreja e ser parte de uma igreja é muito diferente! Jesus nos chama a ser discípulos, pois o discipulado proposto por ele gera transformação, desafiando-nos a crescer. A igreja deveria ser conhecida por sua autoridade de ir em todos os lugares pregando, ensinando e batizando, gerando mais seguidores, multiplicando mais discípulos que fazem discípulos a semelhança dEle.

Hoje, contudo, a maioria dos cristãos não é conhecida por fazer discípulos. Desenvolvemos uma cultura em que o líder, ou o(a) pastor(a)  ministra e o outros desfrutam daquilo que é "despejado" na igreja. Isso tem gerado um confortável distanciamento da vontade plena de Deus e da missão da Igreja. Todos são chamados por Deus para ministrar, ensinar, compartilhar, pregar e demonstrar o evangelho de forma pratica àqueles que carecem de Deus.

Jesus nos desafia a sair do conforto das nossas congregações, a um discipulado radical como DIETRICH BONHÖEFFER escreve em seu livro "O Discipulado", mostrando que cada cristão deve compreender que a 
"graça barata é uma inimiga mortal de nossa igreja". 
A tônica da mensagem de Jesus e que os discípulos compreenderam é, siga-me!

O Novo Testamento relata muitos momentos que os seguidores de Jesus estavam focados em fazer discípulos, pois isso foi o que eles aprenderam com Jesus, a ordenança de fazer discípulos faz todo sentido ao ministério da Grande Comissão, o que não faz sentido é a atual igreja contemporânea que abandonou a ordenança de Jesus para fazer discípulos em troca de um evangelho barato, uma graça barata, e uma igreja doente e sem missão.

Mais afinal, como podemos retornar ao Discipulado de Jesus? Gostaria de propor quatro fundamentos que considero importante para o retorno do discipulado na igreja.

Em primeiro lugar a igreja precisa se arrepender


A atual igreja está em parte lutando contra os modismos culturais, e a outra parte já esta totalmente aculturada com teologias humanistas e praticas liberais que são fruto de abordagens psicológicas que visam crescimento sem fundamento. 

A falta de critério hermenêutico e até histórico tem gerado igrejas doentes, narcisistas, sem uma cosmovisão bíblica e missional. A Igreja pós-moderna, prioriza o status, a imagem, a aparência, a superficialidade , a centralidade do id humanista do homem. O Espirito Santo precisa quebrantar a Igreja contemporânea para que ela se arrependa e volte a olhar para o modelo bíblico e funcional que é dado a ela.

E o discipulado bíblico demonstra na prática o caminho proposto pelo mestre Jesus à Sua Igreja. O arrependimento deve nascer primeiro nos pastores e líderes, aqueles que foram vocacionados, que têm o privilégio e a autoridade de multiplicar, levando a Igreja a maturidade, a unidade e a perfeição cristã. 

Se a igreja está doente é porque os pastores estão enfermos, se afastaram da simplicidade, da comunidade, pararam de andar com o povo, perderam a sensibilidade de ouvir a voz de Deus e da sociedade e o resultado é o cenário trágico que temos na Igreja. Muitas pessoas, mas poucos discípulos.

Em segundo lugar a igreja precisa da Palavra 


No primeiro manual de pregação protestante, "The art of prophesying [a arte de profetizar]" (1952), WILLIAN PERKINS escreveu: 
"...somente a Palavra de Deus, em sua perfeição e coerência interna deve ser pregada." 
Isso pode parecer uma obviedade para muitos hoje. É claro, dizem, que um pregador ou professor cristão deve comunicar a Bíblia. No contexto cultural de Perkins, porém isso não era óbvio (KELLER, 2017, pág. 37).

A pregação não precisa de sustentação, ou auxilio para chegar aos ouvidos dos ouvintes. A palavra de Deus exposta é suficiente para levar alguém ao arrependimento. Nossa confiança deve estar na autoridade única das Escrituras como Palavra de Deus. 

O que a Igreja pós-moderna precisa, é reconhecer que o Discipulado Bíblico deve estar fundamentado nas Escrituras, não existe transformação sem o claro ensino delas, é por ela que o discípulo é forjado, preparado, e aperfeiçoado para a tarefa de multiplicar. Substituir o evangelho por entretenimento é deixar o solo exposto a suscetíveis pragas que se desenvolvem para sufocar a preciosa verdade da palavra de Deus. É edificar casa sobre a areia (Mt 7:26, 27).

Em terceiro lugar a igreja precisa de Cristo 


Um dos principais lemas da Reforma Protestante é o Sola Cristo, Cristo é o fundamento da igreja, o cabeça, nosso baluarte, redentor e também mestre. Foi chamado de Rabi por excelência, sua autoridade era divina, sua sabedoria excedia a dos escribas e fariseus. 

E veio como uma missão: dar Sua vida como sacrifício definitivo em resgate daquele que crê. Sua mensagem perpassa séculos, pois Sua mensagem não é filosofia e sim a resposta para o ser humano perdido em seus delitos e pecados. A Igreja é portadora da mensagem de Cristo, a Igreja é convocada a obedecer o mandato cultural de ir pregar, ensinar, e fazer discípulos até que Ele volte. 

Toda a vida da Igreja, deve ter Cristo como centro, a mensagem, a vida, a esperança, a eternidade tudo isso é centralizado nEle, portanto a missão é urgente e a Igreja deve se utilizar da palavra e de Cristo para multiplicar discípulos na terra.

E por ultimo a igreja precisa de paixão


É comum nos animarmos diante da visão tocante de mudar o mundo. Contudo, o custo e as dimensões da tarefa tornam a ação mundial um projeto muito complicado. Qual é a gratificação instantânea de ir até a Índia , por exemplo, país em que apenas 2,3% da população é cristã? 

Se a visão é mudar o mundo por meio dos ensinos de Jesus, a Índia precisa ser incluída. Entretanto, há pouco tempo, um pastor que se dizia "missional" afirmou que sua Igreja precisava reduzir o apoio a missões globais para ajudar as pessoas a serem missionarias na própria comunidade [...] (QUEIROZ, 2017, pág. 77).

O discipulado esta intimamente ligado ao ir às nações e o evangelho é para todo o homem em todos os lugares e deve ser a prioridade da Igreja. As igrejas que transformam suas comunidades são marcadas por uma liderança vibrante e missionária, fruto de uma dependência do Espirito Santo .

Onde estiver um pecador, aí estaremos nós, real ou digitalmente, para a anunciar que Jesus Cristo salva, batiza com o Espirito Santo, cura as enfermidades e, em breve, virá buscar-nos. Igualmente, a postura frente aos problemas apontados aqui, como a influência do pensamento capitalista e de líderes sem "visão espiritual", usam a Igreja como fonte de lucro e objeto de barganha.

Conclusão


Seria muita pretensão pensar em exaurir este assunto, no entanto tive a ousadia de fazer apontamentos na tentativa de responder a inquietações surgidas a partir da necessidade de reflexão sobre a temática da dissertação.

Contudo, é factível o exímio esforço de muitos líderes que mantém uma postura de zelo doutrinário e em defesa da fé tornam-se abnegados a cumprir seu papel de grande relevo social na garantia de resgate de milhares de vida que outrora estavam caminhando a passos largos ao encontro do fim.

Por fim, a partir dos estudos realizados, fica evidente a contribuição da Teologia Bíblica dentro da sociedade, uma vez que, é imprescindível não só para o trabalho do teólogo, mas, principalmente para reverberar o plano de salvação de Cristo para a humanidade e contribuí para evangelização integral e resgatar a dignidade humana, o lócus da pesquisa busca promover uma educação Cristocêntrica alicerçada na formação integral de todos.

Oremos para que o Senhor da Igreja desperte os sacerdotes dessa geração para olhar para a Igreja como um instrumento que Deus deixou para levar o evangelho à todas as nações, utilizando-se desses fundamentos para não somente ensinar, mas viver, o arrependimento, a Palavra, o Cristo e a paixão pelas almas nos mais diversos lugares onde a Igreja estaá plantada.

[Fonte: JM - Notícia, por Humberto Chaves da Rocha - Presbítero da Assembleia de Deus. Técnico em Gestão do Agronegócio (IF-TO). Compositor e Músico Cristão (OMB). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista em Educação de Jovens e Adultos (UFT). Mestre em Teologia Livre (FTN). Palmas, Tocantins, Brasil. contatobetochaves@gmail.com; STNB Hortolândia - Cursos de Teologia; Referências Bibliográficas: BONHOEFFER, Dietrich, Discipulado. São Paulo: Mundo Cristão, 2016. CHAN, Francis, Multiplique: discípulos que fazem discípulos. São Paulo, Mundo Cristão, 2015. KELLER, Tim, Pregação: comunicando a Fé na era do ceticismo. São Paulo, Vida Nova, 2017. STETZER, Ed e QUEIROZ, Sergio, Igrejas que transformam o Brasil. São Paulo, Mundo Cristão, 2017.]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.


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