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sábado, 22 de fevereiro de 2020

UMA GERAÇÃO SEM LEGADO

"Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas" (Salmos 145:4).
Como as pessoas reagirão à nossa morte? Como será a notícia do dia do nosso falecimento? O que irão dizer a nosso respeito no dia em que morrermos? Como será o final da nossa história de vida?

É muito triste a gente constatar que a atual geração não se preocupa em construir um legado. É uma geração imediatista que em grande parte vive como se nunca fosse morrer. Relacionamentos efêmeros, sexualidade volátil, fé abstrata e emoção circunstancial. Esses são os pilares na qual essa geração sustenta suas bases em solo pantanoso.

Um legado é construído quando se está vivo por meio de atitudes que valorizam a família e fazendo bem ao próximo, por exemplo. Mas essas ações devem ser obrigatórias na vida de todos que se consideram cristãos. Dessa forma, o exemplo construído em vida deve ser constituído de mais que isso.

O legado Bryant


Até quem (como eu) não é ligado a esportes ficou chocado com a notícia, no dia 26 de janeiro, da morte do astro do basquetebol Kobe Bryant. Aos 41 anos, o norte-americano foi vítima de um acidente de helicóptero que envolveu também sua filha Gianna, de 13 anos, e mais sete pessoas.

Um dos maiores esportistas de todos os tempos, Bryant colecionou títulos e ganhou um Oscar em 2018 por um curta-metragem de animação que escreveu e narrou. Ele também ficou em evidência por boas ações em prol dos sem-teto e de jovens carentes.

Em 2016, Bryant encerrou uma carreira de 20 anos no basquete marcando 60 pontos em seu último jogo. Foi campeão da Liga Nacional de Basquetebol (NBA, na sigla original) cinco vezes, conquistou duas medalhas de ouro olímpicas, foi 18 vezes ao All-Star Game (jogo amistoso anual entre os melhores jogadores do período) e é o terceiro maior artilheiro da história da NBA.

Os títulos e contratos publicitários lhe renderam centenas de milhares de dólares. A trajetória de sucesso nas quadras também foi marcada negativamente por um grande deslize fora delas. Em 2003, ele, já casado na época, foi acusado de estuprar uma mulher. Bryant admitiu a traição, mas não o estupro. Inocentado no tribunal, emitiu um pedido público de desculpas. Perdeu muitos patrocinadores. O casamento acabou anos depois, mas, depois de um tempo, houve a reconciliação.
Depois disso, o atleta criou a Fundação Família Kobe e Vanessa Bryant, dedicada, entre outras coisas, a incentivar o desenvolvimento de habilidades físicas e sociais por meio do esporte e ajudar os sem-teto

Ele começou a valorizar a família e a enxergar a realidade bem além de seu ego, como revelou numa entrevista:
"Não quero olhar para trás e dizer 'bem, eu tive uma carreira bem-sucedida porque ganhei tantos campeonatos e marquei tantos pontos'. Há mais a fazer. É fácil apontar para alguém sem casa e dizer 'você fez más escolhas, se está assim é culpa sua'. Na vida, todos cometemos erros, mas ignorar e permitir que alguém viva dessa forma é como lavar as mãos, não é certo".

O legado Nobel


Alfred Bernard Nobel (1896) nasceu no dia 21 de outubro de 1833 em Estocolmo, na Suécia. Era filho de um inventor e aos 16 anos já era um excelente químico. Como seus pais trabalhavam em minas, ele começou a trabalhar no sentido de estabilizar a nitroglicerina que é altamente instável e pode explodir.

Um de seus irmãos morreu numa explosão dessas. Nobel trabalhou no sentido de tornar a nitroglicerina não tão combustível para não explodir com tanta facilidade.

Nesse processo todo acabou inventando a dinamite e, também, passou a inventar outros tipos de dinamite que serviam para abrir estradas, buracos de minas etc.

Ele continuou os seus experimentos e acabou criando ainda outros explosivos que seriam futuramente utilizados na indústria bélica. Nobel fundou algumas indústrias de produção de armas. Sete anos antes de sua morte, um dos seus irmãos morreu.

Nessa época, eles já estavam milionários. Os jornais da França, quando receberam a notícia da morte do irmão do Nobel, confundiram pensando que quem havia morrido era o próprio Nobel. Os jornais diziam: 
"O mercador da morte morreu".
Essa notícia correu através do mundo todo. Logo Nobel percebeu que a notícia falava sobre ele. Então ficou tão abalado com a sua reputação e, sabendo a herança que ia deixar para o futuro de ser um homem que "mercadejava a morte" , ele deixou um envelope selado.

Neste envelope havia uma carta que dizia que ele iria deixar toda a sua fortuna para que se estabelecesse um prêmio na Suécia que honrasse aqueles que produzissem coisas boas e bonitas para a humanidade. Até hoje, o mais famoso prêmio que se dá àqueles que se destacam na medicina, na economia, na física, na química, na literatura e na paz, é o prêmio Nobel.

Quem ganha esse prêmio é honrado com um dos mais famosos e dignos prêmios que a humanidade pode dar a um ser humano. Nobel não queria ser lembrado como sendo "o mercador da morte".

E o nosso legado?


No dia em que morrermos, pelo quê seremos lembrados? No dia da nossa morte, as pessoas falarão o que a nosso respeito? Quando Jônatas morreu, Davi falou dele: 
"Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de escarlata em delícias, que vos fazia trazer ornamentos de ouro sobre as vossas vestes. Como caíram os poderosos, no meio da peleja! 
Jônatas nos teus altos foi morto. Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres. Caiu um guerreiro em Israel" (2 Samuel 1:24).
Precisamos nos preocupar com aquilo que vamos deixar como legado. Grandes homens na Bíblia deixaram boas heranças:
  • Quando precisamos olhar para um homem que tinha intimidade com Deus, nos lembramos de Enoque.
  • Quando precisamos olhar para um homem de integridade, nos lembramos de José e Daniel.
  • Quando precisamos olhar para um homem humilde e quebrantado, nos lembramos de Davi, o homem segundo o coração de Deus.
  • Quando precisamos olhar para alguém que nos inspire pela sua singeleza de alma, nos lembramos de João, o discípulo amado.
  • Quando precisamos olhar para alguém que tenha conteúdo, disciplina e coragem, nos lembramos do apóstolo Paulo.
E nós? Que tipo de referencial seremos? Quando morrermos, qual será o legado que ficará de nós? Qual será a lembrança que nossos filhos terão a nosso respeito?

Viver não é apenas desfrutar o presente. Quem vive apenas o presente, não vive. Viver é ter responsabilidade com o futuro. Se não tivermos responsabilidade com o futuro, condenaremos a próxima geração, pois estaremos colocando engrenagens em funcionamento que serão desastrosas para as pessoas que nos sucederão.

Conclusão


Deixar um legado deve ser a aspiração de cada pessoa. Ninguém pode aceitar uma vida de anonimato tão absurdo que passe por esta Terra sem deixar marcas dignas de serem seguidas. Deus nos criou para refletirmos a Sua imagem e isso é suficiente para que nos comprometamos em deixar como herança algo que influencie a vida dos que vivem conosco e dos que vierem depois de nós.

Uma leitura de Hebreus 12 nos fará saber de homens e mulheres que deixaram o maior legado que pode ser transferido para a humanidade: a fé. O texto nos inspira com relatos sobre gente que fez da fé uma experiência viva no seu dia a dia. Para eles a fé não era um mero código de doutrinas. Alimentavam-se da fé e por meio dela se moviam para tudo. Desde oferecer culto a Deus ou viver uma vida que agradava a Ele, até para proteger e abençoar a família, transferir-se para outras terras e para conceber filhos.

Muitas pessoas estão carregando consequências nos seus lares, fruto de decisões e atos de seus antepassados (e, por favor, aqui não estou me referindo  e nem sequer sugerindo  à tal "maldição hereditária", pois não encontro base bíblica que sustente a crença nisso). São pessoas que hoje carregam marcas e estão destruídas.

A maior riqueza que deixaremos não é a material, e sim os valores que semeamos na vida de outras pessoas, que terão memória daquilo que fizemos. Quais são os processos que estamos gerando na nossa vida? Se alguém for escrever um relato da nossa vida, o que irão dizer? Que tipo de herança deixaremos?

Para os nossos dias, dominados pelo secularismo materialista, hedonista e relativista deixemos como maior legado o absoluto da nossa fé pessoal e firme no Trino Deus. Que possamos deixar uma marca positiva para nossa geração. Que possamos semear coisas boas na vida das pessoas e servirmos de inspiração para muitos. Pense nisso.

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

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