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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

ACONTECIMENTOS - A CHEGADA DA INTERNET NO BRASIL

Se você nasceu depois de 1994, acredite: houve uma época em que não tínhamos internet. Ou melhor, a internet até existia, mas o acesso a ela era restrito a militares e pesquisadores. Isso hoje pode parecer inimaginável, né? Pois é, e para piorar, no início a rede mundial de computadores servia basicamente para troca de emails, já que as páginas da web ainda não haviam sido inventadas.

A história da internet


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Como boa parte das tecnologias, o desenvolvimento da internet também começou para fins militares. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos buscavam uma forma descentralizada de comunicação e armazenamento de dados, que continuasse ativa mesmo que parte dela fosse bombardeada, por exemplo.

A tal rede foi desenvolvida em ambiente acadêmico, mas com o financiamento de um órgão militar especialmente construído para esse fim, em 1958: a Advanced Research Projects Agency (ARPA), que estava diretamente vinculada ao Departamento de Defesa dos EUA.

No livro de Érico Guizzo, "Internet: O que é, o que oferece, como conectar-se" (Editora Ática, 1999) demonstra como foi o histórico da internet aqui no Brasil que se iniciou em setembro de 1988. As conexões inicialmente foram feitas em setor acadêmico e somente anos depois foi destinada a usuários domésticos e empresas.

A internet no Brasil


A internet no Brasil iniciou-se em setembro de 1988 quando no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso à Bitnet, através de uma conexão de 9 600 bits por segundo estabelecida com a Universidade de Maryland.

O que possibilitou a chegada da internet ao Brasil foi outra predecessora da rede: a Bitnet, uma rede de universidades fundada em 1981 e que ligava Universidade da Cidade de Nova York (CUNY) à Universidade Yale, em Connecticut.

Em solo brasileiro, a Bitnet conectava a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) ao Fermilab, laboratório de física especializado no estudo de partículas atômicas, que ficava em Illinois, nos Estados Unidos.

As duas instituições eram ligadas via linha telefônica, por meio de um fio de cobre dentro de um cabo submarino. Bastante rudimentar se compararmos com as fibras ópticas de hoje. Como a conexão era do tipo ponto a ponto, ela também dispensava a discagem: a FAPESP estava sempre conectada ao Fermilab.

Em 1990 foi criada a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, com o objetivo de implantar uma infraestrutura com abrangência nacional para os serviços de internet.

Dois meses depois foi a vez da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que também ligou-se à Bitnet, por meio de uma conexão com o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), em Chicago. Algum tempo depois, a Fapesp criou a rede ANSP (Academic Network at São Paulo), interligando a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Mais tarde, ligaram-se à ANSP a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).


Em maio de 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também ligou-se à rede Bitnet, através da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), constituindo-se no terceiro ponto de acesso ao exterior. Em 1981 foi fundado o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), autônomo e apartidário o Ibase sempre teve como um de seus objetivos a disseminação de informações a sociedade civil. Isso incluía a democratização do acesso às redes de computadores no país.

Em meados da década de 80, o Ibase integrou-se a um projeto internacional chamado Interdoc. Sua finalidade era o uso do correio eletrônico para o intercâmbio de informações entre ONGs (organizações não-governamentais) de todo o mundo. Participavam do projeto dezenas de entidades da África, América Latina, Ásia e Europa. Contudo, o uso desse sistema ainda era extremamente caro. Fazia-se necessário encontrar meios alternativos para facilitar essa conexão internacional e reduzir os custos de comunicação. 

Alternex, um serviço internacional de mensagens e conferências eletrônicas pioneiro no país. Através do Alternex era possível trocar mensagens com diversos sistemas de correio eletrônico de todo o mundo, incluindo a Internet. O Alternex foi, portanto, o primeiro serviço brasileiro de acesso à Internet fora da comunidade acadêmica.

Brasileiro conectado


A situação permaneceu assim até meados de 94, quando a Internet ultrapassou as fronteiras acadêmicas e começou a chegar ao ouvido de muitos brasileiros. No dia 17 de julho daquele ano, o jornal Folha de S.Paulo dedicou a edição dominical do seu caderno Mais! à "superinfovia do futuro". E anunciava: "nasce uma nova forma de comunicação que ligará por computador milhões de pessoas em escala planetária".

Quase no final de 94, o governo brasileiro - que até então pouco tinha feito pela Internet no Brasil - divulgava, através do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério das Comunicações, a intenção de investir na nova tecnologia. A criação da estrutura necessária para a exploração comercial da Internet ficou a cargo da Embratel e da RNP.
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No final de 94, a Embratel iniciou seu serviço de acesso à Internet em caráter experimental. Cinco mil usuários foram escolhidos para testar o serviço. Alguns meses depois, em maio de 95, o acesso à Internet via Embratel começou a funcionar de modo definitivo. Mas a exclusividade da Embratel no serviço de acesso a usuários finais desagradou à iniciativa privada. 

Temia-se que a Embratel e outras empresas de telecomunicações dominassem o mercado, criando um monopólio estatal da Internet no Brasil. Diante disso, o Ministério das Comunicações tornou pública a posição do governo de que não haveria monopólio e que o mercado de serviços da Internet no Brasil seria o mais aberto possível.

Ainda nesta época, foi criado o Comitê Gestor Internet Brasil, com o objetivo de traçar os rumos da implantação, administração e uso da Internet no país. Participariam do Comitê Gestor membros do Ministério das Comunicações e do Ministério de Ciência e Tecnologia, representantes de provedores e prestadores de serviços ligados à Internet e representantes de usuários e da comunidade acadêmica. O Comitê Gestor teria ainda como atribuições principais: fomentar o desenvolvimento de serviços da Internet no Brasil, recomendar padrões e procedimentos técnicos e operacionais, além de coletar, organizar e disseminar informações sobre os serviços da Internet. 

Apesar do mercado promissor, as coisas continuaram assim, meio capengas, por todo o ano de 95. A Embratel e o Ministério das Comunicações não facilitavam as iniciativas dos provedores privados: a estrutura necessária não estava totalmente implantada e havia indefinições sobre os preços a serem cobrados. Mesmo assim, uma dezena de provedores já operava até o final de 95 conectados à Internet através da Embratel. Outros, como a IBM e a Unisys, começaram a implantar suas próprias conexões internacionais.

A Internet decola no país


internet discada
O grande boom da rede aconteceu ao longo do ano de 1996. Um pouco pela melhoria nos serviços prestados pela Embratel, mas principalmente pelo crescimento natural do mercado, a Internet brasileira crescia vertiginosamente, tanto em número de usuários quanto de provedores e de serviços prestados através da rede.

Uma das provas de que a Internet realmente havia decolado no Brasil veio no dia 14 de dezembro de 1996, quando Gilberto Gil fez o lançamento de sua música "Pela Internet" 
através da própria rede, cantando uma versão acústica da música ao vivo e conversando com internautas sobre sua relação com a Internet.

Internet discada? Hã, como assim?


Se você nasceu antes dos anos 2000, provavelmente conhecia bem o barulhinho para se conectar à internet discada, não é mesmo? E das tantas vezes que a internet caía ou o tempo que demorava para baixar arquivos mesmo que minúsculos?

Assistir a um filme inteiro online, era uma utopia naquela época. Pensando assim, parece que faz muitos anos que a internet discada era uma realidade na maioria das casas brasileiras. No entanto, você sabia que é possível navegar na internet dessa forma ainda em regiões onde não chegou a banda larga?

Atualmente, dá para ler tudo bem rapidinho, é mais rápido que uma conexão discada. A internet discada é como as pessoas começaram a ter acesso à internet em meados dos anos 1990 em casa. Para se conectar, era preciso ter uma linha telefônica, que ficava ocupada durante a utilização da internet. Inclusive, se você tirasse o telefone do gancho enquanto estava na internet, era possível ouvir um barulho bem estranho e incômodo.

Para que você entenda melhor como a internet discada funcionava, a linha telefônica era ligada diretamente no computador. Então era necessário contratar um provedor de internet, que corresponde mais ou menos aos planos das operadoras de banda larga de hoje em dia. Começava aquele barulho horrível de conexão (mas que você ficava muito feliz quando acabava e conseguia se conectar).

É importante deixar claro que, na época em que a conexão discada surgiu, o aparelhos de celular também estavam começando a aparecer, então nem se imaginava acessar a internet por meio deles.

Velocidade


Além do fato da linha telefônica ficar ocupada enquanto você estivesse usando a internet discada, a velocidade também era um dos pontos mais negativos, quando comparamos com a banda larga de hoje.

Por conta disso, demorava horas para que você conseguisse baixar uma música se quer. Porém, como não tinha outra tecnologia disponível no momento, todo mundo se adaptou àquela realidade.

Só atualmente, com operadoras que oferecem muitos megas de velocidade por preços mais baixos, é que é possível ver como a banda larga é muito melhor. Além disso, novas tecnologias vem surgindo no mercado aprimorando cada vez mais a qualidade das conexões, como é o caso da Fibra óptica. Outro fator que fazia com que a internet discada fosse popular, mas não usada por tanto tempo em um dia, era o valor que era cobrado. Para efeitos de comparação, a cada 3 minutos que você estivesse conectado à internet discada, o valor a ser pago era de uma ligação telefônica (fora o valor do provedor que variava bastante até surgirem os provedores gratuitos).

Como eu disse que a velocidade não era das melhores, com 3 minutos não dava para fazer nada! Por conta disso, demorou bastante para as pessoas começarem a usar a internet discada em casa, sendo que, no início, só quem tinha uma condição financeira favorável é que aproveitava essa tecnologia.

Ainda existe internet discada?


Depois de todas essas mudanças e vantagens conquistadas com a banda larga, você deve estar se perguntando: mas ainda existe internet discada? A resposta é: sim!

Em regiões onde a banda larga ainda não chegou, como áreas rurais, por exemplo, ou locais onde a internet é muito lenta ou cara, a conexão discada pode ser utilizada. No entanto, a Vivo é a única operadora, entre as mais conhecidas do país. que disponibiliza esse tipo de serviço. É fundamental lembrar que a conexão discada não funciona para aparelhos de celular.

Caso você esteja em busca de outras opções além da internet discada, é possível se conectar por transmissões de internet via rádio ou até mesmo pelo 4G, no caso da operadora Claro, que utiliza modens específicos para que o sinal atenda também residências e não só celulares.

Conclusão

30 anos depois...


Esse é um resumo da história da internet no Brasil. O papel da internet mudou nossas vidas radicalmente desde seu início até hoje. Desde o primeiro e-mail em 1971, a criação do primeiro site em 1983, a chegada ao primeiro milhão de usuários no mundo em 1998, até a atualidade.

Hoje, é possível dizer que a internet é fundamental para a vida profissional e pessoal. Sem ela é praticamente impossível trabalhar e, além disso, perdemos uma série de facilidades que estamos completamente acostumados. O universo tecnológico está sempre suscetível a novas mudanças com o intuito de modernizar processos e tornar mais fácil a vida pessoal e profissional.
 

A Deus, toda glória.
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Um comentário:

  1. Interested.... Shalom Adonay 👍 👍 🙏 🙏 🙏 Missão Apostólica Ha Tsur 🙏 😇 🙏 🙌 Luiz Assis Maht 🙏 🙏 🙏 🙏

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