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sábado, 9 de setembro de 2017

EPÍSTOLAS PASTORAIS - 4) PASTORES E DIÁCONOS

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1 Tm 3:2).

Os pastores e os diáconos são líderes, escolhidos por Deus, através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja local.
1Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 — Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 
3 — não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;  
4 — que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia. 
8 — Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 
9 — guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 
10 — E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 
11 — Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 — Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 — Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus (1 Timóteo 3:1-4,8-13).
No artigo de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diáconos. A palavra grega usada para bispo no capítulo três de 1 Timóteo é episkopos. Esta mesma palavra é utilizada como sinônimo de presbítero e ancião. Paulo mostra que aqueles que desejam o episcopado, excelente obra desejam. 

Porém, logo a seguir ele apresenta as qualificações morais e espirituais que este ministério exige. Paulo relaciona quinze qualificações que podem ser vistas dos versículos 2 a 7 do capítulo três. Estas qualificações não são obtidas nos seminários ou nos bancos das universidades, mas são resultados de um caráter transformado e regenerado pelo Senhor Jesus. O líder é alguém que influencia as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. É necessário que ele tenha uma vida ilibada e esteja disposto a servir, pois ser líder é acima de tudo ser servo.

Paulo dá início ao capítulo três da Primeira Epístola de Timóteo, falando a respeito do trabalho pastoral. Ser pastor não é abraçar uma profissão, mas um ministério divino cuja função primordial é cuidar das ovelhas do Senhor. Nenhum pastor tem condições de cuidar do rebanho sozinho. São necessários ajudantes, por isso, neste mesmo capítulo, o apóstolo Paulo fala a respeito do diaconato.

Na lição de hoje estudaremos a respeito do pastorado e do diaconato, duas funções de extrema importância para o crescimento do Reino de Deus.

I. Quem deseja o episcopado


1. “Excelente obra deseja”. “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (v.1). 

Em sua carta a Timóteo, Paulo assevera que almejar o episcopado, ou seja, o pastorado é aspirar uma obra excelente. Contudo, é importante ressaltar que a função pastoral não é uma profissão ou um meio para ascender social e economicamente.

2. A chamada

O ministério pastoral vem de Deus. É Ele que escolhe. Muitos são escolhidos e separados apenas pelos homens, mas não por Deus. Paulo afirma que foi chamado pelo Senhor desde o ventre de sua mãe (Gálatas 1:15). Deus também vocacionou Jeremias para ser profeta antes do seu nascimento (1:5). Quem é chamado não só tem a convicção do convite, mas apresenta um perfil que agrada a Deus.

3. O preparo

Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos. O pastor precisa ter conhecimento bíblico (o que deve saber), teológico e habilidades ministeriais (o que deve ser capaz de fazer). Seu preparo não termina quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado com Jesus (Marcos 6:7; Mateus 10:16; Lucas 10:1). 

O exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado, já possuía o conhecimento da Lei, pois teve como professor o renomado Gamaliel, mas partiu para a Arábia e ali ficou três anos se preparando para exercer seu ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18). Paulo foi enviado pelo Espírito Santo (Atos 13:4).

II. Qualificações e atribuições dos pastores e diáconos (3:1-13)


1. Atribuições dos pastores (vv.1-7)

Os que almejam o pastorado necessitam conhecer as atribuições e qualificações que tal atividade exige. Na hora da escolha de um candidato ao santo ministério da Palavra, o líder e a igreja de um modo geral precisam ver no aspirante algumas características.

2. Qualificações espirituais e ministeriais

Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações. A primeira, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (v.2), ou seja, santa. Viver em santidade não é fácil, mas é possível, pois o Espírito que no crente habita quer operar a santificação. O pastor é o exemplo para o rebanho, por isso, precisa ter uma vida ilibada. O pastor também precisa ter conhecimento bíblico, sendo “apto a ensinar” (3:2); ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (3:7); não ser neófito, ou seja, inexperiente (3:6).

3. Qualificações familiares

Sendo casado, ter uma vida conjugal saudável (3:2). O pastor deve amar sua esposa
“como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). 
Precisa governar bem toda a sua família, seus filhos precisam ser crentes e darem bom testemunho (3:4). Se o pastor não cuida da sua família, que é seu primeiro rebanho, como cuidará do rebanho do Senhor?

4. Qualificações morais

Ser honesto, sincero, verdadeiro (3:2); hospitaleiro, ou acolhedor, sabendo tratar bem as pessoas (3:2); não dado ao vinho, não usuário de bebidas alcoólicas (3:3); não espancador, ou seja não violento, agressivo (3:3; Gl 5:22); não cobiçoso nem ganancioso (3:3); ser sóbrio (3:2), simples, moderado (3.3); não contencioso (3.2; 2Tm 2.24); não avarento (3.3; 6.10). Infelizmente, há igrejas que desprezam esses aspectos na hora de separar pessoas ao ministério pastoral.


  • As quinze qualificações (3:2-7)

Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção de bispos (e/ou pastores). Observe que entre as qualificações, não aparece a capacitação em seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve esboço do caráter do bispo (3:2-7).

  1. Irrepreensível: manter um bom testemunho perante a igreja e a sociedade;
  2. Esposo de uma só mulher: quando for casado, inteiramente fiel à sua mulher;
  3. Temperante: sóbrio, solícito e modesto (tem pastores por aí que parecem verdadeiros pavões, a onda do pastor ostentação tem sido moda, principalmente nas megaigrejas);
  4. Domínio próprio: discipulado, moderado;
  5. Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado (tem pastor por aí, as grandes celebridades das mídias sociais, que estão exagerando na irreverência);
  6. Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;
  7. Apto para ensinar: capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;
  8. Não dado à embriaguez: não dado ao vinho (tem muito pastor que com a desculpa de beber com moderação” ou beber socialmente enchem a cara);
  9. Não violento: não dado à hostilidade, ao antagonismo;
  10. Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
  11. Não contencioso: não combativo, inimigo de contendas (tem pastor que gosta de ir para as mídias sociais levantar polêmicas e entrar em bate-bocas com outras pessoas e até mesmo com outros colegas de ministério);
  12. Não avarento: preocupado com as pessoas, não com as finanças (essa é uma das qualificações que mais anda em falta no roll dos pastores da igreja atual);
  13. Bom governante de sua família: administra a vida familiar (há pastores por aí, cuja vida familiar é uma verdadeira bagunça);
  14. Não seja um recém-convertido: maduro e humilde (não faltam casos em que essa qualificação é completamente ignorada);
  15. Reputação imaculada: admitido pelos de fora.

III. O diaconato (8-13)


1. Os diáconos

A palavra diácono significa “aquele que serve”. Assim como o pastor, eles são chamados para servir à Igreja do Senhor. Os diáconos tiveram e têm um papel muito importante no crescimento da Igreja. Infelizmente, hoje em algumas igrejas, o ofício de diácono parece ter perdido sua importância. Em geral, são chamados para essa função os novos crentes, todavia, esse não é o padrão do Novo Testamento.

2. Chamado para servir

Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Hoje muitos querem ser servidos, mas poucos seguem o exemplo de Jesus e querem servir.

Em Atos 6:1-7 encontramos várias qualificações que foram exigidas dos primeiros diáconos. Porém, na sua carta a Timóteo, Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato.

3. Qualificações

Aqueles que exercem a função de diácono necessitam ser honestos, não de língua dobre (mentiroso, fofoqueiro), não dado ao vinho (que não tenha nenhum tipo de vício), não cobiçoso, ganancioso, tendo uma boa consciência, que governem bem sua família (vv. 8,9,12). Você tem estas qualificações? O ministério cristão é algo muito sério.


IV. Serviço — razão de ser do ministério


1. O exemplo do Mestre

Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (João 17:14; Filipenses 2:5-10). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de escravo (Fp 2:6-8). Jesus lavou os pés dos discípulos para lhes ensinar uma importante lição. Sendo Ele Senhor e Salvador, deu prova de que se comportava como servo (Jo 13:4,5).

2. O exemplo de Paulo

Paulo era um servo fiel. Após seu encontro com Jesus sua vida foi utilizada em prol da Igreja. Ele não mediu esforços para servir. Sua pregação foi sempre autêntica. Ele jamais usou de fraudulência. Hoje há muitos falsos obreiros que se aproveitam dos fiéis e da Igreja para obter ganho financeiro. Um dos requisitos recomendados por Paulo a quem deseja ser pastor é ser obreiro “não cobiçoso de torpe ganância” (1 Tm 3:3). No mesmo espírito, Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor
“tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1 Pe 5:2).

3. O exemplo de Timóteo

Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter imaculado. Sua mãe Eunice e sua avó Loide eram crentes judias que muito contribuíram para sua formação espiritual e moral.

Ele cuidou da Igreja com zelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. O líder de uma Igreja precisa ser corajoso e plenamente comprometido com Jesus Cristo. Ele também demonstrou não buscar a glória para si. Infelizmente, há líderes que são movidos a elogios, ou mesmo por lisonjas. Isso é perigoso para o ministério pastoral de qualquer pessoa.


Conclusão


Os pastores e diáconos são obreiros, instituídos pelo Senhor, para auxiliar os servos de Deus. Não importa a função que você exerça na Igreja de Cristo, seja você um pastor ou um diácono, o importante é que “todos sejam um” para a glória de Deus (Jo 17:21), sabendo que para Ele todo serviço tem a sua importância e valor.

Um dos problemas quanto a intelectualidade da liderança das igrejas evangélicas são os homens de frente viverem uma preguiça mental não dada aos estudos sérios e sistemáticos da Bíblia e dos grandes temas culturais do século XXI. O pastor de uma igreja local não precisa ser um psicólogo ou um psiquiatra para auxiliar um crente depressivo na igreja. Mas ele precisa saber de informações precisas para discernir, por exemplo, uma possessão ou opressão demoníaca da depressão.  Em seguida, indicar o crente para um tratamento psicológico com um profissional da área de saúde. Estas são as demandas atuais de qualquer trabalho pastoral. Mas para isso é preciso ler, se informar e conhecer o assunto.

Sabe-se que a maioria das pessoas que exerce voluntariamente o magistério cristão, ou a direção de congregações ou a liderança de departamentos, faz um enorme esforço para prestar esses serviços à igreja local. Antes, tais pessoas precisam trabalhar para sobreviver. Às vezes, a urgência do trabalho leva esses irmãos a assumir responsabilidades na igreja local sem o devido preparo. Mas hoje a distância já não é tanto um problema para nos atualizarmos. Podemos procurar pessoas que saibam mais do que nós. Temos os livros, a internet e tantas outras formas de nos reciclarmos, além, é claro, das instituições formais de ensino, tanto secular quanto religiosa.

O simples membro de hoje, pode ser o líder de amanhã. É urgente formarmos um ambiente de interesse pelo enriquecimento intelectual a fim de que a nossa igreja, a comunidade pela qual servimos a Deus e as pessoas, seja edificada e cresça mais e mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus.

Portanto, tanto os candidatos a pastor quanto ao diaconato precisam fazer esse compromisso: se preparar mais, tanto intelectual quanto espiritualmente. Nisto, o apóstolo Paulo, autor das cartas pastorais, é o nosso grande exemplo. O apóstolo dos gentios, como poucos, soube coadunar espiritualidade e conhecimento; piedade e intelectualidade; poder de Deus e explicação coerente da fé. Tudo sem conflitos, na mais perfeita e equilibrada harmonia.


[Fonte: CPAD; RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.835]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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