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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

PERSONALIDADE RELIGIOSA - MAHATMA GANDHI

O líder pacifista e guia espiritual Mohandas Karamchand Gandhi (✰1869-✟1948), foi a principal personalidade na luta pela independência da Índia, país colonizado pela Inglaterra. 

"Um longo jejum foi sua arma de resistência pacífica à dominação do império britânico. O fato comoveu o mundo e obrigou os ingleses a dar a independência aos hindus", lembra a monja hindu Sundari Shakti.

A trajetória deste homem pode ser compreendida em quatro períodos, segundo estoriadores:
  • (1) A Infância e a adolescência em Porbandar, cidade litorânea no noroeste da Índia – casou-se aos 13 anos com uma menina da mesma idade com quem viveu por 62 anos;
  • (2) Os quatro anos de estudos em Londres, onde se formou em direito;
  • (3) O início das lutas contra o racismo na África do Sul (também colônia britânica na época);
  • (4) O retorno à terra natal em 1915.



Sua obra


Na África do Sul, onde permaneceu por 20 anos, surgiram os primeiros sinais do que viria a ser o mais forte dos princípios defendidos por Gandhi: a não violência. Lá conduziu marchas, foi preso e viu milhares de indianos serem escravizados na prisão. Mas sempre defendendo a resistência sem luta, conquistou vitórias para a população hindu que vivia lá. De volta à Índia, ingressou no Congresso Nacional e liderou uma campanha nacional de não cooperação com o governo britânico.

De figura tímida a respeitado líder, de sujeito teimoso e cheio de manias ao mais amoroso ser humano, Gandhi mostrou como o homem pode se transformar internamente. Viveu de maneira muito humilde – tecia suas próprias roupas , pregando o amor aos pobres e a necessidade de diálogo entre as religiões. 

Por causa dessa tolerância, foi assassinado em 30 de janeiro de 1948, aos 79 anos, por um fanático religioso hindu que discordava da união entre seu povo e os muçulmanos habitantes da multirreligiosa Índia. A luta entre os dois povos continua, mas os ideais de Gandhi foram imortalizados e prosseguem levando as sementes da não-violência às mentes, palavras e ações em todas as partes do planeta.

Sua história 


A vida de Mohandas K. Gandhi tornou-se pública a partir da sua luta pelos direitos dos indianos na África do Sul, e, daí em diante, um crescente interesse em torno da sua figura, dos seus pensamentos e ações torna-se manifesto pela cobertura que a imprensa lhe dá. 

A imprensa, aliás, era chamada a todo instante para revelar ao mundo o que se passava com os Aedos [Um aedo (em grego clássico ἀοιδός / aoidos, do verbo ᾄδω / aidô, "cantar") era, na Grécia antiga, um artista que cantava as epopeias acompanhando-se de um instrumento de música, o forminx. Distingue-se do rapsodo, mais tardio, por compor as próprias obras.] indianos diante da dominação britânica. Tratava-se de estratégia política de Gandhi e do movimento pela independência. 

Jornalistas de diversas localidades passaram a ir à Índia para conhecer de perto o Mahatma. A sua popularidade era tremenda. Muitos escreveram sobre Gandhi desde então, sob diversos enfoques, ora mais religiosos ora mais políticos, cristalizando com o tempo a sua imagem como a do "apóstolo da não-violência" (uma ótima revisão bibliográfica encontra-se na obra Gandhi de Claude Markovits, 2000). A culminância de sua popularização se dá em 1982, com o filme "Gandhi" que chega aos cinemas. 

O filme 


Dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Ben Kingsley, a produção foi premiada com nove Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Original. Trata-se de um épico muito fiel à biografia escrita por Louis Fischer em 1954: "Gandhi, his life and message for the world". 

A história de Gandhi, o homem do século é contada neste filme emocionante e inesquecível. Depois de consumir 20 anos para ser concluída, esta obra-prima ganhou 9 Oscar em 1983. Com primorosos detalhes, a vida de Gandhi, seus princípios e ideais explodem na tela em cenas impressionantes, como o terrível massacre em Amristar, onde os ingleses atingiram 15 mil homens, mulheres e crianças desarmados e a dramática marcha até o mar na qual Gandhi liderou milhares de seus conterrâneos indianos a provar que o sal marinho pertencia a todos e não era apenas uma mercadoria britânica.

Ambas as obras citadas focam na ação e no discurso de Gandhi para levar ao público um patrimônio histórico da humanidade e a mensagem grandiosa de um mestre. É mais do que um elogio, trata-se de reverenciar um personagem tão impressionante que beira o mítico, mas justamente por isso exige o registro: "as próximas gerações dificilmente acreditarão que uma pessoa como esta, em carne e sangue, andou por esta terra" disse o físico teórico Albert Einstein (✰1879-✟1955). 

Conclusão 


A luta pacifista de Gandhi foi algo tão marcante na história mundial que acredito que – posicionamentos religiosos à parte – deveria ser ensinada às crianças desde cedo, como parte de uma educação mais ampla e focada na evolução de todos os seres. 

São cinco as principais lições deste líder: 
  1. Não violência, 
  2. equidade entre homens e mulheres, 
  3. diálogo entre as religiões, 
  4. simplicidade e 
  5. amor à verdade. 
Existem vários livros que contam sobre a história de Gandhi. Para saber mais, leia: "Autobiografia – Minha Vida e Experiências com a Verdade", Mahatama Gandhi (ed. Palas Athena); "Mahatma Gandhi", de Humberto Rohden (ed. Martin Claret); e o já citado filme: "Gandhi", de Richard Attenborough.

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