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terça-feira, 24 de novembro de 2015

AS CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DE UM ADORADOR

O texto desse artigo é a adaptação da mensagem que eu ministrei na igreja onde eu congrego, no domingo, 21/11. 

Muito já se pregou sobre adoração. Em uma pesquisa rápida no Google, é possível encontrar aproximadamente 690.000 resultados de estudos e artigos sobre o tema. Obviamente, nem tudo o que se encontra na internet é algo de proveitoso, principalmente quando o assunto é referente à questões de cunho religioso. 

Mas, certamente há muita coisa boa, estudos elaborados por ministros, homens e mulheres de Deus, comprometidos com a Verdade, que se debruçam nas Escrituras e nos abençoam com materiais de excelente qualidade teológica e espiritual. Não tenho a pretensão de dizer que este artigo será mais um nessa fileira. Meu objetivo aqui é compartilhar com meus leitores e seguidores do blog sobre a revelação que o Espírito Santo me trouxe ao ler essa passagem na Bíblia:

Mateus 8:1-4 - Conforme Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-15 [Nova Versão Internacional (NVI-PT)]

A Cura de um Leproso

"Quando ele desceu do monte, grandes multidões o seguiram. Um leproso, aproximando-se, adorou-o de joelhos e disse: 'Senhor, se quiseres, podes purificar-me!' Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: 'Quero. Seja purificado!' Imediatamente ele foi purificado da lepra. Em seguida Jesus lhe disse: 'Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao sacerdote e apresente a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho'."

[Nota: Em 8:2, o termo grego não se refere somente à lepra, mas também a diversas doenças da pele.]

Observando o encontro desse leproso desconhecido com Jesus, conseguimos tirar alguns ensinamentos sobre a postura de um verdadeiro adorador, aquele que adora ao Pai em espírito e verdade (João 4:23). Antes, é mister que façamos uma análise das condições de um leproso naquele contexto social e espiritual.

A lepra e os leprosos na época de Jesus

Na época de Jesus a lepra era uma doença terrível e incurável. Desde o momento em que era constada a lepra, o leproso era privado do convívio das outras pessoas e ficavam em um lugar isolado. O Novo Testamento nos mostra a situação dos leprosos, a sua vida em cavernas afastadas das pessoas. Se porventura um deles tivesse de andar ao encontro das pessoas, teriam que tocar um sino, para se auto anunciar e determinar a distância. Isto queria dizer que estava passando um imundo, um contaminado pela lepra. 

A situação do leproso era humilhante, visto que a lepra era considerada no Judaísmo um estado de grande impureza, sua situação não tinha solução. Em caso de um leproso tornar-se curado, ele teria que ir até o Templo de Jerusalém se apresentar ao sacerdote que o examinava e o liberava para conviver com qualquer pessoa. Jesus sabedor das normas do Judaísmo depois da cura do leproso ordenou que fosse se apresentar ao sacerdote. A narrativa confirma que no mesmo instante, a lepra desapareceu.

A lepra nos dias atuais

Nos dias de hoje a lepra ou outros tipos de doença de pele que são muito comuns podem atingir qualquer pessoa. A lepra, atualmente é muito conhecida por este outro nome, Hanseníase. Esta doença tem como portador um micróbio contagioso. Devido à facilidade de contagio, através do ar, e a ausência de um tratamento na época de Jesus, esta doença era comum. Devido à descoberta de tratamento de cura da Hanseníase, passou hoje a ser vista de forma diferente e com menos discriminação. 

Os antigos Leprosários que existiam e isolavam famílias inteiras, estão hoje desativados. Aqui em Minas Gerais, tínhamos a Colônia Santa Isabel, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde funcionava o leprosário, uma verdadeira comunidade, onde os leprosos possuíam casas, hospital, Igreja etc. Hoje apenas algumas famílias de leprosos ocupam este lugar.

Jesus e o Leproso anônimo


Analisando a situação de exclusão social, imagine as dificuldades de um leproso em meio a uma multidão de pedintes. Certamente esse homem era inconformado com sua situação social e espiritual. Ele não se conformava com a situação humilhante à qual seu estado miserável o submetia. Então, ouvindo ele falar sobre um certo Galileu que andava lá pelas bandas de Cesareia realizando curas, ele logo foi seguindo a multidão. Vencendo todos os obstáculos e limitações, o ilustre Leproso emerge da multidão e vai até Jesus para solicitar sua cura. E ele não se restringiu a ser mais um em meio aquela multidão. Ele, numa habilidade que só a fé pode dar, foi adiante daquela multidão e pôs frente-a-frente com Jesus, que numa atitude inusitada, que deixou estarrecidos todos os chefes do Templo e lideranças judaicas, toca no leproso para realizar a cura. 

Esta atitude de Jesus contraria ao sistema do puro e impuro do Judaísmo, tocar em um leproso ou em um defunto a pessoa se tornaria impura, Jesus passa a ser mal visto pelas autoridades. Logo em seguida o leproso se apresenta no Templo e diz que foi Jesus que o curou, acendendo mais ainda a raiva e a inveja das autoridades. A cura da lepra realizada por Jesus demonstra seu poder divino, mas também tem um caráter de libertação da exclusão social, causado pelo sistema religioso do templo. 

Num primeiro momento Jesus, respeita o sistema do Templo vigente enviando aquele homem de fé para se apresentar aos sacerdotes no Templo de Jerusalém, para que sua vida e inserção na vida social não fossem complicada perante as lideranças judaicas. Jesus via que além da cura era necessário a integração social conforme o costume. 

Aquele encontro marcaria não só a vida do Leproso, mas também de Jesus. Mas, o que teria chamado a atenção do nosso Senhor para aquele homem cheio de lepras?

Atitudes de adoração que atraíram a graça do Senhor 


Está escrito em Hebreus 10:19-22 “Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa.....”, quero usar esse texto para reafirmar que temos total acesso não só a presença de Deus mas ao coração de Deus. 

A primeira atitude de um adorador é se aproximar o máximo de Cristo, isso significa mais do que ir à igreja ou cantar. Não existe adoração solitária, precisa existir o adorador e o Adorado. Para se aproximar é preciso tomar a iniciativa, o fato de termos acesso nem sempre quer dizer que vamos a determinado lugar. Os grandes homens do velho testamento sonharam com esse acesso que hoje temos e às vezes não valorizamos. Esse Leproso não aceitou ficar ao longe, atrás de uma multidão, solitário, esperando para ver se lhe sobraria alguma migalha. Vou destacar cinco características especiais de um adorador reveladas pela atitude desse Leproso:

1. O adorador se destaca - Mateus 8:1; Marcos 1:40

Até aquele encontro, aquele homem se destacava pelos sinos que carregava em sua roupa, identificando-o como um leproso. Ele também se destacava por suas vestimentas, pelas feridas expostas em seu corpo, pelo mau cheiro que exalava daquelas feridas purulentas. Ele chamava a atenção dos homens por sua degradante situação. Com sua ousada atitude de ir ao encontro do Senhor, ele chamou não apenas a atenção dos homens, mas conseguiu atrair a atenção do próprio Deus. Ele foi diante de Jesus e tomou a atitude que o verdadeiro adorador toma ao se encontrar diante dEle: se prostrou. 

Ser um verdadeiro adorador não é só ter aparência de adorador, mas é necessário que um verdadeiro adorador tenha um coração para adorar a Deus. Isaías reconheceu a grandeza de Deus, tomou consciência de Sua santidade e ao mesmo tempo orou: “Ai de mim que sou homem impuro e habito em meio a um povo de impuros lábios” (Isaías 6:5, 6). 

Por essa razão o Senhor o purificou e o habilitou para uma missão especial; ser um porta-voz do Altíssimo à nação de Judá. Ao se prostrar com o rosto em terra, sem ousar olhar o rosto do Senhor, o Leproso adorador reconhecia quem ele era e quem era Jesus. Essa atitude fez com que aquele adorador mesmo leproso chamasse a atenção do Mestre, não por causa de sua lepra, mas sim por sua postura de adoração.

2. O adorador sempre vai além - Mt 8:1; Mc 1:40a

A adoração não tem limites. Portanto, não como conter um adorador. O cárcere interior não conseguiram conter a adoração de Paulo e Silas. Com a adoração dos dois, as paredes daquela prisão foram abaladas por um terremoto e as celas foram abertas trazendo libertação (Atos 16:24-31). O vaso de alabastro não conseguiu conter a adoração daquela mulher. Ele foi despedaçado e a unção (o perfume) daquela adoração encheu todo aquele ambiente onde ela se prostrara aos pés de Jesus (Mc 14:3-9). 

Não importam as circunstâncias. Os verdadeiros adoradores ao adorarem, já não se importam se alguém esta olhando, ou com o local que estão: se é num jantar (João 12:2), ou na entrada da cidade (Mt 21:1), ou até mesmo no céu (Ap 4:1). A atitude do adorador é de entrega. Reconhece que não é nada e que Jesus é o único digno de honra, glória, e toda adoração. Nada conseguiu deter o Leproso adorador. Nem suas limitações pessoais, nem a multidão, nem o sistema religioso... nada, absolutamente o impediu de ir além em sua atitude de adoração.

3. O adorador tem atitudes que atraem a atenção do Senhor - Mc 1:41; Lucas 5:12, 13

O cenário que o texto descreve é bastante peculiar. Jesus já estava conhecido pelos seus feitos, caso contrário não haveria justificativa Ele estar cercado por uma multidão. As multidões estão sempre seguindo alguém. É fato incontestável é que os seres humanos têm uma tendência natural a seguir alguém, ou alguma coisa. O povo seguia a Jesus, porque precisava ser curado, ou porque Ele multiplicava comida, ou por mera curiosidade. As atitudes dos integrantes de uma determinada multidão são semelhantes. 

Aquele Leproso, contudo, teve uma atitude surpreendente. Ele fez algo que o destacou em meio aquela multidão, ao ponto de fazer com que Jesus parasse e se atentasse especialmente para ele. Meu Deus, que privilégio. A Bíblia diz que Jesus foi tomado por uma íntima compaixão, ou seja, o Leproso adorador tocou o coração de Deus. 

O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 1:3-5 definiu assim essa íntima compaixão sentida por Jesus tanto por esse adorador, quanto pela viúva da cidade de Naim (Lc 7:11-15): "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante nossa consolação por meio de Cristo (Grifos meus).

4. O adorador adora antes e pede depois - Lc 5:12

Ele não chegou exigindo nada. Colocou-se na absoluta dependência da vontade de Jesus: “Se quiseres, bem podes tornar-me limpo!” Note que ele não perguntou se Jesus podia curá-lo. Isso já estava resolvido em seu coração. Ele sabia que Jesus podia curá-lo (Ele só não sabia se Jesus queria curá-lo, ou seja, ele priorizou a vontade de Deus, em detrimento da sua própria: isso é adoração. Essa cura foi manifestação de uma vontade de Deus.). Ele primeiro O adorou. “Jesus, pois, compadecido dele, estendendo a mão, tocou-o e disse-lhe: 'Quero; sê limpo'”

Muitas pessoas vão à igreja, mas, não cantam, não louvam, não adoram, não cultuam e, no fim, vão lá na frente pedir uma oração. Não é bem oração que eles estão buscando, estão atrás de uma espécie de “passe evangélico” que os ajude a ir para casa com a consciência menos pesada. Antes de ser tocado por Deus, o verdadeiro adorador toca o coração de Deus, com sua vida, com suas atitudes, com sua humildade. Ele não tenta comprar, enganar ou manipular Deus. Antes, age como um filho amado que se coloca na presença do Pai, e O adora, tendo como resultado, como consequência, como colheita - não como motivação - a manifestação da glória de Deus em sua vida através da cura sobrenaturalmente instantânea.

5. O adorador não consegue ficar calado - Mt 8:4; Mc 1:45; Lc 5:15

Mesmo Jesus tendo-lhe instruído a não falar nada do milagre (pois, naquele momento do seu ministério, Jesus não queria este tipo de divulgação), ele não conseguiu se segurar. É a reação que costumamos verificar nos novos convertidos, que não conseguem deixar de falar. Jesus o mandou calar; mas, ele falou. Hoje, Jesus nos manda falar; mas, muitos de nós nos calamos. Ele não conseguia calar. Muitos não conseguem falar.

Conclusão


Com sua fé, humildade e atitudes, este leproso saiu curado da presença de Jesus, pois, os verdadeiros adoradores nunca saem da presença de Jesus do jeito que chegaram. E jamais deixam de testemunhar suas maravilhas. O adorador em sua essência é a própria manifestação da glória de Deus. Que possamos colocar em prática tudo o que aprendemos com esse ex-leproso e eterno adorador.

Um comentário:

  1. Graça misericórdia e paz do Senhor Jesus Cristo... maravilha varão, muito edificante, estou preparando um sermão com esse tema e wncinencoem sua postagem um conteúdo, valioso para pregação, Deus abençoe e cobtinue te usando, para honra e glória do Senhor Jesus Cristo

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