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segunda-feira, 24 de junho de 2019

CONHECENDO A PRÁTICA CORRETA DO JEJUM BÍBLICO — 1

Devido ao fato de o assunto ser bem bastante complexo, decidi dividi-lo em duas partes, para que o artigo não ficasse muito extenso. Quando o tema é a prática do jejum no meio cristão, os excessos e os equívocos são os detalhes que fazem com que a compreensão sobre o uso dessa importante ferramenta espiritual fique confuso.

Meu intuito com esse artigo é tentar ajudar aos leitores e seguidores do Conexão Geral a terem uma compreensão bíblica sobre a prática do jejum, de acordo não com minhas experiências pessoais ou de outrem, mas em consonância com o que nos ensina as Escrituras. De início, três coisas precisam ficar bem claras: 
  1. O jejum não torna ninguém "mais crente", "mais poderoso" ou "mais especial"; 
  2. O jejum não uma moeda de troca com Deus; 
  3. O jejum não converte ninguém - sobre a conversão da humanidade, essa conta é devida unicamente a Jesus, que, "...com o Seu sangue comprou para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5:9b, conforme 1 Coríntios 6:20a). Quando eu jejuo, o faço para minha consagração pessoal e não para os outros. 
Isto posto, vamos ao assunto. 

O jejum, de acordo com a Bíblia (na Antiga e na Nova Aliança) 


Muitos cristãos já abdicaram do jejum bíblico. Esta prática cristã tem sido negligenciada em muitas de nossas igrejas. Alguns até acreditam que não precisamos mais jejuar. Os que assim pensam demonstram não conhecer as Escrituras. 

Quando Jesus foi interpelado pelo motivo de seus discípulos não jejuarem respondeu o seguinte: 
"Podem, andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão" (Mateus 9:15, grifo meu). 
Jesus deixou o ensino bem claro, quando retornasse ao céu e enquanto não voltasse sua igreja deveria jejuar. E, ainda com base neste versículo, os dois contextos - Lei e Graça - estão distinta e devidamente delineados. 

O que é jejum 


Jejum é abstenção completa ou parcial dos alimentos, é no Antigo Testamento uma prova de humilhação espiritual frequentemente descrita pela frase: "...afligir a alma" (Levíticos 16:29-31). Os judeus jejuavam do pôr do sol de um dia até o pôr do sol do outro dia. Ou seja, das 18 horas de um dia, até às 18 horas do outro dia. Contabilizando assim, 24 horas de jejum. 

O jejum era comum no Judaísmo e também no Cristianismo Primitivo e tem desaparecido quase que totalmente em algumas igrejas, certamente para o seu próprio detrimento. Em oposição ao comportamento de muitos nos tempos hodiernos, a Bíblia contém inúmeros exemplos de jejum, vejamos: 

Jejum no Antigo Testamento 

  • Daniel ao orar em favor dos exilados (Daniel 9:3). 

Jejum no Novo Testamento 

  • Jesus Cristo, antes de iniciar seu ministério (Lucas 4:1,2); 
  • Paulo após a sua conversão em Damasco (Atos 9:8-10); 
  • A Igreja de Antioquia ao separar missionários (13:2,3); 
  • Paulo e Barnabé ao empossar pastores (14:23). 
Por meio destes exemplos podemos perceber que os jejuns foram realizados em momentos decisivos revestidos de magnitude e desenvolvimento espiritual na vida destes personagens bíblicos, inclusive do próprio filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo! 

O jejum, portanto, entendemos ser de grande importância para o seu desenvolvimento espiritual. Vamos, então, meditar no assunto "6 Razões Para O Cristão Jejuar". A primeira razão é… 

1) Porque o jejum é um meio de nos humilharmos diante de Deus. 

Esse é o caminho para o poder e a graça de Deus na vida do cristão. A Escritura Sagrada, nos diz, em Tiago 4:10: 
"Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará".
E o jejum é um meio que Deus nos deu para nos humilharmos diante dEle. E isso nos dará sensibilidade espiritual para percebermos o nosso pecado e consertarmos nossa vida com Deus. O salmista entendeu isso e disse, no Salmo 35:13: 
"Eu humilhava a minha alma com o jejum". 
Certamente, você será levantado por Deus, quando se humilhar diante dEle. Leia também os textos de 2 Crônicas 7:14; Isaías 58; Daniel 9:3-5; Tiago 4:7

2) Porque o jejum é um meio para obtermos vitória sobre ataques e tentações malignas. 

O Senhor Jesus é nosso modelo perfeito e Ele nos deixou o exemplo em relação ao jejum. Foi bem no começo de Seu ministério, logo após o Seu batismo nas águas e no Espírito. O escritor sagrado diz, em Lc 4:1,2, que 
"Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome".
Nesses quarenta dias de jejum, o Senhor alcançou a vitória sobre os ataques e as tentações do inimigo. E, isso, de tal maneira que o v.14, do mesmo capítulo, diz: 
"Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia".
Por isso, precisamos jejuar. 

4) Porque é um meio para receber capacitação de Deus na realização de Sua Obra. 

A Igreja buscou a capacitação de Deus, em jejum e oração, quando enviou os primeiros missionários. É o que lemos em At 13:2,3: 
"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram".
Os apóstolos escolhiam os presbíteros para as novas igrejas, em Jejum e oração. Está escrito em 14.23, que, 
"...depois de orar com jejuns, os encomendavam ao Senhor em quem haviam crido". 
Esse foi o modelo estabelecido pelo Espírito Santo na Igreja primitiva. E, a quinta razão para jejuar é… 

4) Porque o jejum é um meio para alcançarmos vitória em tempos de crise. 

A História do povo de Deus revela a importância do jejum em tempos de crise. Um dos maiores exemplos que temos é o de Ester, juntamente com seu povo. Um decreto do rei determinava o extermínio de todo o povo judeu. Por isso, Ester mandou um pedido a seu tio Mardoqueu, em 4:16, dizendo: 
"Vá e reúna todos os judeus que estiverem em Susã, e todos vocês jejuem e orem por mim. Durante três dias não comam, nem bebam nada, nem de dia nem de noite. Eu e as minhas empregadas também jejuaremos. Depois irei falar com o rei, mesmo sendo contra a lei; e, se eu tiver de morrer por causa disso, eu morrerei".
E Deus lhes concedeu uma vitória tão grande, que é comemorada pelos judeus até o dia de hoje. Portanto, precisamos jejuar para alcançarmos vitória em tempos de crise. 

5) Porque o jejum é um meio para buscarmos direção e proteção de Deus. 

Esse foi o entendimento de um grande homem de Deus – Esdras. Eis o testemunho que ele nos deixou escrito, em 8.21-23: 
"Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que era nosso. Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: 'A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam.' Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e Ele nos atendeu".
Por isso, você também pode jejuar para pedir direção e proteção de Deus. 

7) Porque o jejum é um meio para buscarmos restauração espiritual. 

O profeta Joel descreve uma situação de calamidade espiritual na vida do povo de Israel. E mesmo depois de falar sobre o juízo prestes a vir, ele diz, em 2:12: 
"Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade".
E o resultado dessa busca em jejum e oração se encontra nos vs. 18,28, onde está escrito: 
"Então, o SENHOR se mostrou zeloso da sua terra, compadeceu-se do seu povo… E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne".
Sim! Deus restaura aqueles que o buscam de coração, em jejum e oração. Deus o abençoe. Continuaremos no próximo número, se Deus o permitir. 

"Modelo" de jejum 


No evangelho de Mateus temos o registro do ensino de Jesus de como devemos praticar o jejum. Somos advertidos a não realizar o jejum com motivações erradas. O jejum não deve servir para demonstração de espiritualidade. Nem para ser aplaudido ou reconhecido pelos homens. As orientações de Jesus, quanto ao jejum bíblico, são as seguintes: 
"Não vos mostreis contristados..." (Mt 6:16) 
É possível que a referência inclua a ideia de que os hipócritas tinham por hábito ficar sujos e barbudos. Colocavam tanta cinza na cabeça, que esta descia pelo rosto e barba desfigurando a fisionomia. 

A pretensão de piedade e o desejo de serem reconhecidos pelos homens foram ações condenadas por Jesus. O jejum tinha sido reduzido em mera formalidade, sem conteúdo verdadeiramente espiritual. Em nossos dias são igualmente condenáveis a falsa aparência de piedade. 
"...Unge a tua cabeça, e lava o teu rosto..." (6:17) 
Na prática do jejum judaico, os atos de ungir-se e lavar-se eram proibidos, para que fossem demonstrados sentimentos de contrição e arrependimento. Na Nova Aliança, Jesus ensinou que o verdadeiro cristão não precisa ostentar o que faz e nem chamar atenção sobre si mesmo. Deve proceder normalmente de modo que ninguém perceba que esteja jejuando. 
"... Em secreto te recompensará" (6:18). 
O jejum deve fugir de toda motivação e propósito equivocado. A recompensa do verdadeiro jejum será concedida por Deus em secreto, para evitar o aplauso dos homens. 

Quem jejua publicamente recebe galardão humano. Aquele que o faz em secreto será recompensado pelo Senhor. Qualquer outro modelo e forma de jejum é antibíblico e deve ser desconsiderado. 

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

domingo, 23 de junho de 2019

A IMPORTÂNCIA DA GLÓRIA DE DEUS

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"E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que ali se acharam, se santificaram, sem respeitarem as suas turmas, e os levitas, que eram cantores, todos eles, de Asafe, de Hemã, de Jedutum, de seus filhos e de seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com saltérios e com harpas, estavam em pé para o oriente do altar; e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas). 
E aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao Senhor, dizendo: 'Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre', então a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do Senhor; E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus" (2 Crônicas 5:11-14).
A Bíblia diz que é possível a todo crente ver a glória do Senhor. De fato, Deus diz que irá revelar a Sua glória a todos que O buscarem para vê-la. Por que nos é importante ver e compreender a glória de Deus? É porque a revelação da Sua glória tem o objetivo de equipar o povo para as tempestades da vida. Segundo Paulo, tal revelação 
"...tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados" (Atos 20:32).

A revelação da glória de Deus


O quê é exatamente a glória de Deus? Não é uma manifestação física, ainda que alguns cristãos pensem que seja. Não é um sentimento de êxtase que o toma ou uma luz sobrenatural que irrompe. Em termos simples, a glória de Deus é uma revelação da Sua natureza e atributos. Quando o Senhor escolhe nos mostrar a Sua glória, isso é revelação de o quanto Ele quer ser conhecido por nós.

Quando o Senhor enviou Moisés para libertar Israel, lhe disse 
"Vá, e diga que EU SOU te enviou". 
Mas não deu explicação de quem "EU SOU" era. Então Moisés diz, 
"Rogo-te que me mostres a tua glória" (Êxodo 33:18). 
Moisés tinha uma fome torturante de saber quem era o grande EU SOU, qual a essência de Sua natureza e caráter. Precisamos ter esse mesmo sentimento sendo renovado diariamente em nós.

Deus respondeu a oração de Moisés. Ele instruiu Moisés a se ocultar na fenda de uma rocha e aguardar o Senhor passar. Enquanto Moisés esperava não ouviu nenhum trovão, nem viu relâmpago, nenhum abalo de terra. Em vez disso, a glória de Deus veio a ele em uma simples revelação: 
'E, passando o Senhor por diante dele, clamou: 'Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão'"(34:6-7).

O propósito da glória de Deus


Veja, quando Deus revela a Sua glória ao povo, é com um propósito em mente. E Ele permitiu que Moisés visse a Sua glória para que este fosse transformado pela compreensão desta glória. A mesma coisa é real para nós hoje. Deus revela a Sua glória a nós para que possamos ser tranquilizados em nossa caminhada diária.

Jesus Cristo é a imagem expressa de quem Deus é. O Pai reuniu todo o Seu caráter no Filho. Quando o nosso Senhor se tornou carne, foi uma revelação plena da natureza de Deus – a Sua misericórdia, graça, bondade e prontidão para perdoar. 
"Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9). 
"Ele [Jesus], que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser [personalidade, natureza]" (Hebreus 1:3).

O mesmo se mantém hoje em todo aquele que recebe a revelação da glória de Deus. Nós que estamos em Cristo devemos ser transformados em uma expressão da natureza amorosa, perdoadora e misericordiosa de Deus. Paulo diz que o contemplar da glória de Deus tinha poder para transformar aquele que a contempla: 
"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2 Coríntios 3:18).

Paulo acrescenta que devemos continuar buscando esta revelação da glória de Deus até que nos tornemos arraigados nela: 
"Estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus" (Efésios 3:17-19). 
Ele está dizendo, na verdade: "Continue buscando a glória de Deus até que a revelação irrompa em você!".

O primeiro efeito da glória de Deus é uma mudança em nosso relacionamento com Ele


Quando Moisés viu a revelação da glória de Deus – a Sua natureza e o Seu caráter maravilhosos – ele caiu de joelhos e O adorou. 
"E, imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou" (Êx 34:8). 
Moisés ficou tão tocado pelo que viu – o quão misericordioso, paciente e amoroso Deus é com Seus filhos, mesmo com os que O entristecem – que O adorou em reverência.

Moisés O adorou mesmo não estando cheio de esperanças quanto a Israel. Ele sabia que o povo se inclinava para a apostasia. Naquele exato momento, lá em suas tendas eles ocultavam pequenos ídolos de ouro que haviam trazido do Egito. Moisés deve ter pensado: "Como vou controlar este povo? Até quando vai durar a paciência de Deus com essa idolatria?".

Mas Deus não tinha intenção de destruir o povo. Tudo isso era um "teste de misericórdia" para Moisés. O Senhor estava perguntando: "Como você vai Me apresentar ao povo? Apenas como um Deus cheio de condenação? Ou misericordioso e longânimo e sempre pronto a perdoar?".

Essa foi a revelação da glória de Deus! E ela tranquilizou o coração de Moisés. Ele imediatamente orou, 
"Senhor, dissestes que perdoarias a iniquidade e a transgressão de milhares. Bem, cá estão estes milhares diante de Ti. Somos todos de dura cerviz e necessitados de misericórdia. Conceda-nos a Tua misericórdia. Perdoe os nossos tantos pecados!" (34:9).

Na revelação da glória de Deus está a essência da adoração


A revelação da glória de Deus deve ser a fonte de toda a nossa adoração. Deveríamos regularmente reivindicar a Sua glória, testificando "Senhor, sei que és santo e justo, que não toleras o pecado. Mas também vi a Tua glória, e ela me faz conhecer que a Tua disposição não é para me destruir. Tu não me condenas em minhas contendas. Caí tantas vezes que eu poderia já ter sido posto de lado à esta altura. Mas Tu continuas a me mostrar o quão amoroso e longânimo És comigo".

Minha experiência


Durante anos de ministério, experimentei períodos sérios da disciplina do Senhor - como uma vara me corrigindo. Numa destas vezes eu estava sendo caluniado terrivelmente. Depois de algum tempo fiquei fisicamente esgotado por esta batalha.

Um dia Deus me direcionou à oração de Jeremias: 
"Castiga-me, ó Senhor, mas em justa medida, não na tua ira, para que não me reduzas a nada" (Jr 10:24). 
As palavras de Jeremias se tornaram a minha oração diária durante aquele tempo de provação. Eu orava, "Senhor, corrija-me e julgue-me se assim for. Mas, por favor, não o faça em ira. Se eu ouvir mais uma palavra irada que seja, isso vai me destruir".

Toda vez que verbalizava esta prece, eu ouvia a voz do Senhor me cochichando: "Léo, se escolhi te corrigir, é porque te amo. Esta provação não é absolutamente julgamento Meu. Sou misericordioso, pleno de graça, amoroso e longânimo contigo. Agora, se aquiete e veja a Minha glória".

O conhecimento da Sua glória – da Sua natureza e caráter – me levou a um estado de total repouso. Na verdade, uma vez tendo tal revelação da glória de Deus, nunca mais precisaremos temer que Ele nos corrija em ira. Amado, todos que verdadeiramente adoram a Deus declaram a bênção de Suas promessas. Veem a Sua glória no amor que Ele tem por eles, e "se apropriam" desta glória para estabilizar sua alma conturbada.

Um segundo efeito de se ver a glória de Deus é uma mudança no semblante


"Viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia" (Êxodo 34:35). 
O semblante de uma pessoa é a exteriorização do coração. Nesse verso, a face de Moisés simplesmente refletia a glória de Deus em sua alma.

Você pode se deleitar na presença de Deus se quiser. Mas é algo inteiramente diferente a Sua glória ser revelada em você. 
"Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse" (Gálatas 1:15,16).

Lei: glória transitória; Graça: glória permanente


A revelação que Moisés recebeu foi gloriosa, mas foi apenas algo que ia se desvanecendo. O esplendor em sua face e em seu coração era o resultado de ele haver tido um vislumbre da natureza de Deus. Mesmo assim, quando os israelitas o viram, eles souberam que ele havia tido uma experiência sobrenatural.

Hoje temos algo muito mais glorioso do que Moisés teve. Nós na verdade tocamos e apalpamos a glória de Deus. 
"O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida" (1 João 1:1). 
João está dizendo realmente, "Deus revelou a plenitude da Sua glória a nós em Cristo. Vimos a Sua glória encarnada em uma pessoa. E nós andamos com Ele e O tocamos".

Hoje não só vemos a plenitude da glória de Deus em Cristo, como ela também habita em nós – e refulge em nossos corações: 
"Porque Deus, que disse: 'Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo'" (2 Co 4:6). 
"Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens" (Tito 2:11). 
Quem é esta graça? É Jesus Cristo, cheio de misericórdia, bondade e amor. 
"Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século" (2:12). 
Paulo está dizendo em essência, "Tal graça que em nós habita é a revelação da bondade de Cristo. Se você permanecer Nele, a revelação Dele lhe instruirá no viver santo. Te ensinará misericórdia, graça, ternura e perdão".

Um terceiro efeito de vermos a glória de Deus é uma transformação em nosso relacionamento com os outros


Uma vez que tenhamos recebido esta revelação da glória de Deus, não podemos continuar com nossas velhas maneiras de tratar os outros. Tudo precisa mudar. Paulo adverte, 
"Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou" (Ef 4:31-32).

Deus está dizendo através de Paulo, "Vocês viram a Minha glória e conhecem a Minha natureza – que sou pleno de graça, longânimo, pronto a perdoar. Quero que vocês expressem aos outros quem EU SOU".

Quando Jesus diz, "Seja misericordioso com os outros, como Deus foi misericordioso contigo", a palavra "misericórdia" vem do grego que significa "angústia, tormento". O sentido pleno é "levar para o seu coração a angústia e o tormento das dores da outra pessoa com a intenção de lhe dar conforto e alívio". Ser misericordioso quer dizer tomar a dor do outro. Isso inclui os que nos ofendem.

Conclusão


Isso é exatamente o que o Senhor faz por nós. Quantas vezes Jesus tomou a sua angústia e tormento causados pelo pecado, lhe dando consolação e perdão em troca? Quantas vezes Ele removeu as suas lágrimas e falou bondosamente com você através da Sua palavra? Ele faz isso por nós vez após outra.

Eu lhe pergunto: como não aceitar em nossos corações o tomar a angústia e o tormento de alguém que sabemos estar sofrendo? A palavra "compaixão" significa "ser afetado, tocado pela angústia e tormento dos outro - e estar resolvido a fazer alguma coisa quanto a isso".

Se você teve uma revelação da glória do Senhor, saberá o que significa provar do Seu amor, misericórdia e perdão. E você está sendo transformado por esta glória. Agora, Jesus diz, "Tome esta glória e faça-a brilhar no mundo ao seu redor. É hora de agir em amor, como o Senhor continuamente tem feito por você". Amém!
"Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós" (2 Co 4:6,7, grifo meu).

[Fonte: World Challenge, por David Wilkerson]

A Deus toda glória.
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quarta-feira, 19 de junho de 2019

A IGREJA E O SEU DESAFIO FRENTE AO AUTISMO

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O dia 2 de abril é a data que foi oficializada em 2008 pela ONU (Organização das Nações Unidas) para comemoração do Dia do Autismo. Ontem (18) foi celebrado o Dia do Orgulho Autista, uma iniciativa do grupo Aspies for Freedom, dos Estados Unidos, uma celebração da neurodiversidade de pessoas do espectro do autismo. 

Mas, embora seja um tema cada vez mais presente em todas as esferas sociais, ainda é tratado com bastante tabu e timidez no segmento eclesiástico. De início, é preciso que já quebremos os paradigmas comuns a esse segmento: 
  • autismo NÃO É possessão e/ou atuação demoníaca e também não se trata de uma enfermidade (não no sentido generalista conceituado por muitas denominações ditas evangélicas).
De acordo com a Psiquiatria, o autismo é a polarização privilegiada do mundo dos pensamentos, das representações e sentimentos pessoais, com perda, em maior ou menor grau, da relação com os dados e as exigências do mundo circundante. 

Um breve histórico sobre o autismo


Nos últimos anos, há um número crescente de crianças e adolescentes diagnosticados com autismo. O transtorno do espectro autista é uma síndrome comportamental, reconhecida como uma Disfunção Global do Desenvolvimento, que se manifesta já nos primeiros anos de vida, causada por diferentes influências genéticas, neurológicas e ambientais, e que altera essencialmente o comportamento, a comunicação e, consequentemente, as interações sociais das crianças. O termo autismo deriva do grego "autos", que significa "voltar-se para si mesmo". O psiquiatra austríaco Eugen Bleuler (1857/1939) foi o primeiro a utilizar o termo, em 1911, quando analisava crianças com comportamentos atípicos.

Apesar de o autismo ter um número significativo de incidência, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). A demora na inclusão do autismo nesta lista se deve aos mistérios que ainda envolvem a questão. 

Atualmente, o diagnóstico continua sendo impreciso e nem mesmo um exame genético é capaz de assegurar com precisão a presença da síndrome. Dessa forma, como ainda não se podem afirmar geneticamente as causas do autismo, o diagnóstico se dá através da observação sistemática do paciente que geralmente apresenta sintomas como dificuldade de comunicação e de interação social, irritabilidade, além de comportamento repetitivo, obsessivo e ecolalia.

Como existe uma série de graus de autismo, a intensidade dos sintomas pode variar. Nesse sentido, cada pessoa é única. A criança no extremo do espectro tem seu comportamento bastante comprometido, enquanto aquela de grau leve pode ser brilhante, com diversas habilidades em diferentes áreas do conhecimento. 

Algumas crianças não falam e nem se comunicam, já outras se sobressaem em questões intelectuais. Sabe-se, no entanto, que uma criança pode evoluir no seu quadro se diagnosticada cedo e se submetida a tratamento adequado. O diagnóstico e tratamento precoces, a partir de um ano e meio de idade, são os ideais a serem alcançados em termos terapêuticos.

Famílias esgotadas e desestruturadas

A importância da participação da igreja


As crianças com autismo e outros transtornos de desenvolvimento já são uma realidade nas comunidades cristãs, seja com presença nos cultos ou nos espaços de espiritualidade infantil e adolescente. Seus pais e mães chegam à igreja, na maioria dos casos, apresentando um quadro preocupante, de stress, de crises pessoais e conjugais e de sintomas depressivos.

Ora, as famílias de crianças com autismo enfrentam, a bem dizer, dois grandes desafios:
  • 1 - o de buscar um diagnóstico para o comportamento atípico do filho ou da filha, que só é concedido depois da criança ser analisada por inúmeros profissionais da área da saúde.
Ela, então, é submetida a exames de sangue, neurológicos e genéticos. Muitos destes exames colocam as famílias em longas filas de espera, experimentadas como tempos angustiantes, já que elas anseiam por respostas. É um exaustivo trabalho investigativo para alcançar um diagnóstico não definitivo, na maioria das vezes, mas orientador para os futuros caminhos terapêuticos a serem adotados.
  • 2 - Uma vez passado esse processo, a criança e a sua família enfrentam uma segunda fase, não menos cansativa: a busca pelo tratamento.
As dificuldades residem, sobretudo, na falta de profissionais preparados para lidar com o transtorno, especialmente quando buscam na rede pública, ou mesmo pela dificuldade de encontrar profissionais de determinadas áreas no Sistema único de Saúde (SUS). Além disso, muitas possibilidades terapêuticas não estão acessíveis no Brasil.

Não raro, as famílias esgotam seus recursos financeiros com profissionais que atendem apenas de forma particular; às vezes, as consultas e os tratamentos exigem longos deslocamentos entre cidades e inúmeras horas de cuidado, de estímulo e atenção em atividades dadas como "tema de casa". 

E em muitos casos, um dos cônjuges ainda opta por sair do seu trabalho, abrir mão da carreira profissional para atender às necessidades do seu filho ou filha. Uma realidade de muitas renúncias, só suportadas com uma boa dose de amor. A consequência de tantos esforços já se conhece: esgotamento mental, emocional e físico, tanto nas famílias que cuidam de pessoas com deficiência, como também nas crianças que são submetidas a intensas e numerosas terapias.

Esse processo agrava-se pela forma como a sociedade trata a questão. Uma sociedade que valoriza a vida humana por aquilo que ela é capaz de produzir socialmente (culturalmente e economicamente), que institui padrões de beleza, de comportamento e valoriza a pessoa pelo que ela tem, impõem difíceis desafios aos pais e às mães. 

O sentimento que permanece, para muitos deles, é o de se sentirem "incapazes" diante do desafio que lhes foi posto. Assim, mesmo os menores sinais de evolução no tratamento terapêutico já servem para alimentar a esperança, vibra-se com as pequenas conquistas, com cada fase transposta, são como injeções de ânimo para continuarem investindo na educação e no cuidado de seus filhos, sonhando com sua inserção numa sociedade que pouco soube acolher.

Para outros pais e mães, no entanto, nos casos muito graves, sentem-se exercendo o próprio trabalho de Sísifo, mito que em contextos pós-modernos, é empregado para significar qualquer tarefa que envolva esforços longos, repetitivos, mas fadados ao fracasso - algo como um infinito ciclo de esforços que, além de não levarem a nada proveitoso quando pensados em termos de produtividade social, também são desprovidos de quaisquer opções de desistência ou de recusa em fazê-lo. E o fazem, não desistem, impulsionados não só por um senso de dever, mas principalmente, pelo amor paterno e materno, a única força capaz de motivá-los a continuarem, a lutarem, a persistirem.

Combatendo o bom combate contra o preconceito


Além disso, já são conhecidas as constantes lutas desses pais e mães por políticas públicas de amparo às crianças com autismo e suas famílias; as tentativas de articulação desses pais e mães em movimentos que visam combater o preconceito e levar informações à sociedade. 

Casos de exclusão do sistema escolar, em restaurantes, lojas e aviões são lugares comuns. A velha história "Ninguém veio à festa de aniversário do meu filho" são queixas repetidas nos círculos de autismo. E, se você conhecer pais e mães de crianças com autismo, vai saber que a exclusão dessas crianças em diversos ambientes públicos ou mesmo em atividades extracurriculares de algumas escolas acontece regularmente. 

Ou seja, crianças com autismo são excluídas sistematicamente de suas comunidades - até mesmo das eclesiásticas. Mas isso tem um custo. A consequência é que muitas famílias não conseguem adaptar-se ao recebimento de um filho ou de uma filha com algum tipo de deficiência, nem redefinir seus papéis dentro da estrutura familiar, a fim de se ajustarem a um novo estilo de vida. Divórcios, depressão e desamparo marcam a realidade da vida delas. E são estas famílias, "quebradas" pela cansativa e injusta luta na vida e pela vida que estão chegando às nossas comunidades.

Jesus acolhe e visita. A igreja tem o dever de fazer o mesmo.


A partir deste panorama, a igreja, seguindo o Ministério de Jesus (João 4) que recebeu e cuidou da vida humana (Lucas 5, 7, 9, 10...), pode assumir um importante papel de acolhida e de cuidado. Ora, famílias que têm um filho ou uma filha com autismo, ou qualquer outro tipo de deficiência, além de experimentarem o preconceito e a rejeição como vimos, estão extenuadas das maratonas em busca de diagnóstico e de tratamento. 

Por isso, elas anseiam por espaços de acolhida, aceitação e vivência da espiritualidade. Os princípios bíblicos do cristianismo (Jo 13:31-35) desafiam a Igreja a acolher estas famílias, a cuidar de suas "feridas" (Lc 10:25-37), a ajudá-las a superar as experiências de preconceitos e a colocá-las em relação com o Deus da vida. 

Trata-se de uma questão cristã, já que somos chamados e chamadas a valorizar o ser humano, qualquer que seja a sua condição, pelo simples fato dela ter sido criada por Deus (Gênesis 1), por ser filho, filha do grande Pai (Lc 15), e não por sua aparência, pelos seus aspectos comportamentais ou pelo que ele será capaz de produzir.

E a Igreja pode ser acolhedora com gestos muito simples: 
  • ela pode se aproximar destas famílias e de seus filhos e suas filhas e os tratar com dignidade; 
  • ela pode recebê-los bem em seus templos, propiciando, especialmente às pessoas com deficiência, condições de mobilidade nos seus espaços físicos; 
  • pode instrumentalizar as lideranças que exercem trabalhos com crianças e adolescentes sobre o autismo; 
  • pode oferecer espaços e momentos de espiritualidade e educação religiosa; 
  • pode criar redes de apoio para que as famílias possam trocar experiências e se ajudarem mutuamente;
  • ela pode recebê-los, não com um olhar condenatório, mas de misericórdia, buscando ouvir suas necessidades.
Da mesma forma, com os devidos cuidados, nada impede que as crianças com autismo participem das atividades desenvolvidas pela comunidade. 

Indubitavelmente, trabalhar com essas crianças é um desafio, assim como é trabalhar com qualquer criança, porque todas elas trazem repertórios diferentes e têm modos distintos de aprendizagem. Aliás, as evidências mostram que interações significativas com colegas de desenvolvimento típico, oferecem às crianças atípicas, benefícios sociais e intelectuais importantes, ao mesmo tempo em que estes também se beneficiam desta interação, aprendendo a conviver e a respeitar as diferenças.

Neste sentido, é importante uma conversa franca com os familiares, estabelecer um canal de comunicação, que fique sempre aberto, no intuito de melhor compreender o papel da comunidade em relação à família e à criança. A Igreja pode ser muito cuidadora quando pensa nestas questões. 

Portanto, a igreja está sendo inserida dentro de uma realidade que exigirá dela, mais uma vez, as ações de misericórdia, como resposta de fé a tudo o que Deus fez. A Igreja primitiva foi um exemplo disto. O livro de Atos (2 e 6), relata a forma como a comunidade se reunia e como ela se preocupava em formar redes de apoio para ajudar as pessoas em sofrimento, resgatando essas pessoas para uma vida com Deus. Ou seja, é fundamental que a comunidade cristã olhe para sua tradição e relembre sempre de novo a sua vocação, seguindo, desta forma, o Ministério de Cristo.

Conclusão


O desafio posto à igreja é o de se abrir definitivamente para a realidade do autismo e outros Transtornos do Desenvolvimento. Isso vai exigir que ministros, ministras, lideranças e a própria comunidade sejam preparadas para o acolhimento e para a convivência, como forma de testemunho do amor de Deus. 

Não há como se eximir desta tarefa e nem adiá-la. Uma igreja sustentada por Deus, que segue no Ministério de Jesus, o Bom Pastor (Jo 10), guardiã da voz profética, está sendo chamada a olhar para uma nova realidade. Por enquanto, o caminho é cheio de incertezas, mas como igreja peregrina que somos, também aprenderemos a caminhar com as famílias que vivem e convivem com o autismo (Lc 24:13-35).

[Fonte: Scielo, por Dr. Marcos Augusto Armange, Pastor na Comunidade Concórdia de São José dos Pinhais - PR, Bibliografia Consultada: MARTINS, Marcelo. "Igreja Cuidadora: apontamentos de suporte eclesiástico para pessoas com autismo e suas famílias." Congresso Internacional da Faculdades EST, 2., 2014, São Leopoldo. Anais do Congresso Internacional da Faculdades EST (p. 1022-1033). STELZER, Fernando Gustavo. "Uma pequena história de autismo. Vol. 1, Cadernos Pandorga sobre autismo." Disponível em: http://www.pandorgaautismo.org/includes/downloads/publicacoes/Pandorga-Caderno1.pdf]

A Deus toda glória.
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terça-feira, 18 de junho de 2019

AUTORIDADE SEGUNDO A BÍBLIA SAGRADA


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Temos uma autoridade da qual não temos conhecimento, ou que não descobrimos, e de que não estamos utilizando? Ou será que vez por outra, temos lampejos de autoridade espiritual, mas tropeçamos nela e a exercitamos sem sabermos o que estamos fazendo? À luz da Bíblia vamos descobrir, de que nós, como Igreja, temos uma autoridade na terra, que já nos foi dada. E da qual Deus quer utilizemos para defender e estender seu Reino.

A falta de compreensão sobre este assunto tem levado muitos cristãos a entrarem em conflitos com autoridades superiores, sem perceberem que com isso estão desagradando ao próprio Deus que as criou.
"Toda autoridade procede de Deus" (Romanos 13:1,2).

O que é autoridade?

Autoridade é poder delegado


Sendo assim, autoridade espiritual é o que nos foi dado pelo próprio Deus. Em Lucas 10:19. Neste texto, Jesus está falando do poder do diabo (demônios, espíritos malignos e todas as suas hostes). Precisamos tomar consciência de que temos autoridade sobre eles! O valor da nossa autoridade repousa no poder de Deus. Ou seja, o próprio é o poder por trás dessa autoridade.

  • Exemplo:

Os policiais que comanda o tráfego nas horas de maior movimento nas ruas, apenas erguem o braço e os carros param. Estes homens não têm o poder físico para parar os veículos, mas não é de sua própria força que eles se utilizam para parar o tráfego, eles são fortes na autoridade que lhes é concedida pelo governo a que servem. 

As pessoas reconhecem essa autoridade e param seus carros. Bendito seja o Senhor, há uma autoridade que nos é delegada pelo Senhor Jesus Cristo! Paulo, em sua carta aos Efésios, diz para eles serem fortes no Senhor e na força de seu poder (6:19). O cristão que compreende de forma plena que o pode de Deus é a seu favor pode exercitar sua autoridade e enfrentar o inimigo destemidamente.

A fonte da nossa autoridade


Em Mateus 28:18, Jesus diz:
"Toda autoridade me foi dada no céu e na terra."
Em Efésios 1:18-23, Paulo nos mostra que a fonte da nossa autoridade está na ressurreição e exaltação de Cristo por Deus. Cristo está assentado à direita do Pai (lugar de autoridade), quando subiu aos céus, delegou autoridade à Igreja. A autoridade de Cristo foi perpetuada aqui na Terra através do seu Corpo (a Igreja - 2:1-7). 

Assim como Efésios 1:20 expressa a ressurreição de Cristo dentre os mortos, Efésios 2:1 expressa a ressurreição do Seu povo. Em outras palavras: o ato de Deus que levantou a Cristo dentre os mortos, também levantou a seu corpo (a Igreja). Então se fomos ressuscitados em Cristo também fomos assentados com Ele nos lugares celestiais acima de principados e potestades.

Somos um com Cristo (1 Coríntios 6:17), estamos sentados à destra de Deus nas alturas! Se nós como Igreja, obtivermos a revelação de quem somos em Cristo, nos ergueremos e faremos as obras de Cristo, pois a autoridade que pertence a Cristo, também pertence aos membros individuais do corpo de Cristo.

O começo do erro


O princípio do erro aconteceu pela resistência à autoridade de Deus por parte de um anjo, e por causa desse grave erro ele perdeu a sua condição de ser celestial sendo precipitado às regiões profundas da terra juntamente com a terça parte dos anjos que o seguiram em sua rebeldia contra o Criador do Universo (Isaías 14:12-15).

Desde então, quando acontece qualquer rebeldia contra qualquer autoridade o causador incomoda profundamente ao próprio Deus.

A autoridade perdida


Todas as vezes que acontece algum desrespeito a uma autoridade constituída, o causador perde a autoridade que lhe foi conferida (Gênesis 1:26-28). O homem perdeu o domínio e autoridade por causa da desobediência e rebeldia (3:6).

Os diversos níveis de autoridade


Deus criou o universo para existir de forma harmoniosa , debaixo dos diversos níveis de autoridade (1 Co 15:35-40). Em cada nível da criação o Senhor Deus tem planos e funções pré-estabelecidos para serem cumpridos.

Tipos de autoridade

1. Temporal ou física


Assim chamada porque ela está sujeita a mudanças de acordo com o tempo e com o surgimento de necessidades humanas ou materiais. Ex.: mudanças e governos, costumes e avanços tecnológicos. Vejamos o que diz a Palavra de Deus sobre estas autoridades:
  • 1.1. Autoridade na família - O esposo deve seguir os padrões de Cristo, com relação à Igreja (Ef 5:25-29). A esposa, submissa ao esposo (5:22). Os filhos, submissos aos pais (6:1,2).
  • 1.2. Na vida profissional - Os empregados devem respeitar seus patrões, diretores, gestores, etc...., e trabalharem com maior desenvoltura durante suas ausências (6:5-8).
  • 1.3. Na vida dos país - Embora espiritualmente já não pertencemos mais a este mundo, ainda vivemos nele, e sendo assim temos deveres a cumprir através de uma consciência pura (Mateus 22:17-21; Romanos 13:4-7).

2. Espiritual


É o tipo de autoridade mais importante e o menos compreendido e por isto a humanidade tem sofrido tanto durante a sua existência. É um tipo de autoridade que não pode ser criado pelo homem. Desde o princípio ela é delegada por Deus a homens que, por sua vez, passam a outros homens de acordo com a direção divina. 

Ninguém tem o direito de intitular-se autoridade espiritual sem haver recebido de outra autoridade superior para exercê-la (1 Samuel 13:8-14). Jesus recebeu autoridade do Pai, passou-a aos apóstolos que por sua vez passou-a aos seus discípulos até chegar aos nossos dias (Mt 10:1-4; 28:18-20; João 13:20). 

No Antigo Testamento, um dos grandes exemplos de autoridade espiritual delegada, está no caso dos profetas Elias e Eliseu (2 Reis 2:1-15).
  • Somente no caso de Moisés é que a autoridade foi delegada pelo próprio Deus (Êxodo 3:10-12).

Rebeldia contra a autoridade

Contra a autoridade divina


A leitura do texto de 1 Samuel 15 nos dá a exata compreensão do valor da obediência à autoridade espiritual, vejamos
  • O Senhor ditou ordens bastante claras (vs. 1-3);
  • Saul fez tudo ao seu próprio modo (vs. 7,8);
  • Junto com a desobediência anda a cobiça e o orgulho (vs. 1,2);
  • Para encobrir a sua desobediência, Saul usou a mentira (vs. 13-15).
Nos dias atuais, muitos estão preferindo sacrificar do que obedecer (vs. 19-23), tal como procedeu Saul. A desobediência é tão grave quanto a ser feiticeiro ou praticar a idolatria (vs. 23). O Senhor Deus deixou claro que sua autoridade era exercida no povo de Israel através de Moisés e quem desrespeitasse a Moisés estaria desrespeitado ao próprio Senhor Deus (Números 16:1-3).

O mau uso da autoridade concedida


Saul foi ungido como rei do povo de Israel (1 Sm 10:1). Não obstante as perseguições, Davi o respeitou como autoridade (24:6). Davi reconhecia a unção de Deus sobre Saul (24:10). O rei Saul, fazendo mal uso da sua autoridade, perseguia a Davi e aos seus homens, sem se importar com as consequências de sua atitude (18:18; 19:10). A autoridade delegada ao rei Saul foi tomada sem efeito no momento em que ele fazendo mau uso, no tocante às devidas limitações com relação à autoridade do profeta ao tentar tomar o lugar deste (15:26).

O exemplo do arcanjo Miguel


O arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo a respeito do corpo de Moisés, não pronunciou infâmia contra ele, não obstante já estar caído (Judas 9). 

Não vou perder meu tempo entrando nas diversas teorias e especulações teológicas sobre esta passagem. Independente de qualquer uma delas, o que creio é que a Escritura é inerrante. E, para mim, o que está escrito, escrito está. Mas qual o aprendizado, a essência que esta passagem nos trás? 

Judas 9 é a suprema ilustração de como os cristãos devem lidar com satanás e seus demônios. O exemplo de Miguel se recusando a pronunciar uma maldição sobre satanás deve ser uma lição para os cristãos em como se relacionar com as forças demoníacas. Os crentes não devem enfrentá-los em sua própria força, mas sim buscar o poder de intervenção do Senhor contra eles (Lc 10:19; Filipenses 2:8-10). 

Se um ser tão poderoso quanto Miguel deixou que o próprio Deus lidasse com satanás, quem somos nós para tentar censurar, expulsar ou comandar os demônios sem estarmos devidamente autorizados para isso, através do uso legítimo do nome de Jesus? Não era função do arcanjo entrar em guerra com satanás e ele, em uma atitude de obediência aos princípios e submissão ao Senhor, não usurpou uma suposta autoridade, mas buscou-a em Deus. Simples assim!

Somente os ímpios vivem no erro difamando autoridades e rejeitando os governos constituídos (2 Pedro 2:10-22). Ao repreendermos um demônio devemos estar inteirados que a autoridade exercida pertence ao nome de Jesus Cristo. E só pode usar o nome de Jesus, aqueles a quem Ele outorgou esse direito - a saber, os que o reconhecem como o Senhor de suas vidas (ver Atos 19:13-16).

Conclusão


Jamais a vontade de Deus é cumprida se o homem seguir o caminho da rebeldia. Ninguém pode guerrear por Deus usando as armas do inimigo que são a mentira, o orgulho e, sobretudo, a rebeldia. Deus deseja de todos nós obediência a Ele e à Sua Palavra.

Ao Deus Todo poderoso seja toda glória.
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O EVANGELHO DA GRAÇA


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A graça divina - 1 Timóteo 1:3-10


O apóstolo Paulo foi o principal instrumento para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. O Novo Testamento oferece a graça a todos, ao contrário do Antigo Testamento, que geralmente restringe a oferta de graça ao povo eleito de Deus, Israel. A graça em sua mais completa definição é o favor imerecido de Deus ao nos dar seu Filo, que oferece a salvação a todos, e dá àqueles que o recebem como Salvador pessoal uma graça acrescentada para esta vida e uma esperança para o futuro.

Ao se despedir dos anciãos de Éfeso, Paulo expressou seu sentimento de preocupação com o rebanho de Deus, pois tinha receio de que na ausência as ovelhas do Senhor fossem atacadas (Atos 20:29,30). Sem dúvida, foi um sentimento dado pelo Senhor, pois sete anos depois, Paulo estava deixando Timóteo em Éfeso para combater os "lobos cruéis", que queriam "devorar" o rebanho sob seus cuidados pastorais. Nos dias de hoje, há igrejas que abrigam falsos obreiros, que pervertem a sã doutrina matando ou dispersando as ovelhas.

As falsas doutrinas corrompem o evangelho da graça

1. O evangelho da graça 


É o Evangelho libertador que Cristo trouxe ao mundo, por bondade de Deus independente das obras humanas (Efésios 2:8,9). Paulo se referiu a esse Evangelho de maneira muito eloquente (At 20:24). Ele conhecia esse Evangelho, não apenas na teoria, mas por experiência própria. De modo inexplicável, o blasfemo e perseguidor dos cristãos, foi escolhido para ser um dos maiores pregadores do Evangelho de Cristo (1 Tm 1:12-14). Será que daríamos oportunidade a um indivíduo com tal histórico? Acredito que não.

2. As falsas doutrinas (v.3)


Os falsos mestres seriam presbíteros, a quem cabia a tarefa de ministrar o ensino à igreja (3:2; 5:17). As falsas doutrinas eram apresentadas como "fabulas ou genealogias intermináveis" (1:4). As "fábulas" (gr. mythoi) eram narrativas imaginárias, lendas, ficção. Na literatura, têm seu lugar. Mas, na Igreja, não deve haver espaço para fábulas ou mitos. 

No texto, não fica claro qual o conteúdo das "genealogias", mas, ao lado das fábulas, eram ensinos que traziam especulações e controvérsias inúteis que não edificavam os irmãos em nada. Timóteo foi o mensageiro enviado por Paulo, para enfrentar e combater tais ensinos. 

Há igrejas ditas evangélicas que aceitam esse tipo de ensino e permitem que o emocionalismo tome lugar do verdadeiro avivamento espiritual, que é caracterizado por frutos permanentes de justiça que glorificam ao nome do Senhor e não se desassociam em uma vírgula das Escrituras Sagradas.

3. O "fim do mandamento" e a finalidade da Lei


Paulo chamo a atenção de Timóteo, seu enviado a Éfeso, para a doutrina de Deus e de Cristo, a que Ele resumiu no "mandamento" e sua finalidade (1:5,6). Em seguida, Paulo ensina acerca do objetivo da Lei, e para quem ela se destinava, discriminando, no texto uma longa lista de tipos de pessoas ímpias que eram alvo dos preceitos legais (1:9-11).

A graça superabundou com a fé e o amor

1. Gratidão a Deus


Uma das características marcantes do caráter de Paulo é o ser grato a Deus (Romanos 7:25; 1 Coríntios 1:4; 14:18; 2 Tm 1:3). Nesta parte da Epístola enviada a Timóteo, o apóstolo expressa sua gratidão a Cristo por t^-lo escolhido e posto no ministério apostólico e pastoral, apesar de ter sido um terrível opositor do Evangelho de Jesus (1 Tm 1:12,13). É mais uma demonstração do que o "evangelho da graça de Deus" pode fazer na vida de um homem. 

O evangelho é a expressão do amor de Deus, em Cristo Jesus, que alcança um homem no mais baixo nível de pecado e o faz uma "nova criatura" (2 Co 5:17), e mais, ainda, o faz parte da "família de Deus" (Ef 2:19). Paulo reconhece que 
"[...] a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo" (1 Tm 1:14).
Foi Jesus quem o salvou e o transformou mediante sua graça.

2. Humildade


Paulo não era mais um novo convertido ou neófito quando escreveu suas cartas a Timóteo. Ele não estava usando de falsa modéstia quando declarou ser o principal pecador que Jesus veio salvar (1 Tm 1:15). Paulo tinha convicção de que fora salvo pela graça, e não por seus méritos. Mesmo na condição de salvo, o crente deve saber que não merecíamos o dom (presente) da salvação.

Como salvos em Jesus Cristo, não temos mais prazer no pecado. Aquele que ainda tem prazer no pecado, não experimentou o novo nascimento:
"Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode viver pecando, porque é nascido de Deus" (1 João 3:9).

Um convite a combater o bom combate (vv. 18-20)

1. A boa milícia


Depois de orientar Timóteo sobre a difícil missão de combater as heresias, na igreja de Éfeso, Paulo dá uma palavra de ânimo, encorajamento e incentivo ao jovem pastor. Como um verdadeiro "pai na fé", o apóstolo diz:
"Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia" (1:18).

2. A rejeição da fé e suas consequências (1:5)


Quem rejeita "a fé não fingida" e a "boa consciência" cristã colhe os resultados de sua má escolha. O resultado é o "naufrágio na fé". Paulo toma como exemplo Himeneu e Alexandre, obreiros que entraram por esse caminho. Quanto a Himeneu, sua postura é tão terrível que ele é citado em 2 Timóteo 2:17

Seu nome deriva de Himen, "deus do casamento", na mitologia grega. Não se sabe ao certo qual "doutrina" falsa semeava. Estudiosos dizem que ambos eram representantes do gnosticismo no meio da igreja de Éfeso. 

Com relação a Alexandre, aliado de Himeneu na semeadoura das falsas doutrinas, era tão pernicioso, que Paulo o considera desviado ou "naufragado" na fé. Sua influência era tão maliciosa que Paulo os entregou 
"a satanás, para que aprendam a não blasfemar" (1 Tm 1:20).
Que o Senhor livre sua Igreja dos falsos mestres.

Conclusão


O cristianismo nasceu debaixo de perseguição e confronto com heresias e ensinos desvirtuados. Na consolidação de igrejas abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que oferecer resistência e ação decidida contra "lobos vorazes", que haveriam de surgir, até mesmo no seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. 

Com a graça de Deus e o apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo fez frente aos falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado e desenvolvido em muitas igrejas cristãs.

[Fonte: Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD]

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