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sábado, 24 de fevereiro de 2024

PAPO RETO — CUIDADO COM O POPULISMO: ELE TE ATRAI E DEPOIS TE TRAI!

Estamos em mais um ano de pleito eleitoral 
(Os brasileiros irão às urnas em 6 de outubro de 2024 para escolher os prefeitos, vice-prefeitos e os vereadores que cumprirão seus mandatos pelos próximos quatro anos. Caso haja segundo turno, o pleito está marcado para o dia 27 de outubro.).
Embora a maioria esteja levando sua vida ignorando completamente essa importante e séria demanda desse ano bissexto, é salutar que já comecemos a nos preparar para voltarmos às urnas com um mínimo de responsabilidade cívica. 

Por isso, até a chegada de outubro, vou postar artigos aqui no blogue Conexão Geral sobre temas especificamente políticos. 
Ah, e antes que alguém venha reclamar o porque de eu estar tratando desse tipo de assunto aqui, vou deixar um recado curto, grosso, mas necessário: O blogue é meu e falo nele sobre o que eu quiser! Aquele que não quiser ler/acessar determinado conteúdo é simples: não leia/acesse, simples assim!

O que é o Populismo?


O termo populismo surgiu no início do século passado, e foi criado para descrever governos com características populares, mas que flertavam com o autoritarismo e contavam com a centralização do poder em uma só figura. 

Getúlio Vargas (✩1882/✞1954) e Juan Domingo Perón (✩1895/✞1974) são dois dos mais famosos populistas da América do Sul.

A Quarta República, também conhecida como República Populista, foi um período da história brasileira iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar Dutra (✩1883/✞1974), e finalizado em 1964, com o Golpe Civil-Militar que marcou o início da Ditadura Militar no Brasil.

Principais características do populismo


O Populismo apresenta as seguintes características: a relação direta do líder com o povo era estabelecida por meio da influência de seu carisma sobre as massas; forte nacionalismo econômico, na adoção de medidas econômicas nacionalistas; discurso em defesa da união das massas, na conciliação das diferentes classes.
Uma curiosidade: populistas geralmente não falam de Populismo, pois sabem que vão se contradizer ou deixar a máscara cair.
É comum que, no Populismo, as ações tomadas desconsideram questões como orçamento público, viabilidade a longo prazo, e até mesmo a realidade. O que realmente importa é a aparência: o governo precisa parecer bom, mesmo que nos bastidores, tudo esteja um caos.

O medo é uma arma poderosa do Populismo. Faz parte do repertório a criação de um inimigo externo, muitas vezes irreal, para criar na população a ideia de que apenas o governante é o herói capaz de proteger o país. A narrativa "nós versus eles" também é bastante reforçada.

O populismo se basearia na ideia inerentemente moralista de um "povo" puro e homogêneo que se oporia a uma "elite" corrupta, e tal ideia poderia se associar a diversos conteúdos ideológicos, da extrema-direita à esquerda radical.

Problemas econômicos, sociais e políticos significativos são alguns fatores dentro da sociedade que impulsionam e fortalecem o Populismo. Quando uma nação está imersa nesses desafios é inevitável que surja uma frustração comum em toda a população, afinal o desejo de todos é ver o país crescendo e se desenvolvendo. 

E é também nesse contexto de dificuldade que ganham destaque líderes políticos que se posicionam como "salvadores da pátria". Apesar de muitas promessas e ideias, a prática deles não condiz com seu discurso.
Em síntese, o Populismo, em linhas simples, é quando um governante adota uma série de medidas de caráter popular, com aparente defesa dos mais pobres, mas pensando apenas em se manter no poder.

Vestígios do populismo no Brasil


Como já mencionado, o Populismo já esteve ou está presente em países de todos os continentes. No Brasil, por exemplo, ele teve quase 20 anos de história (de 1945 a 1964), período que ficou conhecido como República Populista, ou seja, duas década em que a população foi manipulada por meio de um líder que falava muito, mas não sabia como colocar em prática suas promessas. Imagine o impacto que isso gerou para todos.

"Um dos grandes líderes populistas dessa época, por exemplo, foi Ademar de Barros (✩1938-✞1941), que foi governador de São Paulo. 
Ele começou sua carreira política mais ligado à esquerda e terminou mais ligado à direita, mas sempre foi um populista. Ele fazia questão de falar errado para se aproximar da população", 
lembra o cientista político Valdir Pucci (Mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília).

Pucci ainda argumenta que alguns estudiosos apontam o ex-presidente Juscelino Kubitschek (✩1956/✞1961), cuja promessa era realizar "50 anos de progresso em cinco", como populista, mas um dos grandes expoentes do movimento teria sido mesmo Vargas, que esteve à frente do país de 1930 a 1945 e posteriormente de 1951 a 1954. 
"Getúlio se vendia como Pai dos Pobres, aquele que salvaria os pobres do Brasil da sua condição de miséria" [Qualquer semelhança com o atual mandatário do Brasil, não é mera coincidência. É plágio mesmo!].
Outro exemplo de líder populista foi Jânio Quadros (✩1917/✞1992). 
"Ele era aquele político que se permitia ser fotografado sem gravata, tirando ou subindo as mangas da camisa. 
Conta a lenda que ele pedia para que fosse jogado um pozinho branco sobre os ombros de seu paletó para que falassem que ele tinha caspa e, assim, se aproximar da população", 
comenta Pucci.

Porque o Populismo — quer seja de direita ou de esquerda — é tão politicamente nocivo


O Populismo, em linhas simples, é quando um governante adota uma série de medidas de caráter popular, com aparente defesa dos mais pobres, mas pensando apenas em se manter no poder.

Em todo o mundo é possível observar exemplos de líderes que agem ou agiram dessa forma. Normalmente, eles conquistam as pessoas por meio de um comportamento, de histórias e de propostas que parecem ter potencial para transformar a realidade, como esta ouvida recentemente: 
"eu falo de muitas coisas, mas, quando o povo gosta? Quando eu falo nós vamos voltar a reunir a família no domingo e nós vamos ter um churrasquinho e nós vamos comer uma fatia de picanha com a gordurinha passada na farinha e tomar uma cerveja gelada, 'bicho', o povo entra em delírio, porque é isso o que o povo quer".
Mas, tudo fica restrito apenas à teoria, o que impacta negativamente o desenvolvimento do país, do Estado ou da cidade e torna ainda mais difícil resolver os problemas reais.

Porém, o Populismo não é simplesmente uma forma de governar que pretensamente pensa no povo. Ele reúne uma série de características que o torna extremamente perigoso para o desenvolvimento de uma nação.

Essa estratégia populista de conquista da população pode ser considerada recente, explica  Pucci: 
"ela nasceu originalmente no século 19 nos Estados Unidos e quase simultaneamente na Rússia para descrever partidos ou movimentos políticos que tinham o objetivo de atender o povo. É daí que surgiram os termos populista ou populismo. 
Eram movimentos e partidos que se colocavam como defensores dos interesses da população, principalmente do povo mais carente, e que ganharam realmente força a partir da segunda metade do século 20".
A urbanização foi um dos fatores que fortaleceram esse movimento, assim como o 
"processo de universalização do voto, ou seja, quando a massa da população foi inserida no processo político de votação, inicialmente para os homens e depois também para as mulheres"
completa Pucci.

O principal impacto de uma agenda populista é a falta de projetos políticos com real interesse de solucionar os problemas do país. 
"Assim, acabamos perdendo, quando há governos populistas, a possibilidade de discutir seriamente o Brasil. Se fica numa discussão de quem vai salvar o povo, como se o povo precisasse necessariamente ser salvo. Se coloca o povo em uma condição de criança que precisa de um pai populista, de um líder populista que vai salvá-lo"
declara Pucci. 

Vale destacar que o comportamento populista quer resolver o problema sem pensar no amanhã, o que traz uma falsa sensação de segurança que desmorona no primeiro vendaval. Assim, o populismo perde a oportunidade de promover um crescimento sólido do país a longo prazo. 
"Talvez o povo não precise ser salvo, mas apenas de segurança e de continuidade do processo político"
conclui Pucci.

Conclusão


O Populismo tem como objetivo manter o governante no poder. Não existe plano de governo ou plano de nação que não passe pelo governante. Isso anula as possibilidades de uma continuidade natural da sucessão de poderes, e trava o processo democrático de alternância de poder.

Como o governante é figura central na prática, reforçar a necessidade dele é algo que acontece de maneira constante. E, para isso, são criados problemas e situações com o intuito de heroificar e construir um personagem. Personagem esse que é a solução dos problemas e o suposto salvador da pátria.

Quando olhamos os exemplos do passado, eles até parecem absurdos, porém hoje muitos líderes políticos criam um personagem vestido de simplicidade para ficarem mais próximos do povo. Claro, os tempos mudaram, mas muitos ainda caem em promessas rasas e superficiais e na inexistência de um projeto ou um caminho definido para elas. 

É fácil falar que vai acabar com a pobreza, por exemplo, mas de que forma isso ocorrerá? À custa de quê ou de quem? A grande crítica em torno do Populismo é a falta de transparência, de planos concretos e seus resultados frustrantes.

Essas questões, somadas, fazem com que governos populistas tragam um atraso imenso para o País, pois não focam no real desenvolvimento e prosperidade da nação. O prejuízo é de anos, senão décadas. Precisamos estar sempre atentos e combater até mesmo o menor dos sinais de Populismo em qualquer governo, a fim de evitar que este mal pestilento se espalhe.

[Fonte: Folha Universal, original por Cinthia Cardoso, acessado entre 22 e 24 de fevereiro de 2024]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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