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Me responda com sinceridade: quantas vezes na sua vida, você ouviu alguém pregando sobre Onesíforo ou mesmo apenas citando-o em alguma ministração?
Todos sentimos falta das pessoas que amamos quando estão longe, mas o que fortalece um relacionamento é o que estamos dispostos a fazer por essas pessoas. Quando isso acontece, somos uma verdadeira "bênção" para outras pessoas. Se contarmos com amigos assim, devemos cuidar deles porque são bênção para nós.
Onesíforo foi uma dessas pessoas. Seu nome significa "que leva vantagem, que traz bênção". Não podiam ter lhe dado um nome melhor, embora para nós, no século 21, ele nos soe bastante estranho!
(Quantas pessoas chamadas Onesíforo você conhece?)
De fato, não conheço ninguém que hoje tenha esse nome! Paulo fala do seu amigo na sua última carta e o faz para contrastar sua atitude e suas motivações com duas pessoas que o prejudicaram (2 Timóteo 1:13-18). Pois bem, é ele, Onesífero o "herói desconhecido" no terceiro capítulo da minha série especial de artigos.
Quem foi Onesífero
Você sabe quem foi Onesíforo? Onde ele morava? Qual foi o destaque que recebeu como crente? Há muitos servos de Deus que passarão quase despercebidos nos anais da história, porém, tiveram uma contribuição decisiva na igreja e uma ação corajosa em favor do povo de Deus.
Onesíforo era membro da igreja de Éfeso. Sua cidade era a capital da Ásia Menor, centro de idolatria e ocultismo. Éfeso hospedava o templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo, um palácio de mármore, oito vezes maior que o Parthenon de Atenas. Esse homem converteu-se a Cristo com toda a sua família. Sua marca distintiva foi a misericórdia.
Onde Onesífero entra na história do apóstolo Paulo?
O apóstolo Paulo, depois do incêndio de Roma, entre os dias 17 a 24 de julho de 64 d.C., passa a ser procurado como um malfeitor. Isso, porque, o imperador Nero atribuiu o criminoso incêndio da capital aos cristãos.
Paulo, sendo o maior líder do cristianismo é preso e lançado numa masmorra imunda, de onde as prisioneiros saíam leprosos ou para o martírio. Do interior dessa prisão insalubre é que Paulo escreve sua última carta, a seu filho Timóteo, e nela faz referência a Onesíforo, manifestando a ele seu preito de gratidão.
Depois do grande despertamento ocorrido em Éfeso (cf. Atos 19), quando as pessoas denunciaram publicamente suas obras e abandonaram a idolatria, rompendo com a feitiçaria, seguiu-se uma grande deserção. Parecia que o evangelho estava à beira da extinção.
No meio dessa debandada geral, aparece Onesíforo, cujo nome também significa "portador de préstimos", ele é como um lírio que floresce no lodo. É um exemplo de lealdade no meio de tanta deserção. O erudito W. Hendriksen (✩1900/✞1982) diz que:
"a beleza de seu caráter e nobreza de suas ações se destacam claramente no obscuro transfundo da triste conduta de todos os que estão na Ásia".
Durante os três anos que Paulo passou em Éfeso, Onesíforo prestou-lhe muitos serviços. Esse foi um tempo turbulento no ministério de Paulo, tempo em que enfrentou feras e travou lutas maiores do que suas forças (2 Coríntios 1:8).
Onesíforo, esse valente, quase anônimo, muitas vezes encorajou Paulo e lhe deu ânimo quando esteve preso (2 Tm 1:16). Ao saber da segunda prisão de Paulo em Roma, saiu de sua cidade e rumou para a capital do império à procura do apóstolo.
Procurou-o diligentemente até encontrá-lo. Correu todos os ricos para prestar assistência a Paulo no final de sua vida. Confortou sua alma na sala de espera do martírio. Muitas vezes encorajou Paulo e lhe deu ânimo nas horas mais sombrias da vida.
Amigo de fé, irmão camarada
Paulo, nesta última prisão lidou com o drama da solidão, do abandono, das privações, da traição e da ingratidão (2 Tm 4:9-18). Mas, Onesíforo não desistiu de Paulo, mesmo sabendo que ele estava sendo acusado de malfeitor (2:9). Por causa disso, todos os da Ásia abandonaram o velho apóstolo (1:15). Mas quando todos os da Ásia deram marcha ré, abandonando Paulo, Onesíforo pisou no acelerador e estendeu os braços para socorrer o apóstolo.
Paulo havia exortado Timóteo a guardar o evangelho, pois diante da perseguição, muitos cristãos abandonariam o evangelho. Ao longo de 2º Timóteo, Paulo encoraja Timóteo a não se envergonhar do evangelho nesse tempo de prova e intensa perseguição (cf. 1:8,12; 2:3,9; 3:12).
É durante a provação que conhecemos os verdadeiros amigos e os verdadeiros cristãos. Em virtude do incêndio de Roma no ano 64 d.C., e da imputação desse crime bárbaro aos cristãos, e ainda, em virtude da prisão de Paulo, o grande bandeirante do cristianismo e, conseqüentemente do seu iminente martírio, todos os amigos e companheiros de Paulo o abandonaram.
Fígelo e Hermogenes talvez tenham sido os líderes dessa deserção. Muitos cristãos da Ásia poderiam ter ido a Roma testemunhar a favor de Paulo, mas não o fizeram. Sentiram vergonha.
Na primeira defesa de Paulo, ninguém se manifestou a seu favor (4:16). Aquele era um tempo difícil e a fé apostólica corria sérios riscos. A ameaça vinha de dois fatores: da perseguição política e da invasão de falsos mestres.
O que aprendemos com Onesífero
A fidelidade de Onesíforo constitui num estímulo para Timóteo permanecer firme em seu ministério, sem se envergonhar do evangelho e de seu embaixador em cadeias. Vejamos quatro características desse precioso amigo de Paulo.
Quando lemos sobre sua história, aprendemos, já de entrada, uma importante lição: cada vez que alguém se opõe a nós, não devemos nos preocupar porque isso pode ser considerado uma boa notícia. Da mesma forma que existem pessoas que desejam nos prejudicar, há outras que nos defendem e são uma bênção para nós.
Paulo descobriu o caráter de Onesíforo precisamente quando aquele enfrentava mais problemas. O que o apóstolo escreve sobre esse homem é admirável:Ele o ajudou de forma incondicional, abrindo-lhe seu lar e lhe providenciando comida quando as outras casas se fecharam para Paulo.
As lições de Onesífero
- Onesíforo consolou, fortaleceu e esteve ao lado do apóstolo quando este mais necessitava. O termo grego para ânimo "anepsixen" significa "refrescar", e a frase poderia ser traduzida por "envolveu-me em ar fresco". Onesíforo foi uma espécie de "brisa fresca" para Paulo em seus momentos de provação.
- Não se envergonhou de Paulo quando se encontrava na prisão.
- Quando Paulo se achava sozinho e sem ajuda em Roma, Onesíforo o procurou por toda parte até encontrá-lo e ficar com ele.
- Trabalhou e esteve ao seu lado, tanto em Éfeso como em outros lugares.
Às vezes dizemos:
"Fulano é uma bênção".
Mas sabemos realmente o que isso significa? Entre o povo de Israel, quando se mencionava essa palavra, todos sabiam a que se referia. Não era como hoje quando dizemos:
"Deus te abençoe",
quase como uma saudação ou um hábito.
Para o Senhor a bênção deve ir bem além disso. Basta que leiamos umas poucas frases de um salmo para nos certificarmos disso (Salmo 115:12-18). Sem dúvidas, Onesíforo foi um homem abençoado, de caráter nobre, coração quebrantado e amigo incomparável.
Conclusão
O que Onesíforo fez por Paulo foi muito mais do que uma demonstração de amizade e fidelidade. Foi uma autêntica bênção de Deus! E quanto a nós? Reflitamos
Temos nos esforçado para abençoar nossos amigos, ainda que se aproximar deles possa causar-nos sérios riscos?
O exercício da misericórdia tem sido a marca em nossa vida?
Temos feito o bem continuamente àqueles que fazem a obra de Deus, sem esmorecer?
Temos diligentemente buscado meios para encorajar os santos de Deus, que estão na linha de frente da batalha?
Temos colocado nossa vida, nossa casa e nossa família a serviço daqueles que, injustamente sofrem acusações injustas e até arriscam sua vida pela causa do evangelho?
Perseveramos em socorrer os aflitos, ainda que todos estejam abandonando essa trincheira?
A igreja de Deus é um corpo. Nenhum de nós vive de forma isolada e independente. Estamos ligados uns aos outros inseparavelmente e dependemos uns dos outros. Quando um membro sofre, todos devem sofrer com ele; quando um membro é honrado, todos devem se alegrar com ele.
Paulo suportou muitas aflições ao longo de seu ministério, mas Deus sempre providenciou alguém para lhe socorrer. Depois, acabou preso injustamente e da prisão foi levado ao cadafalso para ser decapitado, mas não lhe faltou o conforto de Onesíforo na hora derradeira da vida.
Este foi um amigo presente, um consolador compassivo, um bálsamo do céu na vida do maior bandeirante do cristianismo. Que as marcas heróicas deste personagem esquecido da Bíblia, desperte em nós o desejo de imitarmos seu exemplo, bem como suas atitudes.
[Fonte: Ministérios Pão Diário, original; 1ª IPB de Vitória, original por Rev. Hernandes Dias Lopes; Davar Elohin, original por Pr. Marcelo de Oliveira Todas as referências citadas foram acessadas em 02/02/2024]
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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