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terça-feira, 13 de setembro de 2022

ESTANTE DO LÉO — "SEUS PONTOS FRACOS", DR. WAYNE W. DYER

Nesse capítulo da série especial de artigos Estante do Léo, na qual dou dicas e faço críticas sobre livros que eu li, vou falar sobre um que li, entretanto, não recomendo.

Esse é um livro clássico de autoajuda, mesmo não gostando desse tipo de literatura, por ser muito recomendado e tê-lo "perdido" há tempos na minha estantezinha (nem me lembro como esse livro chegou em minhas mão..., sei que foi alguém me deu há muito tempo), eu resolvi lê-lo.

Mais do mesmo


Em síntese, o livro é um daqueles enfadonhos manuais cheios de técnicas do tipo "dez passos para se fazer isso e conseguir aquilo outro...", que, mesmo já manjadíssimas, são glamourizadas pelos holofotes midiáticos e usadas como "novidades" pelos estrelíssimos coaches em suas cultuadas palestras, que arrastam multidões e milhões de seguidores nas redes sociais.

É ruim porque?...


O que é realmente necessário para alcançarmos a satisfação? O escritor e autor, doutor em Psicologia, Wayne W. Dyer (✩1940/✞2015) — que também foi o  autor dos livros "Não se Deixe Manipular Pelos Outros" (1985, EUA, Record, 316 páginas), "O Céu é o Limite" (1996, EUA, Record, 347 páginas) e "Crer Para Ver" (2007, EUA, Nova Era, 320 páginas) —, diz que para obter a paz e a felicidade é preciso autoconhecimento.

"Seus Pontos Fracos" é um livro que tem se objetiva a ensinar sobre como se livrar dos obstáculos — como a culpa, a dependência, o pessimismo e a necessidade de aprovação alheia — que impedem nosso desenvolvimento pleno.

A obra foi publicada originalmente em 1976, "Seus Pontos Fracos" já vendeu mais de 30 milhões de exemplares no mundo. Inspirado na psicologia humanista, Dr. Wayne Dyer criou técnicas simples para lidarmos com os desajustes do nosso comportamento psicológico.

Nesta obra, o autor oferece argumentos até inteligentes e sensatos para identificar e superar os aspectos mais frágeis da nossa personalidade, comportamentos autodestruidores que afligem o cotidiano e limitam a capacidade de realização pessoal. Transpor estas barreiras está ao alcance de todos, e a receita é das mais simples: encarar os obstáculos com determinação e coragem.

Ele fala de pontos fracos que todo mundo tem, pelo menos um, em graus menores ou maiores — como preocupação, ansiedade, culpa, procrastinação, ira (raiva), ciúme, medo, dependência, etc. O foco do tal dr. Wayne W. Dier são nos casos extremos mesmo, quando a pessoa se incomoda porque aquele sentimento paralisa e limita a vida.

Minhas considerações sobre o livro


A didática dele é simples: ele explica a questão, fala das vantagens de ter aquele comportamento (ex: se você se sente culpado por um monte de coisa, é sempre a vítima, o coitadinho, as pessoas sentem dó de você e tratam-na bem), as possíveis origens (geralmente a educação dos pais, claro), e o que fazer para superar isso.

Veja bem, algumas dicas e alguns insigths são interessantes, tenho uma amiga mesmo que me disse que já a ajudou em algumas situações assim como, confesso, a mim mesmo (mas eu recebi as dicas de outra fonte, um tempo atrás). 

Mas a filosofia do cara não bate com a minha de jeito nenhum! A começar da definição de "amor": "amar é deixar a pessoa ser o que ela escolher ser", afirma ele. Ahn?

E dicas muito construtivas do tipo: "Ah, você se preocupa com dinheiro? A vida é só uma, dura muito pouco perto dos milhares de anos da humanidade, é melhor você sair e gastar tudo o que você tiver, sem medida." 

Ou não seja ciumento e dependente, casamento são duas pessoas que convivem, e que aceitam as escolhas do outro, então cada um tem que ter suas atividades, e viver independentemente (Ok, sou super a favor de haver uma certa indepedência para sair com seus amigos, escolher seus hobbies, mas o cara apela feio). 

Para criar filhos independentes e seguros, é bom desde cedo tratá-los como amigos, e respeitar as suas vontades e escolhas. Se eles não querem arrumar a cama, é uma escolha deles, amá-los é deixar que façam isso. 

No quarto deles, deve haver privacidade, é melhor não interferir. Sério, eu não consigo pensar em tratar assim crianças de 4, 6 anos de idade, deixando livres dessa maneira! E tem mais, sabemos bem o que esse conceito sem limites de independência tem feito na nossa sociedade.

Ah, e "a melhor dica" — o marido trai a mulher e sente culpa por isso, por manter uma amante. Mas não se resolve com quem ficar. O doutor sugere que talvez o sistema moral do cara na verdade aceita esse tipo de situação (ter esposa e amante) — não há certos e errados absolutos, tudo é relativo — então é melhor ele simplesmente se aceitar e parar de sentir culpa. Gostaria de saber se o sistema moral da senhora esposa do indivíduo e também vai concordar com isso!

Conclusão


É um livro de fácil leitura, muito objetivo e bem dividido. A cada capítulo, o autor vai dissecando alguns dos vícios humanos mais comuns, como o idealismo resultante nas decepções e frustrações, a necessidade de aprovação alheia, nostalgia, culpa, preocupação, dependência emocional e raiva.

Não é um livro para se ler do começo ao fim (embora seja assim que eu fiz [Queria acabar logo, sabe?]...), e sim, como todos os manuais, para se consultar esporadicamente de acordo com nossas necessidades de introspecção.

Ao final, na forma de tópicos, o autor expressa um retrato de uma pessoa que eliminou todos os pontos fracos. Nesse ponto o texto soa idealista demais, porque evidentemente ninguém neste mundo conseguirá se livrar de todos os seus próprios vícios e limites. 

De todo modo, tanto este último capítulo como o livro por sim, são para nos inspirar ao melhor, mas, como fórmula é ótimo, entretanto, na prática, é uma ode à utopia inglória.

Bom, como já disse antes, eu simplemente não consigo compreender esse tipo de raciocínio então não gostei do livro, mas confesso que algumas dicas podem ser úteis para algumas pessoas que sofrem com essas angústias e problemas emocionais. 

Mas, além da Bíblia Sagrada, essa sim um irrepreensível manual, não de autoajuda, mas de transformação de vida, podem existir fontes melhores para chegar até esses pontos  sugiro o livro — "Inteligência Emocional" (EUA, 1995, 420 páginas, Saraiva) do jornalista Daniel Coleman, por exemplo. Este vai levar meu selo de...
Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

Um comentário:

  1. Muito bom Léo... Amei o artigo, tenho alguns livros de auto ajuda na minha estante. Costumo ler de vez em quando, mas aprendi que tudo que foca no homem como centro, no final " vai dar ruim". Ótimo

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