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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

ESCRITO NAS ESTRELAS — 20 ANOS SEM CASSIA ELLER (☆1962/✞2001)

"Quem sabe ainda sou uma garotinha?..." 
Mesmo quem não seja fã de Cássia Eller (como é o meu caso, por exemplo), certamente já ouviu alguma vez na vida a música "Malandragem". Agora, você já pensou ouvir este verso na voz da cantora Angela Rô Rô? Quase impossível, não é? Pois, a canção, que foi criada numa parceria entre Cazuza (☆1958/✞1990) e Frejat, em 1988, e era para pertencer à Angela, porém a própria disse que a música não tinha a ver com ela.

O resultado? Seis anos depois, Cássia ouviu o som e resolveu incluí-lo no seu terceiro álbum de estúdio, um projeto homônimo, resultando em um dos maiores hits de sua carreira.

Uma vida...


Arquivo pessoal
No dia 29 de dezembro de 2001, o mundo musical perdia uma das mais talentosas cantoras brasileiras: Cássia Eller. Filha de um militar e uma dona de casa, nasceu no Rio, foi criada em Belo Horizonte (isso mesmo, foi criada aqui, o que pouca gente sabe), morou em Santarém e desembarcou em Brasília aos 18 anos.

Na capital, foi corista em ópera, cantou em bares, participou de um grupo de rock e do primeiro trio elétrico de Brasília, até despontar em um musical oganizado por Oswaldo Montenegro, em 1981. Em busca de liberdade pessoal, voltou para Belo Horizonte, onde trabalhou como ajudante de pedreiro e cantou em bares.

Em 1989, gravou uma fita demo com a música "Por Enquanto", de Renato Russo (☆1960/✞1996). Um tio entregou a fita em uma gravadora e a contratação veio em seguida. 

...uma história


Arquivo pessoal
Dona de uma voz grave, Cássia Eller tinha uma relação de paixão com a música. No palco se entregava por inteiro, apesar da sua timidez (sim, mesmo com toda a sua irreverência no palco, Cássia era assumidamente tímida). 

A cantora acumula, mesmo após a morte, mais de dois milhões de ouvintes só no Spotify (plataforma de streamings de músicas) com os suas músicas. Motivo não falta para relembrarmos sua história.

Filha de pai militar (sargento pára-quedista do Exército) e mãe dona-de-casa, Cássia Rejane Eller nasceu no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1962. O nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia.

Como vimos acima, durante seus 39 anos, a cantora teve vários endereços em várias regiões do país:
  • Aos 6, mudou-se com a família para Belo Horizonte. 
  • Aos 10, foi para Santarém, no Pará, e volta, aos 12 anos, para o Rio. 
  • Aos 18, chega a Brasília e se torna uma referência na cena musical da capital do país.

O interesse pela música começou antes, aos 14, quando ganhou um violão de presente. Tocava princilmente músicas dos Beatles. Sempre conviveu com músicos, amigos de sua mãe.

Em Brasília, cantou em coral, fez testes pra musicais, trabalhou em duas óperas como corista e, em 1981, participou de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.
"Quando criança, queria fugir com o circo, mas acabei sendo garçonete e cozinheira, aos 18 anos, em Brasília"
disse em entrevista à Folha em 1999.

Um ano mais tarde, ela foi para Minas Gerais e trabalhou como servente de pedreiro. 
"Fiz massa e assentei tijolos."
Quando voltou para Brasília, substituiu uma amiga como secretária no Ministério da Agricultura. 
"Fui demitida no terceiro dia. Aí resolvi só cantar."
Cássia cantou também em um grupo de forró e participou por dois anos do primeiro trio-elétrico do Planalto, o Massa Real. Seu sonho era ser cantora de ópera.

Dizia que não tinha a disciplina exigida para o estudo formal. Ela não chegou a terminar segundo grau. Foi a partir de 1989 que Cássia começou sua trajetoria mais oficial pelo mundo da MPB.

Incontestável e inconfundível talento


Arquivo pessoal
Em São Paulo, ela gravou uma fita demo, apoiada pelo tio, Anderson (conforme já dito acima) — que, aliás, foi seu primeiro empresário.

Foi ele quem levou a fita para uma audição na gravadora Polygram. Nesta fita estava gravada a música que viria a ser o primeiro sucesso na voz de Cássia, a música "Por Enquanto", de Renato Russo, que foi originalmente gravada em 1985, no primeiro disco da banda Legião Urbana.

Veio então o contrato com a gravadora e o primeiro disco, lançado em 1990. Depois disso, Cássia não parou mais. Foram sete discos gravados, vários sucessos e uma personalidade inconfundível, que mistura sua timidez latente à rebeldia quase adolescente.

A vida pessoal de Cássia


À esquerda: Cássia, a companheira Maria Eugêniae o filho Chicão,
aos 6 anos; à direita, Chicão em 2015, arquivo pessoal
Mãe de Francisco Ribeiro Eller, o Chico Chico — fruto do relacionamento com o baixista Tavinho Fialho (☆1960/✞1993)—, Cássia nunca escondeu sua bissexualidade. 

Embora tenha vivido uma paixão com o músico, o amor da cantora sempre foi Maria Eugênia, com quem ficou até o fim da sua vida.

Qual é a causa da morte de Cássia Eller?


Embora muitas pessoas pensem, Cássia não morreu vítima de uma overdose. Ela morreu aos 39 anos, após sofrer três paradas cardíacas, na clínica Santa Maria, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro.

Na época, houve suspeitas — e chegou mesmo até ser veiculado na imprensa — de que ela havia falecido devido ao consumo de drogas, já que fez uso, durante muito tempo, de álcool e cocaína. No entanto, a autópsia confirmou que a rockeira foi vítima de um infarto do miocárdio e, além disso, já havia alguns anos que ela estava limpa do uso de substâncias químicas entorpecentes.

Cássia Eller e o Galo


Arquivo pessoal
Apesar de brasileira com orgulho do país, Cássia vibrava mesmo era com o Atlético Mineiro. Fanática ao extremo pelo clube, chegou a levar a bandeira e a camisa do Galo para muitos lugares do Brasil.

A paixão veio de criança, quando a artista ia com as irmãs até o Mineirão vibrar pelo campeão do Brasileirão de 2021. A cantora chegou a ganhar o maior prêmio do time, "Galo de Prata", que a sua mãe Nancy recebeu por ela.

O "casamento" com Nando Reis



Arquivo pessoal
Este "casamento" não poderia faltar em nenhuma biografia de Cássia Eller. Se engana quem pensa que Cássia e Nando Reis sempre foram grandes amigos. O primeiro encontro dos dois rolou na casa da Marisa Monte (rolê dos sonhos?!).

Na ocasião, Nando apresentou algumas composições para a roqueira. A história é que ela apenas cumprimentou o artista, escutou os sons, agradeceu e saiu sem dizer mais nada. Quem diria que essa amizade traria "All Star", composição do ex-Titãs que retrata o laço com a sua amiga.

Desplugada: o icônico "Acústico MTV"


Este é outro capítulo especial na carreira de Cássia Eller. O clássico e sensacional projeto da extinta MTV Brasil, protagonizou grandes momentos dos artistas brasileiros com o "Acústico MTV"

No caso de Cássia Eller — considerado um dos melhores — a incrível apresentação rendeu a ela três indicações no Grammy Latino pelo projeto desplugado.

Ela levou pra casa a vitória na categoria "Melhor Álbum de Rock Brasileiro". Obviamente, após a conquista, a carreira já consolidada da cantora explodiu.

Os grandes hits


Arquivo pessoal
"Malandragem" e "Palavras ao Vento" são canções que ecoaram na voz de Cássia em algumas novelas brasileiras. Mesmo após a morte da cantora, as homenagens continuaram.

Uma das últimas foi "Segundo Sol" (também da autoria de Nando Reis), que emplacou na trilha sonora da novela "Corações Feridos" (SBT, 2012), o que incrementou a biografia de Cássia Eller. 

Já, a primeira versão de "Malandragem", foi tema de "Malhação", na sua estreia em 1995, porém, a música so viraria um hit nacional quando foi regravada para o "Acústico MTV", em 2001, 6 anos depois.

Mãe, canta comigo


Cássia e a mãe d. Nancy,
arquivo pessoal
Em "Pedra Gigante", faixa do álbum "Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo" (2001), último lançado antes de nos deixar, Cássia convidou ninguém mais ninguém menos que a própria mãe, a dona Nancy, para dar uma palinha no vocal.

Dave Grohl maravilhado


A apresentação da artista no Rock in Rio de 2001 foi tão impactante que até o ex-baterista do Nirvana, Dave Grohl, achou a versão de "Smells Like Teen Spirit" impressionante. Porém, a perfomance de Cássia Eller para o hit do Nirvana não caiu no gosto de todos.

O polêmico crítico musica, Régis Thadeu, conhecido por sua críticas ácidas aos trabalhos de muitos artistas, considerados icônicos pela maioria, em seu canal no YouTube, disse que a interpretação de Cássia foi "simplesmente horrorosa" (veja o vídeo ➫ aqui).

Porém, na época, o vocalista do Foo Fighters disse que tinha sido a melhor versão do hit que ele havia assistido. Para fechar, a brasileira ainda deu um abraço no astro do rock em pleno show da banda estadunidense.

Conclusão


Porém, o momento mais feliz da brilhante carreira de Cássia Eller foi interrompido por uma fatalidade terrível. Em 29 de Dezembro de 2001, aos 39 anos de idade, ela veio a falecer vitimada por um enfarte. Ela não resistiu depois de sofrer três paradas cardíacas e deixou o Brasil estupefato com a partida precoce e inesperada

Conforme noticiado na época, a cantora teria chegado ao hospital "com quadro de desorientação e agitação", que evoluiu "rapidamente para depressão respiratória e parada cardiorrespiratória". 
Divulgação

A condição levou alguns a associarem a morte ao consumo de drogas, o que a família batalhou para provar que não tinha sido o caso e afirmou que, na verdade, tinha ocorrido um erro no atendimento da artista. 

Foi assim que a morte da mulher que só pedia a Deus "um pouco de malandragem" acabou se tornando um caso de polícia.
Reprodução/divulgação
Nascida no Rio de Janeiro, o túmulo da artista fica no cemitério Jardim da Saudade, Zona Oeste da cidade. Até hoje, saudosos fãs deixam lembranças e demonstram no espaço o impacto que a cantora deixou em suas vidas.

Os órfãos de sua bela voz podem matar a saudade cantando e ouvindo suas canções. Em sites repletos de letras de música é possível encontrar as  de músicas da Cássia Eller, as mais marcantes. Por toda essa história, o nome de Cássia Eller está escrito nas estrelas.
[Fonte: Terra; Uol; Folha; Agência Brasil EBC; Web Artigos, por André Júnior]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
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