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segunda-feira, 14 de junho de 2021

PERSONAGENS BÍBLICOS — O IRMÃO DO "FILHO PRÓDIGO"

"...Ora, o filho mais velho estivera no campo; e quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. 
E ele informou: 'Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde'. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo" (Lucas 15:25-27).
No retorno da série especial Personagens Bíblicos, vamos fazer uma análise sobre este personagem que aparece como um coadjuvante na conhecida Parábola do Filho Pródigo, mas que, na verdade, também tem muito a nos ensinar.
  • O texto desse artigo é baseado na palavra ministrada pela pastora Gabriela, no culto dominical em celebração à Ceia do Senhor, ministrado no dia 13/06/2021.
Quando lemos a parábola do filho pródigo, inevitavelmente, somos remetidos à vida desregrada do filho que deixa o lar. Refletimos sobre o pedido ao Pai, no que diz respeito à parte da herança, à sua partida e sobre tudo o que teve que passar. 

Também pensamos no seu sofrimento desnecessário e no tão alegre retorno. Mas o que gostaríamos de compartilhar é um pouco sobre a vida do irmão mais velho do filho pródigo. Muito pouco ou quase nada se comenta acerca de sua pessoa e de sua vida. 

Porém, gostaríamos de mergulhar um pouco na vida desse personagem e extrair alguns ensinamentos para nossas vidas. 

Quando a festa dos outros nos incomodam


Diz o texto em Lucas, capítulo 15, do versículo 25 ao 28, que o irmão mais velho estava no campo e quando chegou perto da casa ouviu música e avistou uma grande festa. Ao perguntar ao empregado do que se tratava, indignou-se com a resposta. 

É aqui que a trama da parábola do filho pródigo engrossa. A localização da história de Jesus torna evidente que independente de quanto é comovente a saga do filho mais novo, o filho mais velho é o verdadeiro foco da parábola. 

Foi dito como resposta a acusação orgulhosa da elite religiosa judia de que Jesus expôs o seu verdadeiro caráter através da sua companhia — "pecadores" notórios e ladrões. 

A sua acusação na verdade fez mais em revelar o seu próprio orgulho hipócrita e sem piedade do que qualquer falha no Senhor, um fato que não era provável que reparassem. 

E foi da preocupação por eles, não pelos "pecadores" desprezados, que esta grande parábola surgiu — uma história de um filho esbanjador, um pai de coração partido e um irmão que se recusou a se reconciliar com qualquer um deles. 

Como poderiam não ser tocados por esta história comovente a respeito do amor de um pai por um filho "desviado" e a sua alegria com a recuperação deste filho? Não eram eles pais também? Não seria isso que eles teriam feito?

Análise contextual

Não somos mais órfãos, temos um Pai!


O filho mais velho, de início não tem um papel grande na história. Quando seu pai, a pedido de seu irmão, divide os seus pertences, ele simplesmente recebe dois terços da riqueza do seu pai que era, como primogênito, dele de direito (Deuteronômio 21:17). 

Se ele compartilhou a dor do seu pai com a partida repentina do seu irmão ou o seu anseio por ele durante a sua ausência, não nos contaram. Ele estava cuidando dos negócios na fazenda. Enquanto o seu irmão tolo estava gastando muito dinheiro numa rebeldia grande, ele era a alma da indústria. 

Ele era respeitável e responsável. O seu irmão era sem valor, sem perdão. Ele era bom, seu irmão era mal. Em contraste, o irmão mais velho encontrou seu sentido e seu valor. Foi o que tornou seu mundo ordenado e lhe deu sentido.

Mas agora repentinamente acaba toda esta ordem. O seu irmão esbanjador , "órfão de pai vivo", voltou; não para a vergonha, como certamente merecia, mas para música e danças! A raiva do irmão mais velho estava muito forte diante de tal "injustiça". 

Para a sua diligência e fidelidade, não havia tido nenhuma comemoração nem festividades, nem um cabrito! Mas agora para este jovem imoral e sem valor, uma alegria extasiada! Era completamente errado!

Qual a opinião te importa: a de outrem ou a de Deus?

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais" (Jeremias 29:11).
O convite do seu pai para que ele entrasse e se juntasse a comemoração, para ele era uma total estupidez. O seu pai era tão tolo quanto seu irmão era um libertino. Era uma violação de tudo que era justo e correto e ele não chegaria perto de tal insanidade. 

Com sua reação ele não só demonstra o seu desprezo por seu irmão que esteve desviado, mas também pelo seu pai, que sempre havia sido fiel. Para o homem que lhe criou e lhe deu tudo o que possuía não havia nem respeito nem compaixão. 

A sua auto-justiça orgulhosa ("sem jamais transgredir uma ordem") e ambição para si mesmo se mostram de forma crua. Era uma cena feia; e era isso que Jesus queria mostrar.

E eu com isso?


Muitos podem se entristecer com a atitude deste irmão mais velho, porém isto acontece com muitas pessoas nos dias de hoje. O irmão mais velho estava no "campo", estava trabalhando ou ocupado com alguma outra coisa, e isso fez com que ele não participasse da festa. 

Uma festa, por menor que seja, exige uma preparação e tempo para ser realizada, e com toda certeza este filho mais velho estava ausente de casa por um bom período de tempo, tendo em vista que a festa era grande. 

Muitos de nós estamos ausentes da casa do Pai, mesmo estando nos territórios da casa do Pai. Estamos ausentes da presença do Pai, e, em muitos casos, não temos nem relacionamento com Ele. 

Estamos ocupados com a obra, ou no campo, e nos esquecemos do principal que é estar com o Pai. Até quando estaremos preocupados com as coisas e nos esqueceremos do principal? 

Reflitamos sobre isso, pois muitas vezes somos pegos de surpresa, e não participamos da festa. Onde o Pai está, é lá que devemos estar também, devemos participar das coisas do Pai, das festas, dos propósitos, dos projetos. 

O filho mais velho se irritou e se indignou com aquela festa, pois há tanto tempo estava vivendo com o Pai e nunca ganhou um cabrito sequer para se alegrar com os amigos. 

Quantas vezes agimos assim? Anos de igreja, anos de caminhada cristã e quando alguns novos convertidos são abençoados nos indignamos, pois como ele pode chegar hoje e já receber? E eu? Sou prioridade, pois estou esperando há mais tempo. 

Pensamento medíocre e invejoso, pois como posso julgar àqueles a quem o Pai já perdoou? A inveja é a podridão dos ossos. Devemos nos alegrar com os que se alegram. A benção na vida dos outros deve ser motivo de alegria em nosso meio, pois é sinal de que o Pai está trabalhando e abençoando. 

Lemos em Lucas 15:29 que o filho diz ao Pai: 
"...Há anos te sirvo não desobedecendo a nenhum dos mandamentos e não me deste sequer um cabrito para celebrar com meus amigos".
Quantos de nós temos "servido" como este irmão? Trocando, barganhando com Deus? Servir-te-ei, mas tenho de receber tal coisa. Vou à igreja, mas tens que me abençoar. Deus não é um Deus de troca, ou de barganha. Devemos servir por amor. 

Deus é um Deus de amor e misericórdia e demonstrou isso ao falar com o filho mais velho. No versículo 28 diz que o pai insistiu com ele. Deus é assim conosco. Mesmo estando errado, Ele não desiste de nós. 

Mesmo sendo arrogante e invejoso Deus não desiste de mim e de você. Cabe a nós abrirmos nosso coração à insistência do Pai. O irmão mais velho tinha tudo à sua disposição, porém não usufruía. Temos tudo, basta nos colocar na presença do Pai, amá-lo, andar em sua presença e então usufruir de suas bênçãos.

Conclusão


Esta grande parábola é a imagem de duas figuras: 
  • Deus na sua grande bondade e misericórdia e o fariseu na sua miserável mesquinhez espiritual. 
Como o irmão mais velho, o Fariseu não servia a Deus porque O amava mas porque trouxe a ele um sentido incrível de superioridade pessoal. Ele era abjetamente pobre no seu merecimento imaginário quando ele poderia ser rico pela graça de Deus. 

Como o irmão mais velho via o seu irmão mais novo os fariseus olhavam com desprezo os "pecadores" socialmente desprezados e jamais viam a sua própria pobreza espiritual. 

A verdade é que eram, de longe, piores que os publicanos e "pecadores" com os quais acusavam Jesus porque aqueles excluídos frequentemente reconheciam o seu estado pecador — algo de que nenhum Fariseu com respeito próprio seria culpado. 

Assim, como uma vez Jesus lhes disse, 
"...Publicanos e meretrizes vos procedem no reino de Deus..." (Mateus 21:31). 
Porém mesmo assim Deus os ama, e pede a eles que venham para a festa. E o convite continua: 
"Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa é de quem quiser, quem vier!"
Que Pai maravilhoso!

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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