"Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas" (Hebreus 4:13).
1º Tempo — Recentemente, uma das cantoras mais conhecidas do mundo gospel, Cassiane atraiu a ira dos internautas após lançar um polêmico videoclipe da música "A voz" (acima). A produção aborda a violência contra a mulher, mas o direcionamento acabou irritando a web.Na produção, a atriz protagonista surge sendo agredida pelo marido. Entretanto, a vítima decide orar pelo agressor após deixá-lo. A mulher deixa ainda um cartão de perdão dentro de uma Bíblia para que o companheiro lesse.Os internautas, entretando, alegam que o certo seria mostrar a vítima denunciando o agressor para que ele não fizesse isso com outras mulheres. Após a polêmica, a MK Music, produtora do vídeo, fez algumas edições, mudando o desfecho da história e tendo, inclusive, colocado o número 180, que é o oficial para denúncia de agressão contra as mulheres.
A cantora Cassiane também foi às redes sociais, postando vídeos e textos, tentando desfazer a polêmica de seu clipe. Só que, o leite já havia derramado e a emenda saiu pior que o soneto.
2º Tempo — A cantora gospel Quesia Freitas foi agredida fisicamente pelo marido, Bruno Feital, no último sábado (21), no interior de um shopping no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. As imagens foram compartilhadas pelo irmão da artista, o também cantor Juninho Black, que pediu ajuda para dar visibilidade ao caso e para o marido dela ser preso.
"Minha irmã de sangue Quesia Freitas foi agredida no shopping anteontem na frente de todos. O agressor é o atual marido dela que vem a agredindo há mais de um ano. Minha irmã vem sofrendo tortura psicológica, abuso emocional, agressões físicas e coação",
relatou Juninho no Instagram.Em entrevista ao programa Balanço Geral, da Record TV, nesta terça-feira (24), a cantora contou que o marido era muito ciumento e possesivo e a proibia de sair sozinha. Ela ainda revelou que as agressões começaram há cerca de um ano, logo após o casamento.
Lar não tão doce assim
Uma recente pesquisa revelou que 40% das mulheres que se declararam vítimas de agressões físicas e verbais de seus maridos são evangélicas. Este dado alarmante foi obtido por meio de depoimentos coletados das vítimas, por Organizações não governamentais (ONGs), e demonstra a dimensão da violência doméstica no Brasil.
No contexto das mulheres evangélicas, o estudo apontou que muitas se sentem coagidas por seus líderes religiosos e não denunciam a violência sofrida, como mostra trechos do documento:
"A violência do agressor é combatida pelo 'poder da oração'. As 'fraquezas' de seus maridos são entendidas como 'investidas do demônio', então a denúncia de seus companheiros agressores as leva a sentir culpa por, no seu modo de entender, estarem traindo seu pastor, sua igreja e o próprio Deus".
De acordo com os responsáveis pelo estudo, as instituições religiosas deveriam incentivar as denúncias de violência contra a mulher, e não culpá-las, acusando-as de fracas ou sem fé. Para os pastores, é mais fácil mandar essas vítimas de volta pra casa com a promessa de que somente a oração lhes salvaria, do que ajudá-las a enfrentar o agressor.
Levantando o tapete da omissão
Toda moeda tem dois lados
A partir daqui, proponho uma análise da pauta sobre suas duas faces. Essa sem dúvida é uma questão complexa. Em nosso mundo, se um homem bater em sua esposa e ela reagir esfaqueando-o, então ela seria aclamada como uma heroína por muitos. Se o inverso ocorrer e uma mulher bater no marido e ele reagir esfaqueando-a, então ele seria visto como o vilão.
Infelizmente, não é incomum em muitas congregações haver casamentos onde a violência doméstica é um problema. Sou grato pelas igrejas estarem finalmente começando a considerar de modo sério a questão da violência doméstica. Ainda assim, pergunto-me se, quando usamos o termo "violência doméstica", nossas mentes logo imaginam a mulher sendo a vítima e o homem o agressor?
Eu me pergunto se, quando você leu o título deste artigo, sua suposição imediata foi que seria sobre mulheres abusadas? Pergunto-me se, de modo subconsciente, vemos os homens abusados como sendo "fracos" e os tratamos menos seriamente?
Por que, quando essa é uma ocorrência tão comum em nossa cultura, vemos tão pouco sobre o tema da perspectiva masculina como vítima? Gostaria de saber o quanto essa nova onda evangélica de machismo está ajudando os homens que sofrem em relacionamentos cruéis e atormentados.
Como um homem pode vir até o seu pastor ou líderes para pedir ajudar sobre essa questão, se a cultura prevalecente é beber cerveja, ir a clubes de luta cristãos onde homens "de verdade" têm a barba crescida e assistem a lutas em ringues? Que esperança há para um homem preso nessa situação há muito tempo (e geralmente é assim) se ele já se sente menos do que um homem?
Infelizmente, não é incomum em muitas congregações haver casamentos onde a violência doméstica é um problema. Sou grato pelas igrejas estarem finalmente começando a considerar de modo sério a questão da violência doméstica. Ainda assim, pergunto-me se, quando usamos o termo "violência doméstica", nossas mentes logo imaginam a mulher sendo a vítima e o homem o agressor?
Eu me pergunto se, quando você leu o título deste artigo, sua suposição imediata foi que seria sobre mulheres abusadas? Pergunto-me se, de modo subconsciente, vemos os homens abusados como sendo "fracos" e os tratamos menos seriamente?
Por que, quando essa é uma ocorrência tão comum em nossa cultura, vemos tão pouco sobre o tema da perspectiva masculina como vítima? Gostaria de saber o quanto essa nova onda evangélica de machismo está ajudando os homens que sofrem em relacionamentos cruéis e atormentados.
Como um homem pode vir até o seu pastor ou líderes para pedir ajudar sobre essa questão, se a cultura prevalecente é beber cerveja, ir a clubes de luta cristãos onde homens "de verdade" têm a barba crescida e assistem a lutas em ringues? Que esperança há para um homem preso nessa situação há muito tempo (e geralmente é assim) se ele já se sente menos do que um homem?
Sim senhor, há irmãzinhas que são o verdadeiro "cão chupando manga": richosas, manipuladoras, autoritárias, arrogantes, insubmissas... não se guiam pela Palavra, mas sim pela doutrina de Jesabel.
A ira (e a violência) é destrutiva tanto quando manifesta por uma mulher quanto por um homem. É falso crer que, porque as mulheres podem ser pequenas na estatura (ou apenas porque são mulheres), elas podem causar menos dano físico e psicológico. Não ajuda quando perpetuamos o mito de que as mulheres não abusam de seus maridos e que as que o fazem não são tão más e, portanto, seus padrões de comportamento abusivo não são tão graves quanto os de seus correspondentes masculinos.
É uma verdade lamentável que em alguns casamentos as mulheres usam a violência como um meio para obter o que desejam (alguns números apontam uma elevada taxa de violência doméstica de 38% em relação aos homens).
É uma verdade lamentável que em alguns casamentos as mulheres usam a violência como um meio para obter o que desejam (alguns números apontam uma elevada taxa de violência doméstica de 38% em relação aos homens).
Mais comumente isso se revela em uma explosão de ira que era eminente sob a superfície. O teólogo americano David Powlinson o descreve assim:
"A ira de uma pessoa pode ser 'reprimida'… As pessoas podem estar 'perturbadas', 'cheias' de raiva, esperando para 'explodir'. Elas 'ficam prestes a extravasar'. Ira antiga e não resolvida pode ser 'guardada', 'abrigada' por décadas. Se você 'tirá-la do seu peito' até que sua raiva seja 'consumida', você se sente melhor."
Essas palavras soam verdadeiras para muitas mulheres que, nunca tendo lidado adequadamente com suas emoções, despejam esses sentimentos sobre os seus cônjuges como uma forma de libertação. O resultado final é sempre alguma forma de abuso. Mas aqui há uma verdade que é tão aplicável aos abusadores do sexo feminino quanto masculino.
Como a Igreja pode ajudar?
Quando um cônjuge se torna o objeto de ira, pode haver muitas mentiras que os agressores dizem a si mesmos para justificar a explosão de raiva. Devemos reforçar a seguinte verdade.
Ele não fez você fazer isso — ninguém faz você bater e/ou abusar do seu cônjuge.
A Bíblia afirma claramente que todas as formas de autoengano sempre provêm do "coração" (Marcos 7:20-23). Precisamos perguntar: "O que está na raiz de sua ira?". Poderia ser uma luta de poder dentro do casamento? É uma falta de submissão bíblica? É um ressentimento antigo? Tem a ver com dívidas ou outras pressões? Talvez alguém testemunhou um abuso quando criança?
Para ser honesto, há uma multiplicidade de respostas que poderiam nutrir a ira. Mas essas não são desculpas para o comportamento pecaminoso. Portanto, em última análise, para entender a violência e o conflito, precisamos buscar respostas para os problemas interiores. Devemos encorajar as pessoas a examinarem os seus corações. O que elas precisam que não estão obtendo? O que realmente está na essência da questão?
Para ser honesto, há uma multiplicidade de respostas que poderiam nutrir a ira. Mas essas não são desculpas para o comportamento pecaminoso. Portanto, em última análise, para entender a violência e o conflito, precisamos buscar respostas para os problemas interiores. Devemos encorajar as pessoas a examinarem os seus corações. O que elas precisam que não estão obtendo? O que realmente está na essência da questão?
"Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros" (Tito 3:3).
Tiago 3:13 e 4:12 oferece um resumo do problema e apresenta a solução de Deus.
- 1. Em nossa ira, nosso coração exigente e egoísta terá o fruto da violência, raiva e conflito.
- 2. Deus é generoso com aquele que se arrepende!
- 3. Um coração sábio, humilde e receptivo dará fruto de uma vida de pacificação.
Para conhecer a essência de sua raiva e violência, devemos encorajar os agressores a examinarem os seus corações, a confessarem a verdade, a se arrependerem e a buscarem a ajuda de Deus. Em Filipenses 4:13, Paulo diz à igreja:
"Tudo posso naquele que me fortalece".Essa é uma verdade mesmo para aqueles que lutam contra a ira e o ódio. Sem uma compreensão correta de nós mesmos, do nosso próprio coração e do glorioso evangelho, nunca acabaremos com a violência no lar.
Há uma caminhada longa, lenta e dolorosa enquanto aconselhamos aqueles que estão sendo abusados e aqueles que estão abusando. Mas não vamos demonizar os homens como as únicas pessoas que cometem violência doméstica. A probabilidade é que você tenha alguém (ou mais de uma pessoa) sofrendo silenciosamente em sua congregação. Não sejamos culpados de mantê-los presos no medo e escravidão por medo de serem considerados fracos ou não serem levados a sério.
Conclusão
Por que falar de violência contra as mulheres na Igreja? Este é um assunto que tem a ver com a nossa vida de fé? Seguramente que sim, é um assunto que tem a ver com as igrejas, uma vez que tudo aquilo que afeta a um dos membros do corpo de Cristo, afeta a todo o corpo. Não é possível pensar que mulheres continuem sendo espancadas, machucadas em seu corpo e tendo a sua integridade física ameaçada e que o silêncio continue a reinar nas nossas congregragações.
Já não queremos e não podemos mais ficar com os olhos fechados ou fazendo de conta que não escutamos os gemidos das nossas irmãs que sofrem, muitas vezes em silêncio, por vergonha, por medo, por não encontrarem lugar e espaço para falar de sua dor.
Se queremos ser Igreja que segue o exemplo de Jesus Cristo, o assunto da violência contra as mulheres precisa ser tratado em nossas reflexões e em nossos grupos de estudo. Ah, amada irmã e leitora, caso você esteja sendo vítima de violência doméstica, não pestaneje, nem titubeie: denuncie o agressor à Polícia!
[Fonte: Jornal Opção, por Leicilane Tomazini; Ministério Fiel; Diacona, por Pastora Elaine Neuenfeldt]
A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.
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