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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

DISCOS QUE EU OUVI - 37: "FRAMPTON COMES ALIVE!", PETER FRAMPTON

Certamente muitos do que agora leem este artigo pode nunca sequer ter ouvido falar nesse nome: Peter Frampton. Entretanto, os cinquentenários como eu sabem quem ele foi. E para quem não sabe, continue a ler este artigo até o final, pois estarei falando do disco ao vivo que ainda é o campeão mundial de vendagens e, em tempos de músicas e músicos descartáveis, este é um feito que merece destaque se considerarmos que tal marca já completa 41 anos.

O gênio


Frampton, em 1976, no auge do sucesso
Primeira metade dos anos 1970: uma era em que os gigantes caminhavam sobre a Terra, com uma cena rock internacional representada por Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Pink Floyd, Genesis. Nesse período em que a indústria fonográfica se encaminhava para ganhar um poderio jamais visto (e nunca mais repetido) tudo era superlativo quando se tratava de rock. Foi em meio a esse cenário que ganhou projeção um rapaz franzino, nascido em Beckenham, Inglaterra, em 22 de abril de 1950 com nome de batismo Peter Kenneth Frampton.

Trazia consigo uma guitarra que era empunhada e tocada cheia de influências das três maiores referências do instrumento na época: Jeff Beck, Eric Clapton e Jimmy Hendrix. Em 1966, Peter Frampton largou a escola e foi fundar uma banda de rock, o The Herd. Três anos depois deixou o grupo para integrar o Humble Pie, projeto de Steve Marriott posterior a sua saída do posto de frontman do Small Faces.

Após colaborar com George Harrison no álbum "All Things Must Pass", lançou-se em carreira solo, gravando quatro discos em sequência: "Wind Of Change", de 1972, "Frampton's Camel" de 1973, "Frampton" e "Somethin's Happenin'", ambos de 1974. No ano seguinte, Frampton saiu em uma vitoriosa turnê pela América, que rendeu o registro "Frampton Comes Alive!". Lançado em 6 de janeiro de 1976 nos Estados Unidos e em 13 de fevereiro na Grã Bretanha, o vinil duplo se tornou o álbum ao vivo mais vendido de todos os tempos.

A obra


Capa original do vinil
Originalmente seria posto no mercado no formato simples, porém, por sugestão da gravadora A&M Records, foram gravados mais alguns shows além das apresentações de Winterland, em São Francisco, Long Island Arena em Commack, Nova York e Plattsburg, no mesmo estado.

Com isso, foi lançado em vinil duplo. Um fator que impulsionou as vendas foi o preço. Apesar de duplo, era vendido a $7,98, apenas $1 a mais do que o preço de um vinil simples nos EUA naquela época. Foram 6 milhões de cópias vendidas por lá e 11 milhões ao redor do mundo.

As faixas


A contracapa da versão original. Como encarte, o bolachão trazia
um poster gigante do cantor e a letra das músicas
Quando se pensa em "Frampton Comes Alive!" as primeiras músicas que vêm à cabeça são 'Show Me The Way' e seu icônico talk box (dispositivo utilizado para dar um efeito similar a voz em instrumentos musicais, geralmente guitarras, isto bem antes do Slash [Guns'N Roses] e do Riche Sambora [Bon Jovi]) e 'Baby, I Love Your Way'

Mas não se pode esquecer da pomposa introdução com 'Something Hapennin'', seguida do petardo 'Doobie Wah', que dá a deixa para 'Show Me…'. O set acústico onde se insere 'Baby…' também merece destaque, que traz 'All I Want To Be (Is By Your Side)' e 'Wind Of Change'.

'Shine On' é outro momento inspirado, mas a maior pérola do álbum é a matadora versão ao vivo do cover de 'Jumping Jack Flash' dos Stones, quase tão boa quanto a original. O registro se encerra com 'Do You Feel Like We Do' com seus 14 minutos e 18. Afinal eram os anos 70 e as músicas que já eram quilométricas ficavam ainda mais extensas ao vivo, vide os shows do Led Zeppelin. E a versão lançada em single, apesar de reduzida quase pela metade continuou bastante extensa. Era o dobro da duração comum de um single e foi a música mais longa a configurar no top 40. 

"Frampton Comes Alive!" é a antonomásia do chamado rock de arena e levava à enésima potência a pompa e grandiloquência características do período. A capa do disco – com Frampton em close empunhando sua guitarra com suas longas madeixas, iluminadas pelos holofotes ao fundo e olhar chapado como se estivesse em transe – é considerada tanto para fãs quanto para detratores a mais perfeita ilustração daquilo que estava prestes a ser estilhaçado pelo movimento punk, que mudaria os paradigmas dali a alguns meses.

É clássico... PORQUE É BOM!


Contracapa da versão em CD, lançada em 1990. A primeira capa
manteve a do original.
Magistral para uns, kistch e datado para outros, seja como for, "Frampton Comes Alive!" não passa incólume devido a seu apuro técnico tanto da gravação (foi gravado em 24 e 16 canais, com fitas máster gravadas com redutor de ruídos Dolby A) quanto da performance de Frampton e da banda formada por Bob Mayo (guitarra, piano, piano elétrico, órgão, vocais), Stanley Sheldon (baixo e vocais) e John Siomos (bateria).

Depois desse disco, Frampton nunca mais repetiu o mesmo sucesso. O álbum até ganhou uma "continuação" em 1995, "Frampton Comes Alive II", mas não passou nem perto das vendagens e reconhecimento do original. Em 2011 foi realizada uma turnê comemorativa dos 35 anos do disco. Apesar da qualidade dos álbuns de estúdio anteriores, e até alguns posteriores, Peter Frampton ficou para sempre lembrado pela marca indelével deixada por este registro ao vivo

Conclusão


Frampton. atualmente
Com a virada do milênio, a fábrica de guitarras Gibson, lançou o modelo Frampton de guitarras, com ajuda e especificações vindas do próprio Peter Frampton. O modelo não foi ainda produzido em série e trata-se de um item para colecionador. Seu valor no mercado está no momento calculado em $6 mil dólares.

Peter é hoje pai de quatro crianças, e aparentemente aprendeu a dizer não quando precisa, colocando seus filhos em primeiro lugar na sua vida, antes mesmo de sua carreira.

Continua gravando e ocasionalmente levando uma banda para a estrada, mas seu repertório está claramente mais para baladas do que um rock visceral. Mas ele será sempre lembrado como o primeiro guitarrista a vender mais de 13 milhões de cópias de seu álbum em um ano e, no processo, mudado a indústria fonográfica.

E foi assim que Frampton moldou seu estilo: mesclando suas composições com riffs e fraseados melódicos, que sempre contornam a canção com maestria.

Que esse álbum possa entrar na sua lista de álbuns a ser escutados nesse início de 2016, pois ter um álbum ao vivo, que a 40 anos lidera como o mais vendido, é um feito que com certeza, credita a qualidade de um trabalho. 

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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