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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

BRASIL, MEU BRASIL BRASILEIRO...

No último mês, dois casos polêmicos de exposição de nudez em museus envolvendo crianças despertaram a revolta da maioria população do país. No primeiro, o caso do Queermuseu, o curador prometia liberar uma vestimenta em que, de olhos vendados, os visitantes poderiam tocar partes do corpo de outra pessoa – a exposição era aberta a crianças e foi visitada por crianças. O segundo ocorreu no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e ganhou repercussão pela divulgação de um vídeo em que uma criança era levada por sua mãe a tocar um homem nu – o fato era corriqueiro na obra do artista, como atestam outras fotos que circularam pela rede.

Diante disso, artistas resolveram reagir ao povo. Paula Lavigne, cuja profissão é cuidar da carreira de seu ex(?)-marido Caetano Veloso, além do próprio compositor e do apresentador Fábio Porchat começaram uma campanha contra políticos que se uniram ao povo para combater a exposição de nudez e toques íntimos a crianças. Eles prometem processar todos que os criticarem.

Entenda o quiproquó


A casa da produtora Paula Lavigne virou um quartel geral de cantores, pintores e atores nos últimos dias. Com acesso direto do elevador, o enorme apartamento com vista da praia de Ipanema tem recebido cerca de 100 artistas desde quinta-feira, 6. Indignada e preocupada, a classe artística brasileira no Rio de Janeiro está prestes a contra-atacar o que estão definindo de "onda conservadora" que achou eco e capital político em denunciar exposições, peças de teatro e performance sob acusações de pedofilia, zoofilia e ofensas às crenças religiosas.

A gota d’água veio com o veto nada velado do prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella à exposição Queermuseu, já boicotada e censurada em Porto Alegre no mês passado. Como todos sabem, Crivella é bispo da Iurd. O curador da mostra, Gaudêncio Fidélis, e os responsáveis pelo Museu de Arte Moderno do Rio (MAR) levavam semanas finalizando os detalhes logísticos para trazer as obras da mostra, até que o bispo licenciado se manifestou num vídeo nas redes sociais. O prefeito decretou que o Rio não quer uma "exposição de pedofilia e zoofilia" e completou em tom de chacota: "Saiu no jornal que vai ser no MAR. Só se for no fundo do mar". 

O museu, dependente da verba e da gestão municipal, abortou a iniciativa, mas a chama anti-censura se acendeu nos celeiros culturais do país.
"Essa exposição nunca foi polêmica. Essa narrativa criada em torno de apenas quatro obras entre 263 que fazem parte da mostra é muito específica e com objetivos obscuros bem direcionados", 
completa o curador Fidélis, que informa na sala de Lavigne que mantém uma agenda lotada de debates, entrevistas e reuniões para não deixar morrer a Queermuseu. Segundo ele, há instituições aqui em Minas Gerais, em Brasília, São Paulo, Salvador, e também no Rio de Janeiro interessadas em acolher a exposição.

Caetano Veloso, Paula Lavigne e sua trupe representam a quem mesmo?


Lavigne, a anfitriã, é a diretora de uma orquestra frenética. Bebe Coca-Cola, água e fuma quase ao mesmo tempo que dá dezenas de ordens sem desgrudar a vista da tela do celular: 
"Vamos gravar", "vai logo, fulano está com pressa", "é importante colocar a hashtag", "já enviou a nota à imprensa?", "me envia o vídeo", "gente já saiu, me passa o link no grupo". 
Ao seu redor há advogados, fotógrafos, assessores, pintores e atores, que se movimentam com familiaridade pela casa, e que se mostram convencidos também de que a reação precisa ser rápida e enérgica. O discurso é unânime: "Não à censura". Não é a primeira investida da produtora em campanhas de mobilização pública. Recentemente, uniu artistas contra o fim do monopólio estatal da exploração mineira na reserva Renca, na Amazônia. Antes, havia pressionado deputados para que votassem pela continuação da ação criminal contra Michel Temer. 

O curioso é que, passado todo esse tempo, nenhum dos defensores da exposição respondeu uma pergunta básica que inquieta a todos: O que eles pensam da pedofilia? Os expositores criticados, os curadores das mostras, os diretores de museus e todos os políticos de esquerda que defendem este tipo de exposição não deram sequer uma declaração pública enfatizando que são contra a pedofilia e que jamais aprovariam qualquer ação que promovesse tal prática.

E, com que autoridade essa senhora Lavigne vem falar sobre censura? Ela que recentemente proibiu que fosse lançada uma biografia não autorizada de Caetano Veloso. Então, quer dizer que defender valores agora é cultura e o que ela fez não?

Arte para quem quer


O que vejo com toda essa discussão, com toda essa polêmica é um desvio de atenção para algo que considero periférico. O Brasil está passando por sérios problemas em várias instâncias para que tantas pessoas se debrucem nesse caso das tais exposição, que, contexto artístico à parte, são sim no mínimo de péssimo gosto e, ainda que não incitem, fazem sim explícita apologia às práticas das quais estão sendo acusadas.

Agora, convenhamos, será que todas as pessoas que estão se envolvendo nesse bafafá foram ver as tais exposições ou são apenas um bando de maria-vai-com-as-outras, papagaios de piratas que saem repetindo só aquilo que ouvem? Não teria muita gente correndo atrás dessa banda?

Eu não fui e nem pretendo ir ver tais exposições. Não são do meu interesse. Ainda que seja apenas uma parte das obras que esteja causando tanto alarde, pelo que tem sido mostrado pela mídia, o alarde é plausível. Símbolos da fé cristã estão sendo vituperados e alguns quadros mostram sim cenas de zoofilia e pedofilia. Onde está o teor artístico dessas peças? Será que essas pessoas não têm um mínimo de respeito pela sensibilidade dos outros?

Se Paula Lavigne e Caetano Veloso querem deixar seus netos irem ver essas aberrações artísticas, que os levem. Mas que não venham dar uma de arautos, de paladinos da arte e da democracia. A mim e aos meus, certamente eles não representam. 

Agora, uma forma simples de se acabar com tudo isso é só quem não quiser, quem não achar que deve, que não vá ver as tais exposições. Simples assim. Não precisa tanto confete, tanto holofote, tanta ribalta nem para quem está defendendo e nem para que está condenando. Não concordo nem mesmo com os grupos de evangélicos que estão indo para as portas e saguões dos teatros protestarem contra as exposições. Porque eles não vão pregar o Evangelho? Esses grupos também não me representam. 

Que essas pessoas usem da influência - no caso dos artistas -, da autoridade - no caso dos políticos, e do tempo - no caso dos evangélicos - que têm, para fazer algo de mais digno e de mais útil para a sociedade brasileira.


Conclusão

Em tempo


A marca de refrigerantes Dolly recentemente recebeu um duro golpe. O Conar, que é o conselho que regulamenta a publicidade no Brasil, proibiu que uma das suas principais propagandas para a televisão fosse exibida. A peça em questão é o comercial de páscoa do 'Dolly Guaraná', em que crianças vestidas com roupas de coelho abraçam a garrafa de refrigerante, que já era veiculado há dez anos, foi considerada como abusiva. 

Depois desse tempo todo, o Conselho Regional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu proibir que o conteúdo ficasse no ar. Os advogados da empresa não entenderam a decisão, especialmente porque tudo foi julgado de portas fechadas, o que causou bastante desconforto.

O comercial é um dos muitos que é famoso por ser considerado tosco pelo excesso de simplicidade (clique ➫ aqui para ver o "abusivo" comercial). Depois de uma década, ele foi considerado muito abusivo ao público infantil. O julgamento do Conar que proibiu a propaganda foi feito de portas fechadas, o que fez com que os advogados da empresa entrassem na justiça comum contra a propaganda do órgão.

Segundo entendimento do Conar, a "boa fé das crianças não podia ser explorada em comerciais. "A inocência das crianças seria utilizada na campanha publicitária e que ela mostraria uma venda irregular envolvendo os menores." O órgão revelou que não é proibido o uso de crianças em comerciais, mas que nesse caso "as crianças estariam incitando algo errado, que seria corromper a boa fé de outros menores." O Conar perdeu a ação e o "abusivo" comercial da Dolly poderá continuar ser veiculado.

Dá para entender? Coisas do Brasil, meu Brasil brasileiro.
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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