Sabe aqueles momentos na vida em que você precisa rever todos os seus conceitos? Quando parece que todos os seus esforços até ali foram em vão e você precisa mudar radicalmente o rumo? Não estou me referindo ao momento da conversão, mas já como um(a) cristão(ã), você descobre pela Palavra de Deus que o curso de uma área específica precisa ser alterado e isto afetará sua vida por completo. Afinal, a mulher cristã pode (ou deve) trabalhar fora? Pode (ou deve) se dedicar à uma carreira profissional?
A resposta parece simples, mas este é um dilema que muitas irmãs enfrentam, principalmente em tempos difíceis de crise, quando a ajuda financeira ao cônjuge torna-se mais que necessária. Nesse caso, há dois extremos: de um lado, temos os maridos que não admitem sob nenhuma hipótese que suas esposas trabalhem fora; no outro há aqueles que se acomodam com a situação e não só liberam as esposas para trabalharem fora, como invertem os papéis e se acomodam, transferindo as responsabilidades de suprimento do lar para a esposa. Como em todos os extremos, ambos os lados estão errados. O desafio está, portanto, em se encontrar um ponto de equilíbrio nessa situação, para que o nome do Senhor seja glorificado. Este ponto de equilíbrio, obviamente, só será alcançado passando essa situação pelo crivo do Palavra. É o que farei neste artigo.
Os três grandes chamados
Dentro do casamento, Deus estabeleceu pelo menos três papéis a serem desenvolvidos pela mulher. A mulher sábia edifica seu lar quando os desenvolve de maneira agradável a Deus. Para isso, vamos ter por base dois textos iniciais:
"Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência" (1 Timóteo 5:14, grifo meu).
"Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada" (Tito 2:3 – 5, grifo meu).
Já tinha lido algumas vezes esses versículos, mas lembro-me quando me deparei seriamente com eles observando que muitas mulheres não estão vivendo plenamente a vontade de Deus, não estão atendendo com integridade aos três grandes chamados da mulher/esposa cristã.
- 1. Unir-se ao seu marido
A mulher foi criada para o homem, não o contrário (1 Coríntios 11:7-9). Como princípio criacional, a mulher passou a existir para ser auxílio ao homem. Deus criou todas as coisas as quais eram boas, porém havia uma coisa que não era boa – como está em Gênesis 2:18, não era bom que o homem estivesse só, ou seja, sem a companhia de alguém igual a ele, mas que ao mesmo tempo lhe completasse. Por isso, Deus criou uma auxiliadora que lhe fosse idônea.
O propósito principal de toda a humanidade é glorificar a Deus. No contexto do casamento, não seria diferente: marido e mulher unem-se (Gn 2:24; 1 Pedro 3:5,6) com o único propósito de juntos honrar e glorificar a Deus por meio deste relacionamento.
E a maneira como um cônjuge se relaciona com o outro também deve espelhar o padrão estabelecido por Deus em sua Palavra. As esposas devem ser submissas em amor aos seus próprios maridos como ao Senhor, conforme é belamente exposto em Efésios 5:21-24.
Em um mundo onde o feminismo dita que as mulheres têm que ser iguais em tudo ao homem, submissão soa como xingamento. E temos de encarar o fato de que infelizmente, a igreja recebe massiva e continuamente influências da maneira de agir e pensar do mundo, além da nossa natureza caída que concorda facilmente com os enganos do presente século. Por isso, apesar de ter a instrução bíblica correta, sempre estive consciente de que a caminhada de parecer-se com Cristo é árdua, mas possível no poder do Espírito.
- 2. A sublime vocação da maternidade
De quem é a responsabilidade de cuidar dos filhos? Parece que a resposta é óbvia: os pais! Mas, na prática, isto é o que menos tem ocorrido. Os pais estão muito ocupados para cuidar de seus próprios filhos, tanto as mães quanto os pais têm outras prioridades em seu dia a dia. Os filhos não têm espaço em suas lotadas agendas de compromissos fora de casa. O número de creches e "escolinhas" tem crescido consideravelmente. E muitas oferecem atrativos para cuidar do seu filho – um plano pedagógico apropriado à idade, playground, alimentação equilibrada, etc. Mas, nenhuma delas tem o principal para um filho: a mãe!
Muitas empresas hoje oferecem uma creche para os filhos de funcionários. Excelente estrutura, com atividades o dia inteiro e pessoas dedicadas a cuidar das crianças. Isto, claro, é uma ótima ajuda para as mães que precisam trabalhar fora, contudo, não as isenta de suas responsabilidades maternas. O dom de ser mãe é pessoal e intransferível.
Nesse aspecto, os maiores exemplos que a Bíblia nos apresenta são os de Timóteo que desde a mais tenra idade e, Moisés e Samuel que apenas nos seus primeiros anos de vida foram cuidados por suas próprias mães. E como resultado, tiveram grande influência na fé no Deus verdadeiro. Suas mães souberam reproduzir sua fé neste curto, e tão desprezado, período de suas vidas.
O problema está quando muitas mães se envolvem no superativismo (e aqui, inclui-se os eclesiásticos) entregando seu bem precioso num "depósito de crianças", enquanto se comprometem de cuidar de outros assuntos que nada têm a ver com sua família, seu lar, seu Deus. Como consequência, elas acabam sendo negligente com a herança do Senhor (Salmo 127:3).
Muitos imaginam que a responsabilidade educacional de seus filhos cabe à escola e à igreja. Isentam-se de ensiná-los desde as pequenas coisas (bons modos, por exemplo) até as grandes, como o de lapidar o caráter de acordo com a Lei do Senhor (Deuteronômio 6:1-7). O padrão estabelecido para o povo de Deus deve ser completamente diferente de qualquer padrão mundano, por "melhor" que ele possa parecer.
Eu sei que 'isso' está na contramão da sociedade em que vivemos. Mas acredito que o futuro dos filhos dirá quem está com a razão. Não tenho medo de errar ao afirmar que vale muito mais um filho equilibrado e crente diante das dificuldades financeiras do que uma vida abastada com o filho desequilibrado e longe do Senhor. É por isso que a pergunta continua no ar: de quem é a responsabilidade?.
E finalmente, devo citar a linda passagem de 1 Timóteo 2:11-15 que mostra que é a sublime vocação da maternidade que livra a mulher da opressão e da miséria deste mundo. O que liberta a mulher não é o que a ideologia feminista diz, mas sim o lugar designado por Deus a nós – dedicar-se à maternidade!
- 3. A esfera de atuação da mulher cristã na sociedade
Chega a um ponto que torna-se um grande pesar para mulher continuar trabalhando fora, mas muitos ídolos acabam brigando pelo senhorio do seu coração: status, independência financeira, a dedicação de anos nos estudos, medo de baixar o padrão financeiro familiar, medo de como seria sua nova rotina e tantos outros temores. Como cita em Mateus 6:24, não há como ter dois (ou mais) senhores porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Portanto, será preciso escolher a quais senhores irá aborrecer, desprezar, abrir mão.
Pensar em ser dona de casa nunca é algo atraente para maioria absoluta das mulheres, nos dias atuais, elas são criadas preparando-me para um dia cuidar de um lar. Mas como é Deus quem tem poder de os corações, Ele vai mudando-os à medida que a mulher busca a sabedoria que vem do alto e não deixa se levar pelos extremos.
Em 1 Timóteo 5:14, embora a recomendação seja às jovens viúvas, o princípio aplicado é geral. Toda mulher cristã deve saber administrar o lar, conduzindo-o ordeiramente. O conceito bíblico de dona de casa não é popular nos dias atuais, mas Deus designou às mulheres que permaneçam em casa, cuidem bem de seus lares e de suas famílias. Uma esposa que se envolve em muitas atividades ou muito trabalho fora de casa não tem tempo nem energia para manter seu lar como deve. Independente das circunstâncias, isto é um fato indiscutível. Há quem se gabe de viver dois turnos todos os dias – trabalho e casa. De fato, não há do que se orgulhar.
Talvez algumas mulheres consigam conciliar um trabalho fora de casa em meio período, mas isso depende de muitas circunstâncias favoráveis, por exemplo, no horário em que os filhos estejam na escola, tendo uma profissão que permita horários flexíveis, caso você tenha alguém para te auxiliar nas atividades domésticas. Mas, nunca se esquecendo de priorizar o que Deus lhes pede maior atenção.
Ser dona de casa não é fácil. Mas, ter responsabilidades completamente diferentes, em ambientes distintos, com trânsito no meio do caminho, não tem como dar conta de tudo. E adivinha qual parte sofre mais? Não pode ser o trabalho fora, porque lá tem chefe, tem salário (e descontos), tem demissão. Em casa, por mais que o caos se instaure, sempre esperamos mais compreensão e tolerância. E assim, vamos nos enganando até as primeiras consequências mais graves aparecerem.
E para quem vê a figura de dona de casa com bobes na cabeça, roupas desleixadas, mau hálito e de pouca capacidade intelectual, deve fazer uma minuciosa leitura da mulher virtuosa descrita em Provérbios 31 a partir do verso 10. Uma mulher extremamente ativa, ocupada, que sabia negociar, empreendedora, dedicada não apenas para as coisas do lar como Marta, mas que também saiba escolher a boa parte, Maria (ambas donas de casas, apesar de solteiras). Não buscava seus próprios interesses, concentrando seus esforços, metas e energia na realização pessoal. Antes seu prazer está na lei do Senhor, no que Deus ordenou em sua Palavra.
Lar edificado x carreira bem sucedida
Quando pensamos no que venha a ser um lar edificado, muitas coisas podem vir às nossas mentes. Como cristãos, sabemos que um lar feliz só pode ser aquele que está edificado sobre a rocha que é Cristo. Direcionando a mulher, recorramos novamente à Provérbios 14:1:
"A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba. Quem é esta mulher sábia que vive neste lar, no qual ela tem influência direta em sua edificação?"
Um lar edificado se dá quando a esposa reconhece em Deus seu papel e, com alegria e temor decide submeter-se, amando e respeitando seu marido, exercendo sua função de mãe com dedicação integral aos seus filhos, visando a correção e a transformação dos corações, e com grande empenho e zelo, administra as tarefas de seu lar.
Mas, muitas mulheres não estão preocupadas em edificar seus lares e no bem-estar primeiramente de seus familiares. Estão focadas em sua auto-realização com suas formações acadêmicas e carreiras profissionais.
Quem somos?
Costumeiramente, quando alguém nos pergunta "O que (ou quem) você é?", respondemos concernente à nossa formação acadêmica e/ou profissão: sou médico(a), sou professor(a) e até sou pastor(a), etc. Mas, em 1 Pedro 2:9 diz algo bem diferente:
"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz."
Podemos ser cristãos formados e exercendo as mais diversas profissões, mas sempre seremos primeiro filhos e servos do Deus Altíssimo, somos primeiramente dEle! O crente deve viver de maneira a expressar isso. O propósito maior de nossas vidas é glorificar a Deus e fazer que Jesus seja conhecido. E por consequência, seremos bênção para todos que nos rodeiam (Gn 12:2), tendo uma vida não meramente por necessidade, mas sim por expressão de louvor a Deus.
Mas, qual é a vontade de Deus para a mulher cristã? Como saber?
Atender ao chamado divino
Nesta fase de nossa reflexão é preciso que analisemos nossa vida e, como diz o apóstolo Paulo em Filipenses 3:8, considerar tudo o que aquém da vontade de Deus como refugo. Precisamos permitir que Deus expurgue as impurezas, lapidando o caráter conforme sua vontade sempre boa, perfeita e agradável.
Se uma mulher deve ou não trabalhar fora de casa é uma pergunta frequente. Não estou dizendo que todo estudo é em vão e que a mulher cristã não deva estudar e ter uma profissão, exercê-la. Estou tratando dos excessos, dos extremos. É óbvio que pode chegar o tempo em que a mulher precisará trabalhar para equilibrar (e, em períodos de crises, quiçá, até mesmo assumir por um tempo as responsabilidades financeiras do lar), contudo, o que ela não deve fazer é abrir mão de suas principais vocações enquanto mulheres cristãs.
Devemos nos esmerar em tudo o que fizermos, mas com a motivação correta. Como está escrito, "...E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens (Colossenses 3:23)". Além disso, os conhecimentos adquiridos podem ser usados na educação de filhos e aproveitados de alguma forma no ministério.
Devemos nos esmerar em tudo o que fizermos, mas com a motivação correta. Como está escrito, "...E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens (Colossenses 3:23)". Além disso, os conhecimentos adquiridos podem ser usados na educação de filhos e aproveitados de alguma forma no ministério.
Não podemos brincar de ser cristãos e obedecer apenas quando nos for conveniente. O que aprendemos na Palavra de Deus não pode ser algo bom apenas dominicalmente, tem que ser colocado em prática todos os dias. Nossa família é reflexo de nossa teologia, de nosso cristianismo!
Precisamos confiar de verdade de que a providência vem do Senhor e que obedecer sua Palavra é o mais abençoador, por mais difícil que seja.
Algumas mulheres não-cristãs também fazem a escolha de parar de trabalhar fora, ao menos, por um período. Porém, o que difere a serva de Deus é sua motivação de obedecer e glorificar a Deus em todos seus atos!
Como fazer tudo funcionar?
Para muitas irmãs, as diversas tarefas que uma mulher tem em seu dia a dia e em como lidar melhor com elas, evitando a sobrecarga e o estresse! Se você, tem dificuldade em conciliar tudo (filhos, vida com Deus, marido, igreja, trabalho, vida social, entre outros). E isso diminuiu suas tarefas em casa, cuidando do lar e dos filhos? NÃOO! A mulher dos dias atuais cuida de tudo isso, tem de dar conta do trabalho fora e dentro de casa, e por isso está ficando doente e estressada! Mas hoje vou te dar 5 dicas simples pra te ajudar a dar conta de tudo!
- 1) Estabeleça Quais São As Prioridades!
Segundo a Bíblia as prioridades em nossa vida devem estar da seguinte forma:
- 2) Faça Tabelas com Horários Para Realizar Cada Tarefa
- 3) Peça Ajuda! - É muita prepotência e até um traço de arrogância as pessoas acharem que podem fazer tudo sozinhas.
- 4) Cuidado Com a Carga Excessivo! - O superativismo é alicerce do mau desempenho.
- 5) Ore Sobre Sua Rotina E Suas Tarefas Diárias! - Apresentar seu dia a dia ao Senhor, compartilhá-lo com Ele é a melhor maneira de obter êxito.
Conclusão
A Bíblia em nenhum lugar proíbe a mulher de trabalhar fora de casa. No entanto, a Bíblia ensina quais devem ser as prioridades de uma mulher. Se trabalhar fora de casa leva uma mulher a negligenciar seus filhos e marido, então é errado que essa mulher trabalhe fora de casa. Se uma mulher Cristã pode trabalhar fora de casa e ainda assim providenciar um lar amoroso e cuidadoso para seus filhos e marido, então é completamente aceitável que ela trabalhe fora de casa. Portanto, amada irmã, não hesite em obedecer, responda prontamente como fez Maria:
"Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme tua palavra" (Lucas 1:38).
Fuja dos extremos, da sedução dos conceitos seculares e, principalmente, da inversão de valores ensinada pelo famigerado feminismo. Se é preciso você trabalhar fora, faça isso sem culpas, sem o peso de acusações e busque no Senhor as estratégias necessárias para que você encontre o equilíbrio que seja concernente com sua realidade e, principalmente, que não te afaste da vontade dEle para sua vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário