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sábado, 23 de fevereiro de 2019

DISCOS QUE EU OUVI - 49: "APENAS UM TOQUE", FERNANDA BRUM


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Fernanda Brum é sem sombra de dúvidas uma das maiores representantes do segmento gospel no Brasil. Suas canções marcaram e marcam época a cada lançamento. Nascida no Rio de Janeiro em 1976, a cantora coleciona os mais variados prêmios, dentre eles o Grammy latino pelo CD "Da Eternidade", lançado em 2014. Casada com Emerson Pinheiro, que também é seu produtor, são pastores da IPAN (Igreja Profetizando as Nações) no Rio de Janeiro.

Seu primeiro projeto foi lançado em 1993 no formato LP e se chama "Feliz de Vez". O estilo musical da cantora chama muita atenção, nota-se que cada letra e cada arranjo é pensado milimetricamente para que a mensagem seja passada com clareza, objetividade e espiritualidade, já que a cantora também conta com um nível de experiências assim elevado, como a própria relata em seu livro "E Foi Assim" descrevendo fatos marcantes de sua vida.

Canções como 'Espírito Santo', 'Amo o Senhor', 'Quebrantado Coração', 'A Tua Glória (Eu vejo a Glória)', 'Cura-me', 'Dia de Festa', 'Saída', 'Pavão, Pavãozinho', 'O que a Tua glória fez comigo', 'Coração que sangra', (a preferida entre 11 de 10 noivas) 'Amar Você', dentre tantas outras são lembradas e cantadas até hoje, de forma que o sucesso de Fernanda fica provado.

O mercado Gospel vem enfrentando uma "crise" nas vendas desde o ano de 2010, muito devido ao avanço da tecnologia, e o serviço de streamings, que possibilita a aquisição de músicas livremente e até mesmo gratuitamente. Hoje em dia, é muito difícil encontrar alguém que se interesse em adquirir um CD físico, o que tem tornado esse formato de mídia musical até obsoleto, seguindo o rumo de seus antecessores, a fita cassete e o disco de vinil. 

Mas, falando sobre Fernanda Brum, podemos notar que mesmo vendendo mais que outros artistas da gravadora (MK Music, do clã Oliveira), as suas tiragens também foram diminuindo, exemplo disso é que os dois últimos inéditos da cantora saíram de fábrica com 50 mil peças na primeira tiragem, já o "Som da Minha Vida" (2017), o seu mais recente lançamento, chegou com apenas 7 mil, o que surpreendeu muita gente, já que a Fernanda Brum foi uma das poucas que trouxe bons resultados nos últimos anos.

"Apenas Um Toque"


O álbum "Apenas Um Toque" foi lançado em 2004, um ano onde muitos outros cantores, bandas e ministérios da música gospel, também emplacaram seus lançamentos. No caso da Fernanda Brum, o disco marcou com um diferencial: foi sua primeira gravação ao vivo (sendo o sétimo de carreira) de um disco autoral (ela já havia aparecido em gravações ao vivo, porém de outros cantores e em coletâneas da própria MK). E ela não fez feio. O disco, gravado ao vivo nos dias 10, 11 e 12 de outubro de 2003 no templo da Igreja Batista Nova Ebenézer - RJ, trás o registros de alguns dos melhores momentos na carreira da cantora.

Como já sabem, a produção musical é de seu marido Emerson Pinheiro, que despensa comentários. As fotos do encarte foram feitas por Sérgio Menezes. A capa do projeto foi desenvolvida por Lilian Azevedo, com pintura de Daniela Jordão, sendo a criação da MK Music. A capa, um tanto enovadora, já que ao invés de uma foto da artista, trazia uma pintura, não agradou a todos. Houve críticas e polêmicas. Eu achei a capa feia, mas considerei as polêmicas inúteis e sem sentido algum.

Não posso deixar de falar da voz da Fernanda, a cantora vem recebendo muitas criticas desde o CD "Da Eternidade" (2015), outro cuja capa gerou o maior bafafá, pela rouquidão e as desafinações nas apresentações que estava fazendo. Neste disco, Fernanda acertou em cheio, mesmo sendo uma gravação ao vivo, que garantiu satisfação do público. 

Outra coisa que preciso dizer é sobre a faixa 'Dá-me Filhos', de autoria da pastora Ludmila Ferber, feita especialmente para um momento muito especial para a Fernanda: a gravidez de seu primeiro filho, Isaac, após sofrer quatro abortos espontâneos. Aliás, a gravidez de Fernanda, assim como também a de Ana Paula Valadão, fora profetizada pela própria pastora Ludmila Ferber.

Vamos às canções?!


01) 'Nuvem de Glória' (Fernanda Brum e Emerson Pinheiro) - Um dos comentários que mais ouvi é que Brum não decepcionava em repertório, preciso concordar. As canções foram bem planejadas, essa em especial escolhida muito bem para abrir o álbum. Logo na primeira canção, você já tem uma faixa que vai ser memorizada com facilidade. Sabe aquela música gostosa de se ouvir, com uma musicalidade dançante, instrumental marcante e com toda a extravagância muito comum à época?! É essa faixa.

02) 'Cantarei ao Senhor' (Fernanda Brum e Emerson Pinheiro) - Outra faixa chiclete. A primeira vez que ouvi, não curti muito, mas é uma canção pra se ouvir com calma e prestando atenção. A letra é bem íntima, foi escrita com cuidado, se percebe isso pelas palavras utilizadas. Do solo há um salto para o refrão trazendo um tom diferente com um ritmo diferente do que se vinha cantando, outro ponto que mostra a cautela do produtor. 

03) 'Dá-me Filhos' (Ludmila Ferber) - É faixa mais emblemática do disco, muito por causa da história de sua composição, que já contei acima.

04) 'Apenas Um Toque' (Klênio) - É a faixa que dá nome ao projeto. Eu esperava mais. Não é uma faixa ruim, que fique claro, começa sendo incrível, mas em um determinado momento vai ficando cansativa, e depois fica difícil retomar o ponto onde ela vinha dando certo. Mas é aquela música legal que não falta em nenhum lançamento. Foi boa a escolha para dar título ao álbum, mas não é uma composição que apresente novidades.

05) 'Em Tua Presença' (Alda Célia) - É uma canção de adoração perfeita em sua musicalidade e inspiração. Algo bem ao estilo de sua compositora, a pastora Alda Célia, uma veterana na música gospel de adoração e que é muito bem interpretada na voz rouca e forte da Fernanda.

06) 'Ele Escolheu os Cravos' (Fernanda Brum, Emerson Pinheiro e Livingston Farias) - Outra excelente composição. Fala sobre Jesus e sua escolha pelo sacrifício vicário em prol da salvação da humanidade. É seguida de uma ministração espontânea poderosa (faixa 07) e que dá o tom do clima no qual o álbum foi gravado.

08) 'Vem me Consolar' (Fernanda Brum e Emerson Pinheiro) - Uma faixa deliciosa de se ouvir, principalmente em momentos nos quais você estiver passando por alguma tribulação. Um hino a um dos ministérios do Espírito Santo. Perfeito em sua essência.

09) 'Sobe pelo ar' (Raquel Mello) - Muito boa também essa canção, fala sobre o poder da oração e já dá o tom para o tema da próxima faixa.

10) 'A Oração do Profeta' (Marcus Salles, Fernanda Brum e Emerson Pinheiro) - A belíssima letra é uma oração de entrega. Muito profunda e que nos leva a pensar em como temos atendendo ao chamado ministerial do Senhor.

11) 'Puro Nardo' (Livingston Farias e Fernanda Brum) - Uma das mais bonitas músicas do álbum. Escolhida como single do CD, essa é uma das faixas que melhor representa a proposta do álbum, que é voltar as origens, ao inicio. É uma canção doce e suave, com uma mensagem simples, porém muito forte e com uma melodia bem agradável.

12) 'O Espírito e a Noiva' (Livingston Farias) - Canção com tema escatológico, funciona bem com andamento do álbum, mas, na minha opinião, podia ter sido escolhida para fechar o projeto.

13) 'É Deus no Meio da Igreja' (Fernanda Brum, Emerson Pinheiro e Livingston Farias) - Canção bem dançante e com o peso do rock. Tem um solo de guitarra do Duda Andrade de tirar o fôlego. A faixa mostra bem a veia roqueira de Fernanda. 

14) 'Clama Brasil' (Fernanda Brum e Emerson Pinheiro) - A última faixa do CD é uma canção não religiosa, cantada pra todo Brasil, mas é claro que há uma mensagem de fé e esperança por trás da letra. Sobre essa faixa então não se tem muito pra falar, encerrou o CD em grande estilo, deixando gosto de quero mais e se tornou uma tendência para os próximos lançamentos da cantora.

Conclusão


Apesar do problema em suas cordas vocais, que fizeram Fernanda Brum ter uma voz rouca na gravação, o trabalho foi ousado e agradou o público e a crítica especializada, se tornando, sem dúvida, um dos melhores lançamentos na discografia da cantora e imprimindo uma marca em seu estilo de compor e interpretar. Vale muito a pena ouvir.
A Deus, o Pai, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
         E nem 1% religioso.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

A IMPORTÂNCIA DO CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS

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Vamos nos lembrar de como era antigamente, quando se comprava alguma coisa e não era necessário assinar promissórias ou coisas do tipo, de modo que se o individuo não pagasse ficaria com o nome no SPC, e coisas do tipo. Como se dizia antigamente: "era tudo no fio do bigode". Me refiro a um tempo em que o crente se valia por sua palavra. Não era preciso muita coisa. Quando a pessoa se identificava como sendo um crente em Jesus, sua palavra era sua assinatura. Bons tempos. Distantes tempos.

A palavra que saia da boca do homem era o que de fato importava, e é claro, se ele não cumprisse ficaria com a sua imagem danificada perante a sociedade, pois logo caia na boca do povo, tornando-se assim uma pessoa não confiável, a quem ninguém dava crédito.


Involução moral


Havia naquela época pessoas mais responsáveis, que se preocupavam com sua reputação. Hoje em dia muitas coisas mudaram e o índice de pessoas com o nome negativado aumentou. Já não se pode mais confiar em uma pessoa que diz "tal dia pagarei", pois não se sabe se irá cumprir, e se não tiver um papel assinado, talvez nunca mais pague, ao contrário de antigamente.

O não cumprimento daquilo que sai da nossa boca nos deixa com fama ruim, nos deixa com um peso de irresponsabilidade em meio à sociedade e o ambiente em que vivemos e convivemos.

Com a palavra de Deus não é diferente, e ainda mais pesado do que possa imaginar.


Se prometeu (votou), cumpra!


Fazer um compromisso (voto) e não cumprir, é falhar com a sua palavra, logo a sua imagem de bom cristão fica deteriorada perante Deus e os irmãos.

A Bíblia diz que tudo que sair da nossa boca temos que cumprir, caso contrário, estamos pecando, e se andamos em pecado já não estamos na graça, pois a graça do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, apenas superabunda sobre o pecado quando há arrependimento e concerto.

Ao fazermos um voto a (compromisso com) Deus, ao prometermos algo para alguém, ou até mesmo quando "levantamos a mão" na igreja para ajudarmos em algo, devemos cumprir para que não haja em nos pecado e não fiquemos sem crédito perante os homens.

A palavra de Deus nos alerta que nas nossas muitas palavras, assim como em outras coisas há vaidade.

Qual sua motivação?


Às vezes só para parecermos bons, abrimos a nossa boca para prometer ou nos comprometermos com algo que mais tarde não cumpriremos.
"Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. 
Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos? Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu teme a Deus" (Eclesiastes 5:4-7, grifos meus).
De alguma maneira, no dia em que aceitamos o Senhor Jesus como nosso Único e Suficiente Senhor e Salvador, fizemos um voto solene de O servirmos de espírito, corpo e alma para todo o sempre. Somos d'Ele e o pecado não pode reinar mais em nós –, mas Cristo vive em nós.

Quem eram os nazireus?


Nazireu (do hebraico "nazir" [נזיר] da raiz "nazar" [נזר] = "consagrado", "separado"), dentro da Torá é o termo que designa uma pessoa para serviços de Deus. Separado, consagrado. Não se deve confundir nazireu com nazareno. 

Nazireu era aquela pessoa, de um ou de outro sexo, que na lei de Moisés se obrigava por voto a abster-se de vinho e de todas as bebidas alcoólicas, a deixar crescer o cabelo, a não entrar em qualquer casa, em que houvesse gente morta, e a não assistir a qualquer funeral. Se, acidentalmente, alguém morresse na presença de um nazireu, recomeçava este a sua consagração de nazireado. Geralmente o voto era por certo período de tempo, mas algumas vezes por toda a vida. 

Nazireus perpétuos, como Samuel, Sansão, e João Batista, foram consagrados a esta condição de vida pelos seus pais continuando assim a viver sob o seu voto, não bebendo vinho, e deixando crescer o cabelo. Aqueles que faziam voto de nazireu, fora da Palestina, e não podiam ir ao templo, quando expirava o tempo do voto, contentavam-se com observar, na terra onde viviam, a abstinência requerida pela Lei, cortando porém o seu cabelo. 

Quanto às ofertas e sacrifícios, que, prescritos por Moisés, deviam ser efetuados no templo, ou por eles, ou por outros em seu lugar, ficavam adiados, até que se oferecesse conveniente oportunidade. Essa a razão por que Paulo, estando em Corinto, e tendo feito, segundo parece, uma forma modificada de voto nazireu, mandou cortar o seu cabelo em Cencréia, um porto de Corinto, e adiou as restantes obrigações do seu voto para quando fosse a Jerusalém (Números 6:1-21; conforme Atos 18:18; 21:23,24). A consagração de um nazireu era uma disposição, que notavelmente se assemelhava à do sumo sacerdote (Levíticos 6-8; 21:10-12). o voto do nazireu era feito com o fim de cultivar a soberania da vontade, e vencer as baixas inclinações da natureza humana, tendo isso a significação de um sacrifício a Deus.

Contexto do nazireado na vida cristã


Como os nazireus do passado, nós devemos ter particulares cuidados em não quebrarmos o voto que fizemos para com o Senhor. Em Números 6:1-12 vemos que Deus exigia o cumprimento escrupuloso do voto do nazireado; assim também Ele exige de nós que sejamos zelosos no cumprimento do voto de consagração a Cristo e a tudo o que se relaciona com nossa vida cristã (tal e qual era com Sansão - Juízes, capítulos do 13 ao 16).

Conclusão


Sejamos santos e cumpridores dos nossos deveres, porque o nosso Deus assim o exige. Se você prometeu algo para alguém ou fez algum voto a (ou assumiu algum compromisso com) Deus em particular ou em público na igreja, não demore mais a cumprir para que o pecado saia da sua vida em nome de Jesus! Que Deus nos continue abençoando.

A Deus, o Pai, toda glória.
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sábado, 16 de fevereiro de 2019

PAPO RETO - 10: "SENHOR, EU QUERO UM(A) NAMORADO(A)! SE VIRA!"

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Está precisando de uma namorada? Sinto muito, mas não vou te arrumar uma (rsrsrs…). Namorar é muito bom não é mesmo? Ter com quem conversar! E até mesmo com quem brigar e brincar, só que não é bem assim. Neste Artigo quero te mostrar o verdadeiro sentido de namorar!


O que é namorar?


Bem, segundo o nosso amigo dicionário Aurélio, namorar significa a relação afetiva mantida entre duas pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas e partilharem novas experiências.

Namorar é os dois "pombinhos" partilhar de momentos especiais juntos, e não ficar apenas satisfazendo os desejos da carne (no entanto é um complementar que só pode ser realizado depois do casamento!).

Qual a idade certa para namorar?


Não existe idade para namorar, existe o momento certo para namorar! Para os homens, eles devem se responder a seguinte pergunta: 
  • - Será que tenho condições de formar uma família nos próximos anos? 
E para as mulheres o seguinte:
  • - Será que vocês estou preparada e amadurecida para ser "o braço direito" de um homem nos próximos anos?
São perguntas avançadas e um tanto quanto polêmicas, né? Você deve estar dizendo: "Não, você está equivocado!".

Você sabe qual a razão de muitos relacionamentos não darem certo? Principalmente depois do casamento? Porque as pessoas envolvidas nos tais não estão preparadas!

Então vocês querem ficar enrolando um ao outro? Eu creio no seguinte: a gente namora para saber se a moça combina conosco! Se combina está tudo certo então noiva LOGO! Mas já sabendo que vai ter que construir uma família.


Começou errado...


Começar um namoro não é uma decisão simples. Para iniciar um namoro cristão é preciso ter em mente com clareza o que é um relacionamento à luz das Escrituras, seu propósito último e os critérios mínimos que devemos buscar em nós mesmos e em nosso futuro par. Escrevo este texto para ajudar você — que provavelmente se encontra nesta fase da vida — a decidir com sabedoria quando e como é hora de começar um namoro.

Obviamente, muita gente tem opiniões diferentes sobre quando se deve começar o namoro. Movidos pelo espírito hedonista da nossa cultura, alguns acreditam que o ponto de partida para iniciar um relacionamento é simplesmente a "vontade de começar". Nessa perspectiva, a carência, os desejos e os sentimentos são os sinais que mostram quando é a melhor hora para começar a namorar. Vários jargões do tipo "siga a voz do coração", "faça aquilo que você quer", "tenha liberdade", e "entregue-se nos braços da paixão" estão aí para dizer que, no fundo, o importante é você se sentir bem, apesar dos apesares.

Por outro lado, como cristãos, nossa opinião é bem diferente disso. Ela está um pouco deixada para escanteio ultimamente, mas continua viva: Namore quando tiver um pouco de maturidade. Se você é adolescente, com certeza sentiu um aperto no coração ao ler isso! O critério mais sábio para iniciar o namoro não é o sentimento ou a vontade, é o princípio da maturidade. Não resta dúvidas de que a questão da idade é relativa. Dependendo da cultura, as coisas mudam bastante. Maria, mãe de Jesus, por exemplo, casou-se com José quando tinha cerca de 16 ou 17 anos. Isso significa que ela iniciou seu relacionamento pré-marital sendo uma adolescente.

No entanto, na época de José e Maria, os noivados eram arranjados entre os clãs até o momento do casamento. Não existia namoro. Isso perdurou por milênios. Muitos avós, por exemplo, casaram-se com 14 anos, pois na época dos avôs, eles sempre prometiam aos pais cuidarem de suas futuras esposas, como se elas fossem "suas próprias filhas". Assim, eles viviam juntos por mais de 50 anos. Será que podemos comparar aqueles "adolescentes" com os "adolescentes" de hoje? São diferenças radicais.


E qual a hora certa de orar?


O momento certo é quando você tem condições de oferecer não apenas uns beijinhos e uns abraços (quem dera ficasse apenas nisso...), mas quando você tem condições de oferecer mais que isso oferecer momentos extraordinários com seu parceiro(a), quando você colocar na cabeça que tem que ser um compromisso sério e que a pessoa seja para o resto da vida! Aí sim é o momento certo de orar e pedir direção a Deus!

Mas vamos ao que interessa: Como podemos saber se temos maturidade suficiente para iniciar um relacionamento com alguém? Sugiro alguns itens essenciais:

Satisfação pessoal


Em primeiro lugar, tem muita gente que deseja namorar para se tornar feliz. Será que na prática isso dá resultados? Na perspectiva cristã, isso simplesmente não funciona. Não namoramos para ficarmos felizes, namoramos para compartilharmos a felicidade que já possuímos. Nós, cristãos, sabemos que a felicidade e realização do nosso ser estão em Deus. A menos que já tenhamos descoberto o amor de Deus, revelado na pessoa de Jesus, nenhum outro amor dará conta de nos fazer felizes.

Não coloque sobre as pessoas expectativas que somente Deus é capaz de suprir. O contentamento, por exemplo, é um presente que apenas Deus é capaz de oferecer, portanto, cada vez que colocamos a nossa esperança de sermos satisfeitos em uma relação amorosa, estamos, na verdade, procurando nos seres humanos aquilo que só podemos alcançar no divino. Enquanto você não alcançar algum contentamento em sua dimensão pessoal, não valerá a pena se envolver em qualquer relacionamento amoroso.

Meu conselho é: procure amadurecer em sua vida espiritual, pois se você não possui uma espiritualidade sadia antes de namorar, provavelmente não irá desenvolvê-la em um namoro. Não é impossível, mas é bem menos provável.

Engajamento profissional


Em segundo lugar, você trabalha ou tem alguma renda? A pessoa que deseja namorar e se casar precisa ser alguém financeiramente responsável. Eu não aconselho que você inicie um namoro antes de ganhar seu próprio dinheiro — mesmo que seja bem pouco. A lógica desse raciocínio é plenamente bíblica. 

Na criação, por exemplo, Deus instituiu o casamento após instituir o trabalho. Adão tinha pelo menos três profissões antes de encontrar sua querida Eva: 
  1. Administrador do jardim; 
  2. Agricultor; 
  3. Biólogo (sendo um taxonomista por excelência, dando nome aos animais).
Sim, a primeira coisa que Deus criou após ter criado o homem não foi a mulher, foi o trabalho. Portanto, antes de qualquer homem tocar em mulher, precisa primeiro pôr as mãos no arado e trabalhar. Salomão é bem claro ao dizer: 
"Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e, depois, edifica a tua casa" (Provérbios 24:27).

Uma observação importante. Não acredito que todos os casais que começam a namorar antes de trabalhar estão necessariamente em pecado. Há casos e casos. Em alguns deles, isso seria realmente uma tolice, principalmente quando são adolescentes imaturos. Há também alguns jovens que namoram enquanto fazem faculdade em tempo integral e não podem fazer outra coisa a não ser estudar. 

Cada caso é um caso. De forma geral, o que as Escrituras tentam nos ensinar a esse respeito é que "responsabilidade precede relacionamentos". Sendo assim, iniciar um namoro com uma pessoa que não é responsável, não faz planos para o futuro ou não se preocupa em prover os recursos para sua namorada e, em breve, futura esposa (e vice-versa) é não apenas uma atitude anti-bíblica, também é inconsequente.

Valores e sonhos


Em terceiro lugar, quais são os seus valores de vida? Quais são também os teus sonhos pessoais? Todo ser humano precisa desenvolver seus valores de vida. Todo ser humano precisa ansiar por chegar em algum lugar. Antes de iniciar um namoro, você precisa ter convicções firmes sobre seus próprios valores e sonhos. 

Namoro é um tempo de preparação para o casamento. É o ambiente ideal para longas conversas, sobre todas as áreas da vida. É a hora de conhecer o que o outro pensa sobre verdade, família, religião, moralidade, honestidade, sonhos, trabalho, carreira, estudos, generosidade e respeito. Aproveite o seu estado de solteiro para pensar sobre essas coisas. Sem dúvidas, isso o ajudará muito no processo de encontrar seu par, iniciar o namoro, noivar e casar.

Conclusão

Passos práticos


Uma vez que os critérios acima forem respeitados, é hora de tomar atitude. Como começar um namoro cristão… na prática? Sugiro algumas ações bem concretas:
  • Seja um observador atento e escolha alguém que se encaixe naquilo que você está procurando;
  • Converse com essa pessoa e marquem um encontro;
  • Se tudo estiver correndo bem, não hesite em conhecer a família da pessoa, pedir a aprovação e benção dos pais;
  • Se tudo deu certo até agora, falta uma coisa: Peça a pessoa em namoro e deixe claro desde o início que seu objetivo no relacionamento não é passar tempo, mas entrar num ensaio até o casamento.
Para terminar, é sempre bom lembrar o essencial: namoro não é pegar alguém emprestado, é um vestibular para ter alguém para sempre. Namoro não existe para beijar e dizer tchau no dia seguinte. No namoro, ensaiamos um beijo porque pretendemos beijar para sempre. O namoro não é um fim em si mesmo, não devemos namorar por namorar, namoramos para casar. O fim principal do namoro é ensaiar bem todos os passos da dança até entendermos que estamos prontos para dançar com o nosso par para a vida toda.

A Deus, o Pai, toda glória.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

OS TRÊS ASPECTOS DA LEI, SEUS CONTEXTOS E SUAS APLICAÇÕES

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Um elemento fundamentalmente importante da antiga aliança que ainda se discute hoje é o lugar da lei, especialmente dos Dez Mandamentos. Esses mandamentos são com frequência associados à antiga aliança na cabeça da maioria dos cristãos. Alguns chegam a sugerir que, sob a nova aliança, a lei moral e os Dez Mandamentos não se aplicam. Muitas vezes, citam as palavras de Paulo em Romanos 6:14 como suporte para esta posição:
"...porque vocês não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça".

Lei X Graça ou Graça em concordância com a Lei?


Contextualizando, Paulo estava negando que a lei é um meio de justificação (ver Rm 3:20). Ele costumava usar a expressão "debaixo da Lei" para descrever aqueles que buscavam justificação por meio da lei (compare-se Gálatas 4:21 com 5:4). Então, quando afirmou que estamos "não debaixo da Lei" em Romanos 6

Paulo ressaltou o que sempre se repete, do início ao fim em Romanos: os verdadeiros crentes não estão buscando obter justificação por meio da obediência à lei. É desse tipo de escravidão à lei que somos livres. Somos livres da condenação da lei. Somos livres da obrigação de conquistar nossa própria retidão justificativa.

No entanto, não somos livres das obrigações morais da lei (6:15). As proibições contra a mentira, o roubo, o falso testemunho, a desobediência a nossos pais e assim por diante - os requisitos morais da lei - não foram revogados.

Como as cerimônias e os sacrifícios exigidos pela lei não estão mais vigentes, mas os requisitos morais da lei ainda estão? Para responder a essa pergunta, é importante saber algo sobre os vários aspectos da lei. A lei moral é um dos três componentes da lei, sendo os outros o civil e o cerimonial.

Lei civil e cerimonial

Civil


O aspecto da lei civil foi dado por Deus a Israel para separar esse povo como uma única nação. Ele precisava dar aos israelitas instruções especiais para que pudessem organizar a vida social e econômica de sua nação. Essas instruções e ordenanças não só proporcionaram ordem à cultura israelita, mas também estabeleceram limites que visavam isolar o povo de Deus das culturas pagãs ao redor dele (ver Êxodo capítulo 21 ao 23; Deuteronômio capítulo 12 ao 28).


Cerimonial


O elemento cerimonial da lei foi dado por Deus aos israelitas para governar o culto apropriado. As leis cerimoniais eram os mandamentos que delineavam todos os tipos e símbolos associados ao sacerdócio levítico. Como já vimos, essas cerimônias somente ilustram realidades maiores no plano redentor de Deus. Por exemplo, os sacrifícios de animais e as várias lavagens eram apenas símbolos da obra expiatória de Cristo e da obra santificadora do Espírito Santo. 

Durante a sequência de cerimônias, as pessoas eram lembradas da santidade de Deus, de seu próprio pecado e da necessidade desesperada de salvação (ver Êxodo capítulos 25 ao 29); 35 ao 40 e todo o livro de Levíticos). Assim, os aspectos cerimoniais da lei somente ilustravam o propósito redentor de Deus para Seu povo. Eles nunca foram realmente eficazes (ver Hebreus 10:4), portanto, nunca foram feitos para ser mais que leis temporárias.

Marcos proféticos


Ambos os aspectos, civil e cerimonial, da lei da antiga aliança, portanto, serviram a seus propósitos e foram anulados. Certamente, hoje, nenhum cristão deve voltar aos componentes civil e cerimonial, desnecessários, da lei de Deus. O apóstolo Paulo explicou claramente a abolição das leis civil e cerimonial sob a nova aliança. Primeiro, em relação à civil, ele disse:
"Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. 
Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; 
e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades" (Efésios 2:11-16).
Paulo falou mais sobre a posição dos gentios dentro do corpo de Cristo e, ao fazê-lo, declarou nula a lei cerimonial (Colossenses 2:13,14; 16-19).

Lei Moral


Por fim, existe a lei moral. Isso está bem resumido nos Dez Mandamentos, que, por sua vez, são resumidos em Dois Grandes Mandamentos:
"E Jesus disse-lhe: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento [Dt 6:5). 
Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo [Lv 19:18]. 
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas'" (Mateus 22:37-40).
A lei moral tem a ver com a atitude ética, moral e virtuosa de uma pessoa e com seu comportamento em relação aos outros e a Deus. A lei moral é eterna. Ela reflete a natureza de Deus, era obrigatória mesmo antes de ser inscrita em pedra no monte Sinai e permanece em vigor sob a nova aliança. 

Claramente, a lei moral era obrigatória antes do Sinai, mesmo para os habitantes anteriores da Terra Prometida. Na verdade, a razão pela qual Deus os expulsou e deu a terra a Israel foi que eles haviam violado Sua lei moral (ver Levíticos 18:24-28). A lei moral é, portanto, a peça central dos mandamentos que Deus deu a Moisés e nunca será revogada. Portanto, precisamos levar em conta seu propósito orientado pelo Espírito.

A lei moral foi dada por três razões básicas.
  • Primeiro - foi revelada para nos mostrar a essência de Deus. Na lei moral, a representação suprema de quem Ele é, de Sua santidade, é claramente estabelecida. Moisés e os filhos de Israel conheciam essa verdade mesmo antes que a lei fosse formalmente dada em Êxodo 20: "Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?" (15:11).
  • Segundo - a lei moral revela a vontade de Deus em relação ao comportamento da humanidade, que é a preocupação expressa nos Dez Mandamentos. Ele nos ensinam como nos comportarmos para com Deus (ver Êxodo 20:3-11) e nos dizem como nos comportarmos moral e eticamente com outras pessoas (ver Êxodo 20:12-17).
  • Terceiro - por fim, a lei moral nos mostra que somos pecadores. À medida que reconhecemos a santidade de Deus e nos conscientizamos de seus padrões, a conclusão lógica é que veremos como sempre caímos longe do nível de Deus (ver Gálatas 3:19-22). Esse é o ímpeto de arrependimento e apela à piedade de Deus pedindo perdão gracioso. As conversões do Antigo Testamento ocorriam quando o penitente batia no peito, por assim dizer, assumindo a culpa por seu pecado e sua frustração pela incapacidade de fazer algo a respeito. Suplicar pela graça de Deus era sua única esperança.
Então, qual é a resposta correta e bíblica para nossa pergunta anterior acerca do ugar da lei moral na vida do crente na nova aliança? D. Martyn Lloyd-Jones (★1899-✞1981) respeitado teólogo, respondeu a essa pergunta e forneceu um excelente resumo para nossa breve consideração da lei moral:
"A posição em relação a isso [a lei moral] é diferente, porque aqui Deus está determinando algo permanente, perpétuo, o relacionamento que sempre deve existir entre Ele e o homem. Tudo isso é encontrado, é claro, no que nosso Senhor chama de primeiro e grande mandamento. 'Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças'. 
Isso é permanente; não é apenas para a nação teocrática. É para toda a humanidade. O segundo mandamento, diz Ele, semelhante a este, é: 'Ame cada um o seu próximo com a si mesmo'. Isso também não era apenas pra a nação teocrática de Israel; não era meramente a antiga lei cerimonial. 
É uma condição permanente e parte de nossa relação perpétua com Deus. Assim, a lei moral, tal como interpretada pelo Novo Testamento, permanece, por mais que tenha feito e faça até o fim dos temos e até que sejamos aperfeiçoados. 
Em 1 João 3, o apóstolo é muito cuidados ao lembrar aos leitores que o pecado em pessoas cristãs ainda é 'uma transgressão da lei'. 'Ainda vemos nosso relacionamento com a lei', diz João, 'porque o pecado é uma transgressão da lei'. A lei ainda está lá, e quando eu peco estou quebrando essa lei; mesmo se eu for cristão e mesmo que nunca tenha sido judeu, sou um gentio. Portanto, a lei moral ainda se aplica a nós."

Conclusão


Jesus deu o novo comentário da lei moral (Mateus capítulos 5 ao 7) e um novo resumo (por exemplo, Marcos 12:28-34), mas Ele NÃO ABOLIU nem disse que, por ser mediador de uma aliança melhor, a lei moral não importa mais (ver especialmente Mateus 5:17,18). Em nossa ânsia de ver as glórias da nova aliança e a plenitude do Espírito Santo nela, temos de ter cuidado para não descartar os padrões imutáveis de conduta de Deus.

[Fonte: Extraído do livro "Bem-estar Espiritual"; MacArhur, John; 192 p.; 2018; Pórtico]

A Deus, o Pai, toda glória.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

TORRE DE BABEL: VOCÊ SABE QUAL SUA VERDADEIRA MENSAGEM?

TorredeBabel

De início, já vou desmistificando uma crença comum e equivocada acerca dessa passagem bíblica: o episódio da Torre de Babel (Gênesis 11:1-9) não tem a finalidade de explicar a origem das línguas. Em Gênesis 11:1-9 encontramos a história bastante conhecida da torre de Babel. As Bíblias em geral dão este subtítulo à passagem. Mas o que vemos no texto é algo muito maior do que a simples aptidão pela engenharia civil na construção de uma torre ou a origem dos idiomas.

Contexto histórico


Essa torre muito alta deve ser entendida como as que havia na Babilônia (Ziggurats) que os arqueólogos têm encontrado. Tinha a forma de pirâmide com vários patamares e eram monumentos religiosos ou templos pagãos. Verdadeiras obras de arte arquitetônica e de engenharia civil.

Os antigos babilônicos concebiam o mundo como uma alta montanha e achavam que os deuses habitavam nos cumes dos montes; então, colocavam no último patamar das torres a morada dos deuses da cidade. Na Babilônia a torre mais famosa era a do deus Marduque, chamada de "casa do fundamento do céu e da terra".

Era o poder político da Babilônia divinizado. Assim, a torre de Babel mostra um empreendimento pagão religioso, de homens que queriam criar para si um nome famoso, que os mantivesse unidos, formando assim um poderoso centro político e cultural, impregnado do culto de um ídolo.

Queriam construir, longe do Deus verdadeiro, um centro político e religioso que tivesse domínio universal. O símbolo desse poderio seria a torre muito alta. Mas o Senhor confundiu a linguagem das pessoas e colocou confusão entre elas (Gn 11:7).

Deus permitiu que a soberba daqueles homens pagãos se voltasse contra eles mesmos e se desentendessem entre si, afastando-se uns dos outros e fracassando no seu projeto. Não é que tenha havido uma súbita multiplicação das muitas línguas, mas em consequência da dispersão haviam surgido lentamente as línguas diferentes. Ou seja, eles falharam em algo que é um dos principais fundamentos em qualquer projeto: a comunicação.

Contexto espiritual


A Bíblia fala de um povo em peregrinação que acha uma planície desabitada (v.2). Voltam-se então uns para os outros e planejam algo grande. É de se destacar a criatividade daquele povo: ao invés de construírem com os materiais de costume, pedras e cal (um tipo de massa), fazem tijolos e utilizam betume/piche (v.3). Eles idealizaram uma obra sólida, a partir de um modo aperfeiçoado de construir. Aquele povo parecia estar à frente do seu tempo.

Depois, disseram: 
"...vamos edificar para nós uma cidade e uma torre que toque os céus, e façamos para nós um nome para que não sejamos espalhados..." (v.4). 
Aquele povo começa a construir o que seria para a época uma cidade incomparável, edificada de maneira revolucionária, com um grandioso e inigualável marco: uma torre tão alta, que permitiria ao homem alcançar o céu, um lugar sequer imaginado. Certamente a fama daquelas pessoas correria por todo o mundo. Todos viriam para ver tão impressionante obra e provavelmente seriam inspirados a fazerem o mesmo em outras localidades.

Além da criatividade e da capacidade empreendedora, aquele povo era unido e falava a mesma língua. O Senhor os observou e disse: 
"...isso é só o começo, depois não haverá restrições para tudo o que intentarem fazer..." (v.6). 
Eram pessoas focadas em um só objetivo. Eram pessoas com uma comunicação fluente. Não perdiam tempo com outras ocupações, nem com debates infrutíferos e estranhos ao que estavam propostos a fazer.

Mas havia um problema grave aos olhos de Deus: aquele projeto, embora muito bem idealizado e executado, era do homem, para a glória do homem. A motivação máxima daquelas pessoas era a exaltação própria, era provar que poderiam realizar grandes coisas sem Deus. Aquela cidade, aquela torre, aquele desejo por estabelecer um nome, foram uma afronta para o Senhor. E Ele os confundiu em sua língua e os espalhou. A construção parou. E a fama que ficou foi: a cidade da confusão. Babel em hebraico soa parecido com a palavra que quer dizer "atrapalhar".

Projetos sem Deus, por mais "perfeitos" e inovadores que pareçam ser, estão fadados ao fracasso


Pois nesse ponto o Espírito Santo acendeu o meu coração e me guiou para outra leitura desta história: E se fosse diferente? O que aconteceria se o projeto não fosse do homem, para a glória do homem, mas de Deus, para a glória de Deus?

Então me atentei para o fato de estarmos realizando uma grande obra para Deus. Ele nos escolheu: 
  1. para edificarmos um Reino em lugar de uma cidade; 
  2. para marcarmos esta geração com grandes sinais e maravilhas em vez de uma torre; e 
  3. para levantarmos o Nome que é sobre todo nome: JESUS. 
O projeto é dEle, com as estratégias e as ferramentas criadas e inspiradas por Ele, para a glória do Seu Nome e sem qualquer falha de comunicação.

Em contrapartida, satanás copia e repete as mesmas estratégias que Deus usou para espalhar e confundir o povo de Babel. Ele ataca com força a linguagem e a unidade justamente para espalhar e confundir o povo de Deus.

Desde a antiguidade, passando pela idade média e os tempos modernos, até hoje, uma das principais armas de dominação e conquista é a língua. O Império Romano alcançou dimensões tão impressionantes porque cada povoado e cidade invadidos sofriam a imposição do latim. 

Os dialetos locais desapareceram ou foram agregados pela língua oficial romana (o que gerou posteriormente o francês, o espanhol, o português, etc.). Com os gregos, contudo, ocorreu o oposto: por serem de uma sociedade mais antiga e mais desenvolvida, sua língua foi preservada e assim influenciaram os romanos. 

Por isso o mundo ocidental tem como base a cultura greco-romana. Na colonização do Brasil, o tupi-guarani foi praticamente extinto pelos portugueses. Só temos índios porque criamos reservas para eles viverem. E apesar de tão extenso território, é a língua portuguesa que faz do Brasil uma nação unificada.

Muda-se a língua, muda-se a cultura, a maneira de pensar e se viver em sociedade. Há um poder tremendo na linguagem para agregar e aproximar as pessoas, para unir pensamentos e ideias.

A importância da comunicação e da linguagem no entendimento da Visão


A primeira coisa que destrói projetos é a linguagem atrapalhada. O apóstolo Paulo em Filipenses 2:2 diz que devemos ter o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, o mesmo ânimo, e reforça novamente: "pensando a mesma coisa". Mais à frente, no verso 14, diz: 
"Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas". 
Pensar a mesma coisa é resultado de muitas conversas, de muito diálogo, de muito sonhar junto, de muito comer à mesa junto, de muito planejar junto.

Já dizia Salomão: 
"Não havendo sábia direção o povo cai, mas na multidão de conselheiros há segurança" (Provérbios 11:14), 
e também: 
"Onde não há conselho frustram-se os projetos, mas com a multidão de conselheiros eles se estabelecem" (15:22). 
Aquele povo, antes de ser Babel, dialogou entre si, chegou a um consenso quanto ao modo de construir. Eles fizeram as bases juntos antes de colocarem o primeiro tijolo. Um líder deve direcionar, mas não fará nada sem que todos na equipe estejam falando e pensando a mesma coisa. Deus nos mostra o caminho, mas sem nos comunicarmos corretamente com Ele, sem comunhão, oração e intimidade com Ele, jamais conseguiremos nos alinhar à Sua vontade. Erra-se o alvo.

A murmuração enfraquece a unidade, gera desânimo. A falta de sabedoria na hora de expor ideias produz dores desnecessárias. A falta de submissão gera desconfiança, partidarismo, sufoca o diálogo. Todas estas coisas são como chagas que matam qualquer projeto. 

Palavras indevidas contra alguém, como brincadeiras impróprias e a exposição de fraquezas, retardam ou mesmo paralisam a obra, porque ferem, desgastam, inibem o potencial criativo e o vigor empreendedor. Quando Davi pergunta a um dos servos de Saul a respeito de um possível herdeiro do antigo rei de Israel, ouve o seguinte: 
"Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés" (2 Samuel 9:3). 
Aquele servo não citou o nome daquele a quem servia, Mefibosete, porém apontou o seu defeito físico. Há pessoas que vivem falando sobre o defeito dos outros. Servem e falam mal, trabalham e falam mal. Vão minando as forças dos líderes e da equipe com constantes maledicências e fofocas. Vão usando estas ferramentas do diabo para destruir projetos e vidas.

Em segundo lugar, a unidade atrapalhada acaba com qualquer possibilidade de êxito. Jesus disse: 
"Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e a casa dividida contra si mesma cairá" (Lucas 11:17). 
Antes da descida do Espírito Santo, os discípulos estavam juntos no cenáculo, onde perseveravam "unanimemente" em oração e súplicas (Atos 1:13,14). Ou você acha que Jesus os organizou assim à toa? Só por mera organização? Não. O Mestre queria que eles estivessem juntos, unidos em comunhão para que recebem o cumprimento da promessa, realizando assim, mais uma das fases do projeto original de Deus. Assim, 
"Cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar" (2:1, grifo meu).

Vale ressaltar que os apóstolos receberam o Espírito Santo e começaram a falar em línguas diferentes, porém a linguagem do Espírito era a mesma. Não há confusão quando se está em unidade, mesmo falando coisas diferentes. Efésios 4:4-6 diz: 
"Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos".
O que mantém uma casa de pé são os fundamentos. O que preserva a unidade no Reino são os valores fundamentais do Evangelho: amar a Deus, amar ao próximo, considerar os outros superiores a nós mesmos, servir as pessoas, praticar a religião segundo a Palavra, que é 
"...visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e guardar-se incontaminado do mundo" (Tiago 1:27). 
Todas estas coisas são aperfeiçoadas em nós no tanto que nos aproximamos do Pai e nos submetemos a Ele, em obediência e temor. E é impossível ser próximo de Deus e não começar a ser como Ele é. A maneira ousada de Pedro e João em anunciar o Evangelho fez com que os fariseus reconhecessem que "eles haviam estado com Jesus" (At 4:13). Os apóstolos tinham a mesma linguagem e o mesmo comportamento de Jesus.

Aplicação prática 


Portanto, a mensagem forte do episódio narrado é que pela falta de uma união interior feita pelo Deus verdadeiro, aconteceu o esfacelamento do grupo. O autor sagrado deu o nome de Babilônia à cidade orgulhosa de Gênesis 11; na história sagrada este nome tornou-se o símbolo do poder deste mundo que se faz adverso e inimigo de Deus.

O episódio da torre de Babel quer mostrar que o mal que foi gerado pelo pecado original, consumado na morte de Abel, punido pelo dilúvio, vai-se alastrando cada vez mais, o que faz constituir um povo à parte em Abraão (Gn 12) a fim de preparar a salvação da humanidade perdida no pecado.

Podemos dizer que em Babel, devido à soberba dos homens, houve a divisão e o desentendimento, e as línguas se multiplicaram. Os povos antigos viam a grande diversidade de línguas causada pela divisão entre os homens, e consideravam isto uma desgraça e mesmo um castigo por causa do pecado.

No dia de Pentecostes, na consumação da Redenção trazida por Cristo, os grupos de nações diversas foram reunidas, louvando a Deus numa só língua, no mesmo Reino de Deus.

As línguas de Pentecostes mostram um homem de coração novo, e derruba as barreiras antigas de cultura, raça, idiomas, interesses, etc., reunindo todos novamente na Igreja, a família nova de Deus, como irmãos unidos no mesmo ideal de amar e servir a Deus, longe de uma vida de orgulho e soberba que divide e faz os homens não se entenderem nem mesmo na língua.

Conclusão


O povo de Babel preferiu tijolos a pedras. Mas o Reino de Deus é construído por pedras vivas. E é bem difícil encaixar essas pedras e torná-las um bloco consistente e conjunto. Essas pedras têm vontades próprias, personalidades, temperamentos. São pedras colocadas umas sobre as outras. Às vezes dói se encaixar com determinado irmão, ou estar debaixo. Ao invés de cal ou piche, é o óleo do Espírito que nos encharca e suaviza os contatos, os atritos. O importante é que todas essas pedras, por mais diversas que sejam em seu formato, sejam unânimes em sua essência e se mantenham firmado sobre a Pedra Angular (Ef 2:20). O mundo conhece e crê em Jesus pela unidade da igreja (João 17).

O ministério que você desempenha, a equipe que você dirige, a igreja que você pastoreia, dentre tantas outras áreas e vocações, se são de Deus e para a glória de Deus, então são obras tremendas que estão em andamento. Tenha zelo pela unidade, pela perfeita comunicação, cuide de sua língua – é uma arma poderosa para amaldiçoar e espalhar ou para unir e abençoar! (Tg 3:10)

Seja alguém que irá marcar esta geração! Realize grandes coisas para que o nome de Jesus seja exaltado! Amém.

A Deus, o Pai, toda glória.
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

ESCRITO NAS ESTRELAS - ESPECIAL: BIBI FERREIRA

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O mundo das artes e da cultura ficou órfão e bem mais pobre no dia de hoje com a morte da diva Bibi Ferreira. Neste capítulo especial da série de artigos Escrito nas Estrelas, um resumo biográfico da vida e da carreira dessa artista plena e absoluta.

Nasce uma Estrela


Não foi apenas uma atriz que morreu com Bibi Ferreira. Morreu uma instituição, um prêmio, um monumento nacional, um marco inescapável no horizonte. Morreu até, se a gente for pensar bem, parte da história do teatro nacional. Afirmações exageradas, podem pensar alguns, mas elas são ainda pouco veementes para dar uma ideia da magnitude do papel de Bibi Ferreira nos palcos do Brasil. 

Atriz, cantora, compositora, produtora e diretora de teatro, Bibi morreu tranquila e serenamente em casa na tarde desta quarta-feira (13), aos 96 anos, no Rio, em consequência de uma parada cardíaca. Filha de um casal de artistas, ela atuou desde a infância até o ano passado, quando anunciou sua aposentadoria. 

Se Bibi Ferreira não tivesse conquistado a fama, o prestígio, o reconhecimento e a glória pelo seu trabalho como cantora e atriz, ela com certeza seria mencionada no Guinness Book, o livro dos recordes, como a artista com a mais longa carreira em toda a história do teatro em todos os tempos. 

Afinal, ela entrou no palco pela primeira vez aos vinte e quatro dias de vida substituindo uma boneca que havia sido roubada da produção do espetáculo na véspera. A peça era "Manhãs de Sol", de Oduvaldo Vianna. Em 2017, Bibi encerrou sua carreira profissional com o espetáculo "Bibi – Por Toda a Minha Vida". Em resumo: foram noventa e cinco anos atuando como boneca, bailarina, atriz, cantora, diretora e compositora nos teatros do Brasil e de Portugal.

Uma história, uma vida... um legado!


Filha do ator Procópio Ferreira (1898-1979) e da bailarina Aida Izquierdo (1904-1936), Abigail Izquierdo Ferreira participou do Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro até estrear profissionalmente na companhia de seu pai em 1941. Em 44 funda sua própria companhia, que teve no elenco alguns dos nomes mais destacados do teatro brasileiro, como Cacilda Becker (1921-1969), Maria Della Costa (1926-2015)e Henriette Morineau (1908-1990).

Criada desde criança nos palcos, é reconhecida por sua atuação e direção em musicais. Interpretou personagens como Joana, de "Gota d'Água", e Piaf, na peça homônima em homenagem à cantora francesa.

Entra pela primeira vez no palco aos 24 dias de nascida, substituindo uma boneca que desaparecera da contrarregragem. Aos três anos, estreia no Chile, na companhia Revista Espanhola Velasco, em que sua mãe, Aida Izquierdo, trabalha como corista. Participa de uma turnê por toda a América Latina, interpretando, ao final do espetáculo, um pot-pourri da própria Revista. Volta ao Brasil com pouco mais de quatro anos e, até os 14, participa de óperas e balés, integrando o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Trajetória


Estreia como atriz em 1941, com a Companhia Procópio Ferreira, na comédia La Locandiera, de Carlo Goldoni (1707-1793), no papel-protagonista de Mirandolina. No ano seguinte, viaja com o repertório da companhia para uma temporada na capital paulista, que se estende para o sul do país e interior de São Paulo em mais de 30 cidades. Em 1944, Bibi inaugura a Companhia de Comédias Bibi Ferreira, com o espetáculo Sétimo Céu, e contrata as atrizes Maria Della Costa, Cacilda Becker e a diretora Henriette Morineau. É um momento de transição, marcado por mudanças como a supressão do ponto e a convenção das cortinas no início e final de cada ato. 

Em 1946, vai para Londres estudar direção na Royal Academy of Dramatics Arts. Na Inglaterra, estuda e trabalha em cinema. Em 1947, estreia como diretora em "Divórcio", de Clemence Dane, em que também atua como filha do personagem interpretado pelo ator Procópio Ferreira. Em 1949 interpreta Carlos, protagonista de "O Noviço", de Martins Pena. Com sua companhia, viaja para o sul do país com um repertório de cinco espetáculos.

Na década de 1950, recebe o prêmio dos críticos do Rio de Janeiro pela direção de A Herdeira, de Henry James, 1952. Dá aulas de direção e interpretação no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Contratada pela Companhia Dramática Nacional (CDN), dirige, em 1954, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues (1912-1980). Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes, em 1955. 

Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil. Em 1956, depois de se apresentar em Recife, leva o repertório de sua companhia para Lisboa, atuando também nas apresentações de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, pela companhia de Procópio, em que ela dirige "O Avarento", de Molière, e "A Raposa e as Uvas", de Guilherme Figueiredo. Em Portugal, é contratada como atriz de teatro de revista. Sua interpretação da música 'Tic-Tac' – gravada no disco "Quando Bate Um Coração" – é considerada antológica pelo comediógrafo César de Oliveira. Retorna ao Brasil em 1960.

Nos anos de 1960, além de atuar em musicais de teatro e televisão, trabalha em teleteatro. Por sua atuação em "My Fair Lady", de Alan Jay Lerner e Frederich Lowe, na temporada paulista do espetáculo, em 1964, ao lado de Paulo Autran (1922-2007), Jaime Costa, Sérgio Viotti (1927-2009) e Elza Gomes (1910-1984), recebe o Prêmio Saci, em São Paulo. Em 1968, apresenta na TV Tupi o Programa Bibi ao Vivo, que durante dois anos leva à televisão os maiores nomes do teatro.

O musical Brasileiro, "Profissão: Esperança", de Paulo Pontes - com quem, inclusive, foi casada - (1940-1976), dirigido por Bibi, é um sucesso, tanto com Maria Bethânia e Ítalo Rossi (1931-2011), em 1970, quanto com Paulo Gracindo (1911-1995) e Clara Nunes (1942-1983), em 1974, quando bate recordes de público no Canecão. Em 1972, atua em "O Homem de La Mancha", traduzido por Paulo Pontes e Flávio Rangel, com versão das canções feitas por Chico Buarque e Ruy Guerra, que permanece em temporada, em diversas cidades, durante três anos. 

Em 1975, estréia em "Gota d'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob a direção de Gianni Ratto (1916-2005), que permanece em cartaz até 1977 e recebe os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA), pela interpretação de Joana. Em 1976, dirige Walmor Chagas (1930-2013), Marília Pêra (1943-2015), Marco Nanini e 50 artistas em "Deus lhe Pague", de Joracy Camargo (1898-1973).

Na década de 1980, a notoriedade de Bibi Ferreira faz com que receba os mais diferentes convites. Dirige de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Assim, em 1980, ela dirige "Toalhas Quentes", de Marc Camoletti; em 1981, "Um Rubi no Umbigo", de Ferreira Gullar (1930-2016), e Calúnia, de Lillian Hellmann, além de "Gay Fantasy", revista com travestis que permanece um ano em cartaz no Teatro Alaska, Rio de Janeiro. 

Com sua produção e direção, estreia "O Melhor dos Pecados", de Sérgio Viotti, ainda em 1981, em que promove a volta aos palcos de Dulcina de Moraes (1908-1996), após vinte anos de ausência. Em 1983 volta aos palcos com "Piaf, A Vida de Uma Estrela da Canção", espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação, recebe os prêmios Mambembe e Molière, em 1984, e, no ano seguinte, da Associação Paulista de Empresários Teatrais e Governador do Estado. 

O espetáculo, que faz muitas viagens, permanece seis anos em cartaz e, em quatro anos, atinge um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco. Em São Paulo, o crítico Sábato Magaldi escreve, no Jornal da Tarde, sobre seu desempenho: 
"A voz poderosa, a interpretação sensível, a pronúncia francesa perfeita só poderiam pertencer à própria Piaf. E fica patente, de imediato, que tamanhos dotes devem ser creditados à nossa atriz. Outra grande qualidade da linha escolhida: em nenhum momento Bibi pretende imitar Piaf, confundir a sua voz com a dela. 
[...] Bibi se fixa menos na cantora temperamental [...] para valorizar de preferência a mulher desesperada, de destino solitário e profunda humanidade, de que não está ausente até a brincadeira moleque. Naquele ser desprotegido, arruinado pela droga, tudo se desculpa, porque se purifica na essência de uma canção maravilhosa. Piaf é, de todos os pontos de vista, a criação maior da carreira de Bibi, feita de tantas iluminações".
No Rio de Janeiro, Macksen Luiz não é menos arrebatado pela interpretação da atriz: 
"A platéia é, virtualmente, dominada pelo magnetismo de Bibi Ferreira, que ocupa o palco como se estivesse se apropriando do que sempre lhe pertenceu. Mas essa força teatral não se pode atribuir apenas a um talento brilhante, mas a uma preparação técnica como poucos atores brasileiros têm possibilidade de acumular".
Nos anos 1990, Bibi Ferreira revive seus maiores sucessos remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que canta canções e conta histórias de Piaf. Em "Bibi in Concert", comemora 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, faz o "Bibi in Concert 2". Em 1996, recebe o Prêmio Sharp de Teatro, encena Roque Santeiro, de Dias Gomes (1922-1999), em versão musical, e dirige pela primeira vez uma ópera – Carmen, de Georges Bizet, 1999.

Sem parar no tempo


Algo fascinante em Bibi Ferreira era a agilidade mental, a verve, a inteligência, a rapidez de raciocínio com que ela respondia a todas as perguntas quando entrevistada, mesmo já com bastante idade. Ela se lembrava de absolutamente tudo sobre todos os assuntos nos mínimos detalhes. Era uma experiência inesquecível para qualquer jornalista. 

Conclusão


Ela é um dos pilares do teatro moderno brasileiro. A carreira da Bibi conta a trajetória do nosso teatro, de todas as suas transformações. Ela era completa, cantava, dançava, fazia drama, comédia, e ela acompanhou também todas as mudanças que tivemos.
"Levei uma vida muito simples, muito correta. Estar a postos nas minhas obrigações parece corriqueiro e simples, mas é verdadeiro: você deve ter respeito por seu trabalho. É isso que me conservou Bibi Ferreira. Meu respeito a tudo que rodeia minha carreira e minha vida"
 – declarou, em uma entrevista em 2015.

Finalmente, para quem queira vê-la ao vivo e a cores, eu sugiro a entrevista que ela fez com Jô Soares em que ela diz entre outras coisas: 
"Eu dediquei minha vida de uma maneira muito séria. Eu levo a minha carreira de forma muito séria, não brinco em serviço. E quando me perguntam a quem devo o meu nome, eu digo, meu nome é cre-di-bi-li-da-de. Eu venho fazendo uma carreira, me entregando sempre à arte de uma maneira austera. Porque eu levo a sério qualquer entrevista, qualquer peça em que atuo". 
Esta era Bibi Ferreira.
Entrevista completa de Bibi Ferreira ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido em 13/10/2014. Vale mais que a pena ver.

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