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terça-feira, 14 de novembro de 2017

CASO WILLIAM WAACK: OS DOIS LADOS DE UMA ÚNICA MOEDA

Antes de mais nada quero dizer que não é meu intuito defender o tal de William Waack (só conheço esse senhor pelas poucas vezes que o vi na televisão, já que simplesmente detesto a linha editorial de jornalismo da Rede Globo e, portanto, não costumo ver com frequência seus telejornais) e apenas irei usar esse episódio que o envolveu para fazer uma reflexão mais ampla sobre os fatos.

Quero dizer ainda que o fato de não dever absolutamente nada a ninguém, assim como a Constituição, me garantem o direito a livre expressão de minha opinião. E, por último, reservo a outrem o direito de discordar de mim. Isto posto, vamos a minha análise dos fatos.

No infame tribunal das Mídias Sociais


O julgamento pelo qual passou o jornalista William Waack na internet, por ter viralizado um vídeo no qual fez comentários racistas, mostra como o povo "imbecil" (volto a, desculpe a piadinha, ecoar Eco) das mídias sociais se acha juiz, júri e executor. Quem está na esquerda condena a direita – e os no centro são amassados. Nos últimos tempos, resumiram-se sérios debates políticos a xingamentos – melhor, "xingamentos" – simplistas como "esquerdopata", "coxinha" ou "bolsominion".

Os a favor dos movimentos LGBT tendem a clamar por cadeia para qualquer divergente, e vice-versa. A regra estabelecida é: veja, julgue o mais rápido (quanto menos tempo para refletir, melhor) e compartilhe sua condenação com ares de expert. Será que a maioria se esqueceu que quem tem o dever de realizar esse trabalho é a Justiça? Ou o papel da magistratura deveria ser passado ao povo do Facebook e do Twitter?

Assim, poder-se-ia, por exemplo, cruzar dados de perfis de usuários desses sites e, dessa forma, ver quem, por clamor popular online, deveria ir para a prisão ou, quem sabe, arcar com a pena de morte.

E neste paradoxal cenário virtual da vida real, ninguém está a salvo dos juízes facebookianos! A próxima vítima pode ser, sim, eu e, você. Proliferam-se as histórias de famosos e anônimos que, do dia para a noite, viraram réus desse reality show moderno. Todo mundo tem o direito de falar, o melhor, de postar, o que quiser e, quem é de acordo, se torna "amigo" e/ou seguidor, quem estiver contra, é esculhambado à exaustão até, quem sabe, um dia ser bloqueado e, por fim, glória a Deus, aleluia, excluído. Mas, até isso acontecer, muita lama já jorrou dessa fonte.

Pena de morte


Nos EUA, já entrou para a história o triste caso de um menino homossexual que, aos 18 anos, suicidou-se após apontarem para ele dedos condenatórios, em forma de tweets, após o vazamento de um vídeo no qual fazia sexo com outro garoto. Por favor, peço que esqueça credo, raça, orientação sexual, o que for.

Veja, por exemplo, como o caso se assemelha a outro, deste ano. Lembra-se de quando supremacistas brancos tomaram as ruas de Charlottesville, nos EUA (se não recorda, dê um Google). Onde tudo começou? Adivinhe? No Facebook, no YouTube, no Twitter. Ambientes nos quais esses radicais de direita expressavam o racismo. 

Contudo, conversando apenas entre os seus. Ou seja, achando que estão corretos pois só têm acesso às mesmíssimas opiniões de ódio. E assim levaram a violência virtual às ruas reais. Do lado oposto, quem era contra também julgou, instantaneamente, que todos esses manifestantes da extrema direita deveriam é ser presos. E eles mereciam a cadeia? Pode até ser. No entanto, não cabe ao povo da internet decidir isso. Chame a Justiça. Não o Facebook.

Em terras tupiniquins menos civilizadas, alguém ainda se lembra da humilde dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de confissão evangélica, que foi vítima de um brutal linchamento após ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças para serem sacrificadas em ritual de magia negra?

A vítima foi linchada no dia 3 de maio de 2014 e morreu dois dias depois. O caso ocorreu no bairro Morrinhos III, em Guarujá. O crime aconteceu após uma foto ter sido divulgada, junto com um boato no WhatsApp, de que uma mulher parecida com Fabiane sequestrava crianças e as utilizava em rituais de magia negra.

Nas redes, não há mais muito diálogo. Melhor, quase não há. O "diálogo" poderia entrar para a lista das espécies sob risco de extinção. Existe, por outro lado, apenas concordância e condenação.

Perde-se, em tantos aspectos, com isso. Lembra do recente caso do museu de Porto Alegre cuja exposição foi fechada após "os de direita" pedirem por isso? Mais uma prova da ação dos juízes da internet. Assim como, do outro lado, muitos dos que não concordaram já pediam pela morte dos censores. Sim, eu estou entre os que acharam um absurdo o encerramento da Queermuseu.

Entretanto, protejo o direito também daqueles que não apreciaram a mostra. Só que também repudio todos aqueles que condenaram sumariamente os artistas ao fuzilamento. Ali só iria quem quisesse ir. Ninguém era obrigado. Eu, por exemplo, jamais iria simplesmente por não apreciar o conteúdo temático da tal exposição, mas quem disse que eu posso falar pela maioria? Respondo apenas por mim e olhe lá.

É tão difícil de compreender isso? Defender a liberdade de expressão não é sinônimo de defender a opinião daqueles que pensam como você. Pegou? Reais apoiadores da liberdade de expressão seguem a máxima: "não concordo com aquele cara, mas protegerei até o fim o direito dele falar essas mer(*)".

O caso William Waack


E aí voltemos a William Waack. Cabia mesmo à internet ser implacável com ele? É certo julgar a carreira de um profissional por umas falas mal colocadas, ou mesmo imorais, racistas? As mesmas perguntas valem para os casos recentes de hollywoodianos como Kevin Spacey. Deste ator, é mesmo cabível misturar seus desvios morais com seus dotes artísticos? Mais uma vez, soarei óbvio. Entretanto, vivemos numa era na qual algumas obviedades parecem ter sido esquecidas. 

A frase racista de um jornalista não diminui seu talento e suas conquistas na carreira – nem a importância desses dois elementos. Assim como o comportamento inadequado de um astro do cinema não faz dele um pior ator. Simples assim (ou não?).

Sempre que toco no tema do tribunal do Facebook, questiono-me, ainda: "será que gênios como Ernest Hemingway (☆1899-✞1961), Nelson Rodrigues (☆1912-✞1980) e Hunter S. Thompson (☆1937-✞2005) sobreviveriam ao julgamento da manada facebookiana?”. Aposto que não. Provavelmente, todos seriam jogados numa piscina venenosa, repleta de tweets os tachando como "machistas", "radicais", "misóginos", "fundamentalistas", "homofóbicos"...

O fenômeno Waack e o contexto social do Brasil


Sou negro, cristão, favelado, nasci e cresci dentro de uma família bastante tradicional. Católica, conservadora, direitista, totalmente negra e essencialmente pobre. Não estudei nas melhores escolas, não tive acesso a clubes privados onde pudesse praticar esportes e conhecer pessoas do high society, nunca viajei para a Europa (nunca pus o pé fora dos limites brasileiros) antes dos 18 anos (já estou com 50 e, até agora, nada, mas, ainda estou vivo, né?...), não aprendi outras línguas (me esforço para falar um português, menos, digamos, reprovável), mas, sim, li muitos livros (aprendi desde cedo a amar a leitura).

Entretanto, durante essa minha infância nada privilegiada não era incomum ouvir pessoas dizendo coisas como "branco correndo é atleta, preto correndo é ladrão". Não lembro de alguém reclamando de colocações assim, muito pelo contrário: escutava risadas. E até ria junto.

Uma criança que se forma nessa circunstância  seja ela rica ou pobre, negra, branca, cinza ou amarela  tem sua configuração padrão programada para acreditar ser melhor do que outros: negros, pobres, excluídos. A vida, aliás, vai dando a você a certeza de ser assim. De quem são os melhores empregos, os salários mais altos também, as maiores e melhores casas, as refeições mais sofisticadas?

É preciso um bocado de atenção e disciplina para perceber que o mundo real não é bem aquele em que tentaram fazer você acreditar. Quando se nasce em um mundo repleto de oportunidades, o mundo real é injusto, cruel, desigual e a sua volta existem milhões de pessoas que, ao contrário de você, não tiveram oportunidades. Nessa hora é fundamental que se pergunte como teria sido a vida delas se tivessem tido as chances que você tive.

Claro que é mais fácil acreditar que alguém como os Williams Waacks da vida se deram bem na vida porque são mesmo boas e talentosas. Que ganharam dinheiro porque se esforçaram. Não é conveniente acreditar que elas só ganharam dinheiro e status porque tiveram mais oportunidades, ou uma herança, ou conseguiram seu primeiro emprego porque seu pai era amigo do dono da empresa ou algo assim.

Mais fácil também acreditar que o sujeito que está agora limpando o chão da empresa onde elas trabalham está fazendo isso porque é intelectualmente incapaz e nasceu mesmo para limpar o chão e tirar o lixo. Imaginar quem ela seria se tivesse estudado onde elas estudaram, conhecido as pessoas que elas conheceram, tido as mesmas oportunidades não vem ao caso. E, afinal, alguém precisa limpar esse chão e tirar o lixo. 

Exige-se atenção e disciplina para se desfazer da configuração padrão e pensar por conta própria. Trata-se, como sugeriu o escritor David Foster Wallace (1962-2008), da verdadeira liberdade: a liberdade de enxergar o outro.

No episódio do racismo revelado de William Waack uma coisa me chamou a atenção antes mesmo que ele dissesse "é coisa de preto": quando alguém buzina e Waack, de forma vulgar, e visivelmente incomodado com o barulho pouco antes de entrar no ar, diz, agressivamente, que o cara que buzinou é um merda.

É exatamente nesse tipo de acontecimento que devemos tentar praticar a liberdade sugerida por David Foster Wallace. O barulho da buzina não diz respeito a você. Ou à sua necessidade de concentração para entrar ao vivo em rede nacional de TV. Ou ao seu bem-estar.

E se o motorista que buzinou estivesse com o filho doente ao lado tentando chegar ao pronto socorro? E se estivesse buzinando para um cachorro sair da frente e não ser atropelado? Não são possibilidades reais, ainda que improváveis?

Achar que a buzina diz respeito a você, e ao seu momento de trabalho, faz parte de nossa configuração padrão. E a reação destemperada de Waack com a buzina me incomodou – ainda que eu já tenha reagido assim infinitas vezes na vida porque, afinal, essa é também a minha configuração padrão e a coisa mais simples do mundo é acreditar que as coisas que acontecem a nossa volta dizem respeito a nós e a mais ninguém.

Mas a sequência dos acontecimentos é ainda mais chocante.

Dizer "é coisa de preto" não é uma escorregada, não é acidente, não é tropeço. "É coisa de preto" carrega em si um arsenal de podridão moral, de injustiça, de crueldade, de desumanidade. É uma violência. É uma vulgaridade. É crime. Não se diz na rua, não se diz em casa, não se diz sozinho no banheiro, não se pensa. E se a frase passar pela cabeça, mesmo que silenciosamente, então devemos reconhecer o racismo em nós mesmos e tentar nos livrar dele.

Todos somos feitos de inúmeros preconceitos. Somos falíveis porque somos humanos. Nada disso surpreende. O que surpreende é a essa altura da evolução humana não reconhecer o preconceito e fazer o que for preciso para se livrar dele.

Conclusão


Waack pode aprender com o episódio. Pode deixar de ser racista. Pode dar uma volta no racismo. Pode se tornar uma pessoa melhor. Tudo isso pode acontecer. Todos temos essas chances na vida. Mas para que cheguemos nesse lugar é preciso encarar o episódio com a gravidade que ele merece. E reconhecer que o racismo faz parte de todas as estruturas de poder que nos moldam.

O mais engraçado é a covardia dessa gente. Conheço uma mulher que imita macaco pelas costas uma funcionária negra, que debocha de seus cabelos, de seus traços físicos e, até, dos erros de português que essa racista também comete, mas que pensa que só o alvo de seu desprezo comete.

O Brasil, a sociedade brasileira em peso, mandou um recado aos racistas: calem-se, engulam vosso preconceito, portem-se com respeito diante da etnia esmagadoramente majoritária neste país, do contrário serão punidos por desejo de uma sociedade que não tolera as perversões dessa minoria de anões morais. 

Em suma, tanto o linchamento virtual sem chance de defesa, quanto qualquer tipo de preconceito e/ou discriminação são reflexos de uma sociedade doente em seus princípios e valores. Ambos os lados dessa moeda revelam a face e o valor da estupidez de uma humanidade caída, corrompida, miserável, pobre e nua de espírito.

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

DISCOS QUE EU OUVI - 37: "FRAMPTON COMES ALIVE!", PETER FRAMPTON

Certamente muitos do que agora leem este artigo pode nunca sequer ter ouvido falar nesse nome: Peter Frampton. Entretanto, os cinquentenários como eu sabem quem ele foi. E para quem não sabe, continue a ler este artigo até o final, pois estarei falando do disco ao vivo que ainda é o campeão mundial de vendagens e, em tempos de músicas e músicos descartáveis, este é um feito que merece destaque se considerarmos que tal marca já completa 41 anos.

O gênio


Frampton, em 1976, no auge do sucesso
Primeira metade dos anos 1970: uma era em que os gigantes caminhavam sobre a Terra, com uma cena rock internacional representada por Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Pink Floyd, Genesis. Nesse período em que a indústria fonográfica se encaminhava para ganhar um poderio jamais visto (e nunca mais repetido) tudo era superlativo quando se tratava de rock. Foi em meio a esse cenário que ganhou projeção um rapaz franzino, nascido em Beckenham, Inglaterra, em 22 de abril de 1950 com nome de batismo Peter Kenneth Frampton.

Trazia consigo uma guitarra que era empunhada e tocada cheia de influências das três maiores referências do instrumento na época: Jeff Beck, Eric Clapton e Jimmy Hendrix. Em 1966, Peter Frampton largou a escola e foi fundar uma banda de rock, o The Herd. Três anos depois deixou o grupo para integrar o Humble Pie, projeto de Steve Marriott posterior a sua saída do posto de frontman do Small Faces.

Após colaborar com George Harrison no álbum "All Things Must Pass", lançou-se em carreira solo, gravando quatro discos em sequência: "Wind Of Change", de 1972, "Frampton's Camel" de 1973, "Frampton" e "Somethin's Happenin'", ambos de 1974. No ano seguinte, Frampton saiu em uma vitoriosa turnê pela América, que rendeu o registro "Frampton Comes Alive!". Lançado em 6 de janeiro de 1976 nos Estados Unidos e em 13 de fevereiro na Grã Bretanha, o vinil duplo se tornou o álbum ao vivo mais vendido de todos os tempos.

A obra


Capa original do vinil
Originalmente seria posto no mercado no formato simples, porém, por sugestão da gravadora A&M Records, foram gravados mais alguns shows além das apresentações de Winterland, em São Francisco, Long Island Arena em Commack, Nova York e Plattsburg, no mesmo estado.

Com isso, foi lançado em vinil duplo. Um fator que impulsionou as vendas foi o preço. Apesar de duplo, era vendido a $7,98, apenas $1 a mais do que o preço de um vinil simples nos EUA naquela época. Foram 6 milhões de cópias vendidas por lá e 11 milhões ao redor do mundo.

As faixas


A contracapa da versão original. Como encarte, o bolachão trazia
um poster gigante do cantor e a letra das músicas
Quando se pensa em "Frampton Comes Alive!" as primeiras músicas que vêm à cabeça são 'Show Me The Way' e seu icônico talk box (dispositivo utilizado para dar um efeito similar a voz em instrumentos musicais, geralmente guitarras, isto bem antes do Slash [Guns'N Roses] e do Riche Sambora [Bon Jovi]) e 'Baby, I Love Your Way'

Mas não se pode esquecer da pomposa introdução com 'Something Hapennin'', seguida do petardo 'Doobie Wah', que dá a deixa para 'Show Me…'. O set acústico onde se insere 'Baby…' também merece destaque, que traz 'All I Want To Be (Is By Your Side)' e 'Wind Of Change'.

'Shine On' é outro momento inspirado, mas a maior pérola do álbum é a matadora versão ao vivo do cover de 'Jumping Jack Flash' dos Stones, quase tão boa quanto a original. O registro se encerra com 'Do You Feel Like We Do' com seus 14 minutos e 18. Afinal eram os anos 70 e as músicas que já eram quilométricas ficavam ainda mais extensas ao vivo, vide os shows do Led Zeppelin. E a versão lançada em single, apesar de reduzida quase pela metade continuou bastante extensa. Era o dobro da duração comum de um single e foi a música mais longa a configurar no top 40. 

"Frampton Comes Alive!" é a antonomásia do chamado rock de arena e levava à enésima potência a pompa e grandiloquência características do período. A capa do disco – com Frampton em close empunhando sua guitarra com suas longas madeixas, iluminadas pelos holofotes ao fundo e olhar chapado como se estivesse em transe – é considerada tanto para fãs quanto para detratores a mais perfeita ilustração daquilo que estava prestes a ser estilhaçado pelo movimento punk, que mudaria os paradigmas dali a alguns meses.

É clássico... PORQUE É BOM!


Contracapa da versão em CD, lançada em 1990. A primeira capa
manteve a do original.
Magistral para uns, kistch e datado para outros, seja como for, "Frampton Comes Alive!" não passa incólume devido a seu apuro técnico tanto da gravação (foi gravado em 24 e 16 canais, com fitas máster gravadas com redutor de ruídos Dolby A) quanto da performance de Frampton e da banda formada por Bob Mayo (guitarra, piano, piano elétrico, órgão, vocais), Stanley Sheldon (baixo e vocais) e John Siomos (bateria).

Depois desse disco, Frampton nunca mais repetiu o mesmo sucesso. O álbum até ganhou uma "continuação" em 1995, "Frampton Comes Alive II", mas não passou nem perto das vendagens e reconhecimento do original. Em 2011 foi realizada uma turnê comemorativa dos 35 anos do disco. Apesar da qualidade dos álbuns de estúdio anteriores, e até alguns posteriores, Peter Frampton ficou para sempre lembrado pela marca indelével deixada por este registro ao vivo

Conclusão


Frampton. atualmente
Com a virada do milênio, a fábrica de guitarras Gibson, lançou o modelo Frampton de guitarras, com ajuda e especificações vindas do próprio Peter Frampton. O modelo não foi ainda produzido em série e trata-se de um item para colecionador. Seu valor no mercado está no momento calculado em $6 mil dólares.

Peter é hoje pai de quatro crianças, e aparentemente aprendeu a dizer não quando precisa, colocando seus filhos em primeiro lugar na sua vida, antes mesmo de sua carreira.

Continua gravando e ocasionalmente levando uma banda para a estrada, mas seu repertório está claramente mais para baladas do que um rock visceral. Mas ele será sempre lembrado como o primeiro guitarrista a vender mais de 13 milhões de cópias de seu álbum em um ano e, no processo, mudado a indústria fonográfica.

E foi assim que Frampton moldou seu estilo: mesclando suas composições com riffs e fraseados melódicos, que sempre contornam a canção com maestria.

Que esse álbum possa entrar na sua lista de álbuns a ser escutados nesse início de 2016, pois ter um álbum ao vivo, que a 40 anos lidera como o mais vendido, é um feito que com certeza, credita a qualidade de um trabalho. 

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domingo, 12 de novembro de 2017

ASSUNTOS POLÊMICOS - A ADOÇÃO DE CRIANÇAS POR CASAIS HOMOAFETIVOS, 2ª. PARTE

O acalorado debate a respeito da adoção de crianças por pares homossexuais (a chamada "adoção homoparental"), tema cuja abordagem iniciei no artigo anterior (clique ➫ aqui) é, muitas vezes, conduzido para a área da argumentação emocional. Tal atitude é altamente prejudicial ao discernimento da questão, pois corre-se o perigo de não analisar o problema sob uma ótica objetiva, mas ideológica. 

Estão nos pedindo que façamos vista grossa a tudo que sabemos sobre a fragilidade das parcerias homossexuais, sobre as necessidades psicológicas das crianças e sobre as regras que ainda prevalecem em nossas escolas e comunidades, em função de uma fantasia ideológica.

Sob os moldes "do mundo"


As sociedades ocidentais passaram, em décadas recentes, por uma mudança radical em sua postura a respeito da homossexualidade. O que já foi considerado um vício intolerável agora é considerado uma "orientação", que não difere em espécie (embora diferente em direção) das inclinações que levam os homens a se unirem com as mulheres e as crianças a nascerem. Esta mudança radical começou com a descriminalização da conduta homossexual e com uma crescente prontidão não só em tolerar a homossexualidade em privado, mas a falar sobre ela em público.

Nós vimos o surgimento do "homossexual público", o propagandista espalhafatoso daquele "outro" modo de vida que tenta nos persuadir de que "gay" [alegre] era a descrição certa. A partir daí seguiram-se o movimento por "orgulho gay" e as personalidades públicas que "saíam do armário" – ao ponto que não é mais tão interessante assim saber se alguém é de outra opinião. 

Neste cenário, personalidades artísticas e esportivas assumem publicamente sua homossexualidade e são ovacionadas pela chamada "mídia gayzista". O tema, antes tratado com certo cuidado pela dramaturgia, agora é escancarado explicitamente com algo até pouco tempo inimaginável: cenas de beijos (e até de sexo!) entre personagens gays, levadas ao ar em séries e novelas da televisão aberta, até no chamado horário nobre. Aliás, um mero reflexo do que se pode ver hoje pelas ruas dos grandes centros, onde os casais gays não têm nenhum problema em se expor (e ai de quem falar alguma coisa contra...).

Evolução?


A maioria das pessoas neste país adaptaram-se às mudanças. Elas podem não se sentir bem com suas expressões mais explícitas, mas estão preparadas para tolerar o modo de vida homossexual, desde que mantido dentro dos limites da decência e não viole as regras fundamentais. Entretanto, esta atitude não satisfaz aos ativistas.

Pois tolerar é desaprovar. Só quando uma conduta ofende a alguém é que a pessoa precisa exercitar sua tolerância e os ativistas querem que as pessoas tratem a homossexualidade como normal. Por meio das idéias escorregadias de discriminação e direitos humanos, eles usaram a lei para promover sua agenda.

A homossexualidade agora é tratada pela lei como uma tendência comparável em quase todos os aspectos à heterossexualidade, de modo que qualquer tentativa de diferenciar as pessoas por motivo de sua "orientação" (o termo "opção" já foi lançado por terra pelo ativistas que defendem que o indivíduo "não opta" por ser gay, mas "nasce gay") – seja como candidatos a um emprego ou como beneficiários de direitos – é considerada uma "discriminação" injusta, comparável em sua abominação moral à discriminação por motivo de raça ou sexo.

De forma geral, viemos a aceitar que leis contra discriminação podem ser necessárias, a fim de proteger os que sofreram no passado com preconceitos hostis. No entanto, volta e meia nós nos damos conta do fato de que, embora a homossexualidade tenha sido normalizada, ela não é normal. Nossa aceitação do estilo de vida homossexual, de casais de mesmo sexo e do cenário gay não eliminaram nossa sensação de que estas são alternativas a alguma coisa e que é a outra coisa que é normal.

Esta outra coisa não é o desejo heterossexual, concebido como uma "orientação". É a união heterossexual: a junção de um homem e uma mulher em um ato que leva, no curso natural das coisas, não só a um compromisso mútuo, mas ao nascimento de crianças, à criação de uma família e aos hábitos de auto-sacrifício dos quais, independente do que se pense e diga, o futuro da sociedade depende.

A propaganda que tenta reescrever a heterossexualidade como uma "orientação" na verdade é uma tentativa de nos persuadir a fazermos vista grossa à real verdade sobre a união sexual, e que, em sua forma normal, ela é o modo pela qual uma geração dá lugar à próxima.

Esta verdade é reconhecida por todas as grandes religiões e é endossada pela perspectiva cristã a respeito do casamento como uma união criada por Deus. Isto explica em grande parte a relutância de todas as pessoas religiosas em endossarem o "casamento gay", que elas vêem como uma tentativa de reescrever em termos meramente humanos o contrato eterno com a sociedade.

Para colocar a coisa de outro modo, elas vêem o "casamento gay" como a profanação de um sacramento. Daí o conflito crescente entre a agenda gay e a religião tradicional, do qual a atual disputa a respeito de "direitos de adoção" é o último sinal.

Famílias tradicionais ou famílias alternativas, eis a questão


De acordo com a visão cristã – e ela é compartilhada, eu acredito, por muçulmanos e judeus – a adoção significa receber uma criança como membro da família, como alguém com o qual você está comprometido do modo que um pai e uma mãe estão comprometidos com seus próprios filhos.

Este é um ato de sacrifício, realizado em proveito da criança e com vistas a dar àquela criança o bem-estar de um lar. Seu objetivo não é gratificar os pais, mas assumir a criança, tornado-a parte da família. Para pessoas religiosas, isto significa dar à criança um pai e uma mãe.

Qualquer outra coisa seria uma injustiça com a criança e um abuso de sua inocência. Logo, não existe esta história de "direitos de adoção". Adoção é a suposição de um dever e os únicos direitos envolvidos são os direitos da criança.

Neste sentido, nada melhor que introduzir nessa polêmica uma interlocutora de peso e que fala com conhecimento de causa: Dawn Stefanowicz, a canadense que foi criada durante vários anos por pais homossexuais e hoje faz palestras a favor do matrimônio entre um homem e uma mulher. 

Dawn Stefanowicz é autora de "Out from under: The Impact of Homosexual Parenting" ("O impacto da paternidade homossexual"), livro em que conta sua experiência do tempo em que foi criada pelo pai, um homem com hábitos dissolutos.

Segundo ela, o pai mantinha relacionamentos sexuais com outros homens mesmo antes da morte da mãe. Ao se tornar viúvo, entregou-se de vez à vida lasciva, trocando rotineiramente de parceiros, expondo a então criança à situações traumáticas. Após ter contraído o vírus da AIDS, faleceu em decorrência da doença no ano de 1991.

Contra as propostas de legitimação da adoção por homossexuais, Dawn Stefanowicz argumenta que o lar homossexual não é adequado para a educação de uma criança, pois nele, ela não aprendeu 
"a respeitar a moralidade, a autoridade, o matrimônio e o amor paternal". 
Referenciais que são imprescindíveis para a formação humana de todo indivíduo. Ela ainda acrescenta que 
"as crianças necessitam de limites e expressões de carinho consistentes e apropriadas em casa e na comunidade, e que não sejam sexualizadas".
Prossegue dizendo que 
"os direitos humanos servem para proteger o indivíduo, não grupos, e neste debate crucial, os direitos das crianças estão se tornando secundários, ignorados e negados".
A quais direitos ela se refere? O que é muitas vezes apresentado como mote da campanha pela adoção por homossexuais é a possível felicidade que esses pares poderiam oferecer a essas crianças. Não se nega aqui essa possibilidade e a capacidade de afeto das pessoas com tendências homossexuais. 

Todavia, quando se fala em adoção fala-se no direito da criança em primeiro lugar, e esse direito inalienável fundamenta-se na necessidade de um pai e de uma mãe. Quando se negligencia essa questão equipara-se a adoção de crianças à adoção de um mascote qualquer.

Ora, se o direito da criança não se baseia no de ter uma família, mas "criadores", qualquer um que quiser e desejar adotar terá como fazê-lo, seja um homem, uma mulher, um grupo, uma dupla, etc. Isso constitui uma verdadeira violência à criança, pois vale-se da sua fragilidade psicológica para introduzi-la num ambiente que, de per si, não é adequado e saudável ao seu desenvolvimento enquanto pessoa humana.

Todos aqueles que são órfãos de pai ou de mãe são testemunhas da falta que um desses entes faz no círculo familiar. Isso ocorre por um questão natural, já que o ser humano provém de uma relação sexual entre um homem e uma mulher. Negar isso é negar o óbvio. 

Ademais, os ambientes relativos às pessoas homossexuais geralmente estão impregnados de elementos com forte apelo sexual e com uma moral extremamente permissiva. É de conhecimento público que a chamada cultura gay defende uma postura sexual liberal. 

Não significa que todas as pessoas criadas por homossexuais serão homossexuais, mas que estarão submetidas inegavelmente a uma cultura que as influenciará, assim como alguém exposto constantemente a situações de violência tenderá a reproduzi-las.

Contra este argumento, o apelo a leis "anti-discriminação" é certamente irrelevante. O propósito da adoção não é gratificar os pais adotivos, mas ajudar à criança. E já que, segundo a visão religiosa, a única ajuda que pode ser oferecida é a disponibilização de uma família de verdade, excluir os casais gays não é um ato maior de discriminação do que excluir ligações incestuosas ou comunas de "swingers" promíscuos.

Conclusão


Na verdade, o pressuposto de que a adoção é inteiramente uma questão de "direitos" a partir da perspectiva dos pais mostra a inversão moral que aflige a sociedade moderna.

Ao invés de considerarem a família como o modo de atual geração se sacrificar pela próxima, estão nos pedindo que façamos vista grossa a tudo que sabemos sobre a fragilidade das parcerias homossexuais, sobre as necessidades psicológicas das crianças e sobre as regras que ainda prevalecem em nossas escolas e comunidades, em função de uma fantasia ideológica.

Opor-se à adoção homossexual não é acreditar que os homossexuais não devam ter nenhum contato com crianças. De Platão a Britten, os homossexuais se destacaram como professores (muitas vezes sublimando seus sentimentos eróticos, como fizeram estes dois grandes homens), cultivando as mentes e espíritos dos jovens.

Mas foi Platão quem, nas Leis, apontou que os homossexuais, como os heterossexuais, devem aprender a via do sacrifício e que não são desejos atuais que devem guiá-los, mas os interesses de longo prazo da comunidade.

E certamente não é implausível pensar que é mais provável que estes interesses de longo prazo sejam mais protegidos pela religião do que pelas ideologias políticas que regem as ideologias dos militantes esquerdopatas.

[Fonte: CACP]

A Deus toda glória. 
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sábado, 11 de novembro de 2017

ASSUNTOS POLÊMICOS - A ADOÇÃO DE CRIANÇAS POR CASAIS HOMOAFETIVOS

Certamente não será a primeira vez que você lê algo sobre esse tema. Certamente que também não será a última vez em que lerá. Uma coisa é certa, o assunto não é de fácil compreensão devido às variadas vertentes científicas, sociais, ideológicas e religiosas que o permeia.

Obviamente não tenho aqui a pretensão de bater o martelo sobre o tema, mas apenas me reservarei o direito de dar o meu posicionamento. Apesar de minha orientação religiosa cristã ser bem delineada e essencialmente equilibrada e embasada nas verdades irrefutáveis da Bíblia Sagrada, que creio indiscutível, inquestionável e indubitavelmente SER a Palavra de Deus, não abordarei o assunto sob esse viés (o que já seria mais que suficiente), mas farei uma abordagem social e científica.

O que diz a ciência?


Em seu estudo publicado pela Social Science Journal, o sociólogo e cientista Mark Regnerus faz uma pergunta: 
“Quão diferentes são os adultos criados por pais que possuem relacionamentos homossexuais?” 
A resposta para isso – tanto na literatura acadêmica quanto no imaginário do público americano – mudou dramaticamente em menos de uma geração. 
“Quinze anos atrás”, 
explicou Regnerus em um evento no neutro Institute for American Values, famílias biológicas heterossexuais eram 
“consideradas reflexivamente como o melhor ambiente para crianças”. 
Subsequentemente, isso deu lugar para a noção de que não havia 
“nenhuma diferença significativa” 
na criação de crianças em arranjos familiares não-tradicionais. Finalmente, sugeriu-se que crianças 
“podem se sair melhor sendo criadas por um casal gay”.
Ainda que haja pouquíssimas evidências que dão suporte a essa conclusão, defensores do casamento homossexual e da adoção gay declararam que a ciência já o provou. Talvez a mais famosa dessas declarações é um artigo de 2010, escrito pelos cientistas sociais Judith Stacey e Timothy Biblarz, que propalou que 
“baseado estritamente em publicações científicas, pode-se argumentar que duas mulheres criam uma criança melhor do que uma mulher e um homem, ou pelo menos uma mulher e um homem com uma divisão tradicional de papéis familiares”. 
Esse argumento – de que pais homossexuais são iguais ou melhores do que as estruturas familiares tradicionais – encontrou seu caminho em nosso diálogo acadêmico, legal e cultural, e raramente é questionado. 

Daí a declaração da Nona Corte de Apelação: 
“Crianças educadas por pais gays ou lésbicas podem ser tão saudáveis, bem-sucedidas e bem-ajustadas quanto crianças educadas por pais heterossexuais. Pesquisas que apontam para essa conclusão são indubitavelmente aceitas no campo da psicologia do desenvolvimento.”


Só que não


O estudo de Regnerus foi desenvolvido para reexaminar essa questão – uma tarefa difícil, para dizer o mínimo – ao expandir a amostragem analisada e aprimorar a metodologia das pesquisas anteriores. O Censo dos EUA, por exemplo, coleta uma porção de informações úteis, mas, por não conter questões sobre orientação sexual, muito de sua contribuição ao assunto deve ser inferido. 

Da mesma forma, muitos estudos acadêmicos que utilizam a “técnica bola-de-neve” de amostragens pequenas – um processo no qual os sujeitos que participam do estudo recrutam pessoas conhecidas para participarem dele – podem ser confusos. 

Um desses estudos, abordado no artigo de Regnerus, analisou mulheres que leem jornais e frequentavam livrarias e eventos lésbicos; o problema com essa abordagem popular é que ela restringe a amostragem aos mais educados, ricos e socialmente similares, resultando em uma compreensão limitada. Estudos assim pulularam nos últimos anos.

Fatos X Argumentos


Em busca de suas respostas, Regnerus entrevistou 15.088 pessoas. Destas, os pesquisadores encontraram 175 pessoas que foram criadas por mães que estavam em um relacionamento lésbico, e 73 pessoas que foram criadas por pais que tiveram relacionamentos gays – ainda assim, um grupo relativamente pequeno.

A primeira coisa que Regnerus descobriu foi que residências gays com crianças são localizadas nas mesmas áreas geográficas que os lares de casais heterossexuais com crianças. Ao contrário do que se pensa, não há concentração real de crianças onde gays vivem em massa. 

Por exemplo, como há poucas crianças nas residências de San Francisco, há também poucas crianças vivendo com gays em San Francisco. De fato, a Georgia é o estado com mais crianças vivendo com casais do mesmo sexo. Apesar da fama de serem menos amigos dos gays, os estados do Meio-Oeste americano estão bem representados na medição demográfica de casais gays com crianças. E, fazendo jus à tendência geral, casais gays latinos têm mais crianças do que casais gays brancos.

Regnerus descobriu que as crianças do estudo raramente passaram suas infâncias inteiras nas casas de seus pais gays e seus parceiros. Apenas dois dos 175 sujeitos que declararam ter a mãe em um relacionamento lésbico passaram toda a sua infância com o casal, e nenhuma criança estudada passou toda sua infância com dois homens gays. 

Os números também caem bastante quanto ao tempo decorrido: por exemplo, 57% das crianças passaram mais do que 4 meses com mães lésbicas, mas apenas 23% passaram mais de 3 anos com elas. Isso é muito interessante, mas tem implicações sérias para o estudo – implicações sobre as quais voltarei a falar depois.

Por último, Mark Regnerus buscou responder se as crianças com pais em relacionamentos homossexuais experimentaram desvantagens quando comparadas com crianças criadas por seus pais biológicos. A resposta, contra o zeitgeist, parece ser um retumbante sim. 

Crianças com pais em relacionamentos homossexuais possuem baixo desempenho em quase todos os quesitos. Algumas dessas diferenças podem ser relativamente inofensivas – como em que presidente votaram na última eleição, por exemplo –, mas a maioria não é. 

Um déficit é particularmente preocupante: menos de 2% das crianças de famílias biológicas intactas sofreram algum tipo de abuso sexual, mas o número correspondente às crianças de casais homossexuais é de 23%. Igualmente perturbador é que 14% das crianças de casais homossexuais passaram algum tempo em abrigos temporários, comparado com 2% do total da população americana. Índices de prisão, contato com drogas e desemprego são bem maiores dentre filhos de casais homossexuais.

Contra fatos não há argumentos

Por mais eloquentes que sejam


O que podemos concluir disso? Bom, é aqui que a coisa se complica. Comparar filhos de pais homossexuais com o “padrão-ouro” – ou seja, pais biológicos que permaneceram casados – é problemático. 

Dado como o estudo foi feito, alguém poderia perguntar justamente se a questão não é tanto a comparação entre criação homossexual e criação heterossexual, mas entre instabilidade e estabilidade na infância. 

Por definição, qualquer filho de duas pessoas do mesmo sexo sentirá falta de pelo menos um de seus pais biológicos e provavelmente experimentará alguma instabilidade em mudar da díade biológica para qualquer arranjo que a substitua. 

E, como explicado acima, a maior parte dos sujeitos do estudo passaram apenas alguns anos com pais do mesmo sexo, o que torna provável que seu arranjo familiar mudou mais de uma vez e, assim, resultou em uma infância instável.

Ademais, dado que o estudo é um retrato de um período de tempo que precedeu a legalização do casamento homossexual (em alguns estados), alguém poderia especular que o estigma social teve seu papel nos dados de Regnerus, e que tal estigma terá um efeito menor em pesquisas futuras. 

De fato, poder-se-ia afirmar que o estudo de Regnerus poderia ser utilizado para justificar o casamento gay no sentido de que desaprovação social é casais gays não-casados gera a própria instabilidade que leva as crianças a passar por experiências negativas: o casamento de parceiros gays leva ao melhoramento da estabilidade familiar e, portanto, é benéfica para as crianças. 

Considero isso como um passo muito avançado – o alto índice de divórcio entre os gays não indica que casais homossexuais serão em breve um modelo de estabilidade –, mas pode merecer alguma reflexão.

Conclusão


O estudo de Regnerus é um sucesso na medida em que responde à questão fundamental se crianças educadas por casais homossexuais são diferentes: está claro que sim, e não é preciso uma opinião conservadora para ver que “diferentes” significa, quase sempre, “pior”. 

É discutível, todavia, se isso é culpa das famílias homossexuais ou da instabilidade. De fato, a maior conclusão do relatório não é de que famílias homossexuais sejam negativas, mas mais uma afirmação de que famílias biológicas intactas são incomparavelmente mais positivas. De modo simples, se você quer que seus filhos tenham uma vida melhor, você deveria tê-los dentro de um matrimônio e mantê-lo firme. Mas isso nós todos já sabíamos, afinal, a Bíblia sempre está com a razão.

Agora que o estudo cientifico do Professor Mark Regnerus está confirmado como válido, as suas conclusões têm que ser levadas em conta por quem realmente acha que o ambiente homoerótico é um ambiente saudável para o desenvolvimento normal duma criança.

A ciência claramente revela que esse ambiente não é benéfico para as crianças, mas as nossas elites, na sua sede de destruir a ordem social, continuarão a avançar com a sua agenda. Quem perde com isso são as crianças.

[Fonte: CACP]

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES - "CASTELO FORTE", MARTINHO LUTERO

Partitura original de "Ein' Fest Burg", com a assinatura de Marinho Lutero
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam... Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio" (Salmo 46:1-3;6-7).

Neste ano em que a Reforma Protestante completa 500 anos, escrever sobre a história e relembrar essa canção, além de um momento de abençoada nostalgia, nos desperta a atenção mais uma vez sobre o quão importante foi este momento para a história da trajetória da Igreja de Cristo nesta terra.

Eu ainda insisto em dizer que acho um absurdo que uma data tão importante para os cristãos como essa possa passar batido, praticamente ignorada por muitas denominações evangélicas, algumas delas, de bastante atuação na mídia. 

"Castelo Forte", ou, "Castelo Forte é o Nosso Deus", como também é conhecida, é mais que um clássico da música cristã. Composta por Martinho Lutero, a maravilhosa canção é considerada como o hino original da Reforma Protestante. É quase inacreditável, mas muitos crentes não conhecem a música (principalmente os mais jovens) e nunca sequer a ouviram, apesar de ela já ter recebido várias versões, conforme veremos abaixo.

Conhecendo a letra


  • Versão do Cantor Cristão - Hino 323

Castelo forte é nosso Deus,
Espada e bom escudo,
Com seu poder defende os seus,
Em todo transe agudo. 
 
Com fúria pertinaz,
Persegue Satanás,
Com artimanhas tais,
E astúcias tão cruéis,
Que iguais não há na terra. 
 
A nossa força nada faz,
Estamos ,sim perdidos;
Mas nosso Deus socorro traz,
E somos protegidos. 
 
Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha. 
 
Se nos quisessem devorar,
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados. 
 
O grande acusador,
Dos servos do Senhor,
Já condenado está;
Vencido cairá,
Por uma só palavra. 
 
Sim, que a palavra ficará,
Sabemos com certeza,
E nada nos assustará,
Com Cristo por defesa. 
 
Se temos de perder,
Os filhos,bens,mulher,
Embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu Reino.

Se você frequenta ou já frequentou alguma igreja cristã tradicional, provavelmente você já ouviu o hino "Castelo Forte", citado acima. O hino em questão foi escrito por ninguém mais ninguém menos que Martinho Lutero em torno do ano de 1529 e foi baseado no Salmo 46.


Acabou se tornando algo como um hino de guerra da Reforma Protestante e se encontra na maioria dos hinários utilizados nas igrejas: é o número 581 da Harpa Cristã, e o 323 do Cantor Cristão. Também já recebeu algumas versões mais, digamos, contemporâneas em ritmo de hard rock, de pop e até de rap.


  • Versão da banda de hard rock Magadã

Sobre o autor 


Martinho Lutero nasceu, viveu e morreu na região da Saxônia, uma das regiões que hoje formam a Alemanha. Em Eisleben, e viveu em cidades como Eisenach (na Turíngia, onde teria traduzido o Novo Testamento do latim para o alemão) e Wittenberg, cidade da catedral onde afixou as 95 teses que dariam início à Reforma. 

A influência musical luterana na história da música clássica 





  • Versão em estilo de música clássica

Conforme a Reforma se propagou por diversos países da Europa, inclusive no Leste Europeu, um homem chamado Veit Bach, na Hungria, teria se tornado luterano e devido à perseguição sofrida pelo Sacro Império Germânico, teria se mudado para a Turíngia (região ligada à Saxônia). Veit Bach era um reconhecido padeiro e músico amador, tocava cítara, e foi o pai da mais importante dinastia familiar de músicos do mundo ocidental: os Bach.


Cerca de dois séculos após Martinho Lutero (mais precisamente em 1685), nasce em Eisenach, na Turíngia, Johann Sebastian Bach, o mais célebre compositor desta família, tido por alguns como o maior de toda a música ocidental.

Bach realmente trata-se de personalidade sem igual na história da música, com extensa obra, considerada atemporal e, até hoje, é repertório obrigatório na maioria das salas de concerto do mundo. Bach, assim como seus ascedentes, era luterano e foi o organista principal de catedrais de diversas cidades na região da Saxônia.

Entre os anos de 1727 e 1731, Bach compôs uma cantata coral em provável comemoração ao bicentenário da Confissão de Augsburgo (ainda que aparentemente a cantata só tenha sido apresentada algum tempo depois).

A Confissão de Augsburg foi uma espécie de documento formal realizado pelos primeiros reformadores luteranos a fim de apresentá-la ao imperador do Sacro Império Germânico, Carlos V, e se tornou como uma profissão de fé. A cantata inclui em sua melodia a própria descrita acima, de Martinho Lutero, tornando-se portanto uma bela homenagem à Reforma e ao próprio reformador.

Passado mais um século, próximo ao 300º aniversário da igreja reformada, um compositor romântico muito conhecido, produz uma Sinfonia chamada "A Reforma". Esse compositor é Felix Mendelsson-Bartholdy. Mendelssohn vinha de uma família judia alemã que teria se convertido ao cristianismo (tendo sido batizado em uma Igreja Reformada).

Nasceu em Hamburgo e faleceu em Leipzig, na Saxônia. Mendelssohn, um prodígio desde criança foi um dos responsáveis pelo "ressurgimento" da obra de Bach no século XIX, tendo sido grande admirador deste, pois Bach, apesar de ter sido um músico de relativo sucesso durante a sua vida, só se tornou realmente reconhecido e tido como um dos maiores compositores de todos os tempos a partir do século XIX.

Em sua sinfonia, no último movimento, Mendelssohn inclui, nada mais nada menos, que a melodia do hino de Lutero citado e tão famoso. Claro que a melodia tinha todo o sentido dentro da obra, mas também foi considerada uma espécie de homenagem ao próprio Bach.

Apesar de a obra não ter ficado pronta a tempo de ser executada nas comemorações do terceiro século da Confissão de Augsburg e, segundo alguns, o próprio Mendelssohn teria se declarado não totalmente satisfeito com o resultado final da obra, esta sinfonia é hoje muito mais conhecida que no tempo em que foi composta e é um marco para a Reforma Protestante. 



Mais que um clássico


O hino "Ein' feste Burg ist unser Gott" ("Castelo Forte" ou "Fortaleza Poderosa") é um dos mais importantes hinos da história do Cristianismo. Foi considerado pelo poeta Christian Johann Heirich Heine (★1797-✞1856) como a "Marselhesa da Reforma", numa alusão ao hino nacional francês.

Segundo Heine, esse foi composto por Lutero por volta de 1521, por ocasião de sua convocação para a Dieta de Worms. Essa assembleia foi convocada pelo imperador alemão Carlos V para os dias 27 de janeiro a 25 de maio de 1521 e, dentre outros assuntos, trataria da polêmica em torno dos ensinos do reformador.

Havia o perigo de que Lutero fosse condenado após a Dieta, e acabasse na fogueira como John Huss cerca de cem anos antes. Na preparação para a assembleia, Lutero, autor de trinta e sete hinos, teria composto "Castelo Forte", baseado no Salmo 46, que se inicia assim: 
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza". 
Conta-se que Lutero cantou este hino quando avistou as torres das igrejas em Worms, também em 1523, quando soube que dois jovens haviam sido queimados em Bruxelas por seguirem doutrinas da Reforma Protestante; e em 1527, ao saber da execução do seu amigo Leonhard Kaiser.

A qualidade musical de "Castelo Forte" é atestada pelo uso que se fez da obra no decurso da história. John Sebastian Bach (1685-1750) a usou para criar a sua cantata em homenagem à Reforma. Por sua vez, o compositor Felix Mendelssohn (1809-1847) usou o hino na Sinfonia nº 5, intitulada "A Reforma", conforme já dito, considerada por alguns como uma obra-prima. Outros músicos importantes como Giacomo Meyerbeer (1791-1864), Wagner (1813-1883) e Strauss (1864-1949) também utilizaram o hino de Lutero em suas composições. 

No Brasil, hino foi introduzido no hinário batista "Cantor Cristão", hino 523, e posteriormente no hinário utilizado pelas Assembleias de Deus "Harpa Cristã", hino 581. Foi também gravado pelo grupo Vencedores por Cristo, no álbum "Louvor VIII".

Conclusão



  • Versão do grupo Vencedores Por Cristo, gravado em 1994
Alguém pode se perguntar se Martinho Lutero tinha ideia da repercussão que suas ações teriam na Igreja Cristã como um todo, ao longo de tantos séculos, ou mais especificamente, se ele tinha ideia que uma melodia relativamente simples, mas tão poderosa, pudesse vencer o tempo e marcar a história da música ocidental, ou ainda os nossos hinários cristãos. 

Provavelmente ele não poderia deslumbrar esse alcance. Mas o fato de ter realizado, mostra que diante de tudo que era mostrado para ele, ele decidiu realizar. E mesmo diante do medo da morte e das retaliações, ele escolher confiar no seu Castelo Forte.

Segue abaixo a letra original de "Castelo Forte", traduzido do alemão: 

Uma poderosa fortaleza é o nosso Deus,
Boa defesa e armas de ataque;
Ele nos ajuda a libertar de toda a angústi
Que a nós tem agora afetado. 
O velho inimigo, o mal,
Agora significa desgraça mortal,
Ele tem poder grande e é muito esperto,
Sua defesa é cruel,
Na Terra não há igual. 
Com o nosso poder nada pode ser feito,
Estamos muito perto de perder;
Mas, há um Homem certo para esta disputa,
A quem o próprio Deus elegeu.
Pergunta você: “Quem é este?”
Seu nome é Jesus Cristo,
O Senhor dos Exércitos. 
E não há nenhum outro Deus,
Ele manterá o campo.
E Se o mundo estiver cheio de demônios
Que nos querem devorar,
Não tenhamos, portanto, tanto medo;
Teremos sucesso ainda.  
O príncipe deste mundo,
Quão terrível se faz,
Porém ele não poderá fazer nada,
Pois já está julgado,
E uma pequena palavra pode derrubá-lo. 
A Palavra ainda ficará,
Permaneçamos grato por ela;
E Ele estará a vontade sobre a situação,
Com Seus dons e o Espírito.  
Que levem o nosso corpo,
Os bens, a fama, crianças e esposa;
Pois embora tudo isso vá,
Eles não têm nada a ganhar,
Mas o Reino será nosso.

A Deus toda glória. 
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