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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

FILMES QUE EU VI - 36: "CARRIE, A ESTRANHA"'76


A adolescência continua sendo uma das fases mais fortes da existência humana. A descoberta de um mundo maior, novas sensações, novos desejos… tudo fica diferente neste momento da vida. O corpo muda, as percepções mudam, descobre-se o sexo, os desejos, o amor, as dificuldades de se relacionar… quando criança, bastava brincar e tudo estava resolvido.

Como jovem, parece que nada basta, tudo é confuso, complicado, difícil… mas, ao mesmo tempo, tudo parece fácil, descomplicado e fascinante. O jovem descobre as coisas com a curiosidade de uma criança e com a falta de responsabilidade do adulto — uma descontração e, ao mesmo tempo, uma angústia que dificilmente podem ser repetidas. Todos esses complexos elementos na vida do adolescente estão presentes no enrendo desse filme sensacional, um clássico dos filmes de terror. E, por favor, estou me referindo ao original de 1976 e não terrível versão feita para televisão em 2002 e muito menos ainda do horrível remake de 2013.


Das páginas para a telona


“Carrie” (o livro) é considerado o primeiro romance do americano Stephen King, lançado em 1974 e que, dois anos depois, chegou aos cinemas sua versão, que ganhou o título no Brasil de “Carrie, a estranha”, dirigido por Brian De Palma. 

A produção catapultou o trabalho e a carreira dos seus envolvidos, incluindo De Palma, que mais tarde realizaria outros sucessos comerciais e de crítica, como “A fúria” (1978), “Vestida para matar” (1980), “Scarface” (1983), “Missão Impossível”, “Os intocáveis” (2011), não fazendo nada digno de nota depois e tentando retomar sua carreira do ostracismo com “A Dália Negra” (2006), algo impensável para alguém que já foi considerado por muitos um discípulo e sucessor de Alfred Hitchcock.


A história do filme

Estrelas ascendentes


Para estabelecer o êxito de “Carrie, a estranha” como filme, se faz necessário salientar outros dois dos seus maiores méritos: as duas atrizes principais, Piper Laurie e Sissy Spacek. E é em virtude da qualidade do trabalho das duas, indicadas ao Oscar, que o filme mantém seu poder intocável. Laurie, hoje dona de mais de cem atuações, três indicações ao Oscar, sete outros prêmios e outras tantas nomeações em sua carreira, encarna com perfeição toda a neurose doentia da mãe de Carrie.

Religiosa fanática, quase psicótica, a ponto de trancafiar a filha dentro de um quarto escuro e a forçar a rezar para livrá-la dos pecados que supostamente a rondam, Laurie encarna todos os detalhes de sua personagem: desde o timbre de voz até o gestual nervoso, passando por seus cabelos desgrenhados e dando um tratamento quase de bruxa, exageradamente, em contraponto a imagem sensível e frágil imposta por Sissy para Carrie.

Sissy Spacek (de “Entre quatro paredes” 2002, “Terra Fria” 2005, “Histórias Cruzadas” 2011), aliás, não estava cotada para o papel de Carrie, ganhando-o após uma audiência em que teria impressionado Brian De Palma com seu desempenho. Spacek é simplesmente perfeita como Carrie, passando toda a loucura e piração da personagem desde o primeiro momento em cena, até sua expressão de dor, sofrimento, vingança e ódio da etapa final do filme. 

Carrie é o resultado de abusos psicológicos da mãe, e foi o papel que a lançaria como a grande atriz, que, mais tarde, colecionaria merecidamente quatro indicações ao Bafta, seis indicações ao Globo de Ouro, seis indicações ao Oscar e um prêmio deste, por “O destino mudou sua vida” (1980). O elenco ainda tem um jovem John Travolta (que em seguida emplacaria o clássico dançante “Os Embalos de Sábado à Noite” 1978), a então jovem Amy Irving, ex-mulher de Steven Spielberg, e cuja carreira não decolou; e outra atriz conhecida do público por “Robocop” (1987), Nancy Allen, desaparecida das produções cinematográficas.

A marca registrada de Brian De Palma


Em contrapartida, De Palma cria a tensão necessária até a cena chave da produção: a sequência do baile. Ele não tem pressa em desenvolver a relação entre mãe e filha, mostrando as mudanças sutis em relação à Carrie e o seu amadurecimento. 

Carrie passa a entender o que está ocorrendo com ela e passa a enfrentar a mãe, incorporando os problemas da fase de autoafirmação de todo adolescente comum. O espectador parece saber antecipadamente o que vai acontecer com ela — ela será humilhada mais uma vez — e consegue tolerar o fato — fantasia, aliás — de que a menina tem poderes telecinéticos.

Isso porque “Carrie...” é, antes de um filme de suspense, uma fábula sombria sobre o amadurecimento e sobre o descobrimento sexual: 
  • ela menstrua e não tem consciência do que acontece com seu corpo e se desperta para a paixão; 
uma metáfora sobre diferenças: 
  • ela não se enturma, é esnobada pelos outros, vítima de bullyng (quando esse termo ainda “não estava na moda” o que, aliás, ajuda a manter o filme atualíssimo), incompreendida, “estranha”. 
Há uma angústia em torno dela, uma sensação de despertencimento: 
  • ela justifica para a mãe que há outros iguais a ela e que ela não está sozinha. 
E há uma busca por uma identidade tanto sexual quanto feminina —, algo visto em menor escala, mais recentemente, no filme “Cisne Negro” (2010), com Natalie Portman — que é rigorosamente bloqueada pela influência de sua mãe neurótica.

Por trás deste verniz, De Palma amplia o cuidado em relação à sequência do baile, em que no começo tudo parece brilhante, doce e perfeito como um sonho de Carrie, para depois arder nas chamas do inferno, com Carrie se vingando enquanto o público, como almas, correm do fogo desse limbo de um lado para outro. 

E a câmera do diretor se divide, mostrando momentos diferentes da ação, antes de entrar numa espécie de transe feito em câmera lenta, em que o terror se aproxima da menina e não há nada que se possa fazer para evitar. Spacek, molhada por “sangue suíno”, dá um show. Ela imprime a sua Carrie sua violenta vingança contra todos os que a humilharam como se encarnasse ali a realização pessoal de todos os que passaram por situações humilhantes e que tiveram seus sonhos arruinados.

De Palma também não poupa o espectador de seu senso irônico. Ele elimina uma personagem que é realmente “bom” para Carrie — a professora — o que subverte algo comum em filmes do gênero, no qual personagens bons acabam sobrando no final, mas não pune a personagem arrependida (Sue) que indiretamente contribuiu para o seu martírio final. 

Também encarna seu subtexto religioso e sexual na imagem da mãe de Carrie como se estivesse crucificada, presa por facas atiradas pela menina, em que geme como que de prazer antes da morte, transfigurando a imagem do boneco com igual aparência. Sexo e religião parecem caminhar juntos em Carrie, e igualmente parecem expor o impacto que vem da nocividade de sua descoberta e de seus exageros — como na cena em que sua mãe revela a menina um tipo de estupro no matrimônio, do qual Carrie é fruto. 

Por fim, a sequência da casa se destruindo no final dá o toque metafísico e dúbio ao filme, deixando ao espectador que tire suas próprias conclusões sobre o destino da menina.

Sinopse

“O pecado nunca morre”


Carry White (Sissy Spacek) é uma jovem que não faz amigos em virtude de morar em quase total isolamento com Margareth (Piper Laurie), sua mãe e uma pregadora religiosa cada vez mais ensandecida. 

Carrie foi menosprezada pelas colegas num incidente, sua professora fica espantada pela sua falta de informação e Sue Snell (Amy Irving), uma das alunas que zombaram dela, fica arrependida e pede a Tommy Ross (William Katt), seu namorado e um aluno muito popular, para que convide Carrie para um baile no colégio. Mas Chris Hargenson (Nancy Allen), uma aluna que foi proibida de ir festa, prepara uma terrível armadilha para deixar Carrie ridicularizada em público…

Numa das cenas mais poéticas e selvagens da história do cinema, Carrie menstrua pela primeira vez no chuveiro do vestiário da escola: a câmera lenta mostra seu banho, unindo a queda da água do chuveiro com o escorrer do sangue nas suas pernas, a surpresa de Carrie pelo que ocorreu e, imediatamente depois, o seu terror por não saber do que se tratava. Desesperada, ela tenta procurar ajuda de suas colegas que, por sua vez, a humilham. Voltando para casa, é repreendida pela mãe — agora ela possuía o pecado de ser mulher.

Com remorsos pelo que aconteceu, uma de suas colegas, Sue (Amy Irving, que viria a ser a futura mulher de Steven Spielberg) decide fazer com que seu namorado, Tommy (William Katt), um dos rapazes mais disputados pelas garotas na escola, leve Carrie no baile de formatura. Neste ínterim, a professora de educação física suspende Chris (Nancy Allen) no baile que, junto com seu namorado (John Travolta antes do sucesso espetacular de “Os Embalos...”), prepara para vingar-se de Carrie.

Carrie, dominando melhor os seus poderes, impõe sua vontade à sua mãe, indo no baile com Tommy. No baile, o casal é eleito como o rei e a rainha da festa e, na hora da premiação, são banhados com um balde cheio de sangue de porco — a vingança de Chris concretiza-se. Segue-se então uma das sequências mais violentas da década de 70: Carrie, sentindo-se humilhada, usa seus poderes paranormais e destrói a escola e a cidade, matando quase todos que estão na sua frente — o uso do efeito tridimensional, ou seja, várias telas se abrindo e mostrando várias coisas acontecendo ao mesmo tempo para o espectador foi excepcionalmente utilizado. Voltando para sua casa, tem de enfrentar sua mãe, em outra sequência espetacular de suspense, terror e violência.


Um terror inteligente que, mais do que nos assustar, nos faz pensar


O que se segue mexe com nossos sentimentos. Inicialmente, torcemos para que as coisas deem certo para ela, e que tudo termine bem. Mas as coisas dão errado, e ficamos com raiva. E então tristeza, por saber que aquela personagem simpática e que merecia ter uma vida maravilhosa segue por um caminho sem volta e, por vingança, torna-se uma fria assassina telecinética. 

Por fim, resta a culpa, porque mesmo enquanto vemos Carrie matando, queimando e eletrocutando os alunos do colégio pensamos (inevitavelmente) que eles estão recebendo aquilo que mereciam. A vingança é um dos sentimentos mais profundos e enraizados na natureza humana e não é fácil evitá-la, principalmente porque ela pode facilmente ser confundida com justiça.

Conclusão


Criticado na época por seu excesso de violência, o filme apresentou muito mais do que devastação e sangue (foi utilizado xarope nestas cenas): a fragilidade e os elevados poderes de Carrie foram magistralmente retratados, criando a tensão necessária para prender o espectador por todo o filme. O enredo vai crescendo de tal maneira que fez com que a “resposta” da personagem, “esmagada” por sua mãe e por todos à sua volta, tivesse sentido.

O final acrescentado ao filme (Sue, a única sobrevivente, sonha que uma mão sai da cova de Carrie e a agarra) é diferente do livro de Stephen King, chegando a assustar o próprio, que não o conhecia até a exibição do filme.

O filme tornou-se memorável por causa desses elementos, construídos magistralmente por Stephen King e conduzidos habilmente pelo diretor Brian De Palma. A história, ainda que simples, constrói um personagem crível, que convence o público de que suas ações são corretas jogando com regras básicas da natureza humana. Podemos não concordar com as ações de Carrie, mas no fim somos plenamente solidárias às atitudes dela, pois se tivéssemos poderes telecinéticos provavelmente seguiríamos pelo mesmo caminho.

É inegável que “Carrie, a estranha” envelheceu. Ao ser visto hoje, seus efeitos mecânicos soam ridículos e é impossível não despertar risos involuntários com a cena do acidente do carro ou da própria casa se desintegrando. Contudo, a notável habilidade de De Palma em conduzir uma narrativa que não possui muitas surpresas — mas pede agilidade —, e a atuação de seu elenco principal, continuam impecáveis e seguram o espectador do início ao fim. E, em se tratando de um filme de um diretor como ele, cujo talento faz falta no cinema, “Carrie, a estranha” merece seu lugar de destaque na galeria de clássicos.

Um remake que não vale a pena ser visto


Fazer um remake onde o primeiro filme faz tanto sucesso assim é algo arriscado. O público conhece bem a história e, obviamente, os jovens da época da versão original ainda lembram bem da história. Logo, ser julgado com um filme absolutamente novo como este é completamente normal.

Em primeiro lugar, para não ser injusto com esta nova versão do filme, não vou compará-lo com a obra de De Palma. Considerando o filme como uma obra em si, vamos nos ater ao que o novo “Carrie...” apresenta para esta geração.

Bem, temos aqui a dupla Chloë Grace Moretz e Juliane Moore, interpretando respectivamente Carrie White e sua mãe. O fanatismo religioso da mãe ao lado da atribulada relação superprotetora de Carrie são o ponto alto e o único ponto positivo do filme.

Considerando que a gravidez de Carrie foi indesejada e que sua mãe comparou o bebê a um câncer, logo a gente percebe que Carrie não teria uma vida normal. E não podendo mais estudar só em casa, Carrie acaba indo estudar em uma escola normal, onde tem que lidar com o comportamento selvagem das turmas de colégio.

E como Carrie aparentemente nunca estudou Ciências, Biologia ou Anatomia do Corpo Humano até o ano de sua formatura, ela não sabia que as mulheres menstruam em uma certa idade. Isso acaba criando uma situação constrangedora para ela ao sofrer bullying no vestiário feminino ao achar que está tendo uma hemorragia interna. E não satisfeitas com a humilhação de Carrie, uma das garotas ainda filma a provocação e coloca no YouTube.

Sim, isso significa que esta história se passa nos dias atuais onde o comportamento dos jovens parece mais cruel, banal e superficial do que antes. Felizmente ainda existe justiça no mundo, mesmo que seja através de professores de Educação Física, fazendo com que a culpada pelo bullying de Carrie seja punida sem ir ao baile de formatura da escola. Mas como a inveja é uma merda e o roteiro caminha para isso, é claro que rolará uma vingança logo mais no filme.

Neste meio tempo, Carrie vai descobrindo melhor seus poderes telecinéticos que se manifestaram após o seu desabrochar como mulher. Uma metáfora tão caída e óbvia que não precisava ter sido feita pela mesma diretora que fez o aclamado “Meninos Não Choram” (1999). Se bem que pela filmografia esparsa dela, vai se saber por qual motivo os produtores optaram por chamar Kimberly Peirce para a direção deste filme.

Enfim, com a ajuda de alguns livros sobre Telecinese e uma pesquisa no Google sobre “Poderes Mágicos”, a personagem de Chloë Moretz rapidamente domina seus dotes e passa a agir como uma jovem Jean Grey. No entanto, por ser insegura, tímida e parecendo uma Nerso da Capitinga com super-poderes, Carrie não nos convence daquilo que está acontecendo.

Enquanto isso, Juliane Moore dá um show de interpretação como a figura dramática e obcecada por uma religião punitiva, que a faz até se arranhar e mutilar por pensamentos que considera pecaminosos e inventar passagens que não existem na Bíblia. Todo esse fundamentalismo religioso acaba castigando Carrie também, que é obrigada a ficar em um quartinho escuro sempre que desobedece ordens.

O que era para ser um filme de terror vira na primeira metade um drama adolescente e na segunda parte um filme de ação com muitas explosões e pouco sentimento. Chega ao ponto que você não se importa mais em saber quem vai morrer ou sobreviver após a catarse de sangue no baile. Tudo é tão fútil que se assemelha a um reality-show da MTV sem um pingo de ousadia ou criatividade.

Resumindo: Resista à curiosidade e não veja esta nova versão de Carrie. Vai acabar (como eu)  se arrependendo ou querendo se cortar todo pra se expiar pelo pecado de ter visto.

Ficha Técnica
  • Título Original: Carrie
  • Ano do lançamento: 1976
  • Origem: EUA
  • Gênero: Fantasia, Drama, Terror, Suspense, Romance
  • Direção: Brian De Palma
  • Roteiro: Lawrence D. Cohen, Mario Tosi, Rosanna Norton, Stephen King
  • Produção: Paul Monash
  • Elenco: Sissy Spacek, Piper Laurie, Amy Irving, William Katt, John Travolta, Nancy Allen, Betty Buckley, P.J. Soles, Priscilla Pointer, Sydney Lassick, Stefan Gierasch, Michael Talbott
Prêmios 
  • Oscar — Indicação: Melhor Atriz, Sissy Spacek e Atriz Coadjuvante, Piper Laurie
  • Globo de Ouro — Indicação: Atriz Coadjuvante, Piper Laurie
A Deus toda glória.

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E nem 1% religioso.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

AS CATÁSTROFES NATURAIS SÃO SINAIS DA VOLTA DE CRISTO?


“E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas [...]” (Mateus 24:3).
Para que a Igreja não seja apanhada de surpresa, Jesus revelou alguns sinais que devem anteceder a sua vinda. Vejamos:
3 — “E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?  
4 — E Jesus, respondendo, disse-lhes: 'Acautelai-vos, que ninguém vos engane,  
5 — porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.  
6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.  
7 — Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.  
8 Mas todas essas coisas são o princípio das dores.  
11 — E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.  
12 — E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.  
13 — Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.  
14 E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim' (Mateus 24:3-8,11-14, grifos e ênfase acrescentados). 
O século 20, talvez mais do que todos os outros, experimentou profundas mudanças em todas as áreas. Muitos desses acontecimentos são de enorme significado para a Igreja. Olhar a história recente é ver o desenrolar do plano divino através dos séculos, é atentar para os sinais dos tempos e a eminente Volta de Jesus, é colocar-se em guarda para aquilo que virá.

No mês do 16º aniversário dos atentados terroristas contra o World Trade Center, que no dia 11 de setembro de 2001 matou 2.753 pessoas, aterrorizando todo o mundo e mudando a história dos EUA, um dos maiores e o mais importante país das Américas é assolado por várias catástrofes naturais. 

São terremotos e furacões que estão levando medo, morte e destruição ao país liderado pelo polêmico Donald Trump. E foi só começar a divulgação desses desastres nos EUA para começarem as especulações sobre serem eles os sinais da volta de Jesus. E ainda tem aqueles mais “ousados” que ainda vão mais longe: arriscam previsões sobre a volta de Cristo. Mas o que será mesmo que dizem as Escrituras? 

Análise bíblica: texto e contexto 


Precisamos lembrar três coisas ditas no Novo Testamento quando o assunto é a volta de Jesus. 

Primeiramente, a Bíblia diz: 
“...daquele dia e hora ninguém sabe” (24:36). 
Ninguém quer dizer NINGUÉM. Qualquer tentativa de prever não passará de soberba e heresia, loucura e engano. Todos os que tentaram predizer a data da vinda do Senhor ou do fim do mundo caíram em vergonha e descrédito porque a afirmação de Jesus é inconfundível. 

Em segundo lugar, a Bíblia diz: 
“Não estais em trevas para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda” (1 Tessalonicenses 5:4). 
Apesar de não saber dia e hora, isso não significa que estamos distraídos e que a volta de Jesus, bem como seus resultados seja uma surpresa para nós. Se somos cristãos atentos, então estamos preparados para esse momento. 

E, por fim, ainda um terceiro versículo: 
“Compreendeis a face dos céus e não sabeis discernir os sinais dos tempos?” (Mt 16:3). 
Há sinais indicando que a volta de Jesus e a consumação de todas as coisas está próxima. Estão acontecendo coisas importantes que não podem ser ignoradas. Considerá-las fatos corriqueiros da vida pode ser considerado uma enorme falta de discernimento. Porém há que se ter equilíbrio e não ficar “viajando na maionese”

Neste artigo estudaremos acerca dos sinais que antecedem a volta do Senhor Jesus. A segunda vinda de Cristo, e o fim de todas as coisas, parece algo fictício e inconcebível para aqueles que não creem em Deus. 

Mas, seguramente se cumprirá, pois Jesus assegurou que os céus e a terra passarão, mas suas palavras não hão de passar (Mt 24:35). A Igreja deve estar alerta, pois o retorno de Cristo está mais perto do que podemos imaginar. Como afirmar que sua volta é iminente? Mediante os sinais que evidenciam esse grande acontecimento escatológico. Estejamos atentos a cada sinal.


I. Sinais da vida da Igreja


Jesus virá buscar todos os que amam a sua vinda (2 Timóteo 4:8), porém é preciso cuidado para não confundir o arrebatamento da Igreja com a sua vinda em glória (segunda fase), quando Ele virá com os santos e com os anjos trazendo juízo contra todos os ímpios (Jd 14-16; 2 Ts 1:7; Apocalipse 19:14).

Os falsos cristos e falsos profetas


O crente deve estar vigilante, pois um dos sinais da vinda de Jesus são os falsos cristos e os falsos profetas. Para não sermos enganados, precisamos conhecer a Palavra de Deus. Não negligencie o estudo bíblico, leia e medite na Palavra de Deus, pois ela é um escudo protetor contra os falsos ensinos e contra tudo que não procede de Deus. 

Os falsos cristos e falsos profetas costumam ter grande eloquência, carisma e boa argumentação, por isso, Jesus alertou a respeito da vigilância e do discernimento: 
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: 'Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos'” (Mt 24:4,5).

Apostasia 


Você sabe o que significa apostasia? Apostasia significa “desvio”, “afastamento”. Quer dizer “abandono premeditado e consciente da fé cristã”. O aumento da apostasia é um sinal que evidencia a segunda vinda de Jesus (2 Ts 2:3). O apóstolo Paulo alertou a Igreja quanto ao perigo da apostasia: 
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4:1). 
No Antigo Testamento vemos que por muitas vezes os israelitas apostataram-se abandonando ao Senhor e a sua Lei, mas eles receberam a recompensa por se desviarem do Senhor. Jesus voltará e julgará os apóstatas, dando-lhes a recompensa que merecem. Para Deus a apostasia é sempre vista como um “adultério espiritual”.

“Doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1)


Os falsos mestres e os seus ensinos eram e ainda continuam sendo uma ameaça para Igreja e para a fé cristã. Atualmente muitos estão se deixando seduzir por doutrinas de demônios. Estes deturpam as Escrituras Sagradas e acabam por aceitar o erro, como por exemplo, a “Confissão Positiva”, a “Teologia da Prosperidade”, o “Culto aos Anjos” e muitas crendices e misticismos que corrompem a sã doutrina. Sabemos que Satanás é enganador. Ele procura, de todas as formas, iludir os crentes a fim de que abandonem a fé verdadeira, por isso, precisamos estar vigilantes. 

Muitos que se dizem crentes já estão aceitando e até legislando em favor do aborto, da homossexualidade, da disfunção familiar, etc. Deus abomina o pecado e sem santificação ninguém poderá ver o Senhor (Hebreus 12:14). Atualmente temos visto o “evangelho do entretenimento”, que agrada a muitos, levando-os a uma vida sem compromisso com Jesus e sem santificação (1 Pedro 1:15). 

Por não conhecerem a Palavra de Deus e não viverem segundo ela, muitos acabam sendo levados pela apostasia moral.Perseguição aos crentes. Ao falar a respeito dos tempos do fim, Jesus previu grandes perseguições aos seus discípulos (Mt 24:9). Os cristãos do primeiro século foram perseguidos e muitos perderam a sua vida por amor a Cristo. 

Atualmente, em muitas nações, há uma perseguição mais velada, mas os cristãos continuam sendo alvo de perseguições. Quantos nas universidades não são perseguidos e se tornam alvo de chacota por declararem sua fé em Cristo? Nenhuma outra religião tem tantos fiéis mortos quanto o cristianismo. Mas há uma promessa para os que forem fiéis na tribulação (5:11,12). 

Em algumas nações a perseguição não é velada, mas torna-se bem explícita, como por exemplo, na Síria, na Coreia do Norte, na China e em países do norte da África. Segundo a missão Portas Abertas, que trabalha com a Igreja Perseguida, recentemente na Síria “dezenas de cristãos foram sequestrados por combatentes do Estado Islâmico”.

II. Sinais nos céus da vinda de Cristo


Sinais do céu. Jesus alertou que antes de sua vinda haveria vários sinais, como por exemplo, “grandes terremotos e fomes, pestilências, coisas espantosas e grandes sinais do céu” (Lucas 21:11). Notemos que o texto diz “sinais do céu” e não sinais “no céu”. Não devemos especular e muito menos ensinar sobre assuntos que não estão revelados na Palavra de Deus. 

Não sabemos que sinais serão estes nos céus, pois as Escrituras não revelam, porém sabemos que eles trarão espanto a todos que o virem, mostrando que serão algo jamais visto pelo homem. Jesus fala de sinais e não de datas. Jesus fala de sinais que antecedem a sua volta, mas em momento algum Ele fala a respeito de datas. O Mestre também deixou claro que estes sinais são parte do plano de Deus, todavia quando eles acontecerem, o fim não será logo.

III. Guerras, conflitos e terremotos

Guerras e conflitos 


Jesus falou a respeito de guerras e conflitos entre as nações como um dos sinais de sua volta. O Mestre alertou que se levantará nação contra nação, e reino contra reino (Mt 24:7). Não é o que temos visto ao longo do tempo? O mundo já sofreu com duas grandes guerras (a Primeira e a Segunda Guerra Mundial). Milhares de pessoas inocentes foram mortas. 

As guerras e os conflitos continuam sendo constantes em nosso planeta. Atualmente temos visto também a ameaça do terrorismo, que é também um tipo de guerra. Os vários atentados terroristas ao redor do mundo têm causado a morte de vários inocentes. Há pouco tempo vimos a Europa, em especial a França, sendo palco de ataques de extremistas islâmicos. Estes espalham o medo e a violência ao redor do mundo. 

Recentemente, alguns que pertencem a ala dos extremistas efetuaram atentados terroristas, na França, na Tunísia e no Kuwait, matando dezenas de pessoas. O grupo extremista que atua no norte da Nigéria, o Boko Haran, tem como um dos seus alvos a destruição da fé cristã.

Terremotos 


Segundo alguns geólogos, o número de terremotos tem aumentado assustadoramente nos últimos 20 anos. De acordo com a United States Geological Survey, dos EUA, “entre 2000 e 2010, aconteceram mais de 200.000 terremotos”. Destes, somente 100.000 são percebidos. A maior parte dos tremores ocorre em escalas imperceptíveis ao ser humano.

Conclusão


Os sinais que prenunciam a volta de Jesus estão se cumprindo a cada dia. A apostasia tem se evidenciado, no meio de igrejas evangélicas, a ponto de a Bíblia não ser mais referência para a conduta de muitos que se dizem cristãos. Na natureza, há fenômenos que indicam o cumprimento das previsões apocalípticas. Na vida moral, certamente, há o maior grau de fatos que comprovam o aumento da iniquidade humana. Mas a Igreja de Jesus Cristo deve continuar em oração e vigilância como “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3:15), aguardando em santificação a volta de Jesus. 

Em face dessas perspectivas é fácil perceber o quão perto estamos da volta do Senhor. Sendo assim, nosso Maranata! precisa ficar cada vez mais alto e intenso. Nosso anseio e nossa preocupação pela volta de Jesus deve se manifestar cada vez mais em nosso viver diário. Clamemos, irmãos e amigos do Blog: Ora vem Senhor Jesus! (Ap 22:20).⁠⁠⁠⁠
A Deus toda glória.
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sábado, 9 de setembro de 2017

EPÍSTOLAS PASTORAIS - 4) PASTORES E DIÁCONOS

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1 Tm 3:2).

Os pastores e os diáconos são líderes, escolhidos por Deus, através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja local.
1Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 — Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 
3 — não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;  
4 — que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia. 
8 — Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 
9 — guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 
10 — E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 
11 — Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12 — Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas.
13 — Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus (1 Timóteo 3:1-4,8-13).
No artigo de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diáconos. A palavra grega usada para bispo no capítulo três de 1 Timóteo é episkopos. Esta mesma palavra é utilizada como sinônimo de presbítero e ancião. Paulo mostra que aqueles que desejam o episcopado, excelente obra desejam. 

Porém, logo a seguir ele apresenta as qualificações morais e espirituais que este ministério exige. Paulo relaciona quinze qualificações que podem ser vistas dos versículos 2 a 7 do capítulo três. Estas qualificações não são obtidas nos seminários ou nos bancos das universidades, mas são resultados de um caráter transformado e regenerado pelo Senhor Jesus. O líder é alguém que influencia as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. É necessário que ele tenha uma vida ilibada e esteja disposto a servir, pois ser líder é acima de tudo ser servo.

Paulo dá início ao capítulo três da Primeira Epístola de Timóteo, falando a respeito do trabalho pastoral. Ser pastor não é abraçar uma profissão, mas um ministério divino cuja função primordial é cuidar das ovelhas do Senhor. Nenhum pastor tem condições de cuidar do rebanho sozinho. São necessários ajudantes, por isso, neste mesmo capítulo, o apóstolo Paulo fala a respeito do diaconato.

Na lição de hoje estudaremos a respeito do pastorado e do diaconato, duas funções de extrema importância para o crescimento do Reino de Deus.

I. Quem deseja o episcopado


1. “Excelente obra deseja”. “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (v.1). 

Em sua carta a Timóteo, Paulo assevera que almejar o episcopado, ou seja, o pastorado é aspirar uma obra excelente. Contudo, é importante ressaltar que a função pastoral não é uma profissão ou um meio para ascender social e economicamente.

2. A chamada

O ministério pastoral vem de Deus. É Ele que escolhe. Muitos são escolhidos e separados apenas pelos homens, mas não por Deus. Paulo afirma que foi chamado pelo Senhor desde o ventre de sua mãe (Gálatas 1:15). Deus também vocacionou Jeremias para ser profeta antes do seu nascimento (1:5). Quem é chamado não só tem a convicção do convite, mas apresenta um perfil que agrada a Deus.

3. O preparo

Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos. O pastor precisa ter conhecimento bíblico (o que deve saber), teológico e habilidades ministeriais (o que deve ser capaz de fazer). Seu preparo não termina quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados após algum tempo de aprendizado com Jesus (Marcos 6:7; Mateus 10:16; Lucas 10:1). 

O exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado, já possuía o conhecimento da Lei, pois teve como professor o renomado Gamaliel, mas partiu para a Arábia e ali ficou três anos se preparando para exercer seu ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18). Paulo foi enviado pelo Espírito Santo (Atos 13:4).

II. Qualificações e atribuições dos pastores e diáconos (3:1-13)


1. Atribuições dos pastores (vv.1-7)

Os que almejam o pastorado necessitam conhecer as atribuições e qualificações que tal atividade exige. Na hora da escolha de um candidato ao santo ministério da Palavra, o líder e a igreja de um modo geral precisam ver no aspirante algumas características.

2. Qualificações espirituais e ministeriais

Paulo apresenta uma lista de 15 qualificações. A primeira, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível (v.2), ou seja, santa. Viver em santidade não é fácil, mas é possível, pois o Espírito que no crente habita quer operar a santificação. O pastor é o exemplo para o rebanho, por isso, precisa ter uma vida ilibada. O pastor também precisa ter conhecimento bíblico, sendo “apto a ensinar” (3:2); ter bom testemunho diante da igreja e dos descrentes (3:7); não ser neófito, ou seja, inexperiente (3:6).

3. Qualificações familiares

Sendo casado, ter uma vida conjugal saudável (3:2). O pastor deve amar sua esposa
“como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). 
Precisa governar bem toda a sua família, seus filhos precisam ser crentes e darem bom testemunho (3:4). Se o pastor não cuida da sua família, que é seu primeiro rebanho, como cuidará do rebanho do Senhor?

4. Qualificações morais

Ser honesto, sincero, verdadeiro (3:2); hospitaleiro, ou acolhedor, sabendo tratar bem as pessoas (3:2); não dado ao vinho, não usuário de bebidas alcoólicas (3:3); não espancador, ou seja não violento, agressivo (3:3; Gl 5:22); não cobiçoso nem ganancioso (3:3); ser sóbrio (3:2), simples, moderado (3.3); não contencioso (3.2; 2Tm 2.24); não avarento (3.3; 6.10). Infelizmente, há igrejas que desprezam esses aspectos na hora de separar pessoas ao ministério pastoral.


  • As quinze qualificações (3:2-7)

Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção de bispos (e/ou pastores). Observe que entre as qualificações, não aparece a capacitação em seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve esboço do caráter do bispo (3:2-7).

  1. Irrepreensível: manter um bom testemunho perante a igreja e a sociedade;
  2. Esposo de uma só mulher: quando for casado, inteiramente fiel à sua mulher;
  3. Temperante: sóbrio, solícito e modesto (tem pastores por aí que parecem verdadeiros pavões, a onda do pastor ostentação tem sido moda, principalmente nas megaigrejas);
  4. Domínio próprio: discipulado, moderado;
  5. Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado (tem pastor por aí, as grandes celebridades das mídias sociais, que estão exagerando na irreverência);
  6. Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;
  7. Apto para ensinar: capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;
  8. Não dado à embriaguez: não dado ao vinho (tem muito pastor que com a desculpa de beber com moderação” ou beber socialmente enchem a cara);
  9. Não violento: não dado à hostilidade, ao antagonismo;
  10. Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
  11. Não contencioso: não combativo, inimigo de contendas (tem pastor que gosta de ir para as mídias sociais levantar polêmicas e entrar em bate-bocas com outras pessoas e até mesmo com outros colegas de ministério);
  12. Não avarento: preocupado com as pessoas, não com as finanças (essa é uma das qualificações que mais anda em falta no roll dos pastores da igreja atual);
  13. Bom governante de sua família: administra a vida familiar (há pastores por aí, cuja vida familiar é uma verdadeira bagunça);
  14. Não seja um recém-convertido: maduro e humilde (não faltam casos em que essa qualificação é completamente ignorada);
  15. Reputação imaculada: admitido pelos de fora.

III. O diaconato (8-13)


1. Os diáconos

A palavra diácono significa “aquele que serve”. Assim como o pastor, eles são chamados para servir à Igreja do Senhor. Os diáconos tiveram e têm um papel muito importante no crescimento da Igreja. Infelizmente, hoje em algumas igrejas, o ofício de diácono parece ter perdido sua importância. Em geral, são chamados para essa função os novos crentes, todavia, esse não é o padrão do Novo Testamento.

2. Chamado para servir

Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Hoje muitos querem ser servidos, mas poucos seguem o exemplo de Jesus e querem servir.

Em Atos 6:1-7 encontramos várias qualificações que foram exigidas dos primeiros diáconos. Porém, na sua carta a Timóteo, Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato.

3. Qualificações

Aqueles que exercem a função de diácono necessitam ser honestos, não de língua dobre (mentiroso, fofoqueiro), não dado ao vinho (que não tenha nenhum tipo de vício), não cobiçoso, ganancioso, tendo uma boa consciência, que governem bem sua família (vv. 8,9,12). Você tem estas qualificações? O ministério cristão é algo muito sério.


IV. Serviço — razão de ser do ministério


1. O exemplo do Mestre

Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (João 17:14; Filipenses 2:5-10). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de escravo (Fp 2:6-8). Jesus lavou os pés dos discípulos para lhes ensinar uma importante lição. Sendo Ele Senhor e Salvador, deu prova de que se comportava como servo (Jo 13:4,5).

2. O exemplo de Paulo

Paulo era um servo fiel. Após seu encontro com Jesus sua vida foi utilizada em prol da Igreja. Ele não mediu esforços para servir. Sua pregação foi sempre autêntica. Ele jamais usou de fraudulência. Hoje há muitos falsos obreiros que se aproveitam dos fiéis e da Igreja para obter ganho financeiro. Um dos requisitos recomendados por Paulo a quem deseja ser pastor é ser obreiro “não cobiçoso de torpe ganância” (1 Tm 3:3). No mesmo espírito, Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor
“tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1 Pe 5:2).

3. O exemplo de Timóteo

Timóteo foi um pastor exemplar, que demonstrou ter um caráter imaculado. Sua mãe Eunice e sua avó Loide eram crentes judias que muito contribuíram para sua formação espiritual e moral.

Ele cuidou da Igreja com zelo e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. O líder de uma Igreja precisa ser corajoso e plenamente comprometido com Jesus Cristo. Ele também demonstrou não buscar a glória para si. Infelizmente, há líderes que são movidos a elogios, ou mesmo por lisonjas. Isso é perigoso para o ministério pastoral de qualquer pessoa.


Conclusão


Os pastores e diáconos são obreiros, instituídos pelo Senhor, para auxiliar os servos de Deus. Não importa a função que você exerça na Igreja de Cristo, seja você um pastor ou um diácono, o importante é que “todos sejam um” para a glória de Deus (Jo 17:21), sabendo que para Ele todo serviço tem a sua importância e valor.

Um dos problemas quanto a intelectualidade da liderança das igrejas evangélicas são os homens de frente viverem uma preguiça mental não dada aos estudos sérios e sistemáticos da Bíblia e dos grandes temas culturais do século XXI. O pastor de uma igreja local não precisa ser um psicólogo ou um psiquiatra para auxiliar um crente depressivo na igreja. Mas ele precisa saber de informações precisas para discernir, por exemplo, uma possessão ou opressão demoníaca da depressão.  Em seguida, indicar o crente para um tratamento psicológico com um profissional da área de saúde. Estas são as demandas atuais de qualquer trabalho pastoral. Mas para isso é preciso ler, se informar e conhecer o assunto.

Sabe-se que a maioria das pessoas que exerce voluntariamente o magistério cristão, ou a direção de congregações ou a liderança de departamentos, faz um enorme esforço para prestar esses serviços à igreja local. Antes, tais pessoas precisam trabalhar para sobreviver. Às vezes, a urgência do trabalho leva esses irmãos a assumir responsabilidades na igreja local sem o devido preparo. Mas hoje a distância já não é tanto um problema para nos atualizarmos. Podemos procurar pessoas que saibam mais do que nós. Temos os livros, a internet e tantas outras formas de nos reciclarmos, além, é claro, das instituições formais de ensino, tanto secular quanto religiosa.

O simples membro de hoje, pode ser o líder de amanhã. É urgente formarmos um ambiente de interesse pelo enriquecimento intelectual a fim de que a nossa igreja, a comunidade pela qual servimos a Deus e as pessoas, seja edificada e cresça mais e mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus.

Portanto, tanto os candidatos a pastor quanto ao diaconato precisam fazer esse compromisso: se preparar mais, tanto intelectual quanto espiritualmente. Nisto, o apóstolo Paulo, autor das cartas pastorais, é o nosso grande exemplo. O apóstolo dos gentios, como poucos, soube coadunar espiritualidade e conhecimento; piedade e intelectualidade; poder de Deus e explicação coerente da fé. Tudo sem conflitos, na mais perfeita e equilibrada harmonia.


[Fonte: CPAD; RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.835]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

ESCRITO NAS ESTRELAS - O CENTENÁRIO DE CHACRINHA, O ETERNO "VELHO GUERREIRO"


Irreverente e sempre vestido de forma extravagante, com roupas de paetês coloridos, usava uma buzina pendurada ao pescoço, que utilizava quando o calouro cometia algum deslize. Sons de animais e panelas eram usados no programa onde também atirava bacalhau à plateia e oferecia abacaxi como prêmio aos cantores. Neste capítulo da série especial Escrito nas Estrelas, uma homenagem a este que é considerado pela maioria como o maior comunicador do rádio e da televisão brasileira de todos os tempos. 

"Roda, roda, roda e avisa..."


José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como Chacrinha, nasceu em Surubim, Pernambuco, no dia 30 de setembro de 1917. 

Aos 10 anos mudou-se com a família para Campina Grande, na Paraíba. Com 17 anos foi estudar em Recife e logo em 1936 entrou para a faculdade de Medicina. Foi quando foi fazer uma palestra sobre alcoolismo e percebeu seu jeito, junto ao público. Pode-se dizer que isso aconteceu de estalo, tanto que ele interrompeu seus estudos, já no 3º ano da faculdade e embarcou para o Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira como locutor na Rádio TUPI do Rio de Janeiro, em 1939.

Após perder um ano de faculdade por conta de uma cirurgia do apêndice, o jovem aceitou o convite para tocar em um navio com destino à Europa. De volta ao Brasil, ele desembarcou aos 22 anos no Rio de Janeiro. Trabalhou em várias emissoras de rádio e começou a carreira como locutor na Rádio Tupi. Mas era inquieto e em 1943 foi para a Rádio Fluminense e lançou o programa: "Rei Momo na Chacrinha", que fez muito sucesso. É que a emissora se localizava em uma pequena chácara, em Niteroi (RJ). 

Ele ficou sendo chamado de Abelardo Chacrinha Barbosa e depois só Chacrinha. Com o fim do carnaval de 1944, Abelardo criou o Cassino da Chacrinha. Fez tanto sucesso que passou a ser conhecido como Abelardo “Chacrinha” Barbosa. Pouco depois, assumiu o apelido como nome artístico.

Casou-se com dona Florinda Barbosa, viveram juntos por 41 anos e tiveram 3 filhos: José Amélio, Jorge Abelardo e Zé Renato.

Ele é considerado o maior comunicador do rádio e da televisão brasileira. Começou a carreira no rádio, no final dos anos 30. Em 1956, estreou na televisão com um programa de auditório, alegre, diferente e inovador que conquistou o gosto popular.

O Grande Guerreiro é considerado responsável pela popularização da televisão como meio de comunicação de massa. Autor de inesquecíveis frases, como: 
"Na televisão, nada se cria, tudo se copia", "Quem não se comunica se trumbica" 
"Eu vim para confundir, não para explicar"
e das perguntas: 
"Vocês querem bacalhau?" 
e
"Vai para o trono ou não vai?"
misturava em seu trabalho descontração, alegria e ironia. O grito de guerra "Terezinha!", que era respondido pela plateia com "Uh, uuuh!, já dando uma prova pela discordância rítmica de que Chacrinha não estava nem aí com o "politicamente correto", não era homenagem a nenhuma Tereza, surgiu em substituição ao antigo patrocínio de água sanitária Clarinha que possuía uma sonoridade parecida.


Do rádio para a televisão


Em seus programas de rádio ele "fingia" sons e ruídos e lá aconteciam enormes festas e lançamentos. Foi em 1956 que estreou na televisão. Na TV Tupi do Rio de Janeiro, lançou: "Rancho Alegre", programa homônimo ao de Mazzaropi em São Paulo. Ali Abelardo lançou "A Discoteca do Chacrinha". Passou depois para a TV Rio e em 1968, para a TV Globo. Chegou a fazer dois programas semanais. Fez "A Buzina do Chacrinha", onde, com uma buzina na mão, "gongava" calouros e que passou a ser uma de suas marcas registradas. E perguntava: "Vai para o Trono, ou não vai?". Foi para a TV Tupi de São Paulo, depois TV Bandeirantes e em 1982 retornou à Rede Globo de Televisão.

Passou pelas TVs Tupi (atual SBT), Rio e Bandeirantes (Band), com os programas Discoteca do Chacrinha, Buzina do Chacrinha e Cassino do Chacrinha, sempre acompanhado das famosas chacretes, as dançarinas profissionais de palco que mesmo em tempos da dureza da censura, usando ousados maios coloridos, dançavam e animavam o programa. Dentre elas, a mais conhecida é sem dúvida, Rita Cadillac.

A era Rede Globo


Chacrinha foi contratado pela Globo em 1967, para apresentar dois programas: a "Discoteca do Chacrinha", às quartas-feiras, e "A Hora da Buzina", rebatizado em 1970 como "Buzina do Chacrinha", aos domingos.

Apesar da boa repercussão, em dezembro de 1972, voltou para a TV Tupi. Em seguida, foi para a Record e retornou para a TV Tupi. E em 1978, mudou-se para a TV Bandeirantes. Só voltou à Globo em março de 1982, dessa vez para apresentar, nas tardes de sábado, seu maior sucesso, o "Cassino do Chacrinha". Mistura de programa de auditório com atrações musicais e show de calouros, o "Cassino" tinha a direção de José Aurélio 'Leleco' Barbosa, filho do apresentador, e de Helmar Sérgio, e permaneceu na grade de programação da Globo até a morte do apresentador, em 1988.

Em seus programas, o "Velho Guerreiro", exerceu seu talento único para a comunicação através de uma persona extravagante que o tornou um ícone da televisão brasileira. Até o início dos anos 1960, vestia-se de terno e gravata para apresentar os programas. Depois, passou a se apresentar com figurinos excêntricos – o primeiro deles incluía um boné de disc-jóquei e um enorme disco de telefone para pendurar no pescoço – ou fantasiado das maneiras mais espalhafatosas, como baiana estilizada, telefone gigante, noiva ou mulher-maravilha.

"Alô, Terezinha!"


O ator e cantor Fábio Jr. era presença constante no Cassino
Durante o programa, fazia soar a buzina de mão que usava para desclassificar os calouros nos concursos que promovia. Tinha o hábito de apontar para o próprio nariz quando queria enfatizar uma de suas frases, ao mesmo tempo debochadas e insólitas, que se tornavam bordões instantâneos. O apresentador também "distribuía" gêneros alimentícios para a plateia, arremessando bacalhaus, farinha, abacaxis, pepinos, etc.

Os programas de Chacrinha contavam ainda com as chacretes – dançarinas que faziam coreografias durante as atrações e tinham nomes exóticos como Rita Cadillac, Fernanda Terremoto e Fátima Boa Viagem (dizem que ele as mantinha sob forte controle e segurança) – e com o seu corpo de jurados, do qual fizeram parte figuras marcantes como o produtor musical Carlos Imperial, a cantora Aracy de Almeida, a transformista Rogéria e a atriz Elke Maravilha (todos já falecidos).

Convidava muitos artistas e cantores em seus programas e lançou a moda de se apresentar fantasiado. Dizem que, a princípio, recebia na chacrinha seus convidados de cueca. Depois, porém, criava a cada semana uma fantasia diferente. Foi patrocinado pelas "Casas da Banha", por muitos anos e é por isso, que quando fazia programa de auditório , jogava os já ditos gêneros alimentícios.

O "Velho Guerreiro", como passou a ser chamado, lançava músicas de carnaval e foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano, em 1987. Nesse ano também recebeu o título de professor honoris-causa da UniverCidad, do Rio de Janeiro, e sua frase "Quem não se comunica, se trumbica" ainda hoje e citada por especialistas acadêmicos na área de comunicação. Por três décadas foi líder de audiência na televisão.

Cassino musicalmente democrático


Grandes nomes da Música Popular Brasileira foram revelados pelos programas de auditório do Chacrinha. Em 1950 lançou o programa "Cassino do Chacrinha", no qual lançou vários sucessos da música brasileira. Foi ele quem lançou: "Estúpido Cupido" de Cely Campelo"; "Coração de Luto", de Teixeira.

Por lá passaram desde nomes famosos como o rei Roberto Carlos, bandas cultuadas no rock nacional como Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, ídolos da música sertaneja como Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, astros da música brega como Amado Batista e Reginaldo Rossi, sambistas respeitados como Martinho da Vila, Alcione, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, dentre outros (inclusive artistas internacionais como a boyband Menudo, no auge de sua carreira na década de 1980).

É difícil um cantor ou banda das antigas que não tenha participado de um programa do Chacrinha. E o mais interessante é que todos eram atrações no mesmo programa. O Cassino do Chacrinha, sem dúvida, era o palco mais democrático do Brasil. Por tudo isso o programa foi líder de audiência nas tardes de sábado, por vários anos, na TV Globo graças à capacidade de improvisação e de entretenimento.

O Grande Guerreiro é considerado responsável pela popularização da televisão como meio de comunicação de massa e é tido como referência por todos os comunicadores do rádio e da televisão, até mesmo para os novatos que ainda eram crianças quando a estrela de Chacrinha já brilhava alto.

Censura e carnaval


Por conta de seu comportamento anárquico, Chacrinha teve problemas com setores mais conservadores da sociedade e com a Censura Federal. Foi importunado pelos censores que não permitiam que as câmeras mostrassem os corpos das chacretes e procuravam inibir suas brincadeiras, especialmente as frases de duplo sentido. Numa ocasião, o apresentador se sentiu desrespeitado na maneira de ser abordado nos bastidores do programa e chegou a escrever à Censura Federal, reclamando formalmente dos maus-tratos recebido pelos censores.

Todos os anos, Chacrinha lançava marchinhas de carnaval que ficaram famosas, como "Maria Sapatão" (já pensou se fosse hoje? Chacrinha seria chamado de "homofóbico"). Em 1987, foi homenageado pela Escola de Samba carioca Império Serrano, com o enredo "Com a boca no mundo: quem não se comunica se trumbica". Chacrinha fechou o desfile, no alto de um carro alegórico, cercado de chacretes e acompanhado da jurada Elke Maravilha e do seu assistente de palco, Russo. 

Conclusão


Chacrinha em seu último já programa, já bastante debilitado por
causa do câncer no pulmão
Em 1988, a saúde de Chacrinha começou a dar sinais de que não ia bem. O humorista João Kléber chegou a apresentar alguns programas em seu lugar. Em junho, o apresentador voltou ao comando do programa, mas, ainda não totalmente restabelecido fisicamente, precisou da ajuda de João Kléber. 

O último "Cassino do Chacrinha" (que pode ser visto na íntegra ➫ aqui) foi ao ar no dia 2 de junho de 1988. Chacrinha faleceu naquele ano, em 30 de junho, aos 70 anos, vítima de câncer no pulmão, deixando imensa saudade em todos aqueles que o conheceram e o amaram.

Chacrinha, se vivo, completaria 100 anos em 2017. Entre as homenagens que o "Velho Guerreiro” vai receber pelo centenário, somam-se um especial na TV Globo, tributos prestados por diversos blocos carnavalescos do Rio de Janeiro (como a Banda de Ipanema) e, é claro, a homenagem da Paraíso do Tuiuti junto ao enredo sobre o movimento tropicalista. E, pode-se dizer, deixou uma lacuna, pois ainda não apareceu quem ocupe seu lugar.

[Fonte e imagens: Memória Globo]

A Deus toda glória. 
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