"Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Salmo 50:15).
O trágico acidente, ocorrido com o avião, que transportava 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, quando caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9) [Inicialmente, a Voepass noticiou que 61 pessoas tinham morrido após a queda do avião, porém, na manhã de sábado (10), o número de mortes subiu para 62.], me despertou uma necessária reflexão:
Temos algo a aprender com as tragédias?
Acontecimentos trágicos revelam nossas dúvidas mais profundas e pessoais acerca de Deus. Muitos observaram, por exemplo, que a assiduidade das pessoas a igrejas nos Estados Unidos aumentou depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro. O mesmo ocorreu recentemente, durante o auge da pandemia mundial de Covid-19, quando, mesmo sem poder ter encontros presenciais, era notório o quanto as redes sociais foram invadidas de lives e postagens com conteúdos de cunhos espirituais e religiosos, todas sendo acompanhadas por milhares de pessoas online.
Em ambos os casos, as pessoas estavam buscando por respostas. Se a dificuldade é grande ou pequena, se nos atinge pessoalmente ou se apenas assistimos a ela pela TV e/ou as acompanhamos pela internet, temos a tendência, em tempos de adversidade, de procurar respostas para nossos questionamentos mais profundos.
Em ambos os casos, as pessoas estavam buscando por respostas. Se a dificuldade é grande ou pequena, se nos atinge pessoalmente ou se apenas assistimos a ela pela TV e/ou as acompanhamos pela internet, temos a tendência, em tempos de adversidade, de procurar respostas para nossos questionamentos mais profundos.
É claro, algumas pessoas menosprezam a Deus e chegam até a expressar raiva dEle. Nos dias em que somos atingidos pela adversidade pessoal — ou quando crises enormes surgem nas plataformas midiáticas —, até o cristão se sente tentado a perguntar:
"Onde Deus está? Ele não se importa com os milhares que passam fome no leste da África, ou com os civis inocentes sendo brutalmente assassinados em muitos países pelo mundo que estão devastados pela guerra? Ele não se importa comigo?"
Em uma escala bem menor, quem está livre de grande dor ainda assim experimenta os frequentes acontecimentos da vida cotidiana que frustram ou causam ansiedade, os quais se apoderam da nossa atenção a qualquer momento e nos roubam a paz de espírito.
Férias planejadas há muito tempo têm de ser canceladas por causa de uma doença, a máquina de lavar quebra no dia em que chegam visitas, suas anotações de aula se perdem ou são roubadas um dia antes de uma prova importante, seu vestido favorito rasga a caminho da igreja e assim por diante. Exemplos dessa magnitude são numerosos. A vida está repleta deles.
É verdade que ocorrências assim banais são apenas temporárias e são rebaixadas a nível de insignificância ao lado dos eventos de fato trágicos da vida. Contudo, para a maioria de nós, a vida é cheia desses pequenos acontecimentos, pequenas frustrações, pequenas ansiedades e pequenos desapontamentos que nos provocam — tentando nos afligir, enfurecer e preocupar. Mas mesmo em meio a essas pequenas adversidades, somos tentados a perguntar:
"Posso confiar em Deus?"
Portanto, a pergunta surge com naturalidade:
"Onde está Deus em tudo isso?"
Você pode mesmo confiar em Deus quando a adversidade o atinge e enche sua vida de dor? Ele de fato vem em resgate daqueles que o buscam? Ele livra quem o invoca no dia da angústia, como o texto no início afirma? O amor infalível do Senhor cerca a pessoa que nele confia? (veja Sl 32:10).
Deus está mesmo no controle? É digno de confiança? Ele vai ajudar?
Só nas Escrituras encontramos uma visão adequada do relacionamento e do envolvimento de Deus com nossas circunstâncias dolorosas. É apenas das Escrituras, aplicadas a nosso coração pelo Espírito Santo, que recebemos a graça de confiar em Deus na adversidade.
Na arena da adversidade, as Escrituras nos ensinam três verdades essenciais acerca de Deus — verdades em que devemos crer, se pretendermos confiar nEle na tribulação. São elas:
- Deus é absolutamente soberano;
- Deus é infinito em sabedoria;
- Deus é perfeito em amor.
Dito isto, continuemos nossa reflexão.
Quais as lições aprendemos com as tragédias da vida?
Aprender com os acontecimentos negativos ou mesmo tragédias em nossa vida é uma das melhores maneiras de crescer como pessoa, dizem, em concordância uníssona, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras. É importante lembrar, dizem esses especialistas em saúde mental, que, em vez de somente lamentar o que aconteceu, devemos nos esforçar para usar essas experiências para aprender e até nos tornarmos melhores. Esse é o maior desafio.
Aprender com os acontecimentos significa que devemos olhar para o que aconteceu e tentar entender o que pode ser feito no futuro, para evitar que aquilo ou aquele tipo de evento aconteça novamente.
Muitas vezes um acontecimento pesado ou mesmo trágico, pode nos dar lições muito fortes para que mudemos nossa vida ou mesmo nossa maneira pensar e de encarar a vida e a realidade.
Isso significa que devemos olhar para o que aconteceu e tentar entender quais lições podemos tirar para melhorar nossa saúde, nossa vida profissional, nossa forma de trabalhar, nossos relacionamentos familiares, de amizade, nossa vida espiritual, nosso engajamento etc.
Muitas vezes podemos tirar dos acontecimentos lições que nos façam ter maior envolvimento com a comunidade, ajudar pessoas mais necessitadas, trabalhar como voluntários em ações sociais e de benemerência, deixando um pouco do nosso egoísmo e nos doando mais à sociedade.
Vejamos na sequência sete lições fundamentais que podemos aprender com as tragédias, quer sejam as pessoais quanto com as coletivas, em menor ou maior escala:
- A primeira delas é a consciência de nossa pequenez e impotência. Sejamos ricos, pobres ou remediados, brancos, negros, homens, mulheres, gays... somos todos impotentes, por exemplo, frente à fúria da natureza sobre a qual não temos controle algum.
- A segunda lição é reconhecer que nada é mais importante que a vida e que em fração de segundos, minutos ou horas, tudo pode mudar e assim aprendemos pela tragédia que só a vida importa e que todos os nossos bens, fama ou poder podem desaparecer numa enxurrada — como ocorreu também recentemente no Rio Grande do Sul, ou enterradas na lama — como o ocorrido em Brumadinho, MG, em 25 de janeiro de 2019.
- A terceira lição é aprender com o que disse Alexis Carrel (✰1873/✞1944), cirurgião e fisiologista francês, nasceu em 1873, em Sainte-Foy-lès-Lyon, e faleceu em 1944, em Paris. Prêmio Nobel de Medicina de 1912, que em seu livro "O Homem, esse desconhecido" afirmou que 'Ninguém ultrapassa, impunemente, os limites da natureza'.
- A quarta lição é que devemos aprender com o passado. Em 1941 — quando nem se falava em efeito estufa ou crise climática — houve uma enchente que deixou Porto Alegre debaixo d'água por 40 dias e 83 anos depois a mesma tragédia se repetiu. Ou seja, faltou o que? Uma análise do que ocorreu no passado, para ao menos tentar evitar que algo igual pudesse acontecer.
Mas, a certeza utópica e arrogante dos homens, sempre os leva a ignorar o quão impotentes são diante do porvir.
- A quinta lição é a da força da compaixão e da solidariedade humanas. A força de mobilização causada pela comoção em nível nacional, leva a um movimento de ajuda impressionante e numa rapidez que deixa desnudada a morosidade das ações dos governos com sua burocracia e ações politizadas que chegam a nos envergonhar.
- A sexta lição é a da força da resiliência que temos que ter para recomeçar, muitasvezes do zero, após uma tragédia desta magnitude. Temos que seguir a vida. Jogar a toalha não é e não pode ser uma opção.
A sétima lição é sobre o valor da fé, da esperança e da caridade — as três virtudes teologais. Sem elas e sem um forte alicerce espiritual tudo perde o sentido, a vida não valerá a pena, pois tudo o que era material se foi e sempre poderá desaparecer num piscar de olhos, num deslizamento, numa enchente.
Conclusão
Falar é fácil?
Sei que quem foi vítima de uma tragédia — como os familiares enlutados das 62 vítimas do acidente com o avião —, pode pensar ou mesmo vir a dizer que é fácil falar e escrever sobre esse tema, mas muito difícil viver e superar. As marcas ficam. As perdas quase nunca voltam. A dor permanece.
Mesmo reconhecendo todas as dificuldades e sabendo ser esse um enorme desafio, é importante lembrar que aprender com os acontecimentos negativos e mesmo tragédias é uma maneira importante de crescer como pessoa.
É importante lembrar que, em vez de somente lamentar o que aconteceu, é melhor usar essas experiências para nos tornarmos melhores a cada dia e esse aprendizado nunca deve parar.
E não se trata apenas de aprender com as grandes tragédias. Há eventos como pequenos acidentes, pequenas perdas, doenças inesperadas, desilusões afetivas, perda de emprego e tantos outros acontecimentos dos quais devemos tirar lições para nossa vida e cuidar para não entrarmos numa eterna atitude de lamentação que não nos levará a lugar algum.
Ao aprender com os acontecimentos, podemos, portanto nos tornar pessoas melhores, como mais fé, com mais caridade, solidariedade, empatia, sabedoria e amor. Agora, pare por um momento, pense em tudo o que está acontecendo e faça, você também, uma lista de outras lições que esta tragédia nos está dando.
Pense nisso.
[Fonte: Anthropos Consulting, original por Prof. Luiz Marins, acessado em 11/08/2024; Setcesp — Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo, original acessado em 11/08/2024]
Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
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