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domingo, 24 de março de 2024

DIRETO AO PONTO — SOMOS TODOS IGUAIS! (OU NÃO?)

  • Para uma maior compreensão do contexto bíblico, leia: Tiago 2:1-13.
O mundo inteiro ficou em polvorosa com a divulgação oficial da notícia de que a Princesa de Gales, Kate Middleton, está com câncer.

A atitude das pessoas em relação a essa triste notícia é assaz estranha. A maioria está agindo como se ela fizesse parte de uma casta superior de humano, imune à iminente possibilidade de vir a ser vítima das intempéries comuns a todos os demais da mesma espécie.

É como se a Família Real Britânica, não estivesse submissa aos dissabores que são inerentes a todos os seres humanos, como uma consequência das vulnerabilidades e fragilidades humanas.

Com todo o alvoroço em torno dessa notícia sobre o câncer que a herdeira real britânica está enfrentando, me veio a pergunta: 
somos mesmo todos iguais?
E nesse contexto social, onde há tanto clamor pela diversidade, a resposta a essa pergunta não é tão fácil ou simples, com apenas um "sim" ou um "não".

Iguais, porém, diversos


O que faz de você a pessoa que você é? Somos todos diferentes e especiais em muitos aspectos, mas saber disso e entender que a situação é a mesma, mesmo para a pessoa que você passa andando pela rua é o mínimo que devemos esperar em uma sociedade civil.
Todos nós merecemos ser tratados de forma justa, com isso podemos concordar.
É em nossa diversidade que encontramos uma base comum para sermos tratados igualmente. 

A igualdade deve ser sobre todos nós orgulhosamente mostrarmos nossas diferenças e sermos tratados de forma justa e aceitarmos essas diferenças com decência e respeito. 

Devemos apoiar uns aos outros e incluir todos os tipos de pessoas na tomada de decisões no dia a dia, especialmente, porém não especificamente, em nossas vidas profissionais.

O que é igualdade e diversidade?


Igualdade é garantir que todos tenham oportunidades iguais, tratados sem preconceitos ou discriminados por causa de quem são. Diversidade é compreender essas diferenças entre pessoas e grupos de pessoas e valorizar positivamente essas diferenças.

E o que nos diz a Bíblia?


Entendido o conceito de igualdade e diversidade no contexto social, vejamos agora o que nos ensina a Bíblia sobre este intrigante e confrontador tema.

São inúmeros os casos em que as pessoas são tratadas por suas aparências. Muitas pessoas por causa da sua simplicidade não são tratadas com a devida atenção. 

Vemos isso nos noticiários, no comércio e em muitos outros lugares também —
inclusive nas comunidades eclesiásticas.
Embora seja comum vermos isso acontecendo no mundo, não podemos considerar normal este comportamento por aqueles que professam sua fé em Jesus.

O capítulo 2 da carta de Tiago é um apelo eloquente à fé da igreja. Embora Lutero (✩1483/✞1546) tenha chamado esta carta de "Carta de palha" ela ainda é um alimento forte para nossa espiritualidade. 

Se Paulo afirmou que a causa da salvação é a fé, Tiago vai dizer que a evidência da salvação é boa obra. Deus pode ver a nossa fé, mas os homens só podem ver as nossas obras, e a boa obra que esta passagem nos ensina é a imparcialidade, tratar todas as pessoas com a mesma dignidade.
Quem trata as pessoas pela aparência é condenado pela Lei de Deus (8-13)!
A Lei nos ensina a amar ao próximo como amamos a nós mesmos. Se não amamos, antes tratamos as pessoas com diferenças, estamos quebrando os mandamentos. Se quebramos a Lei de Deus seremos considerados culpados por ela, e uma vez culpados seremos condenados. Deus não terá misericórdia de quem não tiver misericórdia.

A questão não é quem é o meu próximo, a grande questão é de quem eu serei próximo. Não podemos separar o relacionamento humano da comunhão divina. A verdadeira fé é conhecida pelo relacionamento imparcial com as pessoas.

E a equidade?


Entendido os conceitos sobre igualdade e diversidade, é salutar que, dentro do mesmo contexto, compreendamos o significado da equidade. Sim, pois quando se fala em igualdade e desigualdade, é essencial tratar desse conceito de enorme importância.

Ou seja, o reconhecimento de que as pessoas são naturalmente diferentes, portanto, cada uma merece tratamento específico de acordo com as suas particularidades.Para isso, vejamos o que nos diz a Constituição Brasileira de 1988:
"[...] todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]" (Art. 5º).
Essa é uma das disposições trazidas pela Constituição Federal, documento legal de maior valor na sociedade brasileira. Mas pode ser que, ao ler essa passagem, você questione a sua veracidade prática, considerando que no dia a dia, é possível enxergar e vivenciar diversas circunstâncias julgadas como desiguais.

E quando se fala em igualdade e desigualdade, é essencial tratar de um conceito de enorme importância: a equidade, ou seja, o reconhecimento de que as pessoas são naturalmente diferentes, portanto, cada uma merece tratamento específico de acordo com as suas particularidades.

O principal foco da equidade é diminuir a desigualdade, por meio de uma perspectiva que interpreta os contextos e propicia o respeito à diversidade, abrindo espaço para a inclusão. Isso porque, muitas das vezes, agir similarmente com pessoas e em conjunturas diferentes, pode reproduzir desiquilíbrios e injustiças.

Assim, tratar dos conceitos de igualdade e equidade é, na verdade, discutir sobre o princípio da justiça. A diferença entre os termos pode ser sutil, entretanto, juntos, constituem os pilares de uma sociedade justa e democrática. 

A discussão remonta a Grécia Antiga, Platão (e Aristóteles, em seus escritos sobre ética, política, moral e justiça, trataram da relevância da equidade para o bem e a felicidade perfeita da polis. 

Partindo da crítica à teoria platônica das formas ou ideias, Aristóteles abriu um novo horizonte para a filosofia ocidental e, dentro do seu legado encontramos a concepção aristotélica de equidade. 

O conceito de equidade considera as diferenças como elemento essencial para a eficácia da igualdade. A concepção da equidade passa a ser a justiça aplicada no caso particular, ou seja, a justiça contextualizado e individualizada.

Considerações contextuais


Tratar todas as pessoas com dignidade é seguir o exemplo do próprio Deus e agir com justiça. Jesus nunca descriminou alguém por nenhum motivo. Ricos e pobres, religiosos e pecadores, judeus e gentios, todos tinham livre acesso à Ele. Ele sempre se aproximava das pessoas oferecendo sua mão amiga.

Como discípulos de Jesus devemos tratar com todo respeito, atenção e dignidade as pessoas por sua natureza humana, por sermos iguais, por não sabermos o que será o amanhã, e para fazer a vontade do Pai. No trabalho, na rua, no laser, e também na igreja deve-se cultivar a melhor das estimas.

A carta aos hebreus recomenda por fim que a todos devemos receber bem, pois alguns hospedaram anjos sem ter consciência disso:
"Continuem a amar uns aos outros como irmãos em Cristo. Não deixem de receber bem aqueles que vêm à casa de vocês; pois alguns que foram hospitaleiros receberam anjos, sem saber" (Hebreus 13:1,2).
A hospitalidade foi e continuará sendo a principal característica do evangelho, pois o modo como recebemos as pessoas demonstra o quanto amamos a Deus.

Conclusão


Igualdade é garantir que todos tenham oportunidades iguais, tratados sem preconceitos ou discriminados por causa de quem são. Diversidade é compreender essas diferenças entre pessoas e grupos de pessoas e valorizar positivamente essas diferenças.

Diversidade é, portanto, sobre direitos humanos, e entender que não importa quais sejam nossas diferenças, devemos valorizá-los. Isso exige que todos joguem pelas mesmas regras para reconhecer nossas diferenças e defendê-las também. Nunca devemos ser discriminados por causa dessas diferenças.

A equidade é um atributo divino que revela o caráter justo de Deus. A Bíblia nos apresenta um Deus imparcial, que trata a todos com equidade, sem fazer acepção de pessoas. Esse modelo divino nos inspira a agir da mesma forma, buscando tratar a todos com justiça, compaixão e cuidado.

Somos um povo que pertence a Deus e uns aos outros — e Deus deseja que isso seja verdade para todas as pessoas, em todos os lugares. A boa nova é que Deus nos convida a participar desse esforço para que aqueles que nos cercam possam experimentar essa verdade e descobrir que eles também pertencem ao seu reino.


Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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E nem 1% religioso.

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