Total de visualizações de página

sábado, 26 de novembro de 2022

BÍBLIA ABERTA — SALMO 126

Olá, meus amados leitores e seguidores do blogue Conexão Geral. Devido aos muitos compromissos com trabalho e estudos, o que limita potencialmente minha disponibidade de tempo, não tenho podido escrever e postar artigos com muita frequência.

Mas, esse espaço é meu "alterego", o lugar onde falo o que quero, quando quero, me pautando sempre, não só na minha liberdade de expressão — direito a mim garantido pela constituição —, quanto, principalmente, pela liberdade a mim garantida pela Bíblia Sagrada, minha carta magna de Deus, onde estão firmados meus valores, conceitos e princípios. 

Por isso, mesmo que não com a mesma frequência anterior, contudo, sempre estarei escrevendo e/ou adaptando e fazendo as postagens aqui.

Hoje, dou início a uma nova série especial de artigos, aliás, uma continuidade da série A Bíblia Como Ela É, com um novo título, entretanto, com o mesmo viés e conteúdo: o de entender textos bíblicos, com análise contextual, sob e sobre sua exegese e hermenêutica. 

Para dar início a essa sequência, vamos conhecer detalhes preciosos, sobre esse belíssimo cântico do saltério oficial de Israel: o Salmo 126.
  • O texto desse artigo é baseado na mensagem por mim ministrada no culto dominical, em celebração à Ceia do Senhor, realizado no dia 06 de novembro de 2022, no salão congregacional do Ministério Evangélico Gilgal.

Salmo 126 — Contexto histórico


O contexto do Salmo 126 se dá no retorno dos israelitas do exílio vivido na babilônia. Eles ficaram 70 anos como escravos na cidade, por conta de sua contínua desobediência ao Senhor.

Porém, assim que o período profético terminou — vários profetas alertaram Israel sobre este tempo — os persas dominaram a Babilônia e sob esse novo governo Deus trouxe os filhos de Israel para Jerusalém novamente.

O foco do Salmo 126 na restauração da glória de Sião sugere uma data pós-exílica, quando os judeus se empenharam na reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém. 

Dá para imaginar letras como essas cantadas em resposta à declaração de Deus de permanecer com o povo no templo restaurado (Ageu 2:1-9). Incluído na lista de "Cânticos de Romagem" (sequência dos Salmos 120 ao 134), esse hino teria sido usado durante séculos nas viagens dos judeus à cidade santa para as grandes festas anuais.

Tema principal: Restauração


O Salmo trata da mudança na sorte de Jerusalém e dos judeus quando morreram do cativeiro na Babilônia. A primeira metade do hino exulta na restauração de Sião, o local do templo em Jerusalém:
"Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficou como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: 'Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles.' Com efeito, grandes coisas fizeram o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres" (versos 1 a 3).
A volta dos judeus para Jerusalém e a construção do novo templo foram sonhos realizados depois de décadas de deslocamento desse lugar santo. A alegria do povo não foi por suas próprias obras, porque ainda viviam com vergonha dos pecados que levaram ao castigo divino, a destruição do templo e o exílio do povo. O júbilo foi em comemoração dos grandes feitos de Deus.

As obras foram visíveis às nações. Durante o tempo do cativeiro, Deus usou servos fiéis como Daniel para demonstrar sua grandeza e superioridade aos mais poderosos reis. Depois da volta, Ele protegeu seu povo de todas as ameaças dos vizinhos. De fato, as nações viram as grandes obras divinas.

Um ponto mais importante, porém, é que os próprios judeus viram as grandes obras de Deus e abandonaram as práticas idólatras que provocaram seu castigo. Alegraram-se em poder adorar ao Senhor, o único Deus, na cidade santa.

A segunda metade do Salmo levanta um pedido para a salvação divina

"Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiaiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (versos 4 a 6).
Agradecer pela salvação e depois pedir a restauração pode indicar que o povo havia aprendido uma lição fundamental que custou para compreender antes do exílio. 

Da mesma forma que muitos hoje interpretam promessas da salvação divina como incondicionais e irrevogáveis, muitos judeus antes do exílio acreditavam ser invencíveis na terra dada por Deus à nação esperavam. 

Jeremias combateu essa falsa confiança antes da queda da nação. A presença do templo do Senhor não era garantia de segurança nacional. Se o povo não se arrependesse, seria castigado pelo Senhor (Jeremias 7:1-15). A nação não acolheu as palavras do profeta e sofreu as consequências (52:1-30).

Verso a verso

Quando Deus libertou o povo — verso 1

"Quando o CRIADOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como aqueles que sonham..."
Trouxe do cativeiro se refere ao retorno dos exilados da Babilônia para Jerusalém como um evento que já havia acontecido (84:6, 85:1). O apelo no v. 4, 
"...traze-nos outra vez..."
é difícil, visto que o verbo supõe que a ação ainda não aconteceu.

Embora o verso 1 faça referência ao retorno de Israel, o verso 4 deve estar falando da restauração de paz e prosperidade na terra (122:6,7).

Estávamos como aqueles que sonham indica as pessoas que ansiosamente antecipavam o futuro.

Intervenção de Deus em favor de Israel — versos 2,3

"...Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então disseram entre os pagãos: O CRIADOR fez grandes coisas por eles. O Criador fez grandes coisas por nós, pelas quais estamos alegres..."
A intervenção de Deus em favor de Israel dá testemunho de Sua onipotência e supremacia (66:1996:3113:4; Isaías 61:9Jr 31:10Ezequiel 36:23).

Produtividade da terra — versos 4-3

"...Traze-nos outra vez do nosso cativeiro, ó Deus, como os córregos do sul. Aqueles que semeiam em lágrimas colherão com alegria. Aquele que vai adiante e chora, carregando sementes preciosas, voltará sem dúvida com regozijo, trazendo seus molhos consigo."
No verso 1 Yahuah restaura Sião como centro político e religioso; já os versos 4-6 se focam na produtividade da terra.

Os córregos do sul (Neguebe) se referem a córregos sazonais, ou wadis, que de tempos em tempos abençoavam a terra com uma repentina superabundância de água.

Junto com generosidades repentinas, como o wadi, Deus também usou processos metódicos e trabalho duro, como a agricultura. Aquele que permanecer humilde diante de Deus certamente gorará de Suas bênçãos na terra.

Conclusão


O Salmo 126 estudo traz esperança para continuarmos confiantes, apesar da falta de percepção e clareza a respeito do futuro. Às vezes, como os israelitas, você está se sentindo abandonado e perdido ao olhar o atual cenário da sua história.

Certamente, muitos deles choraram durante os 70 anos de estadia no território babilônico, porque não tinham nenhuma perspectiva de mudança tangível.

Mas, era da vontade de Deus o povo passar por aquele sofrimento e também pode ser para você (embora a linha teológica triunfalista não aceite sob nenhuma hipótese — nem mesmo sob as evidência bíblicas — essa realidade irrefutável). 

Apesar de nós termos aversão ao momento de dificuldade, é justamente nesse tempo que Deus quer nos amadurecer, fazendo com que a gente entenda alguns processos importantes para sairmos dali mais fortes.

As lágrimas derramadas pelos Israelitas, logo se tornaram riso, quando o Senhor tirou todo seu povo daquele lugar e eles celebram a grandeza do que Deus tinha feito.

Assim também será no fim desses tempos de incerteza, porque você vai observar que na realidade Deus estava cuidando de você, quando te permitiu passar por determinadas coisas.

Restauração, só no Senhor


Nesse Salmo, o povo adorou a Deus por ter restaurado Sião, e ainda pediu a restauração. Era necessário continuar cultivando a comunhão com Deus, da mesma forma que os cristãos hoje precisam permanecer fiéis ao Senhor, buscando o perdão divino quando tropeçam (1 Coríntios 9:27;  Tiago 5:19-20; 1 João 1:6, 2:2). Não devemos ser enganados por pessoas que pregam uma falsa mensagem de segurança incondicional!

Para quem goza a comunhão com Deus, as bênçãos são grandes. Para Israel no Antigo Testamento, Deus cumpria promessas de colheitas boas, alegrando o povo que havia sofrido na sua separação do Senhor. Para Israel espiritual, as pessoas que servem a Jesus com fidelidade, as promessas são da vida eterna na presença do Senhor!

[Fonte: Estudo Bíblico On Line, por Lázaro Correia; Estudos Bíblicos, por Dennis Allan]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário