Frequentemente ouvimos muitos cristãos — inclusive pastores, de púlpito — afirmando que
"Deus pegou nossos pecados e os lançou no mar do esquecimento".
Há os que dizem:
"Deus lançou nossos pecados no mar do esquecimento e proibiu que alguém vá lá pescá-los."
Tem algum problema com o entendimento da frase em si? Não, nenhum! O problema começa quando alguém afirma em tom profético que tal frase "está escrita", ou que "a palavra diz", algo assim, pois, não há tal registro nas Escrituras.
O problema aumenta quando alguém é levado a crer que tal mar do esquecimento tem alguma localização literalmente geográfica — e, não duvide, há sim muitos que pensam assim.
O problema aumenta quando alguém é levado a crer que tal mar do esquecimento tem alguma localização literalmente geográfica — e, não duvide, há sim muitos que pensam assim.
No texto desse artigo, vamos entender de onde surgiu esse chavão evangélico.
Abrindo a Bíblia
Como dito acima, a expressão "mar do esquecimento" é frequentemente usada por muitos cristãos para falar do caráter misericordioso e definitivo do perdão de Deus para com nossos pecados. Mas essa expressão não aparece na Bíblia.
Porém, apesar de essa frase não ser bíblica, isso não quer dizer que ela não expresse um conceito bíblico. Na verdade a ideia de que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento deriva da visão bíblica do perdão de Deus na obra da redenção do seu povo. Inclusive, alguns versículos específicos trazem um sentido que se aproxima dessa expressão. Vejamos:
- No livro do profeta Miqueias, por exemplo, lemos:
"Quem, ó Deus, é semelhante a ti; que perdoas a iniquidade e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (7:18,19).
- Profetizando sobre a libertação do remanescente judeu da Babilônia, o profeta Isaías também escreve sobre a grandeza da misericórdia e a benignidade do perdão de Deus da seguinte forma:
"Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro" (43:25).
O que significa lançar os pecados nas profundezas do mar?
Quando a Bíblia diz que Deus promete lançar os nossos pecados nas profundezas do mar, isso quer dizer que Ele nos perdoa verdadeiramente e não nos trata como culpados de tais erros. A expressão
"lançar nas profundezas do mar"
é uma metáfora para indicar algo irrecuperável; isto é, algo que ficará definitivamente perdido.
Entendendo as metáforas bíblicas
Metáfora é o tipo de linguagem figurada que usa de comparação para expressar uma verdade. Jesus, por exemplo, falou de Si mesmo como o pão da vida. Quando Ele usa a figura do pão está lançando mão de uma metáfora sobre algo conhecido para falar de Si mesmo. A figura do pão mostra a essencialidade de Cristo para a humanidade.
Assim, a metáfora é um recurso linguístico usado para uma comparação em que um elemento, imita ou representa outro (sendo que os dois são essencialmente diferentes). Numa metáfora, a comparação está implícita, ao passo que num símile é visível.
Uma pista para identificar uma metáfora é que os verbos "ser" e "estar" sempre são empregados. Temos um exemplo disso em Isaías 40:6:
"Toda a carne é como a erva" (Um símile sempre traz a conjunção como ou outras.).
O Senhor disse para Jeremias:
"O meu povo tem sido ovelhas perdidas" (50:6).
O Senhor comparou seus seguidores ao sal:
"Vós sois o sal da terra" (Mateus 5:13).
Eles não eram sal de verdade; estavam sendo comparados ao sal. Quando Jesus afirmou:
"Eu sou a porta" (João 10:7-9).
"Eu sou o bom pastor" (v.11-14) e
"Eu sou o pão da vida" (6:48),
Ele estava fazendo comparações. Em certos aspectos, Ele é como uma porta, como um pastor e como um pão. O leitor é levado a pensar de que forma Jesus assemelha-se a tais elementos.
O Salmo 119, por exemplo, é um grande compilado de metáforas para enfatizar a importância da Palavra de Deus, assim como Hebreus 4:12, quando a palavra é descrita pelo escritor aos hebreus como uma espada de dois gumes e Efésios 6:14-19, quando o apóstolo Paulo usa o fardamento dos soldados romanos como uma figura de linguagem metafórica, para falar sobre o armamento espiritual. Só para citar alguns dos vários exemplos do uso da metáfora registrados nas Escrituras.
"Existe na metáfora alguma característica comum a ambas as partes, a qual, normalmente, não é reconhecida como comum".
Voltando ao nosso tema
Não há qualquer motivo para desconfiarmos do perdão de Deus. Se Ele nos perdoa, então estamos definitivamente perdoados. Porém, muitas vezes a expressão popular de que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento pode trazer a falsa ideia de que nossos pecados foram perdoados porque simplesmente Deus resolveu esquecê-los. Mas não é isso que a Bíblia diz.
A justiça de Deus exige que todos os pecados sejam punidos; e nesse ponto não há qualquer exceção. O único motivo pelo qual Deus lança nossos pecados nas profundezas do mar e não se lembra mais deles, é porque tais pecados foram devidamente pagos. A questão é que nenhum pecador é capaz de pagar a culpa por seus pecados. Nossos méritos pessoais não podem nos justificar diante de Deus (cf. Is 43:26,27).
Então é aí que entra a perfeita obra redentora de Cristo. Se alguém hoje pode dizer que Deus lançou seus pecados no "mar do esquecimento", é porque esses pecados foram pagos na cruz de Cristo.
Em outras palavras, esses pecados "esquecidos" por Deus foram "lembrados" e castigado em Cristo. Foi Ele quem satisfez a justiça de Deus. O apóstolo Paulo escreve que
"Aquele que jamais pecou, foi feito pecado por nós; para que, n’Ele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).
Nossos pecados foram perdoados e "lançados no mar do esquecimento" com o sacrifício de Jesus. O sacrifício de Cristo na Cruz através de seu sangue derramado, nos redime e purifica de todo o pecado!
Devemos rejeitar toda a acusação do diabo contra nossa vida, que de vez em quando quer nos lembrar de quem éramos antes de conhecer a Cristo. O importante é que agora somos lavados e remidos pelo sangue carmesim de Cristo Jesus!
Não devemos aceitar nenhum tipo de condenação, Jesus levou sobre Si toda a nossa culpa na cruz, todos os nossos pecados!
Buscando uma vida de santidade
Somos libertos de toda a condenação e culpa, mediante o sacrifício de Cristo um dia na cruz, porém, devemos buscar diariamente uma vida de santidade.
Todos nós possuímos algum tipo de fraqueza. A bíblia nos ensina que somos tentados segundo as nossas concupiscências, o inimigo sempre nos tentará naquilo que por longo tempo de nossas vidas praticamos.
Existem pecados e certas práticas que são mais difíceis de largar rapidamente, e por isso, muitos ímpios deixam de entregar a sua vida pra Jesus por se encontrarem ainda com muitos vícios e práticas pecaminosas.
Deixando assim o tempo passar correndo o risco de perder a salvação! Outros cristãos, ainda presos à praticas antigas sofrem por não conseguir deixar os prazeres carnais.
Mas o Senhor Jesus diz:
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).
Deus somente quer nosso esforço e sinceridade. O Senhor compreende uma pessoa que está em busca de libertação. Um exemplo, a pessoa fumou ou bebeu durante anos, é compreensível que aos poucos ela deixará a dependência destes.
O que Deus espera de nós é sinceridade. Devemos agir não como hipócritas e fazendo promessas que não sabemos se iremos cumprir.
Antes devemos lançar diante de Deus as nossas fraquezas, ansiedades, as nossas dependências carnais, vícios e pedir ajuda ao Senhor para que vençamos o pecado.
Devemos contudo, sempre nos esforçar! Com a ajuda do Espírito de Deus e buscando uma vida de consagração diária, quando menos perceber você já venceu o pecado que tanto te assola!
E mesmo se na caminhada escorregar, porquê somos falhos e erramos constantemente, devemos nos lembrar que ao pedirmos perdão temos um Advogado Fiel, Jesus Cristo, o Justo, que te purifica e limpa de todo o pecado (1 João 1:9; 2:1).
O Senhor nunca olhará para nós com desprezo pelo pecado que cometemos ontem. Deus perdoa e te dá forças para continuar a caminhada! Devemos contudo nos esforçar!
Entender que nossos pecados foram lançados no mar do esquecimento, apesar de a pronúncia correta ser nas profundezas do mar, nos ensina o quanto Deus valoriza o seu pedido de perdão e não te acusará dos seus pecados jamais!
Para fechar, uma outra referência bíblica quanto ao esquecimento de Deus sobre nossos pecados está em Isaías 43:25:
"Sou Eu, Eu mesmo, aquele que apaga tuas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de teus erros e pecados".
Que o Senhor te abençoe e você entenda o amor e perdão do nosso Deus!
Conclusão
A certeza de que Deus não se lembra dos nossos pecados
Podemos ter certeza de que nossos pecados estão entre aqueles que Deus lançou nas profundezas do mar, através de sua Palavra. Enquanto estivermos neste mundo, ainda estaremos sujeitos ao pecado (1 Jo 1:8). Então a questão é que muitas vezes nossos tropeços podem levar nosso coração ao engano da duvida de que Deus lança nossos pecados no esquecimento.
Por isso que, embora possamos nos "sentir perdoados" através das experiências diárias de nossa vida cristã com Deus, a certeza de que Deus não se lembra mais dos nossos pecados é de caráter objetivo.
Isso quer dizer que essa certeza não está fundamentada em nossos próprios sentimentos e sensações, mas nas promessas de Deus. Foi Deus quem prometeu o pleno perdão através de Jesus Cristo. A boa notícia é que Ele é imutável e fiel à sua Palavra, apesar das nossas falhas (2 Timóteo 2:13).
Sobre isso, o apóstolo João escreve: “
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 8:9).
O segredo não é tentar justificar, esconder ou negar nossos pecados, mas concordar que a Palavra de Deus afirma que somos pecadores, e que alcançamos perdão unicamente através de Cristo (cf. 1 Jo 1:10).
Quando olhamos para Cristo como Aquele que levou toda nossa culpa e sofreu todo o castigo dos nossos pecados, e confiamos que Ele satisfez plenamente a justiça divina em nosso lugar, então podemos dizer com sinceridade que Deus apagou nossas transgressões e não se lembra dos nossos pecados. Sim, todos eles, sem exceção, foram lançados nas profundezas do mar; ou, se preferir — agora com o devido entendimento —, no "mar do esquecimento".
[Fonte: Estilo Adoração, por Daniel Conegero; Geração Bíblia]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia
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