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sexta-feira, 24 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 7) O QUE É BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Chegamos ao final da série de artigos "Os 7 'Mistérios' da Bíblia", onde me propus a "desvendar" 7 [das inúmeras] questões acerca da Bíblia Sagrada. São perguntas que causam polêmicas em suas interpretações e que, se não forem respondidas à luz da própria Bíblia, sob a orientação do Espírito Santo, ou farão com que elas se perpetuem ou podem levar a atalhos que nos desviem do Caminho da Verdade: JESUS! 

Fechando a série vou responder a uma pergunta feita por muitos cristãos, afinal, o que é a blasfêmia contra o Espírito Santo, o único pecado imperdoável? Será que eu já o cometi, mesmo sem saber?

Certa vez, enquanto expulsava demônios, Jesus fez uma advertência que até hoje causa temor em muitos que leem as Sagradas Escrituras. Ele alertou as pessoas para que se prevenissem contra o “pecado que não tem perdão”. Muitas teorias já foram elaboradas para tentar descobrir o que ele quis dizer com essa expressão. Há quem fale em suicídio, adultério ou na rejeição da mensagem do Evangelho. Mais recentemente, os pentecostais passaram a usar o termo para advertir aqueles que não aceitassem suas línguas e profecias. 

Entretanto, não há base bíblica para essas suposições. Primeiro, a pessoa deve ficar calma: se é crente em Cristo Jesus e está preocupado se, por ventura, já cometeu esse tipo de pecado, pode estar certo de que nunca o praticou, pois tal preocupação expressa temor, sentimento advindo do próprio Espírito de Deus em atuação no espírito humano.

A quem Jesus estava se referindo?


Nas palavras do próprio Jesus, o pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. “Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens, mesmo as blasfêmias contra o Filho do Homem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno”, disse ele em Mateus 12.22 a 32. É fundamental que façamos uma análise de todo o contexto do capítulo de 12 do evangelho de Mateus para que não tiremos conclusões apressadas.

Jesus estava se referindo especificamente aos judeus, ali representados pelos fariseus. Era um prenúncio profético da rejeição dos judeus ao Messias prometido, ou seja, o próprio Jesus, a quem eles, os judeus, não receberam, não aceitaram como o messias. Ou seja, Jesus não se referia, não se dirigia à Igreja e sim à Israel (Mt 12:15-21). Por qual motivo Deus iria deixar sua Igreja correndo o risco de cometer um erro com tamanha punição sem revelar em que consiste tal erro? "Pegadinha" não é coisa de Deus. Ele é claro e evidente em seus propósitos.

"Matando a charada"


O que é a blasfêmia contra o Espírito Santo? A rejeição a Jesus e sua obra redentora, realizada através da atuação direta do Espírito Santo! Basta ler Mateus 12:22-30. Ao rejeitar o poder de Deus em Jesus através do Espírito Santo, Israel estaria cometendo blasfêmia, pecado que só poderia ser perdoado, se o pecador fosse convencido por quem? Pelo Espírito Santo: "Quando o Auxiliador [o Espírito Santo] vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas têm uma ideia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus." - João 16:8 [NTLH]. Logo, não tem perdão porque não se arrependerão de seu pecado, visto que jamais sentirá o desejo de confessá-lo.

Uma questão de fé


Enfatizando para não deixar dúvidas - Para entender melhor esse pecado é preciso lembrar aquelas que seriam as tarefas do Espírito Santo no mundo. Segundo Jesus, além de ensinar e lembrar os crentes, ele convenceria o homem a respeito do pecado, da justiça e do juízo divinos. Porém, como completou Paulo, se o indivíduo não dá ouvidos ao Espírito, pode chegar ao ponto de entristecê-lo e apagar sua influência (Efésios 4:30 e 1 Tessalonicenses 5: 19). E há pontos tão distantes de Deus que não permitem mais o retorno. Eles chegam quando surge uma contínua e deliberada rejeição contra o testemunho do Espírito em toda sua obra. Sem perceber, a pessoa rejeita e se opõe ao único recurso que pode levá-la ao arrependimento, ao perdão e a uma mudança. Com isso, seu coração torna-se endurecido e sua consciência, insensível. Sem arrependimento e confissão, ela ficará longe de Deus até o fim. Por isso, o perdão torna-se impossível. A nós, como Igreja, cabe vigiar o tempo todo para que não percamos a caríssima comunhão que hoje podemos ter com o Deus Pai, pela obra expiatória de Jesus Cristo e sob o mover dinâmico do Espírito Santo.

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 6) DEUS CRIOU O DIABO?

Os atores Al Pacino e Keanu Reeves no excelente filme "O Advogado do Diabo" (The Devil's Advocate), EUA, 1997

Eis um assunto complexo que requer um estudo bem mais apurado. Deus criou o diabo? Como pode um Deus de amor ser também o criador do mal? Por que ou para que o diabo foi criado? As respostas a estas perguntas serão dadas no estudo que segue abaixo.

Deus criou o diabo? 


A Bíblia mostra o mundo inteiro sob o domínio de um diabo invisível. De onde ele surgiu? Criou Deus o Diabo para tentar-nos e seduzir-nos ao erro? Aqui estão as respostas diretamente da Palavra de Deus!

Existe o Diabo? - Muita gente fala sobre o Diabo e Satanás. Outros zombam e dizem que isto é apenas fruto da superstição e da imaginação. Mas será que existe o Diabo? De acordo com os cristão “doutrinados”, a Bíblia ensina que o Diabo é “o deus deste mundo (ou deste século)”. Deus criou o Diabo? O que ensina a Bíblia realmente?

Para sabermos a resposta, precisamos examinar tudo desde o principio. A Bíblia, em Gênesis 1:1, diz: “No principio … Deus...” Deus existia antes de tudo. “No principio criou Deus os céus e a terra ...” Mas, logo a seguir, lê-se: “E a terra era sem forma e vazia”. As palavras hebraicas “sem forma e vazia” são tohu e bohu. Em português elas significam: caótica, em confusão, arruinada e vazia.

O mundo NÃO foi criado em caos - Originalmente, quando Deus criou os céus e a Terra, a Terra foi criada em estado caótico, desordenado e em confusão? Lemos em 1 Coríntios 14:33, que “Deus não é Deus de confusão”. Ele é o autor da paz, da lei e da ordem. Por que criaria Ele a Terra em desordem, para depois ter que endireitá-la? Isto não faz sentido! A palavra hebraica bara traduzida como “criou”, usada em Gênesis 1:1, indica um sistema e uma ordem belos e perfeitos.

No livro de Jó, Deus está falando sobre a criação quando diz: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?” Jó era justo e um tanto orgulhoso de suas realizações. Deus estava levando-o a humilhar-se por meio de uma comparação de realizações. Deus continua: “Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38:5-7).

De acordo com a interpretação bíblica dos símbolos, as “estrelas da alva” são os anjos e arcanjos, mensageiros da luz (da verdade), e, por serem criações de Deus, são chamados também “filhos de Deus”. Portanto, isto também pressupõe a criação gloriosa e perfeita da Terra. Então, como foi que a Terra se tornou caótica?

A Terra TORNOU-SE caótica - Em Gênesis 19:26, usa-se o mesmo radical da palavra hebraica hayah, que se traduz por “era” em Gênesis 1:2. (Veja também Gênesis 2:7: “foi feito” ou “passou a ser” – e 9:15: “se tornarão”.) Nesses exemplos hayah dá a idéia de “tornar-se”. Nos primeiros três capítulos da Bíblia, e em muitos outros, onde se lê a palavra hebraica hayah, em quase todos os casos ela denota uma condição diferente de uma outra anterior. Em outras palavras, a Terra tornou-se caótica. Ela não foi sempre assim.

Claramente a palavra “era” (hayah) nesse texto tem o significado de “tornou-se”. A tradução de Gênesis 1:2, feita por Rotherham [Josephh Bryam Rotherhan (...) foi um britânico estudioso da Bíblia, e produtor de A Bíblia Enfatizada de Rotherham, obra inglesa publicada em 1902, que usa vários métodos, tais como “idioma enfático" e marcas diacríticas especiais, para trazer as nuances dos subjacentes textos hebraico, aramaico e grego. Estes mecanismos foram empregados pelo tradutor para ajudar o leitor a identificar a que palavras ou expressões se dava ênfase especial no texto grego.] diretamente da língua hebraica original, diz: “Agora a terra tornara-se desolada e vazia”. Ela não foi sempre assim.

Em Jeremias 4:23, Isaías 34:11 e em outras passagens da Bíblia encontram-se as mesmas palavras, tohu e bohu, significando “caótico” e “em confusão”. Em todos os casos esta condição é resultante do pecado, que é a transgressão da lei de Deus (1 João 3:4).

Originalmente não havia caos - Note Isaías 45:18: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia” (a Edição Revista e Atualizada no Brasil, daqui em diante referida como ARA, dá a seguinte tradução: “que não a fez para ser um caos”).

O termo hebraico original, ali, é tohu. Esta palavra é idêntica à palavra usada em Gênesis 1:2, que significa “confusão” ou “vazia” ou “desolada” – o resultado da desordem, da violação da lei. Em Isaías 45:18, lemos claramente que Deus não criou a Terra em tohu, isto é, em confusão ou desordem. Porém em Gênesis 1:2 a Terra era (porque se tornara) caótica e em confusão!

Então, ela se tornou assim depois de criada. O que poderia ter causado essa confusão – essa desolação? Que pecado poderia ter arruinado a Terra, levando-a à condição descrita em Gênesis 1:2?

Vida antes de Adão? - O que provocou a destruição física da Terra não foi o pecado da humanidade, porque não havia ainda ser humano da raça atual na face da Terra até o sexto dia daquela recriação ou reformulação. Assim, não foi o pecado da família humana descendente de Adão. Encontramos em 1 Coríntios 15:45 que Adão foi o primeiro homem na Terra. Em Gênesis, Eva é chamada a mãe de todos os seres humanos viventes. Não houve outra raça igual à dos seres humanos de hoje antes de Adão e Eva.

Assim, o pecado que trouxe o caos não foi do homem. Logo, deve ter havido vida na Terra, porque um pecado fora cometido, levando-a a uma condição de caos e confusão pela transgressão das leis de Deus. Que tipo de vida poder ter sido? Não era vida humana. Então, que tipo de vida havia na Terra antes de Adão, antes da chamada “semana da criação”? 

Vamos a 2 Pedro 2:4, onde se lê: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram ….” Aqui está mencionado o pecado dos anjos. Agora, leia o versículo seguinte: “E não perdoou ao mundo antigo” (entre Adão e Noé), “mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios”.

O pecado dos anjos - Mencionam-se os pecados ocorridos de Adão a Noé, e a destruição física da Terra pelo Dilúvio, uma condição física caótica provada pelos pecados daqueles homens ímpios.

Havia uma condição caótica na Terra resultante dos pecados dos anjos? O pecado dos anjos é mencionado primeiro, porque este ocorreu primeiro. Quando Adão foi criado, já existia o Diabo. Portanto, o pecado dos anjos aconteceu antes da criação do homem.

Agora leia 2 Pedro 2:6: “E [Deus] condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente”
O pecado era geral naquelas duas cidades cananéias. A destruição física, por causa do pecado, veio sobre todo o território, onde aqueles povos habitavam. Então, tal destruição não teria vindo à Terra por causa do pecado dos anjos, que ocorreu antes de Adão? 

Agora, vamos ao livro de Judas. No sexto versículo lê-se o seguinte: “Aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação [eles tinham um lugar onde viviam, uma habitação, uma propriedade que abandonaram], [Deus] reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. Note! São os anjos pecadores que estão reservados naquelas prisões, em trevas, impedidos de acesso à luz e à verdade, até ao julgamento do grande dia.

Os anjos possuem a Terra - Como está claro! Os anjos tinham um principado, contudo não o preservaram, mas abandonaram-no. Em Hebreus 2:5 lemos o seguinte: “Porque não foi aos anjos que sujeitou mundo futuro, de que falamos”. Em outras palavras, o Mundo Vindouro, o Reino de Deus, não estará sujeito a anjos. O mundo presente, sim, é que está sob o domínio de anjos caídos. Os demônios, e o Diabo que os comanda, governam este planeta e influenciam os seus habitantes. Toda a Bíblia confirma este fato – 2 Coríntios 4:4; Efésios 2:2; Apocalipse 12:9.

Como obtiveram este domínio? Como adquiriram este poder? Como conseguiram manter este controle? De onde o Diabo recebeu o poder para liderar e governar este mundo? 
O Diabo é o líder dos anjos caídos, como você pode verificar em João 12:31; Mateus 12:26; 25:41; Apocalipse 12:9. Em 2 Coríntios 4:4, ele é chamado “o deus deste século [mundo]“. Ele é o rei, ou o príncipe, do mundo mau em que hoje vivemos. 

Vejamos algo sobre a origem do Diabo


Abra a Bíblia em Isaías 14, começando com o versículo 4: “Então proferiras este dito contra o rei da Babilônia e dirás: Como cessou o opressor! a cidade dourada acabou!” Aqui está o rei da Babilônia. Este relato continua a descrever como ele havia abalado a Terra. Ele foi um invasor, um conquistador. Ele foi um fomentador de guerras, tentando tomar dos outros, e obter tudo o que pudesse para si. Ele possuía simplesmente a filosofia oposta à de Deus. Em outras palavras, ele tinha a filosofia do Diabo. Ele representava o Diabo. O rei da Babilônia era o instrumento e a ferramenta do Diabo.

A rebelião de Lúcifer - No versículo 12 de Isaías 14, o tipo – esse rei humano da Babilônia [Isaías 14] – nivela-se ao seu antítipo supremo, Satanás. Satanás será removido e aprisionado depois da vinda do Messias. A profecia de Ezequiel, que será discutida mais adiante, revela que ele é o ex-querubim Lúcifer.  O nome no hebraico deste ser foi Heylel
 
Continuemos no versículo 12: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações. E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:12-14). No versículo 15 o foco volta para o rei humano.

Note que esse ex-querubim, o Heylel (Lúcifer), havia sido colocado como governador dos anjos que com ele pecaram. Ele possuía um trono. Ele afirmou que exaltaria o seu trono acima das estrelas (anjos) de Deus. Este trono já havia sido exaltado sobre os anjos da Terra – sobre os que pecaram com ele. Agora iria exaltá-lo acima dos anjos de Deus, no céu. Iria invadir o céu de Deus, e destroná-Lo para reger o universo inteiro!

Em Ezequiel 28, começando com o versículo 1, o príncipe humano de Tiro é mencionado como sendo rico (capitulo 27), cercado de beleza perfeita, dizendo em seu coração vaidoso: “Eu sou Deus” e “sobre a cadeira de Deus me assento” (v. 2) – compare com 2 Tessalonicenses 2:3-4.
Compare também Ezequiel 27:7 com Apocalipse 18:16. Todos estes versículos se referem ao mesmo sistema. No entanto, Ezequiel 26 refere-se à antiga cidade de Tiro, como precursora, ou tipo, do sistema atual.

Então, como em Isaías 14, o tipo humano levanta-se como a antítipo satânico em Ezequiel 28:12. “Filho do homem, levanta uma lamentação [um canto fúnebre] sobre o rei de Tiro …” A profecia dos capítulos 27 e 28 refere-se não ao líder da antiga cidade de Tiro (como faz o capitulo 26), mas a um personagem importante, nas mãos de Satanás  no futuro, logo antes da vinda do Messias para remover Satanás e trazer a paz mundial. Assim, a profecia indica o fim do domínio espiritual desse grande personagem sobre as nações – bem como o afastamento de Satanás do seu trabalho de influenciar a humanidade. Agora, começando com o versículo 12, e até o meio do versículo 17, volta a falar do próprio Satanás:

“… E dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida [o sinete da perfeição – ARA], cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus: toda a pedra preciosa era a tua cobertura … a obra dos teus tambores e dos teus pífaros [música] estava em ti; no dia em que foste criado foram [eles] preparados”.

Um ser criado


Note, aqui não está falando um ser humano, mas de um ser criado. Deus nunca diria de um ser humano que este fosse o sinete (a soma total) de sabedoria, perfeição e beleza. Então, quem era este grandioso ser criado originalmente?

“Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci”, responde Deus (Ez 28:14). Em Êxodo 25:17-20, você encontrará a descrição do próprio trono de Deus, do qual Ele reina sobre o universo inteiro, vasto e ilimitado. Nesse trono estão dois querubins – anjos de grande autoridade – cujas asas abertas cobrem o trono. Esse personagem, então, é o ex-Lúcifer, quem estava diante do trono do universo, com profunda formação no Governo de Deus. 

“… no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (Ez 28:14-15). Então, Deus responsabiliza-o pelo pecado, pela corrupção da sabedoria e pela perversão, dizendo que ele se tornou orgulhoso – seu coração ficou cheio de vaidade por causa da sua beleza. Então, no versículo 17 de Ezequiel 28, o antítipo do espírito imortal desce e retorna ao tipo humano, que será o instrumento principal nas mãos de Satanás nos terríveis acontecimentos mundiais que ocorrerão um pouco antes da vinda do Messias, e prosseguirão até ao estabelecimento do Governo de Deus sobre todas as nações da Terra pelas mãos desse Messias.

Esse personagem humano, que alega ser Deus, sentado no seu santuário (Ez 28:18; 2 Ts 2:3-4), será destruído pelo fogo e feito em cinzas (v. 18). Compare com Apocalipse 29:20. Neste texto, dois personagens humanos (a besta e o falso profeta), instrumentos de Satanás, são apresentados – um como líder civil governando sobre dez reis e suas nações, e outro como o grande “falso profeta”. A profecia de Isaías 14 mostra o rei da Babilônia como governador civil.
Lúcifer torna-se o Diabo

E agora vamos recapitular até aqui. A terra foi criada perfeita. Os anjos exultaram de alegria. Desde o momento da criação ela foi ocupada pelos anjos.

Havia um trono, no qual se sentava Lúcifer, um querubim. Ele havia sido preparado na administração do Governo de Deus, e esteve diante do próprio Deus, no céu. Deus o colocou no trono da Terra para administrar o Governo de Deus sobre os anjos na Terra.

Havia na Terra felicidade, paz e alegria “até que se achou iniquidade” em Lúcifer (Ez 28:15). Deus não criou o Diabo, porém um querubim belo e perfeito. Mas Deus deu aos Seus anjos o livre arbítrio – mentes capazes de pensar e raciocinar – o direito da livre escolha.

Lúcifer permitiu que sua beleza o enchesse de vaidade – como a glória e desejos próprios. Ele se tornou invejoso do poder de Deus, ressentindo-se da autoridade que estava acima dele. Conspirou com os seus anjos para a formação de um exército para invadir o céu de Deus, e destroná-lo.

Lúcifer ia ser Deus. E vai ser a sua influência enganosa sobre o “príncipe de Tiro” que levará este personagem a declarar que ele, um homem mortal, é Deus.

Assim, Lúcifer não mais era o “mensageiro da luz”, porém um adversário – um agressor, um competidor, um inimigo. O nome Satanás significa “adversário”. Seus anjos transformaram-se em demônios.

Como a Terra se tornou caótica - Um terço dos anjos uniu-se a Satanás na rebelião. Isso foi o que provocou o caos neste planeta. O pecado dos anjos chegou até os céus, e trouxe o caos à Terra. O que os geólogos e astrônomos vêem não é um universo em evolução, mas os escombros de uma batalha titânica entre espíritos através do espaço – a qual ocorreu antes da criação do homem.

A Terra foi criada perfeita. Então se tornou caótica, como resultado da rebelião. E em seis dias, Deus refez a Terra, remodelou-a, reorganizou-a, e criou os seres humanos sobre ela (Sl 104:30).

Ele deu a Adão a oportunidade de tomar o domínio das mãos de Satanás, sentar-se no trono da Terra e restaurar o Governo de Deus. Adão rejeitou essa extraordinária oportunidade, cedendo à influência de Satanás que até hoje permanece no trono da terra como o deus deste mundo. Cristo, o segundo Adão, em breve virá para apoderar-se do trono e restaurar finalmente o Governo de Deus na Terra (Atos 3:19-21). Lembre-se que Lúcifer foi colocado sob o governo da Terra.

Deus nomeou o grande querubim, Lúcifer, para exercer o governo de Deus sobre a Terra, mas este se recusou a fazer a vontade de Deus, e a obedecer os seus mandamentos e o seu governo. Ele quis tomar o lugar de Deus. E assim foi por si próprio desqualificado.

Adão teve a oportunidade de suplantá-lo, e mostrar que obedeceria a Deus. Mas falhou, porque em vez de obedecer a Deus obedeceu ao Diabo, tornando-se assim propriedade do Diabo. Por conseguinte, a raça humana ficou cativa do Diabo, desde então.

Uma questão de fé


Jesus Cristo veio 4.000 anos depois, também entrando na grande batalha (Mt 4:8). Ele se recusou a obedecer ao Diabo. Ele usou as Escrituras corretamente, obedecendo a Deus.

Finalmente, virando-se, ordenou a Satanás: “Afasta-te de mim”, e o Diabo obedeceu (Mt 4:10). Naquele dia, o sucessor de Satanás mostrou-se qualificado para tomar posse do governo da Terra. 

A seguir, Jesus foi para o Céu, há mais de 2000 anos, e em breve voltará. Quando isso acontecer, o Diabo será destituído e Cristo reinará na Terra, as leis de Deus serão restauradas, e a ordem e a paz virão, finalmente! 

Assim, Deus não criou o Diabo. Ele criou o querubim Lúcifer, perfeito nos seus caminhos, mas com o direito de livre escolha. Lúcifer transformou-se no Diabo pela rebelião contra o Governo de Deus. O diabo foi vencido por Deus através de Jesus e isso é o que importa.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 5) A LEI FOI ABOLIDA?

Desde que apóstolo Paulo começou suas viagens missionárias essa questão divide as opiniões dentro da Igreja. É fato que algo foi abolido por Cristo na cruz, como propõe o próprio apóstolo dos gentios. Das 613 ordenanças entregues a Moisés no Monte Sinai, algumas reafirmações de leis já existentes, várias não são mais seguidas pelos cristãos modernos. Com exceção das comunidades judaico-messiânicas, que têm seus próprios motivos, ninguém mais pratica a circuncisão ou durante o mês de setembro acampa no lado de fora de sua casa para celebrar a Festa das Cabanas. Entretanto, é impensável que alguma igreja aceite que seus membros adorem outros deuses ou matem. Afinal, o que vale ainda nos dias atuais?

Legalismo X Liberalismo


Primeiro é preciso esclarecer o que é essa tal “lei”. O termo mais comum em hebraico para designá-la é torá e em grego nomos, mas tanto pode se referir ao conteúdo total do Antigo Testamento, literalmente “a Lei e os Profetas”, quanto aos cinco primeiros livros bíblicos, o Pentateuco - os livros escritos por Moisés -, aos Dez Mandamentos, à vontade revelada de Deus, a preceitos civis de Israel ou cerimoniais, como os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes como ofertas ou pelo perdão dos pecados da nação.

Os preceitos abolidos consistiriam essencialmente em cerimônias, como os sacrifícios. Esse cerimonialismo foi usado por Deus para apontar a figura de Cristo. Mas os preceitos morais, como os Dez Mandamentos, continuam válidos para o povo de Deus, como Jesus mesmo garantiu ao repreender aqueles que violavam os mandamentos, por menor que fossem. A salvação é pela graça, mas para uma vida de obediência. Há, no segmento cristão, os Adventistas do Sétimo Dia que faz parte de uma corrente que defende a validade do decálogo, inclusive a guarda do sábado como dia de adoração a Deus, para os cristãos.

Os Adventistas e a Lei


Os adventistas do sétimo dia já usaram através dos tempos os seguintes títulos: Igreja Cristã Adventista (1855); Adventistas do Sétimo dia (1860); União da Vida e Advento (1864);Igreja de Deus Adventista (1866); Igrejas de Deus Jesus Cristo Adventistas (1921); Igreja Adventista Reformada; Igreja Adventista da Promessa; Igreja Adventista do sétimo dia ( Atual). Existem outros grupos como Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do pacto, etc, porém o mais importante é a Igreja Adventista do Sétimo dia, conhecida como Sabatista ou Sabatismo.

As revelações de Helen White tiveram muito que com a formação das doutrinas dos adventistas, e seus escritos prolíficos contribuíram grandemente para a expansão da Igreja. Ela e seu esposo disseminaram amplamente seus ensinos proféticos e doutrinários por meio de revistas e livros. Embora a Igreja adventista afirme que a Bíblia é sua autoridade doutrinária, ainda crê que Deus inspirou Helen White em sua interpretação das Escrituras e em seus conselhos, conforme se encontram em seus livros. 

Os adventistas creem que tais obras não só foram inspiradas por Deus, mas que estão no mesmo nível da Bíblia, que citam apenas para comprovar o que ensinam, buscando versículos ou passagens isoladas. O livro "O grande conflito" é considerado a obra prima da Sra. White e recomendam-no largamente. Tal livro já foi editado em mais de 30 línguas com uma vendagem superior a dois milhões de exemplares. Entre outras obras, as mais importantes são: "Vida de Jesus, Patriarcas e Profetas, Veredas de Cristo, O desejado de Todas as Nações"

A principal característica doutrinária dos adventistas é a ênfase à Lei e a guarda sábado. Suas doutrinas mais conflitantes são: a expiação incompleta (Jesus ainda estaria cumprido a obra expiatória), o bode expiatório (ensinam que o bode emissário [ou bode para azazel] de Levíticos 16:22,26 simboliza Satanás, sendo assim, nossos pecados foram lançados sobre Satanás), o sono da alma (ensinam que as almas dos justos dormem até a ressurreição e o juízo final; este "sono da alma" é um estado de silêncio, inatividade e inteira inconsciência), a aniquilação de Satanás e dos ímpios (ensinam que Satanás seus demônios, e todos os maus serão aniquilados, completamente destruídos; a Sra. White diz que a teoria do castigo eterno é "uma das doutrinas falsas que constituem o vinho das abominações da Babilônia), a observância obrigatória do sábado (ensinam que os cristãos devem observar o sábado como o dia de repouso, e não o domingo; creem que os que guardam o domingo aceitarão a "marca da besta"; a senhora White ensina que a observância do Sábado é o selo de Deus; o selo do Anticristo será o oposto a isto, ou seja, a observância do Domingo) e outras proibições legais, como comer carnes, por exemplo.

Tá, mas e a Lei?


No consenso geral da teologia, discutir a graça divina é essencial, ois muita gente confunde salvação com obediência à lei. Ninguém é justificado pelas obras da lei. No Antigo Testamento, a lei fazia parte do arcabouço salvífico da religião de Israel, junto do sistema sacrificial. Jesus dá início ao processo de desmistificação do papel da lei na salvação e Paulo leva essa compreensão a seu ponto mais alto. Ora, a salvação surge dá fé que a pessoa manifesta em Cristo. Para alcançá-la deve-se crer e receber de graça e com arrependimento o dom de Deus.

Uma questão de fé


A graça não exime o cristão de suas responsabilidades, mas muda sua vida. A obediência ética sem amor é imposição cruel. Firma-se um relacionamento com Deus a partir da conversão, no qual, essa obediência acontece na forma de novidade de vida, porque a graça da salvação alcançou o indivíduo.

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 4) DEUS MANDOU MATAR?

Guerra santa é um assunto que ganhou destaque na imprensa depois dos trágicos atentados de 11 de setembro de 2001 - marco negativo na história recente dos EUA. E normalmente causa mal-estar e pesadas críticas de cristãos sinceros ao lembrar que, naquela ocasião, mais de 2 mil inocentes morreram nos choques dos aviões contra as Torres Gêmeas, em Nova York. Porém, o que poucos se dão conta é que algo muito parecido aconteceu milhares de anos atrás e está registrado nas páginas da própria Bíblia. Ali, mais precisamente no livro de Josué, Deus ordena sem qualquer cerimônia a seu povo que invada a cidade de Jericó e mate todos os cananeus que lá encontrar, seja eles homens, mulheres ou mesmo crianças.

Um Deus que é amor e manda matar?


Não é de hoje que a ordem divina provoca consternação geral. Afinal, por que um Deus tão bom, que quer a salvação de todos, ordenou tal massacre? Essa questão já gerou acaloradas discussões e realmente não há explicações fáceis. À primeira vista, a impressão que dá é que a divindade do Antigo Testamento é muito diferente daquela que enviou o próprio Filho para morrer numa cruz pela humanidade no Novo. 

De fato, há uma descontinuidade de algumas práticas do Antigo para o Novo Concerto. Antigamente, os israelitas eram usados por Deus como instrumentos de seu juízo. Hoje, é uma traição ao Evangelho pegar em armas para promover os interesses de Cristo, diz o teólogo Tremper Longman III, no livro "Deus Mandou Matar?" (Editora Vida).

Para tentar solucionar o imbróglio, Longman propõe analisar a situação sobre dois atributos pessoais de Deus: seu amor e sua justiça. Ao mesmo tempo em que ele é amor e quer salvar a todos, também é justo e cobrará a cada um segundo suas obras. O relato de Josué mostra que houve pessoas em Jericó, inclusive a prostituta Raabe, de quem descenderia Cristo (Veja artigo http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2015/04/uma-prostituta-na-genealogia-de-jesus.html), que foram poupadas. Se houvesse outras pessoas que mudassem sua posição, igualmente seriam poupadas. 

Deus não é injusto. Porém, naquele contexto, a população de Jericó teve conhecimento da chegada dos israelitas e tomou partido de seus deuses contra Yahweh. Naquele tempo, a revelação ainda começava e demoraria tempo para que os valores cristãos pudessem ganhar força e moldar a consciência social. Mesmo assim, quem tem problemas com relação à conquista de Canaã, também terá em compreender o juízo de Cristo, pois nele, todos os desobedientes, independente de idade ou condição serão jogados no lago de fogo.

Uma questão de fé


Inevitavelmente, a questão puxa outra: como um Deus amoroso permite tanto sofrimento no mundo? Para debater “o problema da dor”, como C. S. Lewis certa vez chamou o assunto, é necessário deixar algumas coisas claras. De acordo com a Bíblia, nessa história não há inocentes, todos pecaram e estão sujeitos às mais diversas situações em um mundo de injustiça. Não que esta seja a vontade divina. Pelo contrário: ele criou tudo perfeito, mas quando o homem se afastou de seus caminhos, permitiu a entrada da dor, do sofrimento e da morte no mundo. E é sabido por todos que o salário do pecado é a morte (Rm 5:12, 6:36, 1 Co 15:56, Tg 1:15) e isto, desde sempre.

A lição de que a rebelião – e todo pecado – leva à morte é muito clara no Jardim do Éden. Na ocasião, Adão e Eva deveriam ser mortos na hora, mas foram poupados e receberam uma nova chance. Essa graça é o motivo de qualquer um de nós ainda estar respirando. Deus minimiza o mal causado pelo homem. Assim operam sua justiça e seu amor, ainda que não aceitemos muito bem tudo isso.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 3) O QUE ACONTECE COM A PESSOA QUANDO ELA MORRE?

Esta é uma incógnita que deixa uma lacuna na cabeça de muita de gente. As especulações, obviamente, são muitas. Cada crença religiosa tem a sua. Uma coisa é certa, com a possibilidade da existência do inferno, ninguém quer ir pra lá. Todo mundo quer seu lugarzinho garantido lá "no andar de cima."

Um ditado popular garante que a única coisa certa para quem está vivo é de que um dia morrerá. Apesar dessa certeza, se existe algo que quase ninguém quer é morrer. Muito por conta da aura de mistério que cerca aquilo que está reservado ao ser humano no além-túmulo. Certo mesmo, segundo a Bíblia, é que essa história de reencarnação - com o devido respeito aos que nelas acreditam - não existe. Todos passam por aqui uma única vez e depois disso serão julgados. E, se a vida terrena é o ponto de partida, o de chegada será a vida eterna, mas em corpos ressuscitados. Pelo menos, para aqueles que crerem em Jesus.

A morte segundo a crença Espírita


Entre tantos conceitos sobre a morte, o da doutrina espírita, na linha kardecista, merece uma atenção especial. A crença em Deus e a existência da alma estão presentes em quase todas as religiões. A diferença do Espiritismo é, sob o prisma de seus seguidores, oferecer uma visão mais palpável, lógica e, até mesmo, acessível sobre a morte, que deixa de ser um tabu. 

Dois conceitos presentes em outras crenças e anteriores à decodificação de Kardec diferenciam o Espiritismo das religiões cristãs e sustentam essa maneira original de lidar com a morte: a reencarnação e possibilidade de comunicação com os mortos. 

A multiplicidade das existências explica, na ótica espírita, as diferenças entre os seres humanos, decorrentes de méritos e resgates de vidas passadas. É o carma, presente também, por exemplo, no budismo. Ou lei de ação e reação.

A comunicação com os mortos foi o fator determinante para o próprio surgimento do Espiritismo. As diretrizes teriam sido reveladas por espíritos em diferentes partes do mundo e codificadas por Kardec [
Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Leon Denizard Rivail (1804 - 1869), foi o codificador do Espiritismo. Educador, autor e tradutor francês nascido em Lyon.] em "O Livro dos Espíritos", lançado em 1857, primeira das Obras Básicas da Doutrina. Eles dizem que uma pessoa não morre, mas sim, "desencarna". Afirmam também que a comunicação [com os mortos] tem que partir de lá, não daqui, pois, não sabemos a condição de quem está lá.

Ressurreição, uma das colunas que sustentam o cristianismo, mas, enquanto isso...


No demais, ou seja, o que acontece nesse meio tempo, enquanto os mortos não ressuscitam, é que as opiniões se dividem. De acordo com as Escrituras, somos constituídos de uma parte material, o corpo, e outra imaterial e imortal, a alma ou espírito. Alguns defendem que esse espírito seria um terceiro elemento. Quando a pessoa morre, a alma continua consciente. 

Para defesa deste ponto de vista, recorre-se a dois exemplos nas Escrituras: 1) Moisés, que mesmo falecido, apareceu no Monte da Transfiguração (Mateus 17:1-9) e 2) o apóstolo Paulo, que disse preferir partir ou morrer para estar com Cristo (Filipenses 1:23). Se o apóstolo acreditasse que sua morte o lançaria num estado de total e literal inexistência, cortando sua comunhão com o Senhor, seria um absurdo total ele declarar que morrer era melhor do que continuar vivo. 

Apesar disso, esses mortos não ficam "vagando por aí" como almas penadas e têm contato com os vivos como algumas religiões acreditam. Até Cristo, todos ficavam no lugar que em hebraico quer dizer sheol, em grego, hades, e em latim, infernus. Daí nossa palavra inferno. Mas longe de ser um lugar tenebroso, tinha duas divisões. Os ímpios eram atormentados, mas os justos ficavam no paraíso ou seio de Abraão. Após a ascensão de Cristo, os salvos, após a passagem pelo tribunal de Cristo e o término da grande tribulação, irão reinar com Cristo em "novos céus de uma nova terra", recuperando o domínio total, conforme o projeto original de Deus.

Outras interpretações - Adventismo


Nem todos interpretam os acontecimentos depois da morte dessa maneira. Segundo a crença adventista, para entender a morte, é preciso compreender a vida. Os adventistas citam a criação do ser humano em Gênesis 2:7 para "desvendar o mistério". Nessa passagem, Deus sopra o fôlego de vida num boneco de barro e o torna uma alma vivente. Os adventistas acreditam que, diferente do que os gregos diziam, o homem é indivisível. Quando ele morre, a alma, que é toda a pessoa, com seus intelecto e emoções, acaba. O corpo volta para o pó e o espírito ou fôlego de vida para Deus, como ensina Eclesiastes 12:7.

Eles recorrem às línguas originais para explicarem esse entendimento. Enquanto espírito, em hebraico, tem o sentido de “sopro” ou “vento”, alma dá a ideia de “pessoa” ou “ser vivo”. “Nada de Gasparzinho”, dizem. O mesmo acontece com sheol ou hades. Ainda segundo os adventistas, esse lugar nada mais é do que a sepultura, onde todos os mortos descansam até o tempo da ressurreição e do juízo.

Uma questão de fé


A morte é o primeiro efeito externo ou manifestação visível do pecado e o último do qual seremos salvos (Rm 5:12; 1 Co 15:26). O Salvador tornou a morte inoperante e trouxe à luz a vida em sua ressurreição, nos garantindo assim a vida eterna. Ou seja, o homem é mortal, e seu corpo está sujeito à morte, embora sua alma seja imortal e sobreviva à morte do corpo.

Qual a distinção entre imortalidade e vida eterna? A imortalidade é futura (Rm 2:7; 1 Co 15:53, 54) e refere-se à glorificação de nosso corpo mortal na ressurreição. A vida eterna refere-se principalmente ao espírito do homem; é uma posse presente, e não é afetada pela morte do corpo.

A vida alcançará sua perfeição na vinda de Cristo e será vivida em um corpo glorificado que a morte não mais poderá destruir - tragada foi a morte pela vitória. Todos os crentes, quer vivos quer falecidos, já possuem a vida eterna, mas somente na ressurreição alcançarão a imortalidade. Cristo em nós, a esperança da glória.

[Fonte de pesquisa: Conhecendo As Doutrinas da Bíblia, Myer Pearlman (Editora Vida)]

terça-feira, 21 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 2) AS PROFECIAS DO APOCALIPSE SÃO LITERAIS?

O livro do Apocalipse (chamado também Apocalipse de São João, pelos católicos e ortodoxos, e Apocalipse de João, pelos protestantes, ou ainda Revelação a João) é um livro da Bíblia — o livro sagrado do cristianismo — e o último da seleção do Cânon bíblico.

A palavra apocalipse, do grego αποκάλυψις (termo primeiramente usado por F. Lücke - 1832) significa, em grego, "Revelação". Um "apocalipse", na terminologia do judaísmo e do cristianismo, é a revelação divina de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus. Por extensão, passou-se a designar de "apocalipse" aos relatos escritos dessas revelações.

Devido ao fato de, na maioria das bíblias em língua portuguesa se usar o título Apocalipse e não Revelação, até o significado da palavra ficou obscuro, sendo às vezes usado como sinônimo (errôneo) de "fim do mundo".

Para os cristãos, o livro possui a pré-visão dos últimos acontecimentos antes, durante e após o retorno do Messias de Deus. Alguns Protestantes e Católicos entendem que os acontecimentos previstos no livro já teriam começado.

A literatura apocalíptica tem uma importância considerável na história da tradição judaico-cristã-islâmica, ao veicular crenças como a ressurreição dos mortos, o dia do Juízo Final, o céu, o inferno e outras que são ali referidas de forma mais ou menos explícita.

Algumas pessoas defendem que o fato de várias civilizações no mundo terem apresentado narrações apocalípticas sugere que estas têm uma origem comum e ancestral (supostamente revelada ao homem por um ser dotado de inteligência superior, entre outras teorias) que foi sendo deturpada pela transmissão oral. Esta visão assume, por vezes, um caráter ecológico, ao propor que a mensagem do apocalipse se refere à capacidade que o homem civilizado tem de destruir o mundo.

Grandes bestas que emergem do mar, multidões vestidas de branco no céu, julgamentos e vinganças empreendidas por cavaleiros sobrenaturais e animais monstruosos, que mais parecem ter saído de um filme de terror. O Apocalipse é um dos mais assustadores e fantásticos relatos da literatura em todos os tempos. Considerado uma revelação sobre a volta de Cristo e o fim do mundo, cristãos em todas as épocas o consideraram apologeticamente profético, ou seja, com descrições do futuro. Mesmo que pouco entendessem daquilo que está escrito nele.

O que dizem os pesquisadores


Muito do medo que vem da leitura do Apocalipse existe porque as pessoas ignoram que essa mensagem foi escrita para um público específico num contexto específico: as sete igrejas da Ásia Menor do final do primeiro século. Este o conceito defendido pelos pesquisadores Wes Howard-Brook e Anthony Gwyther no livro Desmascarando o Imperialismo (Edições Loyola e Paulus). 

Durante muito tempo, acreditou-se que o Apocalipse fora escrito para ajudar os seguidores de Jesus a manter a fé em meio à desgraça provocada por uma terrível perseguição, com a promessa de que a iminência do fim encerraria sua grande tribulação.

Essa hipótese já não encontra apoio nem entre os estudiosos mais liberais. Em fins do primeiro século, não havia perseguições generalizadas ou sistemáticas naquela região. Mas a sombra do poderoso Império Romano e seus valores corrompidos pairava sobre as pequenas e insipientes comunidades cristãs. Para que elas não sofressem a tentação de fazer as pazes com Roma, João revelou o Império como a prostituta sedutora que oferecia a boa vida em troca de obediência e de uma besta esfomeada que devorava todos os que ousassem se opuser a ela.

Simbologismo profético


Que o Apocalipse é um texto altamente simbólico parece haver consenso. Mas muita gente acredita que essa simbologia, sim, já desencadeia e ainda provocará outros eventos bem reais até o fim dos tempos. Logo no início do livro, vemos que seu conteúdo abrange o passado, o presente e o futuro da Igreja. "Escreve as coisas que tens visto as que são e as que depois destas hão de acontecer" é a ordem que João recebe. Eventos como o juízo final, o trono branco e a Nova Jerusalém não aconteceram. É absurdo então pensar que se referiam àquela época e, obviamente, mais lógico interpretar que são coisas do por vir.

Desse modo, as bestas de Apocalipse 13 são simbólicas. Mas a primeira besta representaria, na realidade, um líder ou poder político e o falso profeta, um personagem religioso. Outra passagem real seria a guerra no céu, descrita no capítulo anterior. Apesar de trazer também consequências e efeitos futuros, ela mostra a rebelião de Satanás e como ele foi expulso com um terço dos anjos rebeldes da presença divina. 

Questão de fé


Por tudo isso, creio que a advertência para não ignorar as profecias são muito válida. Eventos como a grande tribulação, a volta e vitória de Jesus, a prisão de Satanás e o estabelecimento do Milênio, o julgamento e o novo céu e nova Terra se cumprirão literalmente. Com toda aparentemente complexa linguagem simbólica, cremos indubitavelmente pela fé que toda a mensagem profética do Apocalipse é de interpretação literal. 

O MINISTÉRIO PROFÉTICO DO ANTIGO TESTAMENTO

Um dos ministério mais "disputados" em muitas igrejas evangélicas - depois do de pastor, claro - é o de profeta. Pessoas que se intitulam e/ou que são intituladas como profetas costumam ter status em muitas denominações, principalmente nas pentecostais, onde os dons espirituais são bem enfatizados e efusivos em suas atuações. Mas, será que muitos desses que se dizem profetas, sabem realmente o significado desse ministério? 

Os profetados do Antigo Testamento inspiram e instruem não somente Israel, mas a Igreja de Cristo. O Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos fizeram-lhes referências, reconhecendo a autoridade espiritual deles. O presente artigo objetiva explanar a missão desses homens de Deus e a abrangência bíblica do termo "profeta".

[Nota: Para melhor entendimento deste artigo é fundamental que a leitura do mesmo seja feita com acompanhamento de uma Bíblia aberta.]

1. O início do ministério dos profetas


É sabido que o ministério profético no Antigo Testamente era totalmente distinto em seu contexto de hoje. No AT, Deus só falava através dos profetas. No Novo Testamento, apesar de ainda falar pelos profetas, a maneira do Senhor nos falar é através de sua Palavra sendo que, portanto, as mensagens proféticas só são válidas se estiverem em linha com a Palavra (Hebreus 1:1). Para análise do assunto, usaremos como base o texto bíblico de Números 11.

a) Contexto histórico - Números 11:24

Nos versículos 11 ao 15 do capítulo 11 de Números, observamos que Moisés, por causa de seu trabalho excessivo, sentiu-se incapaz de satisfazer plenamente às necessidades do povo, e isso o deixou frustrado. Todos os homens de Deus passam por experiências similares. Quando chegamos a esse ponto, Deus vem em nosso socorro (Sl 121:1, 2). Foi nesse contexto que o Senhor, para aliviar a carga de Moisés, repartiu o Espírito que estava sobre o seu servo entre setenta anciãos de Israel, a fim de ajudar o grande legislador do povo hebreu a desempenhar o seu ministério (Nm 11:16, 17).

b) Moisés iniciou o ofício profético em Israel - Nm 11:25, 26

O verbo "profetizar" aparece aqui pela primeira vez nas Escrituras Sagradas: "[...] quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram (25)"; "[...] e profetizavam no arraial (26)". Foi com essa congregação de setenta homens dos anciãos do povo hebreu que Moisés iniciou ao que posteriormente ficou conhecido como o ministério profético em Israel. 

Apesar de o verbo ter a sua primeira menção no livro de Números, a figura do profeta está presente desde a época patriarcal. Embora não se saiba qual era exatamente a sua função nesse período, parece nos incluir a intercessão, visto que Deus disse a Abimeleque acerca de Abraão: "[...] porque profeta é e rogará por ti (Gn 20:7)".

c) "Tomara que todo o povo de Deus fosse profeta" - Nm 11:29

A resposta de Moisés demonstra que qualquer pessoa podia ser profeta, desde que tivesse uma chamada divina específica. Essa expressão se confirma na história do Antigo Testamento, pois os profetas e profetisas como Débora e Hulda, por exemplo, vieram de diversas tribos, famílias e classes sociais (Jz 4:4; 2 Rs 22:14). Veja ainda o caso de Amós, que era camponês (Am 7:14). Diferentemente dos sacerdotes, os profetas não precisavam pertencer a certa família sacerdotal, como a de Arão; também não havia restrição de idade nem objeção quanto às condições físicas.

2. O Profeta


a) Seu significado - A palavra hebraica usada no Antigo Testamento para "profeta" é "nâbí". Sua etimologia é incerta, mas o verdadeiro significado é possível pelo seu uso nas Escrituras. O diálogo entre Deus e Moisés (Êx 4:14-16) esclarece o sentido do termo, o qual é "falar em nome de Deus". Por conseguinte, é ser um "porta-voz", um "embaixador". (Veja a ilustração do ofício com Moisés e Arão em Êxodo 7:1,2). Deus sabe todas as coisas, conhece o fim desde o princípio; seu conhecimento é absoluto e perfeito em tudo (Is 46:9, 10). Portanto, quem fala em seu nome anuncia o futuro como se fosse presente. Isso explica o estreito vínculo de "profetizar" com "prever o futuro" e, ainda, "revelar algo impossível de saber através dos recursos humanos", ações possibilitadas apenas por Deus.

b) Sua abrangência - Tanto o substantivo "profeta" como o verbo "profetizar" têm amplo significado no Antigo Testamento e em nossos dias. O termo "falso profeta" aparece na versão grega dos setenta, conhecida como Septuaginta (LXX), e em o Novo Testamento; porem, não existe nas Escrituras hebraicas. Assim o termo aplica-se também a adivinhos, falsos profetas e profetas das divindades pagãs das nações vizinhas de Israel, sendo identificados como tais pelo contexto (Js 13:22; 1 Rs 22:12; Jr 23:13).

c) Expressões correlatas - Vidente, por exemplo, possui dois termos hebraicos que o identifica nas Escrituras: hozeh e roeh (hôzer e rô'eh na transcrição técnica). Ambos apresentam dois sentidos: ver com os olhos físicos e ver introspectivamente, ou seja, ver com o espírito, por isso, o profeta é chamado de "homem de espírito" (Os 9:7). Houve um período na história profética de Israel em que os profetas eram identificados simplesmente como "videntes" (1 Sm 9:9).

3. O Ministério


a) Havia o ministério dos profetas? - Há quem negue a existência da escola do ministério dos profetas como instituição em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Entendo que no ministério mosaico iniciou-se a atividade profética em Israel (Nm 11:25). Entretanto, o profetismo, como movimento, surgiu séculos depois.

Mais tarde vemos que Samuel presidia a congregação de profetas em Naiote, região de Ramá, onde residia (1 Sm 7:17; 19: 19-23). E adiante, vemos a existência de uma escola dos profetas composta por "filhos" dos que exerciam o ofício (2 Rs 2:3,5,15). É importante ressaltar que "filho", na Bíblia, significa também "discípulo, aprendiz" (Pv 3:1,21; 2Tm 2:1; Fm 10). Note que o texto sagrado revela a existência de uma organização de profetas bem estruturada, e Eliseu chegou a ser o mestre deles (2 Rs 6:1-3).

b) A corporação profética - O termo original para "ministério, serviço" não é o mesmo referente à atividade dos profetas. A expressão "ministério do profeta" ou "dos profetas", significa na verdade "por meio dos profetas". O vocábulo "ministério" indica o serviço religioso específico e especial desempenhado pelos levitas (1 Cr 6:32), pelos sacerdotes (1 Cr 24:3) e pelos apóstolos (At 1:25). Isso, porém, não é em si mesmo prova da inexistência de uma corporação profética em Israel (1 Sm 10:5).

c) Classificação - Os profetas do Antigo Testamento são categorizados em clássicos, ou profetas escritores, e os conhecidos também como profetas não-escritores ou orais. Estes últimos são também chamados não literários, os quais não escreveram seus oráculos, como Samuel, Elias e Eliseu. Os profetas clássicos são também chamados de literários, os quais escreveram suas profecias, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, dentre outros. Trata-se de uma classificação simplesmente didática. Ambos os grupos desempenharam o mesmo ofício, mas em épocas diferentes. Todos falaram em nome do Deus de Israel. As Escrituras empregam a mesma expressão para ambos os grupos: "veio a palavra do SENHOR a" ou fraseologia similar (1 Sm 15:10; Is 38:4; Jr 1:2). Todos esses profetas usavam a chancela de autoridade divina: "assim diz o SENHOR" (1 Sm 15:2; Is 7:7; Jr 2:2).

Conclusão


Deus suscitou os profetas para revelar-se ao homem, a fim de que este conhecesse a vontade divina e o plano de salvação na pessoa sublime de Jesus Cristo, nosso Salvador. Por essa razão, devemos considerar "a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração" (2 Pe 1:19).

[Fonte de Pesquisa: CCPA e CPAD]