Podemos nos perguntar: é um requisito que um cristão seja feliz? É errado se sentir triste se você é um cristão? Muitos dizem que é errado sugerir que um cristão sempre seja feliz.
Isso porque normalmente equiparamos essa palavra aos nossos sentimentos e emoções humanas, quando, na verdade, uma vida cristã não deve ser vivida com base em sentimentos, mas com base na fé!
Eu posso me sentir triste com o estado do mundo. Eu posso estar triste por causa da perda. E, ao mesmo tempo, não preciso perder minha fé e confiança de que Deus tem a mão sobre a minha vida e de que fará com que todas as coisas funcionem juntas para o meu melhor.
Com o Seu poder, posso vencer qualquer coisa que me faça perder a paz, a esperança, o contentamento, a alegria no espírito. Se estou esperando para sentir que estou na 9ª nuvem, como diz a expressão, então talvez espere para sempre.
Mas tenho essa profunda âncora de fé que, quando está nas mãos de Deus, tudo está como deveria ser? Não é essa a verdade do que é a felicidade? Vamos ver o que a Bíblia diz:
"Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus" (Salmo 146:5).
Felicidade real
"Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos" (Filipenses 4:4).
Este verso, em consonância com todo o contexto no qual está inserido, nos mostra que a alegria não é uma opção, mas um mandamento. O verbo está no imperativo: "alegrai-vos!" Sendo assim, não ser uma pessoa alegre é um pecado de desobediência a uma ordem expressa de Deus.
Além disso, a alegria do cristão não depende das circunstâncias. Paulo não escreveu essas palavras na bonança da vida, mas preso em Roma! E, também, a alegria do cristão não é um mero sentimento, mas está em uma pessoa: em Cristo. Paulo diz: "alegrai-vos no Senhor".
Portanto, a alegria do cristão é imperativa, ultracircunstancial e cristocêntrica.
Felicidade abstrata
A felicidade é um estado de espírito que reside em nós todo o tempo. Ainda que haja momentos de aborrecimento, a felicidade ainda está lá, assim como os picos de alegria, que são os momentos em que conquistamos algo importante.
Mas o que acontece nos momentos atuais é uma busca pela chamada felicidade artificial. O livro "Felicidade Artificial: O Lado Negro da Nova Classe Feliz", do autor americano Ronald Dworkin, revela o lado obscuro do aumento da prescrição de antidepressivos, da cultura do corpo e dos exercícios físico nos últimos 40 anos, que produziu a nova classe feliz que está mudando o perfil do mundo.
Neste livro, ele fala também de uma nova tendência, a de desconectar a religião de espiritualidade, dizendo que a espiritualidade não tem conexão com crenças, mas apenas da pessoa consigo mesma. Dessa forma, as pessoas se distanciam cada vez mais da possibilidade de conhecer a Deus.
A vida em geral se tornou ao longo do tempo mais digital, virtual, e os relacionamentos também, mas a vida virtual a vida virtual deixa as pessoas menos sensíveis, pois as relações reais permitem viver a linguagem corporal e saber quando magoamos a pessoa, mesmo que ela não fale.
Entre os perigos da vida virtual está impossibilidade de ter lembranças. Ter boas recordações faz bem à alma. Em momentos difíceis, a fé traz segurança e as boas lembranças são o alento.
As pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras. No Casaquistão, um homem se casou com uma boneca sexual apelidada de Marco. A cerimônia reuniu dezenas de convidados.
Em 2015, um alemão também se casou com uma boneca de silicone. O homem alegou ter encontrado a paz, após vários relacionamentos malsucedidos. No Japão, em 2018, uma mãe recusou o convite de casamento do único filho. O motivo é que ele se casaria com um holograma. Essas notícias se tornam cada vez mais comuns. Diversas pessoas criam laços com bonecos, animais e objetos inanimados, deixando de lado a convivência humana. Mas, enfim...
O que é felicidade?
A felicidade, como a maioria das pessoas pensa, tende a ser desencadeada externamente e é baseada em outras pessoas, coisas, lugares, pensamentos e eventos. Mas e se não fosse? E se fosse um fundamento profundo de confiança em Deus?
Uma pedra sobre a qual eu posso suportar, independentemente de acionamentos externos, outras pessoas, coisas, lugares, pensamentos e eventos. Uma escolha que eu faço, repetidamente na vida.
Uma escolha que não sou capaz de fazer com minhas próprias forças, mas que posso fazer usando o poder do Espírito Santo. Mais uma vez, a Bíblia diz:
"O que atenta prudentemente para o assunto achará o bem, e o que confia no Senhor será bem-aventurado" (Provérbios 16:20).
Todos nós experimentamos que chegamos a situações em que somos "abalados". É errado sugerir que alguém seja feliz, mesmo que algo doloroso tenha acontecido em sua vida? Ou que eles deveriam ser felizes, mesmo quando lidam com depressão e outras doenças?
É errado se você equiparar felicidade com bons sentimentos. Mas não está errado se a felicidade não é apenas uma emoção humana, mas uma confiança estabelecida em Deus e em Seu amor por mim; um profundo descanso espiritual e certeza.
Está escrito "Alegrai-te sempre". Isso não significa alegrar-me pelo fato de ter acontecido algo doloroso, mas alegrar-me por saber que a mão de Deus está sobre mim, independentemente do que tenha acontecido. Saber que posso confiar nele, que Ele me sustentará e me segurará nas mãos durante os tempos difíceis, nas provações e nas tristezas.
A felicidade não é uma ausência de dor ou tristeza. Jesus foi "homem de dores, e experimentado nos trabalhos" (Isaías 53:3). No entanto, Ele era "ungido com óleo de alegria mais do que a teus companheiros," porque Ele amava a justiça e odiava a iniquidade (Hebreus 1:9).
Se eu tiver o mesmo amor pela justiça e o ódio pelo pecado que Ele tinha, então eu também serei ungido e ficarei feliz em meu espírito.
"Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem de alegria" (Sl 68:3).
Não confunda felicidade com prazer
Porque a felicidade também não é o cumprimento de minhas paixões e desejos naturais e humanos. De fato, isso leva ao vazio, à insatisfação e, finalmente, à miséria, depois que o que é descrito como o "prazer passageiro do pecado" termina.
Felicidade não deve ser confundida com prazer: prazer ou satisfação derivada do que é do agrado de alguém. É através da vitória dessas paixões e desejos — o pecado em minha carne — que recebo a felicidade profunda em meu espírito.
"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam" (Mateus 6:19,20).
Saber que algo eterno e infindável está me aguardando depois de uma vida de fidelidade, mesmo através de provações, tristezas e dor, me dá essa profunda alegria interna que nada tem a ver com bons "sentimentos". Tenho
"…uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós" (1 Pedro 1:4).
Quais são os ladrões que tem saqueado a sua alegria?
Contudo, muitos ladrões roubam essa nossa alegria e cada capítulo de Filipenses fala de um desses ladrões.
- 1) As Circunstâncias da vida — Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho (Fp 1:12). Paulo, mesmo tendo passado tudo o que passou, conseguia se alegrar em meio das circunstâncias.
- 2) As Pessoas — Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (2:3-5).
As pessoas nos decepcionam e o perdão é uma necessidade, pois assim Jesus ordenou. O perdão é uma obra da graça de Deus em nos, que nos liberta. Não se esqueça da história do credor incompassivo em Mateus 18. Ele devia 10 mil talentos ao rei e seu servo 100 denários. 10 mil talentos são 600 mil vezes maior que 100 denários. Mesmo tendo recebido tamanho perdão, ele não perdoou. Se Deus lhe perdoou tamanha culpa do pecado, você não irá perdoar o pequeno pecado do seu próximo?
- 3) A Preocupação com o Dinheiro — O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas (3:19). Dinheiro é mais que uma moeda. Dinheiro pode ser um ídolo. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. (1 Timóteo 6:6-10).
O luxo de ontem se tornou a necessidade do hoje e deixamos de ficar contentes com o básico. Lembre-se: o dinheiro em si mesmo não faz a pessoa feliz, pois a felicidade está em Deus!
- 4) A Ansiedade — Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus (4:6,7). Ansiedade é o mal deste século, atingindo a todos. Ansiedade pode ser um sinal de incredulidade.
"Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6:31-33).
Qual é o tamanho do seu Deus?
Busque santidade e alegria
A ideia de que "devemos buscar a santidade e não a alegria" é uma mentira, pois Deus quer que sejamos felizes nEle. O nosso problema é que buscamos muito pouco a alegria, contentamo-nos com poucas coisas, quando Deus nos criou e salvou para termos a maior das alegrias: Ele mesmo.
Conclusão
Deus criou o ser humano, uniu as pessoas, mas elas se afastam entre si e ignoram a existência do seu Criador. Assim não podem desfrutar da felicidade que Ele pode proporcionar.
"O Senhor encheu meu coração de alegria, alegria é muito maior que daqueles que multiplicam seu trigo e seu vinho" (Sl 4:7).
Reflexão
- Ser capaz de amar em uma situação que antigamente causava ofensa, amargura ou ira traz alegria genuína ao coração.
- Ser capaz de estar em paz em uma situação que no passado causaria ansiedade, medo e turbulência traz alegria genuína ao coração.
- Ser capaz de desviar os olhos das coisas que costumavam nos prender traz alegria genuína ao coração.
- Ser capaz de servir e dar quando costumávamos estar cheios de preguiça e egoísmo traz alegria genuína ao coração.
[Fonte: Cristianismo Ativo; Folha Universal, por Bp. Júlio Freitas; Voltemos ao Evangelho, por Rv. Hernandes Dias Lopes]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.
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