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quinta-feira, 6 de maio de 2021

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES — "AMAZING GRACE"

Não importa o tempo de cristão que você tenha e nem necessariamente que você professe a fé cristã. É difícil alguém que nunca tenha ouvido pelo menos uma vez essa canção, já que tendo sido ela gravada em vários idiomas e recebido várias versões.

"Amazing Grace" é um hino cristão escrito por John Newton, ex-traficante de escravos. Este hino cristão, talvez o mais popular, também reconhecido por "Sublime Graça" ou "Maravilhosa Graça", já esteve entre as músicas mais tocadas e foi cantado e interpretado por diversos artistas.

Constantemente reinterpretado, já compôs mais de 11.000 álbuns. Na Biblioteca do Congresso dos EUA há registrado mais de 3.000 gravações diferentes de "Amazing Grace". Entre os artistas famosos que interpretaram esta canção podemos ver Elvis Presley (✰1935/✞1977), Aretha Franklin (✰1942/✞2018), Whitney Houston (✰1963/✞2012), Diana Ross, Celine Dion, Alan Jackson, os grupos Celtic Woman, Il Divo, The Tenors e, por aí vai, a lista é extensa. 

Mais atual do que sempre


Entre 1970 e 1972, a gravação de Judy Collins passou 67 semanas nas paradas de sucesso, isso nos EUA, e alcançou o número 5. No pior momento da pandemia na Europa, enquanto milhares morriam por dia, Andrea Bocelli fez uma live no dia 12 de abril de 2020 na Catedral Duomo, Milão, com transmissão para o mundo de uma das mais belas versões deste hino sendo capaz de deixar qualquer um com aquele nó na garganta.

A letra

Amazing Grace

'Amazing Grace, how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost, but now am found
Was blind but now I see
Was Grace that taught my heart to fear
And Grace, my fears relieved
How precious did that Grace appear
The hour I first believed
Through many dangers, toils and snares
We have already come
T'was Grace that brought us safe thus far
And Grace will lead us home
And Grace will lead us home
Amazing Grace, how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost but now am found
Was blind but now I see'

Tradução


Maravilhosa Graça

'Maravilhosa Graça, quão doce é o som 
Que salvou um miserável como eu 
Eu já estava perdido, mas agora fui encontrado 
Fui cego, mas agora eu vejo 
Foi a graça que ensinou meu coração a temer 
E Graça, meus medos aliviados 
Quão preciosa essa graça parecia 
A hora em que acreditei pela primeira vez 
Através de muitos perigos, labutas e armadilhas 
Nós já viemos
Esta Graça que nos trouxe a salvo até agora 
E Graça vai nos levar para casa 
E Graça vai nos levar para casa Graça incrível, quão doce é o som 
Que salvou um miserável como eu 
Eu já estava perdido, mas agora fui encontrado 
Fui cego, mas agora eu vejo'

A história do autor


Este hino é constantemente citado em filmes, já foi o título de filme e de álbuns de músicas. Apareceu no sul dos EUA e ganhou sua versão própria, foi constante na vida dos cristãos, escravos e abolicionistas, se tornou uma canção símbolo pela libertação.

Nascido em Londres, em 1725, filho de marinheiro mercante, John Newton começou a acompanhar o pai em alto-mar aos 11 anos. Em 1744, foi alistado na Marinha. Possuía um espírito revoltado, talvez consequência da morte de sua mãe quando tinha 6 anos.

Quando estava na Marinha, achou que as condições de lá eram intolerantes, então decidiu fugir. Foi achado, arrastado de volta para o navio, açoitado e humilhado publicamente. Depois de um curto tempo na Marinha, Newton arranjou uma transferência para um navio negreiro, iniciando, assim, sua carreira como traficante de escravos.

Depois de um tempo, quando seu navio estava preparado para viajar para as Américas, ele resolveu negociar com o seu comandante para ficar, mas se arrependeu da decisão e mudou de ideia. Por esse motivo, foi tratado como indigente e quase morreu de fome, mas foi ajudado por escravos que compartilharam sua comida com ele.

Com a ajuda de seu pai, Newton recebeu passagem para voltar à Inglaterra. Porém, a bordo, se tornou cada vez mais um homem de espírito revoltado e blasfemo. Ele zombava abertamente de qualquer pessoa que professasse a fé no Deus cristão.

A conversão


Ainda a bordo, quando estava no navio que o levava de volta à Inglaterra, ele, de modo descuidado, pegou um livro cristão que encontrou em sua cabine e começou a ler.

Consequentemente, começou a se perguntar 
"e se essas coisas forem verdade?"
No mar, em uma de suas viagens, Newton e quem estava com ele enfrentaram uma grande tempestade. As ondas que quebravam sobre o navio causaram graves danos e isso os levou a crer que iriam afundar. Mas depois de horas retirando a água do navio, Newton gritou: 
"Se essa tragédia não vai terminar, que o Senhor tenha misericórdia de nós".
Imediatamente, começou a se sentir constrangido e indigno, pensou: 
"Que misericórdia poderá haver para mim? Eu pensei que nunca houve ou poderia haver um pecador como eu, cheguei à conclusão de que meus pecados eram grandes demais para serem perdoados"
disse Newton. Semanas depois, passou por outra tempestade, então, entregou sua vida a Cristo, achando que ia morrer.

Newton estava a bordo do navio quando durante a noite de 21 de março de 1748 uma violenta tempestade estourou. Momentos depois de deixar o convés, o tripulante que ocupara seu lugar foi levado para o mar. Embora ele tenha tripulado o navio durante o restante da tempestade. 

Ele comentou mais tarde que, durante o tumulto, ele percebeu sua impotência e concluiu que somente a graça de Deus poderia salvá-lo. Incitado pelo que havia lido em Kempis, Newton deu o primeiro, embora pequeno, passo para aceitar a fé em Cristo. 

Nas palavras de seu hino, esse incidente marcou 
"a hora em que acreditei pela primeira vez". 
Ele continuaria até 1754 a bordo de navios negreiros, abandonando o tráfico por problemas de saúde.

Começa então a denunciar e em detalhes como era o sequestro de pessoas na África e a sua viagem forçosa a uma vida de escravidão, adicionando vozes ao coro da luta pela abolição, entre estas vozes, William Wilberforce (✰1759/✞1833). Fato que se concretizaria na Inglaterra nove meses antes de sua morte em 1807.

Depois de ter sobrevivido, ele descobriu que existe um Deus que ouve e responde orações. Apesar de sua conversão, John Newton continuou a trabalhar como traficante de escravos, totalmente cego para os males da escravidão por causa de sua cultura e também por interesse próprio. Porém, depois de muitos anos, ele explicou: 
"Eu teria sido sobrecarregado com angústia e terror se eu soubesse, ou mesmo suspeitasse, de que eu estava agindo de forma errada."
Finalmente, chegando à Inglaterra, sua terra natal, ele começou a crescer na vida espiritual com ajuda de outras pessoas. Ouviu pregadores como John Wesley, que condenava o tráfico de escravos e a sua vida mudou totalmente. 

Sua conversão real ocorreria após estes incidentes. Acabou por conhecer pregadores proeminentes de sua época e ficar amigo de George Whitfield (✰1714/✞1770) e John Wesley (✰1703/✞1791). Sua imersão na fé o levou a crescer e se tornar, em 1764, vigário coadjutor da igreja paroquial de São Pedro e São Paulo em Olney, cargo que ocupou por quase 16 anos. 

Ele se tornou um escritor e compositor conhecido em sua época, seus livros e canções também foram traduzidos para outras línguas. Enquanto preparava o seu culto de ano novo no final de 1772, baseava sua pregação e canção em 1 Crônicas 17

Tornou-se um pastor anglicano, autor de vários hinos e grande defensor do fim da escravidão na Inglaterra, influenciando o abolicionista William Willberforce.

A História da canção


Conforme relatos históricos, e nitidamente visto na letra da canção, é a ressonância de uma transformação pessoal de um homem pecador que foi salvo por Jesus. Porém também há relatos de que foi para buscar salvar seu amigo William Cowper (✰1731/✞1800) de uma profunda depressão.

A amizade entre Cowper e Newton levou a composição final de "Faith's Review and Expectations" nome original que seria alterado para "Amazing Grace". O texto foi ajustado para a melodia do hino "New Britain". 

Mas seria em 1788 que Jhon pediria perdão publicamente por ter se envolvido no tráfico de pessoas ao escrever o panfleto intitulado "Thoughts Upon the African Slave Trade (Reflexões sobre o comércio de escravos na África)". 

Ele transportou muitas cargas de escravos africanos para as Américas. Durante as viagens, os escravos não podiam falar, nem gritar. Então, eles sussurravam sons sem pronunciar palavras. 

Essa melodia ficou conhecida como "o lamento da África Ocidental". Enquanto transportava os escravos, Newton ouviu a canção em forma de lamento, escreveu as palavras "Amazing Grace" e ajustou a letra deste hino tão conhecido nessa melodia escrava. Portanto, mais do que apenas um hino cristão, "Amazing Grace" também é uma canção de protesto.

Conclusão


Mais de dois séculos depois, sua composição ainda faz parte da cultura tanto espiritual quanto secular. Foi tocada em alguns dos eventos mais sombrios do país: como os cultos fúnebre das vítimas dos ataques terroristas de 11/09, da bomba em Oklahoma City e o assassinato dos 32 alunos da Universidade Virginia Tech.

O hino ultrapassa as doutrinas denominacionais, sem fazer referência a Jesus Cristo, usa apenas "Deus" e "Senhor". É infalivelmente positivo, não mencionando o inferno ou o diabo. 

A palavra "graça" aparece três vezes somente no segundo verso. Este hino continua sendo uma inspiração para trabalhadores que voltam de sua labuta para o descanso sabático. 

Com palavras sinceras e simples continua a inspirar homens e mulheres em sua luta por libertação e igualdade. Como cristão vejo que suas palavras continuam adentrando os corações de todos e enquanto houver a necessidade de esperança este hino não terá fim. 

"Amazing Grace" se tornou o maior hino cristão da história. Com mais de 200 anos, é a canção mais gravada de todos os tempos.

[Fonte: Blasting News; Cultura Projetada, por Juan Heidrich]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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