Ana Paula, André e Mariana Valadão — Reprodução redes sociais |
"[...] Disse Jesus: 'Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá'. [...]" — Mateus 12:[24] 25b [-28].
A Igreja Batista da Lagoinha enfrenta um momento delicado, marcado por disputas familiares que refletem na dinâmica da congregação. O pastor André Valadão, líder global da igreja, moveu uma ação contra Felippe Valadão, cunhado e responsável pela Lagoinha de Niterói. A controvérsia envolve o uso do nome "Lagoinha", considerado uma marca registrada por André.
A família Valadão, fundadora da igreja Lagoinha Global, vem enfrentando uma disputa interna que divide os três filhos do patriarca do clã, Márcio Valadão. De um lado estão as duas filhas dos pastor, Ana Paula e Mariana Valadão, e do outro André Valadão, atual líder da congregação.
O impasse chegou até mesmo na Justiça, após o pastor entrar com uma ação contra o cunhado, Felippe, marido de Mariana, por danos morais e outros prejuízos, por conta da gestão da unidade da igreja em Niterói, administrada pelo casal.
Crise reverbera d'álem do círculo evangélico
O pastor Felippe Valadão chegou a divulgar um texto em suas redes sociais falando sobre a briga entre os irmãos. Sem citar diretamente o cunhado, ele postou um versículo bíblico que critica um irmão por ir ao tribuna contra outro. Na publicação ele citou ainda o tempo de fundação da igreja em Niterói e afirmou que impasse
"...vai doer, mas vai passar..."
Fellipe Valadão — Reprodução Redes Sociais |
"Foram 11 anos, não foram 11 dias. Vai doer, mais vai passar...",
escreveu.
A pastora Ana Paula Valadão saiu em defesa da irmã, postando um texto em suas redes sociais onde fala sobre a irmã entre irmão mandando Mariana.
Na publicação, ela afirma que a relação de proximidade está relacionada com
"...se identificar com os valores..."
do outro.
"Mas ser amigo tem a ver com uma escolha de fazer essa construção. É um processo de cultivar a confiança do outro, de estar ali quando mais se precisa, de se identificar com valores que nos fazem mais do que família de sangue, mas de mente e coração.
Ana Paula Valadão, irmã de André, defendeu Felippe e Mariana Valadão, sua outra irmã, em um posicionamento que trouxe ainda mais tensão à família. Durante uma pregação online, Ana Paula teve sua transmissão interrompida, gerando questionamentos na comunidade gospel.
O marido de Ana Paula, pastor Gustavo Bessa, lamentou o ocorrido, descrevendo a mensagem da esposa como "poderosa" e "confrontadora". Nas redes, a cantora gospel continua a demonstrar apoio à irmã e ao cunhado, ampliando o distanciamento com André.
A Controversa Era André Valadão
A presidência de André Valadão na igreja Batista da Lagoinha (Lagoinha Global) vem causando evasões de líderes da congregação. Milhares de membros estariam saindo da organização, enquanto outras igrejas filiadas anunciam a independência da Lagoinha.
Com esta crise, estima-se que cerca de 70 igrejas já se desligaram da Batista Lagoinha, o que pode resultar em uma perda de mais de 10 mil membros, um impacto severo e direto na gestão de Valadão.
A polêmica do mega evento
Reprodução Sypla |
A celebração, que terá transmissão ao vivo do SBT em rede nacional, acontecerá no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 31 de dezembro, e promete reunir mais de 40 mil pessoas. O evento contará com apresentações de renomados cantores gospel e pregadores, como Ana Nóbrega, Isaías Saad, Fernandinho, Banda Morada, Eli Soares, e os pastores André Fernandes e Quezia Cadimo.
A proposta é transformar o estádio em um espaço de avivamento espiritual.
"Cada nota, palavra e voz ecoará com o poder de uma nova era!",
destaca a campanha oficial.
Além da programação musical, a organização oferece ingressos que variam de R$ 55 (já esgotados) a R$ 3.500 na área VIP Experience, incluindo transporte em ônibus que partirão da sede da igreja.
Críticas e questionamentos sobre o evento
Nas redes sociais, a proposta tem dividido opiniões. Enquanto fãs dos artistas gospel elogiam a iniciativa, há quem critique a cobrança dos ingressos e acuse o evento de mercantilizar a fé.
"Esse não é o evangelho de verdade!",
comentou uma jovem internauta. Outra publicação questionou:
"Triste ver como o evangelho virou negócio."
A tradição de cultos de virada do ano é comum entre igrejas evangélicas, que frequentemente realizam celebrações como batismos e ceias em um clima comunitário. Contudo, o Vira Brasil 2025 adota um formato que se aproxima de grandes eventos comerciais, o que gerou reação de líderes religiosos.
O pastor Milton Paulo Silva, da Igreja Vineyard em Mogi das Cruzes, lamentou o que considera uma abordagem megalomaníaca.
"Eventos desse tipo distorcem a vocação do Evangelho, afastando-se do cuidado com os necessitados",
Reprodução redes sociais
afirmou. Ele também criticou a exclusividade financeira do evento:
"Isso não é o Evangelho. A igreja deveria acolher e dividir, não acumular riqueza."
Reprodução redes sociais |
Para ele, cobrar ingressos elevados em um evento que deveria ser inclusivo contradiz os valores bíblicos de empatia e solidariedade.
Debates sobre os rumos do cristianismo
As discussões em torno do evento revelam a polarização entre quem apoia inovações no modo de celebrar a fé e quem questiona a crescente comercialização de práticas religiosas.
Críticos apontam que o Vira Brasil 2025 representa um cristianismo mais voltado ao entretenimento do que ao acolhimento comunitário.
Modelo internacional
O evento segue a linha de celebrações da Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos, também liderada pelo pastor André Valadão.
Lá, o evento de Réveillon cobra ingressos de até R$ 5 mil e terá como atrações Deive Leonardo, Camila Barros e Maria Marçal, entre outros.
Conclusão
O Clã Valadão — Reprodução redes sociais |
Por tudo isso, um olhar atento para toda essa movimentação envolvendo a Lagoinha nos ajuda a compreender o cenário de capilaridade e articulação do fundamentalismo religioso, capitalista, político e da radicalização construída gradativamente em muitas igrejas.
O conflito expõe fissuras internas na Igreja Lagoinha, uma das maiores do Brasil, e gera questionamentos entre os fiéis. Enquanto a disputa judicial segue, o silêncio imposto a Ana Paula Valadão também repercute.
Esse imbróglio mostra que a imagem de família perfeita, que ilustra os comerciais de margarina, além de utópica, é a prova inquestionável do quão hipócrita é grande parte — quiçá a maioria — dessa gente que brilha sob as luzes dos holofotes das mídias digitais.
[Fonte: Folha Gospel; Veja; O Globo]
Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.
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