Total de visualizações de página

domingo, 12 de maio de 2024

PAPO RETO — A IMPORTÂNCIA DE MANTER O EQUILÍBRIO EMOCIONAL NO AMBIENTE CORPORATIVO

Quem nunca passou algum tipo de tensão/pressão no ambiente de trabalho, que se manifeste agora ou se cale para sempre! Independente de qual seja sua profissão ou cargo e em qual instituição/organização você trabalhe, pública ou privada — até mesmo quando você é um empreendedor, ou microempreendedor —, o fato que absolutamente nenhum de nós está livre das tensões/pressões inerentes ao ambiente corporativo, quer seja maior, média ou menor escala.
São cobranças por batimentos de metas, por perfeições — ambas, muitas vezes humanamente inalcançáveis —, que fazem com que líderes e colaboradores chegam quase às raias do total abatimento físico e mental, gerando um clima de insatisfação e, consequetemente, um comprometimento e queda na produtividade da equipe.
Em uma das aulas sobre Psicanálise Organizacional, aprendemos acerca do quanto é importante, mesmo em meio a toda a inconstância do ambiente corporativo, tentarmos ao máximo manter o equilíbrio de nossas emoções, para que não corramos o risco de sermos acometidos por estresses e outras patologias físicas e mentais. É o que veremos no texto desse artigo, mais um capítulo da minha série especial Papo Reto. Boa leitura.

A importância da Inteligência Emocional


Mais do que nunca, a Inteligência Emocional é uma habilidade essencial no ambiente de trabalho. Em um momento de tantas mudanças e incertezas no mundo, saber gerenciar suas emoções e não deixá-las afetar sua vida profissional tornou-se de grande valor.

Não é à toa que as empresas têm investido no cuidado da saúde mental de seus funcionários. Mas, você sabe o que é de fato a Inteligência Emocional e como desenvolvê-la na sua empresa e qual é a importância para a equipe? 

Afinal, o que é a inteligência emocional?


Segundo o jornalista e psicólogo americano Daniel Goleman, considerado o "pai da inteligência emocional", esse termo pode ser definido como a capacidade de uma pessoa em identificar e gerenciar seus sentimentos, assim como dos outros, de modo que eles sejam expressos de maneira apropriada e eficaz.

Trata-se, portanto, de uma soft skill (habilidades de cunho social e que permitem a uma empresa ser um ambiente mais saudável) bastante valorizada pelas empresas, uma vez que ajuda a manter um ambiente organizacional mais harmonioso e produtivo.

Vale a pena procurar por programas que atendam ao seu time e, quem sabe, aproveitar o Setembro Amarelo, mês que reforça a importância do cuidado com a saúde mental, para implementar essa novidade.

Os benefícios, certamente, serão sentidos também nos resultados das empresas e na redução de afastamentos por problemas psicológicos, como depressão e a tão falada Síndrome do Burnout (Em resumo, a síndrome de burnout é uma alteração psíquica provocada por exaustão extrema e diretamente relacionada ao ambiente de trabalho. Por isso, ela é conhecida também como a "síndrome do esgotamento profissional", que tende a surgir devido ao acúmulo de estresse.).

Quais são os cinco pilares da inteligência emocional?


A IE é dividida em cinco pilares, São eles: 
  1. Autoconhecimento — saber reconhecer suas próprias emoções e sentimentos;
  2. Controle emocional — saber lidar com seus sentimentos e adequá-los a cada situação de sua vida;
  3. Automotivação — capacidade de dirigir e comandar suas emoções, para assim alcançar algum objetivo pessoal ou profissional;
  4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas — saber reconhecer os sentimentos dos outros e ter empatia;
  5. Habilidade em relacionamentos interpessoais — a partir do reconhecimento das emoções dos outros, conseguir criar interações sociais de qualidade.

Da Inteligência à Maturidade Emocional


A Maturidade Emocional é a capacidade que uma pessoa tem de gerir as suas emoções e os fatores que geram estresse em sua vida de uma forma saudável¹. E tem papel fundamental nas nossas relações porque nos auxilia a resolver conflitos e a estabelecer relacionamentos seguros¹,².

De acordo com os especialistas, os oito sinais abaixo são os mais comuns entre pessoas emocionalmente maduras.
  • 1. Você é empático: pessoas emocionalmente maduras são capazes de tirar o foco de suas próprias necessidades e pontos de vista e se concentrarem nas realidades emocionais dos outros;
  • 2. Você consegue reconhecer e compartilhar o que está sentindo: e também consegue compreender o que o motiva a se sentir assim. Essa é a base para administrar os seus sentimentos de maneira saudável;
  • 3. Você é flexível e de mente aberta: uma pessoa emocionalmente madura responde aos desafios da vida com uma mente aberta e criativa;
  • 4. Você consegue estabelecer relações saudáveis: a habilidade de manter relações seguras e saudáveis é um dos sinais mais importantes de maturidade emocional:
  • 5. Você exerce responsabilidade sob suas ações: você leva em consideração como as suas ações vão afetar outros e assume a responsabilidade quando atitudes suas causam algum tipo de dano;
  • 6. Você estabelece limites saudáveis: isso significa que você é capaz de declarar quais são seus limites emocionais para si mesmo e para os outros, e que é capaz de manter esses limites com firmeza quando confrontado com conflitos;
  • 7. Você consegue resolver conflitos: você busca resolver conflitos, em vez de prolongar a sua existência ou prosperar no caos.
  • 8. Você consegue lidar com o estresse de maneira saudável: você não tenta afastar ou evitar o estresse. Ao mesmo tempo, não entra em desespero quando é impossível não se deparar com ele. Você aprendeu a gerenciar o estresse.
Apesar de a Maturidade Emocional começar a se desenvolver na infância e continuar durante a adolescência, a busca por ela pode acontecer já na vida adulta, e envolve conhecer melhor as suas emoções, aprender a ouvir os outros com compaixão, aprender maneiras diferentes de resolver conflitos e também aprender a desenvolver relações mais saudáveis e colocar um fim a relações que não são saudáveis(2).

Uma das grandes aliadas para o desenvolvimento da Maturidade Emocional é a terapia, para trabalhar uma melhor compreensão dos seus sentimentos e como desenvolver relações mais seguras.

Maturidade emocional no desenvolvimento profissional


No ambiente profissional, pessoas emocionalmente maduras tendem a desenvolver relações melhores com os colegas de trabalho e são mais felizes no ambiente de trabalho porque:
  • são mais otimistas;
  • sabem lidar melhor com situações de pressão;
  • sabem reconhecer seus talentos e limitações;
  • sabem lidar com as limitações de outros;
  • sabem ouvir feedback e usar críticas de maneira construtiva;
  • tem maior facilidade de encontrar soluções sem reclamar de si e dos outros.
É importante entender que cada indivíduo é único e não há como estabelecer um padrão de personalidade. Cabe à empresa identificar quais são as mudanças que realmente precisam ser feitas e quais as características pertencem ao perfil da pessoa, respeitando essas diferenças.

A importância da cultura do feedback


O conceito de feedback pode ser definido como um processo comunicativo que envolve duas ou mais pessoas, podendo ser uma avaliação individual, ou uma avaliação mútua, como, por exemplo, uma liderança avaliando um liderado e vice e versa.

Essa avaliação pode se referir ao comportamento, entrega de demandas, atendimento de prazos, dentre outros aspectos que podem ser pertinentes ao cotidiano dos envolvidos.

O processo de feedback não é focado apenas nos resultados obtidos no período avaliado, mas também nas habilidades e competências, uma vez que elas influenciarão no atingimento de metas futuras.

Uma empresa que promove a cultura de feedback mostra-se aberta a dialogar com seus funcionários de forma respeitosa.

Nesse sentido, deve ser feita uma análise sobre a performance do colaborador, apresentando seus pontos positivos, assim como as melhorias que precisam ser feitas, não apenas nas suas entregas, como também em relação a seus comportamentos.

É preciso que isso seja feito com frequência, sempre de forma individual e que a empresa também esteja aberta para receber os feedbacks do outro lado. Tudo isso vai contribuir para que o ambiente corporativo fique cada vez melhor, propiciando resultados ainda mais satisfatórios.

Uma das características mais marcantes de quem tem um bom controle emocional é conseguir lidar bem com feedbacks e críticas, sem agir de maneira reativa.

Portanto, na hora de entrevistar os candidatos, tente incluir perguntas que deem pistas de como a pessoa já lidou com feedbacks que recebeu, qual foi sua postura e o que fez com as informações recebidas sobre o seu próprio comportamento.

A prática do princípio da resiliência


O dia a dia para quem trabalha não costuma ser fácil. Empreendedores e trabalhadores, cada um com as suas especificidades, costumam enfrentar adversidades que podem mexer com o aspecto emocional, desestabilizá-los e trazer consequências nefastas que vão desde pequenos conflitos com fornecedores a quebras de contratos e demissões. 

Antes que alguma dessas situações aconteça, é preciso usar a resiliência, uma das melhores alternativas para chegar à solução mais acertada e conciliadora. Contudo nem todos conhecem essa habilidade ou a possuem para poder aplicá-la no campo profissional.

Para Bia Nóbrega, executiva de recursos humanos, conselheira de empresas, mentora de mulheres e professora de desenvolvimento humano, primeiramente é preciso compreender o que é resiliência: 
"é a competência que pode ser usada após algum evento que nos afeta e nos dá a capacidade de voltarmos à nossa forma original. O termo deriva da engenharia e se relacionava originalmente ao quanto um prédio precisa ser resistente a terremotos e aos eventos da natureza. 
O conceito se expandiu e há muitos anos é usado para o mundo corporativo. Quando nós, seres humanos, sofremos um impacto causado por variáveis externas, por situações e eventos alheios a nós, e, depois desse impacto, muitas vezes emocional, voltamos à forma original, estamos sendo resilientes", 
explica.

No entanto, ser resiliente é diferente de ignorar que um problema esteja acontecendo. 
"Quando a pessoa entra no modo 'ignorar', ela não aprende porque não assimila. Esse não é um comportamento inteligente do ponto de vista evolutivo.

Lembre-se que temos que pensar como se estivéssemos na natureza: se eu ignoro uma situação de perigo iminente, virarei presa. No ambiente de trabalho ocorre o mesmo: se ignoro os feedbacks negativos, os problemas e os obstáculos, cairei no buraco e ficarei lá"
avisa Bia.

Há inúmeras situações em que a resiliência pode ser empregada e Bia dá exemplos: 
"quando tiver que mudar o rumo de uma tarefa quando você está superavançado, jogar tudo fora e começar de novo ou durante o trabalho em equipe, quando há colegas que colocam obstáculos, não necessariamente de forma intencional, mas que o atrapalham e você tem menos tempo para realizar uma tarefa e fica sob pressão, pois o tempo está passando e você está com uma demanda atrasada. Todas essas situações exigem resiliência".
Ser resiliente ajuda a reagir de forma positiva. 
"Sentimos emoções, obviamente, mas temos que nos controlar. Não dá para falarmos: 'não quero sentir raiva'. A raiva vem, mas, com resiliência, eu lido com ela e com a situação. Por isso que é tão importante desenvolver a resiliência, porque hoje, dado o cenário muito complexo, incerto e ambíguo, precisamos nos adaptar o tempo todo"
observa Bia.

Conclusão


A resiliência, portanto, não é a ausência de emoções. De acordo com a especilista acima, não é que não ficaremos tristes ou chateados, mas é necessário respirarmos e enfrentarmos a situação. Depois da pandemia, em especial, começamos até a falar de resiliência evolutiva, que não é só tentar voltar à nossa forma original, mas é voltar melhor do que éramos, ver o que aprendemos com a situação para que na próxima oportunidade estejamos mais bem preparados.

Embora seja possível fazer cursos para ter resiliência, a especialista fala de como ser resiliente na prática: 
"respire e conte até dez, porque é nos primeiros dez segundos que sofremos o impacto emocional e reagimos de forma impulsiva. É tempo suficiente para desarmarmos a amígdala cerebral, que causa esse impulso. A seguir, ouça o seu coração para saber qual é o melhor caminho: 'pedir ajuda?' Seguir com mais calma? Esperar cinco minutos e voltar? O que que eu preciso fazer?’ E, então, aja. A ação é o principal, ainda que seja pedir ajuda. Não fuja, nem fique paralisado diante de uma situação de pressão ou de um grande problema", 
orienta. Ficam aí as dicas que não são baseadas em achismos, mas são constatações de especialistas confiáveis, que sabem do que estão falando.

[Fonte: Universal.org; Uma Ajuda - 1. BHAGAT V, HAQUE M, BIN ABU BAKAR YI, et al. (2016). Emotional maturity of medical students impacting their adult learning skills in a newly established public medical school at the east coast of Malaysian Peninsula. Advances in Medical Education and Practice. 7:575-584. Doi:10.2147/AMEP.S117915, 2. WISNER, Wendy. 8 signs of Emotional Maturity. Verywell Mind, 2023. Disponível em: https://www.verywellmind.com/signs-of-emotional-maturity-7553316. Acesso em: 12 mai 2024; Caju]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.

Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
  • O blogue CONEXÃO GERAL presa pelo respeito à lei de direitos autorais (L9610. Lei nº 9.610, de 19/02/1998), creditando ao final de cada texto postado, todas as fontes citadas e/ou os originais usados como referências, assim como seus respectivos autores.
E nem 1% religioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário