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domingo, 4 de setembro de 2022

CONTÉM SPOILERS — "UM PRESENTE PARA HELEN"

Existe um verbo muito bonito e comumente utilizado pelos profissionais da Psicologia chamado "ressignificar".

Farei uma breve reflexão sobre o seu significado lá na raiz, na origem desta palavra, pois é justamente este o eixo central deste filme sobre o qual vou fazer uma pequena análise, em mais um capítulo da série especial de artigos "Contém Spoilers".

Conceito de "ressignificar"


O mais comum de se pensar em relação a esse verbo é: 
"Dar um novo significado a algo…".
 O que está correto!

Ressignificar realmente é dar um novo significado a alguma experiência, pois o prefixo "re" significa "de novo" ou "novamente".

Porém, na raiz, essa palavra significa: 
"retirar afeto de alguma coisa".
 Vamos entender o que isso quer dizer.

O significado desse verbo é maravilhoso, pois ao ressignificar uma experiência, você está retirando o afeto que ela tem sobre você, ou seja, ela não lhe afeta mais, não retira suas melhores energias, ela não lhe angustia mais, nem lhe deixa nervoso, com raiva, com medo etc.

Como por exemplo, o ressignificar experiências traumáticas. Aqui vem um detalhe muito importante. Guarde isso! Ressignificar não é esquecer. Jamais! 

É retirar o afeto que a experiência teve sobre a sua vida. Isso é ressignificar, é retirar o afeto, e muitas vezes esse afeto vem em forma de culpa, de autoacusação.

Entendido essa síntese sobre o significado do que é ressignificar, vamos ao filme.

Sinopse


A carreira de Helen Harris (Kate Hudson) está em ascensão. No entanto, seu estilo de vida sofre uma enorme transformação quando sua irmã e seu cunhado morrem e ela se vê responsável pelos três sobrinhos.

Helen é jovem, bonita, tem um trabalho incrível em uma agência de modelos e está prestes a ser promovida. 

Tudo parece perfeito, mas, como um filme precisa de altos e baixos, algo horrível acontece: sua irmã e cunhado morrem em um acidente. 

É assim que Helen é apontada por sua irmã como guardiã legal de seus três filhos: Audrey, Henry e Sarah (Hayden Panettiere, Spencer Breslin e Abigail Breslin, respectivamente).

Ressignificando


Começa então a adaptação (ou melhor, a ressignificação): Helen não consegue conciliar o emprego, que exige horas absurdas e viagens, com cuidar dos sobrinhos, tampouco seu apartamento pequeno em Manhattan, de apenas um cômodo consegue abrigar os quatro. 

Eles se mudam para o Queens e, durante a busca pela escola dos sobrinhos, Helen conhece o pastor Dan Parker (John Corbett), diretor de uma escola luterana.

É este o palco em que acompanhamos a luta de Helen para deixar de lado a vida individualista de uma jovem e abraçar a difícil tarefa de educar as crianças. Tudo isso se perguntando: Porque eu? A irmã mais velha de Helen, Jenny (Joan Cusack) foi quem a criou após a morte de sua mãe, e todos acreditavam que a guarda das crianças iria para ela.

O filme é bastante emocionante, com momentos em que as lágrimas não param de sair dos olhos, e outros em que rolamos de dar risadas. 

"Um Presente Para Helen", aparentemente é um típico filme "água com açúcar" de Sessão da Tarde, mas que não pode deixar de ser visto por quem adora filmes de pessoas superando medos e se deixando aprender um jeito novo de viver.

Conclusão

Minhas considerações


Olha, confesso que só assisti a esse filme, por causa da indicação da professora do curso de Psicanálise, como uma atividade acadêmica.

Quando o vi sendo anunciado para exibição na Sessão da Tarde, em 17 de janeiro desse ano, uma quinta-feira, desdenhei e ignorei completamente. Inicialmente, meu interesse foi zero em assistir!

Além do mais, as críticas especializadas eram todas negativas (mesmo o filme tendo conseguido atingir uma bilheteria relevante).

O site Rotten Tomatoes afirmou ao analisar o filme que seu roteiro é muito superficial, mas que isso acaba sendo uma característica da maioria das comédias que estão sendo lançadas em nosso século.

Porém, ao vê-lo, sob um prisma especificamente psicanalítico, me surpreendeu, realmente gostei muito.

Quando li a sinopse pensei que era só mais um filme com a mesma temática de alguem que tem que cuidar de filhos que perderam seus pais e não tem nenhum talento pra isso (inúmeros outros filmes já abordaram este tema).

Entretanto, esse filme conseguiu contar essa mesma história de uma forma diferente e simples, mas tão interessante.

Ele tem um humor natural e espontâneo, um drama leve, um romance inusitado e um verdadeiro ensino sobre o significado prático da ressignificação. Não posso contar mais, senão, perde a graça. Se você não viu, fica aí minha dica.

Ficha Técnica

  • Título Original: "Raising Helen"
  • Elenco: Kate Hudson, John Corbett, Joan Cusack, Hayden Panettiere, Abigail Breslin, Helen Mirren
  • Direção: Garry Marshall
  • Nacionalidade: Americana
  • Gênero: Drama romântico
[Fonte: Adorocinema]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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E nem 1% religioso.

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