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terça-feira, 30 de setembro de 2025

CONTÉM SPOILERS — "ÚLTIMO TANGO EM PARIS"


Aviso: este artigo contém referências a agressões sexuais que podem ser consideradas perturbadoras ou inadequadas por alguns leitores.
O drama sexualmente explícito "Último Tango em Paris", do diretor italiano Bernardo Bertolucci (✰1941/✞2018), lançado em 1972, é a história de um polêmico e improvável affair entre um homem de meia-idade, Paul (Marlon Brando — ✰1924/✞2004) , e uma jovem chamada Jeanne (a então estreante Maria Schneider — ✰1952/✞2011), em um obscuro apartamento da capital francesa.

A primeira vez que assisti a este filme, foi mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa. Me lembro que ele foi anunciado com estardalhaço pela TV Bandeirantes, a Band, que na chamada dizia que seria exibido em sua versão original, sem cortes. Só deu eu lá, na frente da televisão.

Revi recentemente ao longa, porém agora, com maturidade e senso crítico, para escrever mais um capítulo da nossa série especial de artigos Contém Spoilers.

É ruim, mas é bom


É de conhecimento de todos que, apesar desta obra cinematográfica ter sido realizada em 1972, só foi permitida sua entrada no Brasil sete anos depois. 

Curiosamente o destino do próprio filme foi de ficar ele também em "áreas secretas" para os brasileiros, que não podiam atingi-lo, pelo veto da censura.

Eram as cenas eróticas entre a moça e seu amante a causa das polêmicas a respeito da pornografia ou não da obra. 

E realmente tudo o que pode acontecer durante um coito, mesmo sendo este "a tergo", e ali descrito do começo ao fim, sem que a câmara se desvie um só instante da dupla, antes, ao longo e depois do orgasmo.

Ousadia castigada

O amante a pega inteira no colo; ensaboa seus prósperos seios, seu corpo todo. 

Pede que ela enfie os dedos em seu anus e assim ela o faz, após ter o cuidado de cortar as unhas, para que a introdução e o movimento rítmico sejam sem entraves.
Bertolucci chega ate a gastar vários metros de película para nos gratificar com outra intimidade: a suavidade com a qual ele faz xixi, sentado na privada, e a decisão com que puxa a descarga.

Frequentemente a moça aparece na mais completa nudez, refletida às vezes no espelho o que dá as varias perspectivas de sua linda anatomia, sem nenhum véu, ate mostrando (escândalo para a época) os pelos pubianos.

Seu parceiro, igualmente, parece não se submeter a qualquer censura mostrando abertamente seus desejos e suas satisfações sexuais temperados de perversão, sadismo e analidade.

Em cada encontro sempre mais se ampliam os repertórios eróticos, acabando por ser conquistada, pela receita da manteiga, até a última parte do corpo que a jovem queria guardar só para si.

Drama existencial


"É um filme que mostra tudo, excessivamente!", 
comentavam alguns espectadores ao sair da sala de projeção.

E realmente em termos físicos a visão é completa. A posse entre os amantes é total, com penetrações mutuas de vários tipos, em entrelaçamentos plásticos de braços e de pernas nos quais se torna sempre mais completo, pelos cinco sentidos, o conhecimento recíproco no plano sexual.

Mas... porém... a não ser esta verdade parcial e momentânea, todo o restante fica excluído do contato, nos primeiros encontros. Quem é o parceiro? Que idade tem? De onde vem? Quais seus pensamentos? O que realmente lhe falta? Para onde irá? Qual o seu nome (sua identidade)?

Estas e muitas outras perguntas ficam sem respostas ou mesmo permanecem sem serem formuladas. Até o nome dos dois parceiros deve ficar desconhecido, para que nada da verdadeira identidade escape, e o anonimato proteja do perigo de ser invadido nos meandros da própria personalidade, ou de entrar nos da outra.

Em uma abordagem mais terapêutica, é este terreno de reserva, incógnitas, pudor íntimo, é que proponho a existência de "áreas secretas" como algo que as pessoas querem preservar dentro de si, mesmo nos momentos de aparente total entrega a outro ser, e a revelia das possíveis tentativas alheias em invadir tais segredos.

Desde a primeira cena percebemos, pela expressão dramática de seu rosto, que Paul está desesperado.

Assim o surpreende a moça, casualmente, ao cruzar com ele ainda desconhecido, debaixo de um elevado, sobre o qual correm rápidos vagões de metrôs parisienses.

Mas, depois, ele nunca mais mostrará tão transparentemente sua tristeza, quando perto dela, preferindo outras posturas quais: a erótica, a cínica, a indiferente para camuflar suas aflições que explodem em outros momentos, como quando chorará sozinho num canto da sala enquanto ela, ensimesmada, se masturba, ou no dramático monólogo ao lado do cadáver de sua esposa suicida.

Tem ainda o noivo traído, Tom (interpretado por Jean-Pierre Léaud), cuja vida se refletia nas cenas do filme dramático que ele estava rodando e que por vezes se confundia com sua realidade.
Após um segundo encontro, também sem palavras e casual, a porta de um toalete publico onde uma velhota faz rir a platéia tirando, lavando e repondo a dentadura, os dois finalmente se reencontrarão num apartamento.

Mas, chegando a este ponto, antes de analisar o que ocorrerá com a dupla neste local, que ela alugará, e no qual já o encontra escondido (não sabendo bem por que) tendo ele conseguido a chave (não sabemos exatamente como, mas certamente no total desconhecimento da zeladora), vou parar por aqui, senão o texto vai ficar muito longo, pois é caso para muitas sessões de análises.

A infame, porém famosa, "cena da manteiga"


A primeira vez que vi o filme, fiquei chocado com sua ousadia. A famosa, polêmica e perturbadora "cena da manteiga" ainda não havia sido desvalorizada em um milhão de piadas, e o monólogo angustiado de Brando sobre o cadáver de sua esposa — talvez a melhor atuação que ele já fez — não havia sido analisado em detalhes. Simplesmente aconteceu.

Em pelo menos cinco décadas após o lançamento de "Último Tango em Paris”, a famigerada "cena da manteiga" como ficou conhecida uma das sequências de sexo entre o veterano Brando e a jovem atriz Schneider, figurou entre as mais quentes do cinema, embora se tratasse claramente de um abuso.

Para Maria, então com 19 anos, aquilo não foi sexy, tampouco engraçado. Pela legislação atual brasileira, o ato teria grandes chances de ser caracterizado como estupro.

O caso voltou à tona quando em 2016, depois que um vídeo de 2013 em que Bernardo Bertolucci, o diretor, admite que não contou à atriz o que aconteceria naquele dia.

O trecho foi traduzido para o espanhol por conta do mês de combate à violência contra a mulher e divulgado com estardalhaço pela revista Elle americana.
"Eu e Marlon tivemos a ideia da cena na manhã da filmagem da cena"
contou, durante evento na França naquele ano.

Sob orientação do italiano, o ator atacou a colega, 29 anos mais jovem, e usou o tal lubrificante improvisado.
"Deveria ter chamado meu agente ou meu advogado para ir ao set porque você não pode forçar alguém a fazer algo que não está no script, mas, na época, eu não sabia disso"
contou a atriz francesa em entrevista ao jornal britânico Daily Mail em 2007, quatro anos antes de morrer, vítima de câncer.
"Muito embora o que Marlon estivesse fazendo não fosse real, eu estava chorando de verdade. Eu me senti humilhada e para ser honesta, eu me senti estuprada, por Marlon e Bertolucci. Depois da cena, Marlon não me consolou ou se desculpou. Graças a Deus foi só um take
Disse Maria Schneider na mesma entrevista em 2007.

Mas foi crime mesmo?


Não houve de fato sexo durante o filme, mas Bertolucci queria uma reação genuína da atriz e produziu uma situação de violência bastante realista. 

Para muitos, paira a dúvida. Se não houve penetração, como o ato seria considerado estupro? É que no Brasil, por exemplo, a descrição do tipo penal do estupro (artigo 213) é 
"constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".
Embora tenha seguido carreira e feito mais de três dezenas de filmes, Maria foi até o fim da vida estigmatizada pelo papel. 

Afirmou ter ficado amiga de Brando até a morte dele, mas jamais falou com Bertolucci novamente.

Por conta da polêmica, posteriormente o diretor liberou comunicado informando que Maria não sabia apenas do detalhe da manteiga e que foi informada sim da cena de sexo não consentido.

Bertolucci admitiu que foi "horrível" com Maria, se desculpou por tê-la feito passar por isso, mas que não se arrependia do realismo que seu método violento conquistou para o filme.
"Para conseguir algo é preciso ser completamente livre".
Pena que a sua custou a liberdade da vítima.

Conclusão


"Último Tango em Paris" é uma das grandes experiências emocionais do nosso tempo. 

É um filme que existe tão resolutamente no nível da emoção, de fato, que possivelmente apenas Marlon Brando, de todos os atores vivos daquela época, poderia ter interpretado o seu papel principal. 

Quem mais pode atuar de forma tão brutal e implicar tamanha vulnerabilidade e necessidade?

Pois o filme é sobre a necessidade; sobre a terrível fome que seu herói, Paul, sente pelo toque de outro coração humano. Ele é um homem cuja existência inteira foi reduzida a um pedido de socorro — e que foi tão danificado pela vida que só consegue expressar esse pedido em atos de sexualidade crua.

Assistir a "Último Tango em Paris", 53 anos após seu lançamento, é como revisitar a casa onde você morava e fazia loucuras que não faz mais.

Passeando pelos cômodos vazios, menores do que você se lembra, você se lembra de uma época em que sentia que o mundo inteiro estava ali, ao seu alcance, e tudo o que você precisava fazer era pegá-lo.

O filme é uma imersão nas profundezas do subconsciente de personagens tão complexos quanto somos muitos de nós em nossas peculiaridades.

Este filme foi o estandarte de uma revolução que nunca aconteceu.

Ficha Técnica

  • Título original: Ultimo tango a Parigi

  • Ano de lançamento: 1972

  • Países de origem: França e Itália

  • Gênero: Drama e Romance

  • Duração: 129 minutos (versão original) ou 130 minutos

  • Direção: Bernardo Bertolucci

  • Roteiro: Bernardo Bertolucci e Franco Arcalli

  • Elenco: Marlon Brando, Maria Schneider e Jean-Pierre Léaud
[Fonte: Gazeta do Povo, por Angela Correa (publicação original em 07/12/2016); Roger Ebert.com (Roger Ebert foi crítico de cinema do Chicago Sun-Times de 1967 até sua morte em 2013. Em 1975, ele ganhou o Prêmio Pulitzer de crítica distinta.)]

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
  • O blogue CONEXÃO GERAL presa pelo respeito à lei de direitos autorais (L9610. Lei nº 9.610, de 19/02/1998), creditando ao final de cada texto postado, todas as fontes citadas e/ou os originais usados como referências, assim como seus respectivos autores.
E nem 1% religioso.

sábado, 27 de setembro de 2025

DIRETO AO PONTO — NOSTÁLGICO, SIM, GRAÇAS A DEUS!

Bᴏɴs ᴛᴇᴍᴘᴏs... ᴛᴇᴍᴘᴏs ʙᴏɴs


Ontem (26/09/2025), durante um tumulto e gritaria generalizados de alunos (uma verdadeira histeria, que mais parecia um surto psicótico em nível coletivo), na escola onde trabalho, cujo motivo era por mim desconhecido, me pus a refletir sobre qual será o legado dessa tal "Geração Alpha" e me veio a inspiração para esse texto.
A Geração Alpha (ou Gen A) são as pessoas nascidas a partir do ano de 2010 até 2025, sendo os sucessores da Geração Z. 
São considerados nativos digitais, crescendo com a tecnologia como parte intrínseca do seu quotidiano. 
As suas características incluem hiperconectividade, independência, e uma forte preferência por conteúdos visuais e interativos, como vídeos e videojogos. 
Esta geração, que é mais diversa e adaptada às mudanças do mundo, também enfrenta desafios como a suscetibilidade ao estresse e ansiedade devido ao excesso de estímulos digitais.
Sou do tempo em que o uniforme era comprado. Não tinha ninguém preocupado em ostentar roupas ou calçados de grifes. Era todo mundo vestido e calçado igual. 

Aliás, às vezes variavam os calçados: ou era Bamba, ou era Conga, ou era o indestrutível Kichute e, quando muito, um surrado All Starr (este, quanto mais surrado, mais transado). Ah, e se chegasse atrasado na escola, não tinha papo nem mimimi: não entrava e ponto final!

Não tínhamos telefone celular nessa época, éramos acostumados a usar o famoso orelhão, toda escola tinha um para chamar de seu, devidamente instalado do lado de fora das salas de aula.

As pesquisas eram na Biblioteca da escola, como era divertido ir até a biblioteca andando e contando histórias com os amigos. Era uma diversão, não uma dificílima obrigação.

O trabalho era escrito à mão e na folha de papel almaço, a capa era feita em papel sulfite... (com todo capricho), os livros, comprados (não tinha nada de "kit didático" ou "kit literário", esses que hoje são doados e solenemente ignorados, descartados), eram encapados com o que tinha na frente (até sacola de arroz valia), importante era cuidar bem do nosso amiguinho.

Tinha o temido dever de casa (popularmente apelidado de "para casa") e a educação física era esperada por todos! E como era esperada (nem que fosse uma excelente oportunidade para matar aulas 🫣🤭).

Nossas notas eram todas devidamente registradas nas carteirinhas.

Na comunidade escolar tinha o(a) Gordo(a), o(a) Magrelo(a), o Zoreia, o(a) Quatrozóio, o Cabeção, o(a) Baixinho(a), a Olívia Palito, o Negão, o(a) Neguinho(a), o(a) Branquelo(a), o Beiçola, o(a) Dentuço(a) (tinhámos vários outros apelidos no repertório, todos ótimos também) e nada disso era uma ofensa, não era um desrespeito... um crime!

Todo mundo era zoado (e não tinha ninguém surtando ou sofrendo de depressão por causa disso), às vezes até brigávamos, vez ou outra alguém soltava o famoso "te pego lá fora", mas logo estava tudo resolvido e seguíamos a amizade, logo logo "ficávamos de bem"...
Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying.
Existia o valetão, a valentona (aqueles de quem todo mundo tinha medo 😬) mas também tinha o herói, a heroína para nos defenderem (💪🏿 Kkkkk...)

Hora do recreio, merenda, refeitório. Ah, o arroz com carne moída, o mingal de fubá (doce ou salgado, com couve) a macarronada (Na verdade, macarrão com coloral: e daí? Quem se importava com esse detalhe?), a galinhada, sopas, macarrão com carne moída era tudo uma delícia... 😋 E a gente enchia o saco das amadas "Tias das Cantinas" pedindo pra repetir.

Tinha também o pão com patê ou com salsicha, esses dava até briga para conseguir outro... kkkkkk a fila era gigante, gigante mesmo, e mesmo assim a gente repetia 2, 3 vezes... 😜

A rede social da época eram os cadernos de perguntas e respostas que circulavam pela sala para contarmos sobre nós e também sabermos um pouco mais um dos outros!

Íamos para a escola à pé, na saída, adorávamos quando alguém fazia aniversário... e tome ovo e farinha de trigo, o que tinha pela frente.

Final de ano, não víamos a hora de acabarem as aulas, para que os colegas escrevessem nas nossas camisetas para guardarmos de recordação! 💔

𝖤 ғᴏʀᴀ ᴅᴀ ᴇsᴄᴏʟᴀ...


A frase "Peraí mãe/pai!" era para ficarmos mais tempo na rua e não no computador ou no smartphone como hoje...😔

Colecionávamos figurinhas, selos, papéis de cartas, cartões postais, tampinhas de refrigerantes, cartões de orelhões...
Aliás, por falar em cartas, quem nunca escreveu e/ou recebeu uma (manuscrita ou mesmo datilografada), nunca vai saber o que é emoção.
Comíamos na rua mesmo, bebíamos água da torneira do vizinho, comemos frutas com casca e sem lavar (O que dizer das deliciosas [e bichadas...] goiabas? As roubadas na casa do vizinho pareciam ainda mais saborosas.). 

As moedas ganhadas do troco do mercado eram guardadas para comprar chupe-chupe na tia da esquina, andávamos descalços e vivíamos no sol sem protetor e ninguém adoecia.

Brincávamos na chuva, na lama, na enxurrada... Rolamos na terra, na poeira, esfolamos joelhos e cotovelos (Chegamos mesmo a quebrar braços e pernas!). Não haviam viroses! Sobrevivemos e cá estamos, firmes e fortes!

Não importava se nossos amigos eram negros/pretos, brancos, amarelos, pardos, mulatos, indígenas, pobres, ricos, católicos, evangélicos, budistas, espíritas, candoblecistas... ateus (não estávamos nem aí para a confissão religiosa uns dos outros), meninos ou meninas (a gente não se importava em saber qual a orientação sexual uns dos outros, tínhamos coisas mais interessantes para fazer e ser feliz, cada um na sua, era o que importava).

Queimada, rouba bandeira, pegador, pique esconde, polícia ou ladrão (Às favas para o politicamente correto ou incorreto: a ordem era sermos felizes!), bolinhas de gude, três Marias, finca...: todo mundo brincava junto e como era bom. Bom não, era maravilhoso!👥👥👥
(Beijo na boca? Tinha sim, claro, na hora do "pera, uva ou maçã?"!🫣)
E as festinhas de aniversários com muitos salgadinhos (todos engordurados), docinhos caseiros, acompanhados de suco de groselha e às vezes, de refrigerante de garrafa.

O bolo? Ah, o bolo era um delicioso "desafio" com aqueles granulados prateados que pareciam fragmentos de chumbo (Haja (e aja) dentes!), mergulhados em um oceano de glacê açucarado! 🎂🧁🍡🍬🍫

E ao final, lá estava ele: o imponente e enorme balão com as disputadas surpresinhas.🎈
Levar pratinhos de papéis lotados de guloseimas e uma generosa fatia de bolo pra casa era de lei!
As músicas podiam ser ouvidas pelos pais e pelas mães, sem causar constrangimentos. Ao invés das famigeradas "dancinhas", tínhamos os passinhos, dançados — e meticulosamente coreografados — coletivamente!

Ah, e não podia deixar de ter a hora da música lenta, o momento de dançar como o rosto colado (dependendo "do clima" rolava até uns beijinhos, uns amassos, tudo devidamente consentido, sem nenhuma violação e não passava disso, era o máximo de ousadia que nos permitíamos.)

Filmes só assistíamos na TV e não víamos a hora de passar a Sessão da Tarde, "Curtindo a Vida Adoidado"!

E, voltando à escola, o nosso maior medo era assinar o temido Livro da Capa Preta (o livro de registros das ocorrências).

Educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola porque aprontamos.

E os(as) professores(ras), nossa, como os admiravámos e os respeitávamos! Como nos eram importantes!

Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa...

Rᴏᴅᴀ ᴀ ᴠɪᴅᴀ


Estou com 58 anos — orgulhosamente, muito bem vividos, graças a Deus —, me sinto um privilegiado.

Vivi intensamente minhas fases, meus ciclos: infância (décadas de 1970/80), adolescência (1980/90), juventude (1990/20). 

Foram muitos erros, acertos, quedas e levantes: sobretudo e contudo, foram muitos aprendizados, muita oportunidade de descobrir minhas potencialidades. Subi, desci... superei. Foram tempos de descobertas, de aventuras, de desventuras, de desbravamentos... Amores e desamores.

Passei pela época dos discos de vinil, das fitas cassetes, que podiam ser ouvidos no aparelho de som 3 em 1 da Gradiente, com suas enormes caixas acústicas, que ficava montado na estante de madeira da sala de chão de piso queimado, vermelhão, mais reluzente que um espelho, após passada a enceradeira.

Sei bem os perrengues de enfrentar a fila de um orelhão para fazer uma ligação, que, por falar nisso, durante muito tempo foi de disco e pediam as fichas, tendo, algum tempo depois, inovado para os cartões, que acabaram se tornando itens de colecionadores.

Diversão de final de semana era ir até a uma locadora de vídeos e alugar aquela fita VHS de um sucesso do cinema, para assistir em casa, no aparelho de videocassete. E sem esquecer a regra: rebobiná-la, antes de fazer a devolução, senão pagava multa.

Vi com entusiasmo a chegada do CD, do DVD e do Blue-Ray. E o que dizer da internet discada? Aliás, os computadores, assim como as TVs — que cheguei a ver em preto e branco, vibrando muito quando chegou em cores — eram de tubo e algo que não estava ao alcance de todos, só mesmo os abastados.

Das reuniões nas lan houses? Rede social? Tinha sim, o insubstituível Orkut e suas comunidades, cada uma mais divertida que a outra. Não havia discursos de ódio, assédios sexuais, debates ideológicos, religiosos ou políticos. Era mesmo só diversão.

Ostentação eram os walkmans, os discmans, as mochilas emborrachada da Company, mochila jeans da Cantão, tênis Bamba (adorava!), Olympikus branco, All Star surrado, Le Che Val, M2000, Redley..; calças jeans Forum, US Top, Zoomp (a do raiozinho), Fiorucci, Pool, Divina Decadência; camisetas Bad Boy, Town e Country, Anonimato, Hang Loose, Rato de Praia, K&K, Plancto, Fido Dido...; bonés os de equipes desportivas da NFL, NBA e MLB como os dos Chicago Bulls, Charlotte Hornets, Oakland Raiders e Los Angeles Dodgers, bem como marcas como Nike (com o modelo Taiwind) e símbolos de cultura pop como os de restaurantes famosos como Hard Rock Café e parques temáticos como a Disney.

Às noites de sábados, íamos para as danceterias (muitas delas, eram instaladas nas quadras de futebol de salão). Aqui em Belo Horizonte incluíam a Olympia, Hippodromo, Phoenix, Space, Le Galop e Bonaparte. Em Contagem, na região metropolitana, tínhamos a inesquecível Arena.

Outras casas noturnas de destaque da época eram a Baturité e a Chamonix, que eram grandes referências na cena noturna da cidade, atraindo muitos frequentadores. Dançávamos os já citados famosos famosos passinhos e na hora das músicas lentas, era o momento ideal para os chavecos, os beijos nas bocas, as ficadas...

Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ


É o tempo passou... Fico me perguntando!!! 🤔 QUANDO FOI QUE TUDO MUDOU??? E os valores se perderam e se inverteram dessa forma???

Quanta saudade, quantos valores, que pra esta geração não valem nada.

Me deu saudades dessa época, e esse texto me fez refletir sobre como éramos felizes... E não sabíamos (Ou sabíamos?🤔)!

[Fonte: Arquivo Pessoal das Minhas Memórias e Recordações]

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quarta-feira, 24 de setembro de 2025

📚ESTANTE DO LÉO📚 — "CRIME E CASTIGO", FIEDÓR DOSTOIÉVSKI

A leitura é uma das ferramentas mais poderosas para transformar mentes, derrubar preconceitos e construir pontes entre pessoas e ideias.

Ela oferece um amplo espaço de reflexão, amplia horizontes e enriquece tanto as habilidades cognitivas quanto emocionais.

A leitura nos transporta para realidades distintas, expõe-nos a perspectivas únicas e nos ajuda a compreender e, muitas vezes, administrar, aquilo que é diferente.

Confesso a todos vocês que o livro de que falaremos hoje, neste capítulo da nossa série especial de artigos, Estante do Léo, mais que um grande clássico da literatura mundial, foi um dos livros que mexeram comigo em todos os aspectos, instigando todos os meus sentidos cognitivos.

Viagem sensorial


A leitura de "Crime e Castigoo" me proporcionou uma marcante viagem sensorial, que é quando vivenciamos uma experiência que enfatiza e aprofunda a conexão com um lugar ou produto através da ativação dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) para criar memórias duradouras e conexões mais profundas com o destino, a comida ou a cultura.

Ou seja, através da viagem sensorial, em vez de especificamente apenas visitar um local, o objetivo é senti-lo, saboreá-lo e tocá-lo de forma intensa e imersiva, transformando experiências comuns em extraordinárias. E foi exatamente o que aconteceu comigo.

Não houve um dia em que meus pensamentos e meus sonhos, durante a leitura, que durou uma semana, não estivessem relacionados com os personagens em questão.

Vi o semblante de Raskolnikov, pálido, vestido com seu indefectível sobretudo descolorido pelo excesso de uso. Vi Sônia, uma das personagens, nos meus sonhos quando acabei de ler a última página.

Vou contar a todos vocês que em determinado momento da leitura, quando fantasmas eram mencionados pelos personagens do livro, senti a presença deles perto da minha mesa de cabeceira durante a madrugada, a ponto de acordar e perguntar por eles.

Não senti medo. Só queria saber o que eles queriam e o que faziam do lado da minha cama. Mas nenhuma resposta me foi dita. Apenas a presença registrada. 

Muitos de vocês duvidarão desse meu relato. É um direito de cada um. E não os culpo por isso. Afinal, a viagem fui eu quem fiz, portanto, só eu sei onde a leitura desse livro me levou.

Um pouco da história


Bom, como nessa série, um dos nossos objetivos é o de dar dicas de leituras, não há como fugirmos dos spoilers, entretanto, acredito que o pouco contado aqui, aguçará ainda mais o interesse daqueles que cultivam um bom hábito de leitura.

Escrito entre 1865 e 1866, "Crime e Castigo" conta a história de Raskólnikov, um jovem que vai morar em São Petersburgo para estudar Direito.

Por causa de dificuldades financeiras, ele é forçado a desistir dos estudos e passa seus dias em um quartinho apertado, que aluga de uma locatária idosa, sobrevivendo apenas com o pouco dinheiro que recebe de sua mãe.

Sua realidade muda quando ele planeja a morte de uma usurária. Descrente de Deus e de qualquer tipo de justiça divina, Raskólnikov se vê à mercê da própria consciência, de seu livre arbítrio e das consequências que dele decorrem. Pouco a pouco, o sentimento de culpa o consome cada vez mais.

Cruel e pessimista, o romance russo retrata o niilismo, a indiferença, a fé (e a falta dela), o desespero e a frieza humana.

Considerada uma das obras mais importantes de Dostoiévski, a narrativa de "Crime e Castigo" é extremamente detalhista e trabalha com perfeição o desenvolvimento psicológico e filosófico de seus personagens.

Sinopse


A história de “Crime e Castigo” é sobre o protagonista Raskonlnikov, um ex-aluno brilhante, que por razões econômicas não pode mais estudar e por razões de penúria luta para se manter na cidade de São Petersburgo.

À medida que o seu desespero vai aumentando, surge uma ideia: matar a velha Alyona Ivanovna, que lhe aluga um quarto fétido e era uma agiota. E o ameaça colocá-lo para fora se ele não lhe pagar o que deve.

Seus pertences mais valiosos foram colocados como pagamentos de suas dívidas. E agora não sobra mais nada. O que fazer? Raskonlnikov, quando ainda era estudante, havia publicado um artigo interessante em que expunha a sua teoria do “homem extraordinário”.

E o que está por trás desse artigo, qual o pensamento que guia seu raciocínio? Simples. “O homem extraordinário” é aquele que, pelo imenso valor que possui para a humanidade, tem o direito de passar por cima das leis morais para realizar aquilo que pretende.

Esse “homem extraordinário” não está submetido a leis que governam os outros mortais, pois está acima delas. Em outras palavras, Napoleão derramou rios de sangue para consolidar a civilização burguesa, e a história o absolveu.

Raskolnikov sente-se pertencer à raça dos Napoleões e racionaliza para tirar um obstáculo de seu caminho. Vou parar por aqui. Esse livro é essencial para aqueles que gostam de uma literatura policial com um roteiro bem mais complexo.

Sobre o autor


No século XIX, os escritores estavam cada vez mais distantes do romantismo, tinham uma abordagem mais realista.

A Rússia e a França lideravam essa nova abordagem mais realista na literatura. Dostoiévski e Gustave Flaubert (✰1821/✞1880) foram os precursores desse movimento.

Dostoiévski, além de ser um grande escritor, era um leitor prodigioso, sempre atento aos conceitos filosóficos do seu tempo.

Considerado um dos maiores escritores da literatura mundial, Fiódor Dostoiévski nasceu em 11 de novembro de 1821, na Rússia. Um dos escritores mais lidos no mundo até os dias atuais, é autor de romances como "O Duplo" (1846), "Os Irmãos Karamázov" (1880) e "Crime e Castigo", sendo este último o responsável pela sua posição de grande destaque nos meios literários.

Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski (✰1821/✞1881), considerado um dos maiores escritores não só da literatura russa como mundial, é ainda hoje um dos mais lidos em todo o mundo.

Conhecido principalmente por seus romances "Crime e Castigo" e "Os Irmãos Karamázov", sua obra, no entanto, consiste de doze romances, quatro novelas, dezesseis contos, várias crônicas e muitos ensaios jornalísticos.

Ao publicar a sua obra de estreia, o romance Gente Pobre (1846), aos 25 anos, da noite para o dia, literalmente, ele se tornou uma celebridade nos meios literários.

Vissarión Grigórievitch Belínski (✰1811/✞1848), o principal crítico da época, ao perceber de imediato a sua “capacidade infinita” de reprodução do mundo psíquico alheio — o que continua sendo uma questão essencial para os estudos de sua obra —, prenuncia para ele um futuro brilhante.

No entanto, seu método de criação impunha grandes dificuldades para a compreensão de seu sentido.

Os temas e técnicas empregadas por Dostoiévski em seus romances permanecem atuais, e repercutem na obra de outros autores, diretores teatrais e cineastas ao redor do mundo.

Dostoiévski é uma referência de grande impacto na literatura, inclusive seu romance Memórias do Subsolo é considerado a primeira obra da literatura existencialista.

Preocupado em retratar o seu tempo, o escritor russo retrata, em sua obra, aspectos do momento histórico e do espaço geográfico em que nasceu. No entanto, também atingiu uma dimensão universal, uma vez que coloca o leitor diante de situações e comportamentos que fazem parte de sua existência.

Nietzsche (✰1844/✞1900), por exemplo, era um leitor de Dostoiévski. Não foi à toa que foi considerado um escritor e filósofo por excelência.

Seus personagens sempre foram movidos por emoções internas poderosas, sendo investigados no final de sua vida.

As publicações de Freud (✰1856/✞1939) sobre alguns estados psicológicos ganharam repercussão após a morte de Dostoiévski.

Existem alguns intelectuais que dizem que Dostoiévski estava bem à frente de Freud como psicanalista. As descrições realistas das emoções internas são realistas e verdadeiras, ao revelar o desespero humano com tantas minúcias.

Conclusão


Vocês estão diante de um livro extraordinário. Um livro feito para aqueles que gostam de uma literatura de ponta. Sei que muitos de vocês já devem ter lido “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski.

Para aqueles que não leram, posso dizer que é uma dessas obras que deixam marcas profundas no leitor.

Para iniciar esta leitura, você deve adquirir certa concentração para sentir essa história penetrar nos recônditos mais longínquos de sua imaginação.

Para aqueles que querem viajar na insondável alma humana, é um livro perfeito. Tudo isso faz com que este livro mereça um lugar de honra na sua estante.

Ficha Técnica:

  • Autor: Fiódor Dostoiévski
  • Ano de publicação: 1866
  • Gênero: Romance, Ficção Policial

  • Editora 34, 590 Páginas
Ilustração Recomendado do Stock | Adobe Stock

Ao Deus Todo-Poderoso e Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blogue https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização frequentes dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
  • O blogue CONEXÃO GERAL presa pelo respeito à lei de direitos autorais (L9610. Lei nº 9.610, de 19/02/1998), creditando ao final de cada texto postado, todas as fontes citadas e/ou os originais usados como referências, assim como seus respectivos autores.
E nem 1% religioso.

domingo, 21 de setembro de 2025

🧠PAPO DE PSICANALISTA🧠 — ESPECIAL SETEMBRO AMARELO: SUICÍDIO DE PASTORES

Suicídio de pastores: medo, vergonha e julgamento são sentimentos que emergem quando falamos sobre esse tema. A ideia de que pastores sejam super-homens faz parte do nosso consciente e inconsciente coletivo há gerações.

Restringimos a vida dos pastores ao que observamos nos púlpitos e altares. Contudo, a vida pastoral passa por um campo pessoal que muitas vezes não nos damos conta. Imaginamos que essa realidade esteja distante de nós, quando na verdade pode estar bem mais perto que pensamos.

Um outro aspecto a ser levado em conta é a cobrança de resultados e números, sejam de pessoas ou financeiros. De maneira geral, a Igreja assumiu um papel muito mais empresarial no Brasil e no mundo, com metodologias de crescimento que nada têm a ver com o Novo Testamento. 

Em decorrência disso, uma cobrança excessiva recaiu sobre os pastores. Em outras palavras o sucesso é medido pelo número de membros e pelo caixa da Igreja. Isso não é saudável nem mesmo é bíblico.

Precisamos lembrar também que a cobrança pela perfeição faz parte da vida dos pastores. Eles são o modelo do rebanho e, ao mesmo tempo, pessoas de carne e osso, com vicissitudes e limitações como qualquer outra pessoa.

O assunto é amplo e dificilmente iremos esgota-lo no dia de hoje, contudo precisamos pensar e orar sobre esse assunto. É nossa intenção neste capítulo da série especial de artigos Papo de Psicanalista.

Caso nº 01 — Pr. Luciano Estevam — 1ª Igreja Batista em Aracruz


O pastor Luciano Estevam anunciou no dia 13 de julho que estava deixando a liderança da Primeira Igreja Batista em Aracruz (Pibara), no Norte do Espírito Santo, para tratar um quadro grave de depressão.

O anúncio foi feito durante um culto após mais de 24 anos à frente da congregação.

A decisão de Estevam chamou atenção para os diagnósticos de doenças mentais em líderes religiosos e seus tratamentos. O pastor não foi o primeiro a falar sobre o assunto: os padres da Igreja Católica, Fábio de Melo e Marcelo Rossi, também já citaram suas próprias experiências.

Em comunicado, o pastor explicou que a doença causou danos físicos e emocionais e que, durante o tratamento, considerou ser melhor deixar de exercer o ministério pastoral. Ele procurou ajuda a tempo.

Caso nº 2 — Pr. Lucas di Napoli — Igreja Universal do Reino de Deus


Familiares do pr. Lucas di Castro, de 31 anos, da Igreja Universal do Reino de Deus (Bolívia) relataram que ele, há tempos, já apresentava um quadro grave de sofrimento emocional e teria pedido ajuda à liderança da igreja, sem receber apoio.

Lucas cometeu suicídio, e o posicionamento do bispo Edir Macedo, líder da igreja, gerou polêmica ao dizer que era um "problema dele com Deus" e "não estou nem aí", segundo a Folha de S.Paulo.

A atitude de Macedo foi criticada por não oferecer apoio ou empatia aos familiares e fiéis, naturalizando a indiferença diante do suicídio, conforme aponta uma publicação no Instagram.

Caso nº 3 — Pr. Anderson de Souza — Assembleia de Deus Ministério do Belém


Morreu nesta sexta-feira (19) o pastor Anderson Souza, da Assembleia de Deus Ministério do Belém, em São Paulo. 

Segundo apuração do portal Assembleianos de Valor, o líder cristão tirou a própria vida.

Pastor Anderson estava hospedado em um hotel de Manaus na ocasião. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

O líder evangélico tinha 35 anos e deixa a esposa e um filho pequeno. Três anos atrás, ele havia perdido uma filha em um trágico afogamento.

O falecimento do líder cristão acontece em pleno Setembro Amarelo, mês de consciência sobre a prevenção ao suicídio, e chama atenção para a importância do cuidado com a saúde mental, até mesmo entre pastores.

Depressão no meio religioso


Segundo Karen Vasconcelos Calixto, psiquiatra e professora da Unesc, líderes religiosos, como pastores, enfrentam uma alta prevalência de depressão e burnout devido a uma combinação de fatores ligados à sobrecarga de responsabilidades, pressão espiritual e isolamento social.

Aproximadamente 56% desses líderes apresentam sintomas depressivos, 65% relatam solidão e isolamento, e um em cada três corre risco de esgotamento profissional.

Entretanto, o médico psiquiatra do Hospital Santa Rita, João Guilherme Tavares Marchiori, faz um lembrete: estudos científicos, em geral, mostram que a religiosidade reduz o risco de depressão.
“Líderes religiosos que estão submetidos a carga excessiva de trabalho, pressões excessivas por parte dos fiéis e conflitos internos sobre a própria fé têm mais risco de desenvolver depressão”,
explicou.

De acordo com ele, é importante entender que não se pode generalizar e que a depressão pode ter diversas causas. Apesar de ter se afastado dos seus afazeres, Luciano Estevam não relacionou seu quadro de saúde ao cargo exercido.

Ainda há preconceito?


Em posts nas redes sociais que falam sobre o afastamento do pastor, internautas deixaram mensagens de apoio e encorajamento ao líder. Uma seguidora comentou: “Parabéns ao pastor pela sábia decisão” e outra disse 
“A importância de reconhecer o momento de cura e parar. Quem cuida precisa de cuidado”.
Mas nem sempre falar sobre depressão é fácil no meio religioso, como explica o especialista João Guilherme. 

Em alguns casos, ainda há resistência em debater saúde mental em determinados grupos religiosos.
“Doutrinas religiosas muito dogmáticas e fechadas para a ciência infelizmente transmitem esse tipo de preconceito para os seus seguidores, o que agrava o sofrimento de quem tem depressão e alguns casos podem levar a desfechos trágicos”,
explicou.

O impacto da religião no tratamento


De acordo com Karen Vasconcelos Calixto, a religião pode impactar positivamente no tratamento, representando um apoio durante o momento difícil.
“A espiritualidade pode oferecer conforto, sentido e resiliência, ajudando no enfrentamento da depressão por meio da fé, oração e comunidade”, 
afirmou.

Entretanto, ela explica que em alguns casos, o oposto também pode acontecer, principalmente quando a espiritualidade está relacionada a uma cobrança excessiva pessoal ou da comunidade.
“Quando a espiritualidade é associada a exigências rígidas ou à interpretação da doença como falta de fé, pode dificultar a aceitação do diagnóstico e o tratamento médico, perpetuando o sofrimento”,
completou.

Quando o padre Fábio de Melo falou sobre sua saúde mental, chegou a dizer em comunicado que 
“há muitas pessoas que alimentam a ilusão de que a fé em Deus nos livra de ter o desequilíbrio químico que causa a depressão”.

A importância de abordar o assunto


A decisão do pastor Luciano de expor a depressão como motivo do seu afastamento temporário, assim como o relato de outros religiosos, foi essencial para que o assunto de saúde mental entre os líderes religiosos viesse à tona, segundo os especialistas.

Líderes religiosos são pessoas que têm poder de influenciar os outros e formar opiniões. 

Por essa razão, falar abertamente sobre saúde mental reduz o estigma e encoraja outras pessoas que passam por dificuldades emocionais a procurar o psiquiatra.

Karen Calixto ainda destaca que a transparência nestes casos ainda promove uma cultura de acolhimento e cuidado com o bem-estar emocional no meio religioso.
“A conscientização, o apoio e o tratamento são essenciais para que esses líderes possam exercer sua função com saúde e equilíbrio, protegendo-se dos riscos reais de burnout, depressão e até suicídio, que têm aumentado nos últimos anos no meio eclesiástico”,
completou.

Quebrando o silêncio


Pastores adoecem e morrem como qualquer outro membro da Igreja. Infelizmente, em muitas igrejas, isso tem sido negligenciado. 

Mais que isso, muitos espiritualizam situações de maneira que algumas enfermidades como depressão são taxadas como ausência de fé, o que agrava muito mais a situação. 

Pastores são acometidos pela silenciosa Síndrome de Burnout, que é difícil de ser identificada e tratada.

Pastores também pecam e a graça e a misericórdia também é para eles. O Apóstolo Paulo disse que ele é o maior dos pecadores. Lidar com o pecado pessoal nem sempre é fácil e pastores precisam viver a Graça de Deus de maneira profunda e intensa. 

Viver a graça nunca será um passaporte para pecar livremente, ao contrário, a graça nos motiva e sustenta a vivermos de maneira reta. 

Muitas vezes, pastores lidam bem com a graça com relação as ovelhas, mas com eles mesmos, pela cobrança, não conseguem desfrutar desse privilégio do Senhor.

Questões familiares, financeiras e pessoais estão entre alguns aspectos do suicídio de pastores. A distância dos familiares e parentes (para aqueles pastores que são missionários e estão longe de sua terra natal), a falta de amigos e problemas relacionais a nível comunitário são observados como causas prováveis dessa realidade. 

Um estudo mostra que 70% dos pastores lutam contra depressão. O mesmo estudo indica que 71% dos pastores sente esgotamento físico e mental. Ainda 80% dos pastores afirma que de alguma maneira o ministério afeta negativamente sua família.
“A causa mais comum noticiada para o suicídio de pastores (…) é a depressão, associada a esgotamento físico e emocional, traições ministeriais (por parte de colegas e liderança), baixos salários e isolamento por falta de amigos” (Conforme dados do FTSA).
A maioria das experiências traumáticas vividas no ministério nem se quer são pensadas nos seminários e casas de formações teológicas de diferentes denominações. Isso sem falar de Igrejas que em sua tradição sequer possuem uma formação de pastores de maneira acadêmica.

Esse emaranhado de questões necessita ser levado em conta. O despreparo Bíblico-Teológico e Emocional dos pastores pode ajudar na questão abordada.

O que fazer diante dessa realidade?


Algumas coisas práticas são observadas de maneira bem clara:
  • a) Pastores precisam tirar seu dia de folga sem culpa — Precisam de férias durante o ano, de preferência que contemple o convívio com a família (esposa e filhos);
  • b) Pastores devem desenvolver relacionamentos saudáveis com outros colegas de ministério — Essa é uma das soluções apontadas para esse problema;
  • c) Pastores necessitam de terapia e supervisão — O fato de pregar a verdade não os torna donos da verdade. Compreender as limitações e a necessitada do auxílio de outras ciências (psicologia e terapias) para o cuidado pessoal e das demais pessoas é fundamental. Pastores precisam ser pastoreados por outro pastor;
  • d) Atualização Bíblica/Teológica/ interdisciplinar e crescimento precisam fazer parte da vida dos pastores — Isso ajuda a abrir horizontes no processo do pastoreado;
  • e) Pastores precisam da compreensão e amor de suas ovelhas como seres humanos — Diante de toda essa realidade, precisamos orar e compreender que todos nós fazemos parte do corpo de Cristo e que nossos pastores precisam do nosso amor e compreensão.

Conclusão

Depressão não é frescura



Mas sim uma doença mental séria e real, com causas multifatoriais e tratáveis. A depressão é um transtorno mental frequente. Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno.

Trata-se de uma condição que afeta o humor, o corpo e o bem-estar, causando sintomas como desânimo profundo, perda de interesse, alterações no sono e no apetite, e pode levar a pensamentos de morte.

A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma importante para a carga global de doenças.

É fundamental quebrar o estigma associado à doença, buscar ajuda profissional para o diagnóstico e tratamento adequados, que incluem psicoterapia e, se necessário, medicação.

O que fazer?

  • Busque ajuda profissional — É essencial procurar um médico ou psicólogo para um diagnóstico correto e tratamento adequado.
  • Combata o estigma — Conscientize as pessoas sobre a seriedade da depressão e a importância de falar abertamente sobre saúde mental.
  • Ofereça apoio — Se você tem alguém próximo com depressão, ofereça acolhimento, apoio e demonstre empatia, sem julgamentos, incentivando a busca por ajuda.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda, ligue para o número 188 ou acesse o site.

[Fonte: Portal Rondon, por Mario M. de Melo, formado em Teologia , pós graduado em Psicologia. Especialista em Transtorno da Personalidade. Professor, Terapeuta e Capelão. Idealizador do conceito Theo Therapy]

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sábado, 13 de setembro de 2025

GRAMOFONE — "ACÚSTICO MTV: CAPITAL INICIAL"

O álbum desse show foi um dos maiores sucessos no projeto musical da extinta MTV Brasil e se tornou um marco para o ressurgimento e permanência da banda brasiliense Capital Inicial, a única da geração 80 que ainda mantem uma fiel legião de fãs, tanto de "tiozinhos" como este que vos escreve quanto de jovens que ainda nem haviam nascido quando a banda começou sua carreira lá nos idos da década de 1980. É mais capítulo da minha série especial de artigos Gramofone.

O "Acústico MTV" do Capital Inicial, lançado em 2000, foi sim um álbum divisor de águas na carreira da banda, que a reposicionou no cenário do rock brasileiro e ampliou seu público, se tornando um de seus trabalhos mais aclamados e um marco na sua história.

A produção, com arranjos que ressaltaram a essência das músicas, recebeu críticas positivas, embora também tenha havido críticas sobre a previsibilidade.
Kiko Zambianchi
A qualidade das composições, a participação de artistas como o magnífico e um tanto quanto injustiçado Kiko Zambianchi — que, inclusive, acompanhou a banda na turnê promocional do álbum — e a performance de Dinho Ouro Preto foram fatores chave para o sucesso do projeto.
O álbum impulsionou a banda a um novo patamar de popularidade, consolidando sua relevância ao longo de décadas.

Projeto Acústico MTV


Um dos projetos marcantes da MTV, sem dúvida, foram as apresentações acústicas, lançadas em CD e DVD pela emissora.

O programa, que começou mostrando versões desplugadas de medalhões do rock e da MPB, já teve também gravações do "rei" (Roberto Carlos, 2001), 
pagodeiros (Art Popular, 2000), sambistas (Zeca Pagodinho, 2003),  quatro bandas juntas (Bandas Gaúchas, 2005), nomes famosos do rock, do pop, da MPB (Rita Lee [1947/2023], 1998; Lulu Santos, 2000; Gal Costa [1945/2022], 1997; Jorge Ben Jor, 2002) e grupos que estavam em seu auge.

O Acústico MTV estreou no Brasil em 1990 e teve participações icônicas, que resultaram em grandes volumes de vendas de CDs, como Titãs (1,8 milhão, em 1997), Legião Urbana (900 mil cópias, gravado em 1992 e lançado em 1999), Lulu Santos (900 mil cópias, em 2000), Cássia Eller (900 mil cópias, em 2001) e o recordista Kid Abelha (2 milhões de cópias, em 2002).

Desde o estouro do Acústico MTV com os Titãs, a MTV Brasil fez do programa e seu CD/DVD correspondente um evento grandioso.

MTV Acústico - Capital Inicial

Um divisor de águas

Como já dito acima, nomes consagrados, acompanhamento de orquestra e milionárias turnês levaram Gal Costa, Rita Lee e os Paralamas do Sucesso a aumentar seu prestígio.

Mesmo um antigo e até então esquecido e modesto acústico do Legião Urbana saiu em vídeo e CD, aumentando o culto em torno de Renato Russo (✰1960/✞1996) 
e lançando um hit póstumo: a grudenta 'Hoje à Noite Não Tem Luar'versão da baladinha 'Hoy Me Voy Para Mexico', de 1986, da icônica boysband mexicana, Menudo.
Da direita para a esquerda: Loro Jones,
Fê Lemos,Dinho Ouro Preto e Flávio Lemos

E chegou então a vez dos conterrâneos dos Paralamas e Legião: o clássico Capital Inicial, que havia feito bonito com seu "Atrás Dos Olhos", álbum de 1999 que celebrou a volta dos camaradas Dinho (vocal), Loro Jones (guitarra/ violão) e os irmãos Flávio (baixo) e  Lemos (bateria).

Apostando numa fórmula mais simples e nem por isso menos grandiosa, o veterano grupo lançou, então, um dos álbuns mais inspirados da série Acústico MTV.

O show, também registrado em CD, teve convidados ilustres, como o vozeirão de Zélia Duncan, em um belo dueto na música 'Eu Vou Estar'.

Já Kiko Zambianchi participou com seu violão em todas as faixas e ainda fez backing vocal na nova versão de seu grande hit, a maravilhosa canção 'Primeiros Erros (Chove)'. Aliás, nesta música, Dinho, que está longe de ser um grande cantor, consegue uma de suas interpretações mais inspiradas.

O álbum coleciona músicas consagradas e algumas então inéditas, num arranjo onde a novidade foram os violões, mais o acréscimo de percussão e piano.

O único senão ficou com a canção de protesto, 'Veraneio Vascaína', que ao ter trocada sua parte de guitarra por violões, teve sensível perda de impacto.

Mas em todas as faixas, fica marcado o carisma do vocalista Dinho Ouro Preto, que já provou ser o mais relevante da sua geração, bem como a qualidade dos músicos envolvidos.

25 anos depois...


Saídos de Brasília no início dos anos 80 e sendo até hoje uma referência do rock brasileiro, o Capital Inicial toma fôlego e se prepara para o novo milênio com o que sabe fazer de melhor: uma vigorosa música urbana.

Há 25 anos, em 26 de maio de 2000, o Capital Inicial lançava o icônico e memorável álbum "Acústico MTV".

Gravado no dia 21 de março de 2000 no Teatro Mars, em São Paulo, sob direção de Rodrigo Carelli e produção de Marcelo Sussekind, o trabalho traz alguns dos maiores hits do Capital Inicial, como 'Veraneio Vascaína'
'Fátima', além de duas músicas "inéditas", 'Tudo Que Vai' e 'Natasha', e da bem sucedida regravação 'Primeiros Erros (Chove)', de Kiko Zambianchi, que também participa como músico convidado. O álbum também ficou marcado por ser o último com a presença do guitarrista Loro Jones.

Opinião


Você não precisa entender o Capital Inicial — e, mesmo que queira, é bem provável que não consiga.

O mais pop entre os grupos que surgiram na Brasília dos anos 1980, ele chegou aos 2025 encarnando a adolescência do rock melhor que a sua própria versão mais jovem.

E depois de naufragar na crise que acabou com as carreiras de colegas de estrada com obras bem mais consistentes, ressurgiu espetacularmente com um "Acústico MTV", em 2000.

Desde então, vários foram os hits que o Capital teve com as canções que lançou — enquanto muitos de seus contemporâneos voltaram apenas para requentar glórias passadas.

Durante o início dos anos 2000, os "Acústicos MTV" estavam no auge. Formato consagrado por bandas como Titãs e Legião Urbana, o projeto era visto por artistas e gravadoras como uma espécie de prêmio: poucos eram selecionados, e o resultado costumava impulsionar a carreira dos participantes.

Foi nesse contexto que o Capital Inicial, então desacreditado até pelos próprios integrantes, protagonizou um dos discos mais populares da série — e tudo começou com uma reaproximação estratégica da banda com o público.

'Primeiros Erros' e muitos acertos


Um dos momentos mais emblemáticos do disco é a interpretação de 'Primeiros Erros (Chove)', originalmente composta e gravada por Kiko Zambianchi.

Segundo o produtor musical Alexandre Ktenas, a inclusão da música no repertório foi natural e nasceu dentro do ônibus da banda, durante as viagens entre os shows.
"Eles ficavam cantando as músicas do Kiko no ônibus viajando, e essa música era sempre uma das que eles cantavam. Quando foi fazer o repertório, já sabiam: ‘"Primeiros Erros" tem que estar’",
contou.

A produção musical de Marcelo Sussekind e o repertório selecionado por João Augusto foram destacados como pilares do sucesso. 
"João Augusto é gênio. Marcelo também. O repertório é [expletivo] e tudo foi muito acertado"
elogiou.

Além da escolha certeira das faixas, a performance de Dinho Ouro Preto como "crooner" foi fundamental para a nova fase da banda. 
"O Dinho tava diferente ali. Era tudo pensado, cada detalhe",
explicou Ktenas.

A parceria com Alvin L, iniciada em discos anteriores, também ganhou força e se mantém até hoje, rendendo frutos mesmo duas décadas depois.

O impacto do lançamento foi avassalador. Ktenas ironizou, em tom bem-humorado:
"Em qualquer lugar que você ia — na estrada, restaurante, festa de criança — era aquela merda daquele DVD passando na televisão".
O projeto acabou projetando o Capital Inicial como uma das maiores bandas de rock do país, status que, de certo modo, permanece até os dias de hoje.

Ao longo da década de 1990 e na primeira metade dos anos 2000, lançar álbum ao vivo e DVD com a gravação de show acústico chancelado pela então poderosa MTV era jogada de marketing a que muitos cantores e grupos recorriam para revitalizar discografias em queda livre no mercado.

Nem sempre funcionava. Mas geralmente dava certo e, sob tal prisma, verdade seja dita, ninguém se deu melhor do que o Capital Inicial.

Os fatos


O álbum é considerado por Dinho Ouro Preto um ponto de virada na história do Capital Inicial, reabrindo portas para novas possibilidades e lançamentos. Isso porque:
  • Sucesso comercial — O trabalho foi um sucesso estrondoso, vendendo mais de um milhão de cópias e impulsionando a banda para o patamar de um dos grandes nomes da música brasileira.

  • Consolidação da carreira — O álbum reposicionou o Capital Inicial na cena do pop-rock, ampliando seu público e solidificando seu lugar de destaque.

  • Produção e Sonora — A Produção foi impecável: Marcelo Sussekind, produtor do disco, foi elogiado por criar um som perfeito dentro dos parâmetros clássicos do pop-rock, com arranjos que realçaram a essência das canções.

  • Arranjos intimistas — Gravado em um teatro pequeno, o álbum teve uma sonoridade mais intimista e relaxada, com ênfase em violões e produção suave, o que contrastava com o som mais barulhento da banda.

  • Performance vocal — Dinho Ouro Preto adotou um canto mais comedido e "sussurrado", suavizando sua performance e contribuindo para o tom do álbum.

  • Participações e Faixas de Destaque — As participações especiais foram acertadas: contou com a colaboração de convidados como Kiko Zambianchi, Zélia Duncan e Marcelo Sussekind (violão e produção), que participaram da gravação e da posterior turnê.
  • Reviver clássicos e novos sucessos — O repertório incluiu hits dos anos 80 como 'Fátima' e 'Veraneio Vascaína',
Música Urbana', além de baladas consolidadas como 'Cai a Noite', 'Fogo' 'Primeiros Erros'.

  • Parcerias e "lost tapes" — A edição "Deluxe" de 2025 incluiu faixas inéditas como '1999' e 'Belos e Malditos', esta última com versos do líder da Legião Urbana, Renato Russo, reforçando a colaboração rara entre as bandas.

  • Recepção da Crítica — Avaliações positivas: Críticos como Alexandre Nagado, Régis Tadeu e Jamari França elogiaram a produção sonora e a "revisão leve e desbloqueada" da banda, que soube fazer sua música urbana de um modo único. Pontos de vista divergentes: Paulo Vieira, da Folha de S. Paulo, expressou uma visão mais crítica, considerando o som da banda "datado" e os refrões cantados para o constrangimento das gerações futuras.

Conclusão


Lançado pela Abril Music em maio de 2000, o "Acústico MTV: Capital Inicial" foi um grande sucesso comercial e emplacou seis músicas nas paradas musicais do Brasil: 'Tudo Que Vai', 'Primeiros Erros (Chove)', 'Natasha', 'Cai A Noite', 'Independência' e 'Fogo'.

Com aclamação popular e de crítica, o álbum consagrou o estrondoso ressurgimento da banda, que teve início no álbum "Atrás Dos Olhos", lançado em 1998.

Por isso, faz sentido que a banda esteja apegada aos 25 anos desse lançamento que simbolizou ponto de virada na trajetória do grupo.

Além de show comemorativo da efeméride, em rotação pelo Brasil, o Capital Inicial lança edição deluxe do "Acústico MTV" com duas faixas inéditas, retiradas das fitas da gravação feita em teatro de São Paulo (SP).

As músicas adicionadas às 14 faixas originais são 'Belos e Malditos' e '1999'. 'Belos e Malditos' foi originalmente apresentada pelo grupo no álbum "Todos os Lados" (1990), quando a carreira do Capital Inicial já perdia o impulso inicial do biênio 1986/1987.

'Belos e Malditos' tem letra escrita por Renato Russo. A música também é assinada por Alvin L, Bozzo Barretti, Dinho Ouro Preto e Loro Jones.

'1999' é parceria de Dinho com Alvin L apresentada, originalmente pelo Capital Inicial no álbum "Atrás dos Olhos" (1998), lançado dois anos antes do Acústico, quando a banda amargava período de baixa visibilidade.

Enfim, embora ambas as faixas adicionais não alterem o status e o peso final do "Acústico MTV: Capital Inicial", as duas gravações, então perdidas, têm certo valor documental.

Independente de qualquer coisa, o álbum "Acústico MTV; Capital Inicial", é daqueles discos que você ouviu ontem, ouve hoje e, por certo, ouvirá amanhã, depois, depois e depois de amanhã... Tá carimbado:

[Fonte: Omelete, original por Alexandre Nagado; Whiplash, original por Gustavo Maiato; G1, original por Mauro Ferreira]

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