quarta-feira, 19 de novembro de 2025

🗣️PAPO DE PSICANALISTA🧠 — A DIFERENÇA ENTRE PLANEJAMENTO E PROCRASTINAÇÃO

Você já se pegou deslizando a timeline da rede social ou assistindo stories enquanto, na verdade, deveria estar realizando uma tarefa importante?

A verdade é que todos nós já deixamos alguma coisa para fazer depois, algum trabalho para o dia seguinte, algum relatório para o final do mês...

No conteúdo de hoje quero falar com você sobre a linha tênue existente entre os hábitos de planejar e procrastinar, sendo o segundo bastante prejudicial pois "rouba" um dos recursos mais valiosos que possuímos: nosso tempo. E porque, ainda que seja um comportamento natural, ele precisa ser combatido.

Vamos, então, a mais um capítulo da nossa série especial de artigos "Papo de Psicanalista".

Procrastinação X Planejamento


Procrastinar — que significa postergar, deixar para depois, protelar — é um traço da natureza humana que pode estar relacionado a diferentes motivos.

Um deles, por exemplo, é achar que precisa de mais tempo para tomar uma decisão ou realizar um planejamento.

O problema é quando este “deixar para depois” se torna um hábito aplicado em mais de uma esfera da vida.

Postergar decisões ou dedicar tempo demais à etapa de planejamento (sem execução, de fato) são traços que indicam uma procrastinação crônica.

Para isso, meu intuito é estabelecer o limiar que existe entre o que é planejamento — que leva, sim, tempo — e a procrastinação.

Planejar — É o processo de pensar, de organizar, sequenciar e alocar recursos (como tempo e energia) para a execução eficiente de tarefas, com uma visão clara dos objetivos e resultados a longo prazo.

É definir objetivos e traçar as ações necessárias para alcançá-los, definindo antecipadamente um conjunto de ações, metas e recursos necessários para alcançar um objetivo específico, organizando os recursos disponíveis (tempo, dinheiro, pessoas) para transformar uma situação atual em uma situação futura desejada.
Funciona como um roteiro que orienta a tomada de decisões e ações futuras, substituindo a improvisação por métodos sistemáticos e racionais. 

O planejamento é essencial em diversas áreas da vida, desde projetos pessoais, como uma viagem ou aprendizado de um idioma, até a gestão de negócios, política, economia e educação. Ele ajuda a aumentar as chances de sucesso, pois direciona esforços e recursos para os resultados esperados.
Ele envolve a análise da situação presente, a definição da situação futura, o desenvolvimento de estratégias e a alocação de recursos para executar as tarefas, servindo como um guia e ferramenta para tomar decisões mais eficientes. 

Os 3 “porquês” da procrastinação


Procrastinar é o ato de adiar, intencionalmente e sem um motivo válido, uma tarefa importante, trocando-a por outra menos importante ou mais prazerosa, mesmo estando ciente das consequências negativas desse adiamento.

Para começar, vamos desmistificar o pré-conceito que relaciona procrastinação à preguiça.

Uma conduta procrastinadora pode ter diferentes causas, inclusive físico-cognitivas. Por exemplo:
● Psicológicas — a procrastinação pode estar ligada a distúrbios como ansiedade e problemas de autoestima. 
● Fisiológicas — procrastinação também pode estar relacionada ao córtex pré-frontal. Se há algo incomum com essa área do cérebro, como uma lesão, o indivíduo pode sofrer mais com as distrações externas.
Excetuando as razões acima, que necessitam de análises e tratamentos específicos, existem 3 principais porquês comuns na procrastinação:

1. Paralisia de escolha


Acontece quando uma pessoa se vê diante de vários caminhos e não sabe por qual optar.

Na sociedade atual, esta paralisia é comum, afinal, vivemos em universos (e metaversos) repletos de possibilidades que, muitas vezes, podem confundir e levar à procrastinação.

2. Desvalorizar seu tempo


Nosso tempo é finito e deve ser aproveitado da melhor maneira possível. No entanto, nem todos possuem essa consciência.

Essas pessoas que ignoram o valor de cada momento costumam se deixar levar pela procrastinação, desperdiçando horas com atividades irrelevantes.

3. Falta de autodisciplina


Impor disciplina a si mesmo, sem precisar que um terceiro – um chefe, um cliente, um parceiro  —  faça isso, é um tremendo desafio, que exige autoconhecimento e muita consciência.

A ausência desse autocontrole leva muita gente a procrastinar quando não se sente supervisionada ou observada.

Acho importante também ressaltar que há eventos sabotadores. Muitas vezes, as pessoas usam alguma justificativa para não agir em cumprimento de uma meta estabelecida.

Vemos isso com frequência entre profissionais que usam a desculpa de que o planejamento deve ser perfeito do começo ao fim.

A questão é que obstáculos surgem durante o percurso. Uma festa infantil repleta de guloseimas é um evento sabotador que pode postergar sua dieta? Só se você decidir que sim.

Fato: é muito comum no meu trabalho de desenvolvimento de pessoas ouvir relatos de busca pelo perfeccionismo como justificativa para procrastinação. Na expectativa de ter uma tarefa executada de forma perfeita, a pessoa deixa de agir.

A principal diferença entre procrastinar e planejar reside na intenção, na ação e no resultado emocional.

Recapitulando

Procrastinar

  • Intenção — Evitar o desconforto, o estresse, o medo do fracasso ou a ansiedade associados à tarefa principal, buscando uma recompensa imediata, como o prazer momentâneo de uma distração.

  • Ação — Substituição da atividade prioritária por algo de menor valor (como redes sociais, tarefas domésticas desnecessárias, etc.) ou simplesmente não fazer nada.

  • Resultado Emocional — A sensação inicial de alívio é rapidamente seguida por sentimentos de culpa, frustração, ansiedade e estresse crônico, pois a tarefa pendente continua a gerar preocupação.

Planejar

  • Intenção — Garantir que as tarefas sejam realizadas de forma eficaz, priorizando as mais importantes e difíceis, e alcançando metas de forma estruturada.

  • Ação — Envolve a criação de um plano de ação realista, que pode incluir a divisão de grandes objetivos em pequenas etapas gerenciáveis, a definição de prazos e a consideração de imprevistos. Adiar uma tarefa pode fazer parte de um planejamento inteligente se houver uma razão estratégica para tal (por exemplo, esperar por informações necessárias ou priorizar uma emergência real).

  • Resultado Emocional — Promove um senso de controle, direção e competência. A conclusão das tarefas dentro do cronograma gera satisfação e motivação, em vez de culpa.

Conclusão


É importante notar que, em alguns casos, planejar em excesso (paralisia por análise) pode ser uma forma disfarçada de procrastinação, onde a pessoa usa o planejamento como desculpa para não iniciar a ação.

O planejamento eficaz leva à ação, enquanto a procrastinação impede a ação.

A principal diferença é que planejamento é um processo proativo de organização e definição de metas, enquanto a procrastinação é o ato de adiar tarefas importantes, mesmo ciente das consequências negativas.

O planejamento visa a ação e a eficiência, enquanto a procrastinação é um adiamento motivado por questões emocionais e falta de regulação, como o medo ou a busca por gratificação imediata, em vez de priorizar o que é essencial.

[Fonte: Felicidade Corporativa, por Ligiani Meireles]

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