sábado, 8 de março de 2025

FREUD E OS SUPER-HERÓIS — 4) THOR E LOKI

A psicanálise dos mitos nórdicos é uma abordagem fascinante que busca compreender os arquétipos e símbolos presentes nessas histórias antigas. Essa análise nos leva a uma jornada ao inconsciente coletivo, explorando as profundezas da psique humana. 

A simbologia presente nos mitos nórdicos é complexa e cheia de significados profundos. A análise desses símbolos nos permite desvendar camadas ocultas do nosso inconsciente.

Os mitos nórdicos e os arquétipos psíquicos


Nos mitos nórdicos, encontramos uma rica variedade de arquétipos que representam diferentes aspectos da psique humana. 

Os deuses e deusas são personificações desses arquétipos, como Thor simbolizando a força, Odin representando a sabedoria e Loki, simbolizando a psicopatia. Essas figuras míticas nos ajudam a compreender melhor nós mesmos e nossas motivações mais profundas.

No entanto, apesar de sua popularidade, os mitos originais permanecem envoltos em mistério, com debates acirrados sobre o que certos eventos significam, quem escreveu o quê e até mesmo se as histórias são as mesmas que os vikings contaram.

Thor e Loki


Irmãos de criação, eles são personagens retirados da mitologia nórdica, sendo Thor extremamente forte e responsável pelos trovões, relâmpagos, tempestades, árvores de carvalho, força, proteção da humanidade e também a santificação, cura e fertilidade. 

Enquanto Loki seria o deus associado ao fogo, à trapaça, à travessura e à magia. 

Como se sabe, a mitologia surgiu como forma de explicar a humanidade e o mundo através de narrativas baseadas em tradições e lendas. Dessa forma, a principal questão representada pelos dois deuses no filme é o relacionamento entre irmãos. 

Freud nos explica que a relação fraternal é marcada por uma ambivalência de sentimentos. A chegada de um irmão representa, para o bebê, a perda do amor exclusivo de seus pais. Porém, além disso, o vínculo entre irmãos favorece as identificações, compartilhamentos de referências e aprendizados.

  • Nota

Na mitologia nórdica, Loki não é o irmão de Thor. Por outro lado, os personagens representam conceitos contrários e complementares.

Enquanto Loki é uma força caótica e anárquica, Thor simboliza conceitos de heroísmo e justiça. Juntos, os personagens se envolvem em diversas aventuras.

Nesse sentido, apesar de não serem irmãos, Thor e Loki estão entre as duplas mais conhecidas das lendas nórdicas. O deus da Trapaça, por exemplo, ajuda o Senhor do Trovão a recuperar o martelo Mjolnir, derrotar grandes inimigos e assumir sua posição de direito no panteão.

Além disso, diferentemente do que muitos fãs do MCU (Marvel Cinematic Universe — Universo Cinematográfico Marvel) imaginam, Loki não é o "maior inimigo" de Thor na mitologia nórdica. Os personagens têm uma certa rivalidade, mas a maior rival de Thor, na verdade, é Jörmungand – a Serpente do Mundo.

Verifica-se que, durante todo enredo, Thor apresenta um respeito pelo "irmão", mesmo Loki se configurando como o vilão da história e tentando persuadi-lo de sua ideia de dominar o mundo, até o final. 

Entretanto, ao procurar possíveis referências para escrever este texto, deparei-me com um artigo que mencionava a polêmica gerada pela piada em um trecho do filme que justificava as maldades de Loki por ele ser irmão adotado de Thor. 

Projeção e ambivalência


Na mitologia nórdica, o herói desempenha um papel central. A jornada do herói é uma metáfora para a busca pela transformação interior e o enfrentamento dos desafios da vida. Essa narrativa nos inspira a enfrentar nossos próprios obstáculos e buscar o crescimento pessoal.

De acordo com a definição psicanalítica de projeção, tendemos a projetar o que julgamos inaceitável em nós mesmos nos outros. Por isso é mais fácil para Thor justificar a crueldade de Loki pela sua adoção, negando qualquer tipo de parentesco com o mesmo, do que se dar conta de que talvez ele tenha alguma responsabilidade pelo mal causado pelo vilão.


Observamos, desse modo, que o filme consegue caracterizar a ambivalência do relacionamento entre irmãos destacada por Freud. Isso se daria através da figura de Thor que ora tenta chegar a um acordo com Loki, ora o desconsidera da própria família. 

Mas, que ao final, torna-se responsável por levá-lo a Asgard para ser julgado e punido pelos crimes cometidos. Assim sendo, mais uma vez a identificação do público tanto adulto quanto infantil que sempre está sujeito a conflitos fraternais em suas famílias.

Conclusão


A análise psicanalítica dos mitos nórdicos não se limita apenas ao passado distante. Os arquétipos presentes nessas histórias continuam influenciando nossa vida moderna.

Ao compreender esses padrões arquetípicos, podemos identificar suas influências em nossas escolhas, relacionamentos e comportamentos, permitindo-nos viver de forma mais consciente e autêntica.

Considerações finais sobre mitologia nórdica


Os vikings eram seguidores da mitologia nórdica, que envolvia centenas de deuses, deusas, gigantes e várias outras criaturas antigas.
Esses poderosos guerreiros Viking seguiram figuras ainda mais poderosas do que eles.

Afinal, eles precisavam de alguma maneira de explicar a maravilha natural dos fiordes na Noruega, então eles se voltaram para uma coleção de deuses e deusas como a resposta.

Em suma, a psicanálise dos mitos nórdicos nos oferece uma visão profunda da psique humana, revelando os segredos do inconsciente coletivo. Essa abordagem nos ajuda a compreender melhor nós mesmos, nossas motivações e desafios, além de fornecer ferramentas para o crescimento pessoal e a realização plena.
  • Continua no próximo capítulo.

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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